Nada é por Acaso escrita por Paola_B_B


Capítulo 35
Capítulo XXXIII - Tarde de mais para um perdão?


Notas iniciais do capítulo

Antes de qualquer coisa, agradeço de coração a todos aqueles que me avisaram do plágio desta fic. Obrigada mesmo, não colocarei nomes porque foram muitos os fieis leitores e até mesmo não leitores que viram a sinopse igual e vieram me alertar. O plágio foi deletado em pouco mais de 1 hora após a primeira denuncia. Então obrigada a todos que denunciaram.

Agora vamos ao capítulo. Ele está maior que os que vocês estão acostumados a ler.

Esqueçam HP, o que acontecer de bruxaria e descobertas saiu inteiramente de minha cabeça. Lembrando que eu não li os livros HP, só assisti os filmes ;)

Não sei se já falei por aqui que eu começo a escrever minhas fics pelo final... Bem... É nesse capítulo que acontece o que aconteceu no prólogo xD Espero que gostem.

Ah! É melhor deixar uma caixa de lencinhos ao lado - fikadik ;)



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Capítulo XXXIII – Tarde de mais para um perdão?

POV Bella

O que diabos Edward está fazendo?! Deus do céu! Acho que meu coração vai sair pela minha boca!

Senti que muitos olhares se voltaram para mim, mas não retribui a encarada já que eu não conseguia parar de fitar Edward. Ele possuía um olhar determinado e no fundo de seus orbes de ouro derretido eu via toda a culpa que ele sentia. E ao perceber esse sentimento meu peito pesou com a minha respiração. Meus olhos se encheram de lágrimas com a percepção. Finalmente ele estava confessando o que fez e ainda me pedia perdão.

Meus braços automaticamente apertaram meu peito. O fato de ele admitir e arrepender-se não diminuía a dor pelo seu ato há três meses e meio atrás.

O som do teclado iniciou a música e não demorou para que Edward mostrasse sua linda voz.

Sempre que ele cantava, fazia isso com todo seu sentimento. Sempre vi isso em seus olhos e expressão. Mas hoje era diferente, era mais forte, pois todas as suas palavras, tudo o que elas representavam vinham diretamente a mim através de seus olhos. Uma eletricidade invisível que partia dele e me atingia em cheio e então não existia nada nem ninguém a minha volta, apenas eu, Edward e as lembranças de tantos momentos que passamos juntos que mesmo sendo um período curto foi intenso como nunca imaginei poder ser.

http://www.youtube.com/watch?v=dUpSREIjapY [Hoobastank – The Reason] [vejam o video, está legendado ;)]

O som terminou, porém eu continuava presa aos seus olhos. Minhas lágrimas caiam sem para e minha mão tapava minha boca para segurar os soluços. Edward me olhava com um misto de expectativa e tortura.

Ele abriu a boca para falar algo, mas a fechou em seguida.

As pessoas a nossa volta aplaudiam alucinadas e acompanhavam esperançosas a nossa troca de olhares.

Edward novamente quis dizer algo, mas perdeu a coragem. Minha mão saiu de minha boca e eu de maneira rude limpei com a manga da camiseta minhas lágrimas e então sibilei ao vampiro em cima do palco.

- Voi è un idiot! [Você é um idiota!] – dei um passo para trás e olhei para os lados em busca do melhor lugar para eu me dirigir até o meu idiota.

Por que sim, Edward era um perfeito idiota. Idiota por me fazer apaixonar por ele, idiota por me amar, idiota por me trair e mais idiota ainda por demorar tanto tempo para me pedir perdão!

POV Edward

Bella fez negativo com a cabeça e então começou a correr para a minha esquerda. Senti meu mundo desmoronar e desci do palco completamente sem chão.

Senti-me inerte ao mundo. Não adiantou! Bella não me quer mais!

- Edward?! Que cara é essa? Deu certo! Eu tenho certeza! – pulou minha irmã em minha frente com um sorriso enorme.

Suspirei e sentei nas escadas que ficavam atrás do palco.

- Tenha fé cara!

- Deu certo!

- Eu não vi uma garota que não estivesse chorando!

