Nada é por Acaso escrita por Paola_B_B


Capítulo 36
Capítulo XXXIV - Profecia


Notas iniciais do capítulo

Olá :D Muito obrigada pelo carinho meus amores. Hoje trago o último cap de Nada é Por Acaso. Sim, o último.

Maaasss, é o último da primeira temporada, então espero que vocês gostem ^^



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Capítulo XXXIV – Profecia

POV Edward

As lágrimas secaram em meu rosto. Minha respiração ficou calma. E meus olhos focaram o nada em quanto meus braços formavam uma cela de mármore em torno de Bella.

Engoli em seco e fitei o rosto de minha bruxinha. Era irônico perceber que a única vez que vi sua face tão serena fora na noite anterior que eu fizera a pior merda da minha vida.

- Bella? Por favor, apre gli occhi. [abra os olhos] – minha voz soou rouca e tremula.

Eu não conseguia acreditar que ela se fora em meus braços. Engoli em seco e encostei minha testa na sua.

- Vamos, abra os olhos.

Ela não se mexeu, não respirou. Meu desespero começou a voltar. Segurei sua mão junto a rosa vermelha e continuei a murmurar como um mantra perto do seu rosto.

- Acorda Bella, por favor, por favor...

- Edward... Ela não vai... – a voz de Carlisle soou ao meu lado de maneira terna e cuidadosa.

Ergui meu rosto e rosnei para ele deixando implícito que eu a faria abrir os olhos. Ele me olhou com pena em quanto se afastava e eu voltei meu rosto para perto de minha bruxinha.

- Per favore – minha voz tremulou ainda mais com o medo e o desespero.

Eu percebia que talvez não adiantasse mais chamá-la, mas eu tinha que tentar tudo.

- Bella, por favor, sei que está magoada comigo, me perdoe, mas, por favor, abra os olhos... – pedia com a voz rouca e lágrimas acumulando em meus olhos. – Sei que te machuquei muito, mas você já me castigou o suficiente, eu aprendi, juro que aprendi a lição... Por favor, não faz isso comigo, abra os olhos, por favor... Eu prometo, prometo a você que nunca mais irei te magoar desse jeito, prometo que nunca mais irei te trair, mas abra os olhos pelo amor de tudo o que é mais sagrado!

As palavras que saiam de minha boca não eram pensadas, eram sentidas. Assim como as letras de minhas músicas, eu deixava o meu coração falar por mim e agora ele estava desesperado para que sua dona acordasse e eu faria qualquer coisa por ela. Minha promessa não era da boca para fora, era a mais pura tradução dos meus sentimentos.

POV Bella

Você alguma vez já teve aquele momento em que você pensa a respeito de toda a sua vida? Pois eu estou tendo ele agora. A verdade é que nunca pensei muito a respeito da minha vida ou as conseqüências de meus atos. Nunca fui muito de pensar, sempre fui de agir.

Mas agora revendo cada passo, cada atitude... Bem, eu não me arrependo de nada. Sou adepta da filosofia “Arrependa-se do que não fez, mas nunca se arrependa do que fez”.

[N/a: Espero que vocês não tenham achado que agora que Bella está mortinha ela iria repensar suas atitudes, arrepender-se de seus erros, pedir perdão, virar santa e ir para o céu. Não esperem isso dessa Bella ;) kkkkkkkk]

Não posso negar que minha vida me dá muito que pensar. Na verdade os últimos meses principalmente. Eu nunca havia me apaixonado e quando o faço eu simplesmente piro, não me reconheço mais.

Não posso negar. Ainda amo Edward. Mas esse amor me destruiu por dentro.

- Você realmente quer desistir da sua vida? – a voz do lindo anjinho em meus braços me chamou a atenção e só agora eu lembrei-me dela.

Fitei-a confusa.

- Eu estou morta agora, não há nada que eu possa fazer. – disse dando de ombros.

- Tem certeza? Não tem nada por que queira lutar? – perguntou-me tristemente.

- Tudo o que eu fiz em toda a minha vida foi lutar eu gostaria de somente uma vez poder descansar...