Diziam os integrantes da banda dando tapinhas camaradas em minhas costas em quanto desciam do palco e paravam em uma meia lua a minha frente.

- Obrigado pela ajuda de vocês... – minha voz saiu mais esganiçada do que eu imaginava. – Mas não deu certo. – sussurrei com a bola em minha garganta ficando ainda maior.

- Lógico que deu! – disse Alice batendo o pé no chão.

- Ela me chamou de idiota Alice! – grunhi.

Minha irmã revirou os olhos.

- Ela não disse nenhuma mentira... – sua voz então se tornou suave. - Isso não quer dizer que ela não vá te perdoar Edward.

Mas no fundo eu sabia que não era verdade.

- Eu tenho certeza que agora ela deve estar correndo para cá! – disse minha irmã com um sorriso aberto, mas nem isso me animou.

Apoiei minha cabeça em minhas mãos e meus cotovelos em minhas coxas em quanto aguardava um milagre acontecer.

2 minutos...

5 minutos...

7 minutos...

Os sorrisos inabaláveis de minha irmã e de meus colegas de banda começaram a diminuir. Seus olhares se tornaram tensos.

15 minutos...

20 minutos...

Minha expressão não mudou, mas daqueles em minha frente sentados na grama mudou e mudou muito. Agora transmitiam compaixão.

30 minutos...

Se ela estivesse vindo para cá ela já estaria aqui... Suspirei resignado e me levantei.

- Vai atrás dela? – perguntou Alice se levantando em um salto.

Neguei com a cabeça e então murmurei.

- Já está na hora de eu cumprir minhas promessas... – então sorri amargo. – Afinal ela ganhou a aposta não é?

Andei em direção aos portões do fundo, minha irmã me olhava de olhos esbugalhados.

“Não vá embora!” – gritou por pensamento e então seu corpo miúdo se chocou contra minhas costas em quanto ela me abraçava me impedindo de andar.

Alice chorava com seu rosto miúdo enterrado em minha espinha.

“Por favor, não me deixe! Você é minha única família!”

- Não seja ingrata Lice... Você ainda tem uma família. – murmurei.

Ela começou a chorar ainda mais e apertou seus braços ao meu redor. Fechei meus olhos com dor e então segurei seus pulsos com firmeza os afastando do meu redor.

- Não quer dizer que não nos vejamos mais... Prometo te visitar. – sussurrei a puxando para abraçá-la.

Alice nada disse ou pensou, apenas chorou, me largou e então correu na direção do colégio e eu corri em direção... Bem, em nenhuma direção certa. Apenas corri o mais rápido que conseguia, como se o vento que batia em meu rosto e secava minhas lágrimas fosse da mesma forma secara a minha dor.

POV Bella

Corri empurrando as pessoas da minha frente. Que merda! Por que todos ficam em minha frente? Será que não percebem que estou prestes a ter um colapso se não chegar até meu vampiro?

Sei que é arriscado, ainda mais nas circunstâncias de hoje. E sou completamente egoísta por estar agindo assim, mas eu não vou agüentar se quer tentar pela minha vida se eu não falar com Edward, não abraçar Edward e não beijar Edward... Nem que fosse pela última vez.

Olhei o grande paredão a minha esquerda e bufei irritada. De quem foi a idéia retardada de fazer um paredão como se fosse um muro ao lado do palco? Graças ao idiota da “brilhante” idéia eu tenho que ir até o fim do muro, entrar no corredor e dar a volta no prédio para chegar até Edward.

Bem, nada que 5 minutinhos de corrida não resolvam.

Senti minha respiração pesar e minha visão embaçar. Não! Isso não é hora para passar mal! Oh Deus por que o senhor está sendo tão cruel comigo? A por favor! Deus não tem nada a ver com isso!

Meus pensamentos começaram a ficar embrulhados, confusos e minhas pernas ficaram moles. A última coisa que vi antes de apagar foi Sirius me segurando antes de eu acertar minha testa no chão de concreto.

[...]

Um burburinho ecoava em minha cabeça e eu gemi com dor. Abri meus olhos lentamente e logo percebi um monte de cabeças sobre mim. Apertei meus olhos tentando identificá-las.