- E escolhe justamente o momento mais inapropriado para querer descansar... Justamente quando está morrendo. – cortou-me magoada.

Se fosse qualquer outro a me dizer tais palavras da maneira com que ela disse eu ficaria furiosa e mandaria a merda. Mas um estranho sentimento se apoderou do meu corpo, aquele pequeno anjinho em meus braços me transmitia amor e incrivelmente eu o amava também, mas um amor diferente. Eu tinha vontade de protegê-la, abraçá-la e confortá-la e não importava o que ela me falasse que suas palavras não feririam esse sentimento.

Esse amor era muito parecido com o amor que eu sentia por Sirius.

- Sinto muito, mas não existe nada que me faça querer lutar. – sussurrei desviando o olhar.

- Nem pelo amor que sente pelo meu pai? – suas palavras me deixaram confusa e eu a fitei sem entender.

Seus olhinhos verdes me olhavam determinados. O jeito com que olhava lembrava a mim mesma quando me olhava no espelho determinada a solucionar algum problema. Sua boca apertada deixando seus lábios finos exatamente como Edward fazia quando ficava indignado. Sua pele branquinha, seus cabelos ruivos, mas que mais pareciam cachos esculpidos em bronze. Meus olhos foram arregalando quando eu percebia as semelhanças.

Ela nada mais era que a mistura perfeita entre mim e Edward. Engoli em seco.

- Sinto muito, mas não vale à pena lutar por um amor que machuca tanto. – disse com um nó na garganta.

A pequenina me olhou como se eu fosse retardada.

- E desde quando amor machuca? O que machuca são os homens que tentam fugir dele. Será que vocês não entendem que não se pode fugir do verdadeiro amor? Uma vez encontrado ele te persegue e te aprisiona em paz e felicidade. Mas vocês fogem tanto dele que acabam se machucando com angustia e desespero, por medo do sentimento. – sua voz apesar de infantil soava muito madura, como uma criança super dotada, me fez me sentir a pessoa mais estúpida do mundo. – Agora me diga uma coisa.

Ela fez uma pausa ainda me olhando determinada e perguntou.

- Você diz que o amor te machucou, mas quando se sentiu em maior paz, quando estava junto de meu pai ou quando ficou separada dele?

Quando eu abri a boca para responder ela me cortou e continuou seu questionário.

- Quando sentiu mais dor, quando o viu te trair ou quando fugia dele diariamente? – a cada palavra eu me encolhia cada vez mais. – Quer mesmo ser essa garota amargurada por um coração partido? Quer ser alguém que possui uma história triste de amor? Prefere morrer a tentar ser feliz? Prefere morrer por orgulho? Prefere continuar com a alma infeliz a perdoar seu verdadeiro amor?

- Chega! – gritei soltando-a e tapando meus ouvidos.

- Sempre aparentou essa força tremenda, sempre conseguiu tudo o que queria menos a única coisa que realmente importa. Felicidade.

- Pare!

- Porque tem medo de ser feliz? Porque desiste?

http://www.youtube.com/watch?v=VDjHNWGBplo [Beyonce – Broken Hearted Girl]

Minhas lágrimas começaram a correr livremente pela minha face.

- Não! – gritei.

- Não o que?

- Não quero ser infeliz! Não quero ser mais uma garota de coração partido! Não quero ser essa mulher amargurada! Mas não quero amar Edward! Não quero lutar por ele! Por que eu não consigo perdoá-lo! Não consigo! – gritava em meio a soluços a olhando com desespero. – E mesmo o odiando meu peito parece explodir querendo-o por perto! Eu fico sufocada como se eu não pudesse respirar! Eu não quero mais sentir isso! Tira isso de mim!

Nessie me olhou de maneira amorosa.

- Você não quer mais viver porque pensa que ao morrer esse sentimento desaparecerá, então você luta com todo desespero contra esse amor que está tentando te puxar novamente. – ela suspirou. – Papai está desesperado, ele te chama, ele te pede perdão, ele te jura amor eterno... Mas você não o escuta. Escute-o, deixe que ele acalme seu coração.

De joelhos ao chão eu continuava a chorar desesperada. Até que um murmúrio ao longe se iniciou. Primeiramente não passava de palavras misturadas, mas então a voz ficou mais clara e meu peito doeu como nunca.

- Sei que te machuquei muito, mas você já me castigou o suficiente, eu aprendi, juro que aprendi a lição... Por favor, não faz isso comigo, abra os olhos, por favor... Eu prometo, prometo a você que nunca mais irei te magoar desse jeito, prometo que nunca mais irei te trair, mas abra os olhos pelo amor de tudo o que é mais sagrado!

Levei minha mão a boca tentando prender o grito de agonia.

- So che è udienza me [sei que está me ouvindo] – a voz de Edward soava fraca e rouca, mas eu sentia seu desespero como se fosse o meu próprio desespero. - Per tutto di più grazioso dei viviamo, in esso diamo una seconda possibilità loro, esso apriamo gli occhi soddisfiamo! [Por tudo de mais bonito que vivemos, nos dê uma segunda chance, abra os olhos por favor!]

O anjinho se aproximou de mim e limpou minhas lágrimas com suas mãozinhas delicadas e sussurrou com tanto amor que por alguns instantes eu me senti em paz.

- Não tenha medo. Sua luta não será em vão. Você conhece a força de uma promessa feita de coração? – neguei fungando e ela sorriu docemente. – Dizem que ela é capaz de fazer milagres, que ela dá forças, cura feridas e traz esperança.

Ela então enlaçou seus bracinhos em meu pescoço e me abraçou forte. Meus braços automaticamente retribuíram o carinho. Nessie deixou que eu chorasse em seu ombro em quanto sussurrava em meu ouvido.

- Você diz que não ha nada pelo que lutar, mas você sabe que há sim. Não minta para si mesma. Seja sincera com seu coração. Não quero que diga em voz alta, basta que você saiba. Mas se preferir continuar se enganando eu te dou um motivo para lutar pela sua vida. – então ela começou a chorar baixinho em quanto suplicava. – É um pedido meu, por favor, continue lutando. Quero que seja feliz. Lute por sua vida, lute por mim. Eu gostaria de nascer, eu gostaria muito de ser amada por você. Por favor, me ame.

- Não me deixe minha bruxinha, deixe-me amá-la! – a voz de Edward sussurrou ecoando por todo aquele lugar escuro.

Então eu me entreguei, parei de lutar contra aquela maré de luz que me puxava e deixei-me levar. Deixei que meu destino se concretizasse.

A escuridão a minha volta começou a mudar e eu pude ver uma cena de minha infância.

“- Ei chapeu vai demorar muito? Estou ficando com sono... – perguntei impaciente, os alunos que antes me olhavam curiosos agora riram da minha pergunta, o que foi? Falei algo errado? Por que justo comigo é que tinha que demorar mais? Os professores olhavam para mim com uma expressão curiosa, eles não eram os unicos... Cara já fazia quase 10 minutos que o chapeu não falava nada.

- Professor será que ele não dormiu? – peruntei para Dumbledore que riu assim como todos, suspirei e o chapeu finalmente se pronunciou.

- Alma mater, ex-voto ex corde alii, ex adverso, in articulo mortis, coendi in actu, vita – disse o chapéu em latim... Mas o que significa isso? Os alunos começaram com um burburinho e eu olhei para os professores que estavam espantados... Mas o que ele disse? – Você tem um coração puro garota... Grifinória! – continuou ele e o pessoal bateu palmas ainda meio sem entender.

Dumbledore retirou-o da minha cabeça, me virei para ele e perguntei.

- O que significa? – os professores ficaram mudos e então o chapéu se pronunciou.

- É um pressagio que existe há muito tempo e ele envolve você... Mãe criadora, por força de uma promessa de coração, outros do lado contrário, no momento próximo a morte, conceberá no ato, vida. – ele explicou e depois traduziu.

- Apesar de não ter entendido nada, obrigada pela explicação. – agradeci a ele sorrindo que sorriu em resposta e então fui me sentar à mesa de minha casa. Mas antes o chapéu gritou.