- Hey pessoal, dêem espaço para ela respirar. – essa era a voz de Caio?

- Como se sente Bella? – perguntou Carlisle lançando uma luzinha em meus olhos.

Ainda tonta sentei-me. Percebi muitos olhares sobre mim. Todos meus amigos estavam a minha volta, tanto humanos quanto vampiros e para completar Sirius. Eles possuíam expressões preocupadas.

- Avisarei os professores que você está bem. – disse meu filho após um suspiro e correu para longe.

Busquei em minha mente o que tinha acontecido, mas eu ainda estava confusa com tudo.

- Você ficou desacordada por muito tempo, é melhor te levar ao hospital para fazer alguns exames. – disse Carlisle ajoelhado em minha frente com feição preocupada.

Fiz negativo com a cabeça rapidamente e ao ver meu pânico em meus olhos o vampiro suspirou resignado.

- Tudo bem, só fique calma. – murmurou e lançou um olhara para Jasper que sentou-se ao meu lado e passou um braço em torno dos meus ombros como um gesto camarada, mas o que ele realmente fez foi praticamente me dopar.

Respirei fundo deixando que o poder de Jasper e acalma-se e quando isso aconteceu as imagens vieram em minha cabeça. A música, o pedido de perdão, meu coração galopando em meu peito, a corrida e então finalmente o desmaio.

Puxei o ar com força e então a palavras praticamente voaram de minha boca.

- Onde está Edward?!

Procurei entre todos os rostos o rosto do meu vampiro, mas eu não encontrava. Só achava expressões de compaixão. Até que um dos garotos da banda disse.

- Ele simplesmente foi embora... Disse que afinal você tinha ganhado a aposta. – meus olhos arregalaram.

- Se eu provar que não sou o canalha que você imagina... Dará uma chance para eu te conquistar novamente, sem magoas, um recomeço. – ele analisou meu rosto e eu estreitei meus olhos e o canto de minha boca se ergueu em um sorriso involuntário e então eu continuei.

- Mas... Se caso eu provar que você é um verdadeiro canalha... O que não será difícil. – ele sorriu com a minha presunção. – Você assumirá todos os seus erros e seguirá sua vida e eu seguirei a minha. – disse a ultima parte em tom serio olhando diretamente em seus olhos.

Ele enrijeceu, mas assentiu.

- Está bem. – disse ele seriamente e eu estendi minha mão.

Senti meus olhos enchendo de lágrimas e grunhi sarcasticamente.

- Ótimo momento para começar a cumprir promessas! – procurei com meu olhar Alice e logo a encontrei encolhida ao lado de Esme que possuía um olhar triste. – Alice?

Pedi em silêncio que ela me falasse para onde tinha ido seu irmão e eu vi em seu olhar que ela não sabia. A baixinha se aproximou e entregou com suas mãos trêmulas um envelope.

- Ele deixou para você. – sussurrou e então se sentou ao meu lado.

Com as mãos tremulas e sentindo meu coração doer cada vez mais eu abri o envelope e retirei a carta. Logo de cara percebi que estava amassada, como se tivesse sido lida várias e várias vezes antes de qualquer decisão. A letra elegante de Edward não estava tão bonita como eu já vi tantas vezes, mas sim trêmula. Alguns pontos na carta estavam borrados como se gotas de chuva tivessem caído... Mas então a imagem dele escrevendo veio em minha cabeça e as manchas não eram gotas de chuva e sim gotas de lágrimas.

Bella

Não sei por onde começar, talvez pelo meu erro, talvez pelo meu acerto, Io Non so [eu não sei]

Dês daquele dia, naquela festa, quando meus olhos cruzaram com os seus eu não deixei de pensar em você em um só momento, para todo lugar que eu olho vejo você, vejo seu jeito, seu sorriso, escuto sua voz, sinto seu cheiro.

Todos os dias que passei contigo foram os mais felizes de toda minha existência, todas as manhãs, todas as tardes e todas as noites conversando, falando besteiras.

Sinto sua falta.

Não me atrevo mais a pedir-lhe que volte para mim, sei que tens todos os motivos do mundo para me querer longe e finalmente engoli meu orgulho e assumo que errei.