- Nunca se esqueça, In fini amor omnia vinciti – ok né. Sorri e me sentei.”

A dor que antes desaparecerá voltou como um soco e eu voltei a escutar o forte martelar do meu coração. Minha visão estava escura e só depois que percebi que meus olhos estavam fechados.

POV Edward

Puxei o ar com força quando senti os delicados dedos de Bella se mexendo junto aos meus. Afastei-me repentinamente para olhar em seu rosto. Seu coração voltou a bater e sua face serena transformou-se em uma expressão de dor. O alivio tomou conta do meu ser e eu voltei a abraçá-la me permitindo chorar.

Meu peito se enchia em tamanha felicidade e eu comecei a beijar todo o seu rosto. Palavras desconexas formavam-se em minha boca, mas nem mesmo eu as compreendia. Meu peito pareceu querer explodir em alegria.

Mas esse entusiasmo foi diminuindo conforme eu reparava que Bella ainda não tinha voltado a se mexer totalmente, nem sequer havia dito alguma palavra.

- Bella? – chamei preocupado, mas seus olhos não encontraram os meus.

Ela olhava confusa para tudo a sua volta. Sua mão apertou delicadamente a minha fazendo meu corpo relaxar com aquele gesto. Bella esforçou-se para levantar e eu a ajudei puxando-a pela cintura.

Percebi que seus machucados cicatrizavam de uma maneira extremamente rápida. E pouco a pouco arranhões desapareciam, roxos passavam a ser esverdeados, amarelados e então voltavam a cor normal da pele.

Delicadamente ela livrou-se de minhas mãos e andou lentamente até Sirius. Ele estava completamente abalado. Em seu rosto lágrimas ainda escorriam.

Minha bruxinha foi até ele que a abraçou forte.

- Você está bem mãe? – perguntou com a voz rouca e tremida.

Ela se afastou para assentir e então beijou sua testa.

Bella largou-se de Sirius e olhou a sua volta. Sua expressão ainda era séria. Um bruxo que acabara de chegar foi até ela.

Ele aparentava ter seus quarenta e poucos anos.

- Apague as memórias dos trouxas da esquerda. – ordenou.

Ow! Se eu conheço bem Bella ela não fará o que ele disse apenas pelo fato de ser uma ordem.

Dito e feito ela o fuzilou com o olhar.

- O que disse?! – perguntou de maneira ameaçadora.

Essa era a primeira vez que ela falava depois de ter voltado. Sua voz estava um tanto rouca, como se estivesse muito tempo sem beber água.

O bruxo deu um passo para trás com seu olhar ameaçador.

- Provavelmente o antigo ministro não lhe informou que eu não recebo ordens! Que não respeito ordens que eu não queira!

- Os tempos são outros agora. – argumentou o ministro aparentando medo pela voz superior de minha bruxinha.

- Sim são outros e você terá que enfrentá-los sem mim. – dito isso Bella deu as costas e começou a andar rumo a saída do colégio.

- O quer dizer?! – perguntou o bruxo com os olhos arregalados.

Ela apenas olhou sobre os ombros e respondeu.

- Eu me demito!

- Nenhum auror se demite!

- Eu acabo de fazê-lo. – respondeu dando de ombros.

- Você está dizendo que vai nos abandonar no momento que mais precisamos de você?!

Bella parou de andar e virou-se completamente para o bruxo. Seus olhos queimavam em ódio.

- Você ignorou todos fatos que apontavam que Voldemort tinha muito mais poder do que se podia imaginar! Você permitiu que ele crescesse com seus domínios! Você ignorou todos os apelos dos bruxos mais experientes como Dumbledore! Você admitiu que ele reunisse cada vez mais seguidores! Você simplesmente fechou os olhos para todas as mortes que vinham acontecendo! Simplesmente fingiu que nada acontecia até que não conseguiu mais esconder os verdadeiros fatos! E só agora vem pedir ajuda?! – cuspia com raiva cada palavra.

O ministro engoliu em seco e falou hesitante.