Como posso ter feito justamente a única coisa que você não perdoaria? Como posso ter deixado que outra que não fosse você tomasse meus lábios? Outra que nunca terá o mesmo toque que o seu, que nunca terá o mesmo gosto que o seu, que nunca terá a mesma luz que você emite... Que nunca terá o meu coração congelado, pois ele ficou com o calor do seu corpo.

Não me arrependo de nenhum momento que vivi ao seu lado, nenhuma conversa nenhum carinho, nenhum beijo.

Arrependo-me de ter te magoado, te machucado tanto como machuquei.

Nada justifica meu erro, nada justifica minha traição, foi um impulso um fantasma do passado me atormentando e me levando a ceder a algo que eu não precisava, pois eu já tinha tudo, li ho avuti. [eu tinha você.]

Hoje eu sairei da cidade, eu não vou mais te incomodar, não irei mais fazer você chorar. Ficarei longe o suficiente para que não sinta minha presença.

A única coisa que quero que saiba é que eu ainda te amo e ainda te amarei, sabes que nunca me esquecerei de ti, e te peço com toda a minha sinceridade que me perdoe, mesmo não sabendo se irá conseguir, tente.

Lo perdona. [Desculpe-me]

Meu ultimo pedido é esse, sei que é pedir demais, sei disso, e esse pensamento me dói na alma, mas a esperança de um dia te ter novamente em meus braços me faz continuar “vivo”.

Você sempre estará guardada em minhas lembranças e no espaço oco em meu peito, nunca te esquecerei e sabes disso melhor do que ninguém.

Nada do que disse a ti era mentira, todas as juras de amor são verdadeiras e sinceras, depois do que fiz é difícil confiar, mas, por favor, tente.

Ti amo ed io li ha atterrati su acqua per la parte restante del eternity

[Te amo e te amarei pelo resto da eternidade]

Prende la cura di bene del mio cuore

[Cuide bem do meu coração]

Edward Cullen.

http://www.youtube.com/watch?v=8qMzg2iOm74&feature=related [Cássia Eller – Nada vai mudar isso]

Meu peito se encheu em desespero, acredito que nem Jazz conseguia controlar. E então eu chorei. Chorei como nunca antes fiz na frente de meus amigos. As lágrimas pingavam grossas de meu rosto e molhavam o chão. Tapei meu rosto com minhas mãos sem saber o que fazer.

Senti a folha de papel sendo puxada de minha mão, mas não liguei.

POV Edward

Corri com toda a velocidade que eu conseguia, mas aos poucos eu fui diminuindo percebendo que não importava a velocidade que eu corria, a dor só aumentava e aumentava e aumentava...

Um trovão ecoou no céu, e pingos molhavam o chão, porém não era água que caia. Apoiei minhas mãos em meus joelhos e abaixei minha cabeça soltando um rosnado de dor.

Por que dói tanto?! Eu não quero mais sentir isso! Por favor faça a dor passar!

POV Bella

Braços gélidos me puxaram em um abraço de urso e me surpreendi por ser Emmett a fazê-lo.

- Não chore assim Bellinha. – murmurou ele em meu ouvido em quanto me embrulhava em seu gigantesco corpo.

- Ele é um idiota! – ouvi Rose xingando. – Para onde ele foi Alice, eu mesma vou buscar aquele grande imbecil!

- Não sei Rose, na verdade acho que nem ele sabe para onde está indo. – murmurou a fadinha tristemente.

Essa era a minha sina! Eu merecia essa dor que estou sentindo agora! Apesar disso eu sentia no fundo do meu peito um certo alívio. Edward está longe agora, então ele está a salvo.

Apeguei-me com unhas e dentes a esse sentimento, por menor que ele fosse perto de minha dor eu tinha que me segurar nele. Para conseguir cumprir o que eu teria que cumprir hoje. Salvar os que estavam aqui.

E esse sentimento que eu nunca imaginaria ter foi o que me fez parar de chorar e me acalmar.

Funguei erguendo meu rosto. Percebi a minha volta que todos conversavam entre si em tom baixo, mas não olhavam para mim.

- Melhor? – perguntou Emm sussurrando.