- Você está um pouco estressada, pense melhor na sua decisão...

- Estressada?! Eu?! Porque será né?! – disse ironicamente. – Não seria porque um idiota resolveu me dar férias justamente quando os primeiros indícios de Voldemort apareciam e eu era completamente capaz de pará-lo antes que qualquer morte pudesse acontecer! Não pode ser pela morte dos meus melhores amigos, seus filhos e seu neto que nem completara um ano de vida! Nem seria por cauda de dementadores quase terem matado meu filho! Muito menos por causa de um garoto incompetente que assumiu o ministério e que com suas atitudes, ou falta delas, permitiu que chegássemos a um ponto em que tanto o mundo dos bruxos quanto o mundo dos trouxas está prestes a ser destruído! – gritou por fim.

Bella soltou um bufo sarcástico e disse com um sorriso duro.

- É! Eu devo ter o direito de estar um pouco estressada, não? – ao ver a feição assustada do bruxo Bella deu de ombros dizendo. – Não se preocupe, eu continuarei lutando. Mas agora eu luto sozinha.

Minha bruxinha deu as costas e a passos duros saiu do pátio se direcionando a saída.

O ministro bufou e ordenou que outros bruxos apagassem as memórias. Antes de cumprirem a ordem eles olharam feio para o bruxo. Provavelmente acabaram de descobrir a verdade pelas palavras de Bella.

POV Bella

Eu estava muito puta da cara. Tanta dor poderia ter sido evitada se o idiota tivesse comunicado à ameaça que era Tom.

Confesso que não era só por isso que estava com raiva. A verdade é que eu estava com raiva de mim. Meu corpo tremia e minha garganta parecia ter um nó.

- Bella?

- Eu não estou em condições de conversar agora Edward. – murmurei entre dentes.

Eu realmente não estava em condições. Se eu conversasse com ele agora era capaz de eu falar coisas que eu não gostaria de falar. Mas como sempre Edward ignora esses momentos. O vampiro apareceu em minha frente me obrigando a parar. Olhando-me nos olhos ele disse de maneira séria.

- Nós precisamos conversar.

Supliquei com o olhar, mas ele parecia não entender.

- Por favor, agora não é uma boa hora.

- Agora é à hora sim Bella! Vamos resolver essa situação de uma vez, eu não agüento mais isso! Quero que as coisas fiquem claras entre nós. – pediu suplicante.

Era a primeira vez em meses que seus olhos não mostravam “volte para mim”.

Suspirei e olhei em seus olhos para que ele falasse o que tinha que dizer. Minha paciência foi se esgotando quando nenhuma palavra saía de seus lábios. Bufei me virei e fui embora.

- Espere! – pediu ele puxando meu braço e me virando para ele, meu corpo se chocou com seu corpo frio. – Espere. – murmurou perto do meu rosto.

Meu coração deu um salto com a repentina aproximação. Seus olhos penetravam a minha alma. E logo sua mão afrouxou em meu braço.

Minha respiração acelerou e eu me afastei antes que eu fizesse alguma besteira. A raiva que havia amenizado voltou com todas as suas forças.

- Você não sabe o que dizer, pois sabe que não existe palavras que façam com que a dor que você me causou diminuam! – praticamente cuspi em sua cara.

Meus olhos arderam, mas me controlei para não chorar. Apertei minhas mãos em punho e senti a rosa me furar com seus espinhos.

- Você me traiu da maneira mais mesquinha que alguém poderia trair! Ficou em negação por 6 meses! – joguei a rosa em seu peito com raiva, eu já não conseguia segurar as lágrimas. – E a cada vez que negava o que havia feito parecia que uma faca atingia meu coração! E então quando finalmente você assume simplesmente foge! Vai embora sem ter coragem de me olhar na cara! – gritei.

Sua expressão antes assustada com minhas palavras se tornou sombria e em um ato inesperado ele rosnou expondo seus dentes e segurou meus braços com suas mãos me jogando sem delicadeza no muro.

- Chega! – rosnou.

Suas mãos machucavam meus braços, mas ele parecia não perceber. Meus pés estavam fora do chão e eu realmente estava assustada com sua feição demoníaca. Mas meu orgulho não deixava eu confessar esse fato.

- Eu não sou um cachorrinho que você chuta e depois volta para você abanando o rabo! – rugiu tirando meu corpo do muro por alguns segundos para depois batê-lo com força como se estivesse me sacudindo, suas presas muito próximas do meu rosto. – Eu sou um vampiro droga! Trate-me com mais respeito, se não por mim, mas pelo o que eu sou!

Minhas lágrimas que antes escorriam pelo ódio, agora escorriam por medo e dor.

- Porque me traiu? – minha voz não passou de um sussurro entre meu choro.

Sua expressão furiosa suavizou e então seu rosto transformou-se em dor. Porém sua voz foi firme quando me disse.

- Não vou mais negar o que eu fiz. Você está certa, nada do que eu disser vai fazer com que a dor que sente diminua. Sim eu te traí. Mas não foi por que você não era suficiente e nem nada do que essa sua cabecinha insana imaginou. – suas palavras machucaram mais do que eu poderia imaginar.

- Por quê? – chorei.

- Por que eu fui imaturo. Nós dois fomos. Eu nunca havia amado alguém, nunca havia me apaixonado. Não acreditava que em algum dia eu poderia sentir o que eu sentia por você e não imaginava que poderia doer tanto te perder. E nem tinha noção do quanto que eu lhe machucaria. Eu agi como um adolescente que recém descobre sua sexualidade e não resiste ao charme de uma mulher. Eu poderia ter resistido! Poderia! Mas não o fiz, por que eu era um completo inconseqüente.

Eu já não conseguia enxergá-lo direito de tanto que eu chorava, mas pude notar que em nenhum momento ele desviou seus olhos dos meus.

- Eu mudei Bella. – sussurrou me colocando no chão e suavizando seu aperto em meus braços. – Você me castigou da maneira mais dolorosa que eu poderia ser castigado.

Edward soltou um de meus braços e com sua mão limpou minhas lágrimas. Ele sorriu fraco.

- Você é uma verdadeira bruxa quando quer. – funguei limpando meus olhos e o fitei percebendo que toda a minha mágoa por ele havia sumido do meu peito e agora olhá-lo nos olhos não doía tanto. – Me perdoe.

- Eu não vou conseguir esquecer o que você fez. – murmurei.

O vampiro negou com os olhos fechados e ao abri-los pediu com a maior sinceridade com que podia falar.

- Não quero que esqueça.

- Não? – perguntei confusa.

Ele sorriu levemente em quanto desmanchava a pequena ruga que se formará entre minhas sobrancelhas.

- Não. Perdoar não significa esquecer. Não se pode simplesmente apagar de sua memória 6 meses de sua vida. – disse calmamente.

- Eu posso. – disse com um sorriso debochado.

Edward revirou os olhos.

- Desculpa aí se eu não sou uma bruxinha temperamental, sarcástica e fodona. – disse ele entediado.

Foi impossível não rir. Ele sorriu em quanto me observava. Senti minhas bochechas corando.

- Perdoar é quando em seu coração não existe mais mágoa, sem acusações, sem dor. É algo que não podemos controlar, apenas sentir. – disse sem mais sorrir e então desviou o olhar. – Então quando essa mágoa sair do seu peito, por favor, me avise.

Edward deixou que suas mãos que antes estavam encostadas em mim caíssem inertes ao lado de seu corpo e ele começou a se virar para ir embora. Antes que ele fosse o segurei pela mão.

Minha pele arrepiou-se com a eletricidade que passava pelo meu corpo sempre que eu o tocava. Olhei para nossas mãos e então ergui meu olhar para ele. Sua expressão assustada não conseguia esconder a esperança de seus olhos.

Apertei sua mão em quanto o olhava intensamente.

- A cada vez que eu olhava para você meu coração doía. – minha voz estava extremamente rouca depois de tanto choro. – Mas agora ele voltou a se aquecer, exatamente do mesmo jeito que se aquecia quando eu te conheci.

Sua boca abriu-se levemente em quanto eu me aproximava. Segurei sua outra mão e enlacei nossos dedos. Suspirei me encostando ao seu corpo. Ergui minha cabeça para olhá-lo nos olhos.

- Eu perdôo você, mas me perdoe também por ter sido tão infantil. Essa conversa deveria ter acontecido há muito tempo. Poderíamos ter evitado tanta dor.

- Poderíamos, mas somos orgulhosos de mais para dispensar qualquer coisa que nos pertence, até mesmo a dor. – os olhos de Edward brilhavam em felicidade e eu tenho certeza que os meus estavam iguais.

O vampiro aproximou seu rosto do meu em quanto sorria ainda com suas presas expostas.

- É, nós somos. – concordei em um sussurro sem conseguir deixar de sorrir em quanto meus olhos se fechavam e Edward rompia a distância entre nossos lábios.

Nossas bocas se chocaram em milhares de selinhos e sorrisos, estávamos tão felizes que não conseguíamos nos beijar de maneira intensa. Começamos a rir um entre os lábios do outro em quanto minhas mãos enlaçavam a cintura de Edward e ele fazia o mesmo com a minha.

Soltei um gritinho de susto quando ele me segurou pela cintura e me levantou. Seu sorriso estava largo em quanto ele abraçava meus quadris.

- A propósito, você está muito sexy com essa roupa. – eu gargalhei com a sua cara de safado e então dei um leve peteleco em seu nariz ao corrigi-lo.

- Querido, eu não estou sexy com essa roupa. Eu sou sexy com qualquer roupa. – pisquei de um olho só em quanto ele gargalhava.

- Nunca abaixa esse nariz. – riu Edward.

Abaixei meu tronco e lhe roubei um beijo.

- Nunca. – murmurei contra a sua boca e então voltei a ficar ereta.

Ele riu mais uma vez e beijou minha barriga e com esse ato eu fiquei rígida.

Edward me colocou no chão e me olhou sorrindo, antes que eu perdesse a coragem eu disse praticamente sem respirar.

- Sono incinto. [Estou grávida.]

Com minhas palavras ele ficou estático, seu sorriso desmoronou. Mordi meus lábios esperando a sua reação, mas ele nem se quer se mexeu. Ok, ele já estava parado há muito tempo.

- Edward? – chamei, mas nem piscar ele piscou. – Droga! Mal descubro que estou grávida e já deixarei minha filha sem pai! – bufei estralando os dedos na frente de Edward que não se mexia.

Cruzei os braços no peito e disse indignada.

- Se não quer assumir é só falar! Não precisa se fazer de estátua! – minhas palavras fizeram com que ele acordasse e me olhasse como se eu fosse retardada.

- Está louca?! – sorri aliviada por ele ter se mexido finalmente.

O sorriso de Edward brilhou juntamente com seus olhos em quanto ele se ajoelhava em minha frente e beijava minha barriga que só agora reparando bem já possuía um certo arredondamento.

- Quando eu era criança um chapéu pediu que eu nunca me esquecesse de uma coisa e agora eu entendo. – murmurei.

- O que ele disse? – perguntou Edward se levantando e me olhando nos olhos.

- Ele disse In fini amor omnia vinciti. – Edward sorriu e disse.

- No fim o amor vence tudo.

- Sabe latim? – perguntei surpresa.

Ele sorriu prepotente e sussurrou em minha orelha.

- Eu sei de muitas coisas que você nem tem idéia. – foi impossível não rir de suas palavras.

Mas logo meu riso foi parado quando os lábios de meu vampiro se chocaram contras os meus. E agora sim nós nos beijávamos intensamente. Finalmente matando a saudades e falando “Até nunca mais” para o sofrimento que passamos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Bem, esse foi o último capítulo desta temporada. Semana que vem trago o epílogo e a segunda temporada trago não sei quando, pois eu ainda não comecei a escrever... Pretendo terminar uma das fics que estão em andamento antes disso. Por tanto vai demorar. Mas espero de coração que continuem me acompanhando :D

Segunda que vem eu posto o epílogo ;)