Neguei com a cabeça e me levantei de seu colo.

- Vai atrás dele? – perguntou em tom normal.

- Ele está mais seguro longe daqui. – disse e só agora percebi o quanto minha voz estava rouca.

Emmett franziu a testa sem entender minhas palavras, então Alice gritou um.

- OMG!

- O que foi Alice? – logo todos estavam em cima dela para saber o que tinha acontecido.

Ela estava com seu olhar sem foco e ofegava sendo amparada por Jasper.

- Desculpe Lice, fui eu que interferi em suas visões. – disse sentindo um arrepio em meus braços.

- E por que fez isso Bella? – perguntou-me assustado Jasper.

- Lice não é a única com uma bola de cristal. – murmurei.

Meus amigos humanos nos olhavam sem entender. Não importa a verdade viria a tono em alguns minutos. Antes que eu responde-se a pergunta de Jasper decentemente, Alice respondeu.

- Por que ela não queria que eu a visse morta.

Os Cullens me olharam horrorizados em quanto os humanos ficaram completamente confusos.

- Do que diabos vocês estão falando? – perguntou Caio irritado.

- Não me olhem desse jeito... Não é como se eu fosse me matar. – murmurei para os vampiros ignorando a pergunta de meu amigo.

Eles ainda me olhavam como se eu fosse a pior criatura de todas e eu não duvidava que eu fosse.

- Não se pode lutar contra esse tipo de coisas... Todos um dia vão morrer... Eu bloqueei as visões de Alice, porque eu... Eu não queria que Edward estivesse aqui... – eu falava tudo rapidamente entre gaguejos, lágrimas se acumulando em meus olhos e minhas mãos gesticulando sem parar, eu não tinha mais tempo eu precisava ser rápida, pois eu sentia a aproximação. – Naquela vez quando o James me atacou eu iria me defender sem nenhum problema e eu quase matei Edward por que ele se jogou em minha frente... Eu não podia permitir que ele fizesse isso novamente, por que dessa vez ele não ia conseguir escapar... Mesmo depois de tudo eu ainda o amo, eu... Eu não queria que ele tivesse aqui.

- Então por que foi atrás dele? – perguntou-me Alice com a voz trêmula.

Fechei meus olhos com força e então os abri engolindo em seco.

- Por egoísmo... Você não tem noção do que eu to sentindo por dentro Lice... Não tem... Eu só queria que a dor passasse e não pensei em nada antes de sair correndo... Então veio o desmaio e eu percebi que ele foi um aviso... Não posso fugir do que está chegando. Não posso! E eu vou ter que enfrentar isso sozinha, exatamente como sempre fui.

Os humanos não entendiam absolutamente nada e os vampiros não sabiam o que fazer. O arrepio que antes senti se intensificou e então ficou muito frio de uma hora para a outra.

- Por que todos ficaram tão infelizes de repente? – perguntou Jasper para si mesmo.

Mas que merda! Eu não sabia que dementadores se envolveriam nessa luta! Meus extintos de luta afloraram e minha mão rapidamente pegou minha varinha que estava presa em minha calça.

Rodei-a entre meus dedos em quanto dava passos para trás e olhava para o céu. Não demorou para que eu visse ao longe uma mancha negra.

- Rose? – chamei em tom baixo de voz.

- O que? – perguntou no mesmo tom que eu.

- Lembra que te falei sobre os dementadores?

- Aham.

- E você ficou curiosa para saber como eles eram?

- Aham.

- Bem... – voltei meu olhar para ela que baixou o olhar do céu para me fitar também. – Saberá isso hoje. – sorri sem nenhuma alegria.

A vampira arregalou os olhos para mim.

Dei passos para trás rapidamente me afastando deles. Olhando ao céu eu via 7 dementadores. Três deles viam em minha direção em quanto os outros dois iam para um lugar um pouco mais afastado de mim. Virei-me rapidamente para saber quem eles atacariam e gritei quando vi Sirius conversando com os professores.

- SIRIUS! – tentei avisá-lo, mas em segundos os dementadores chegaram o agarrando pelo pescoço e derrubando-o no chão.

A última coisa que vi antes de virar foram eles sugando meu filho.

Assim que olhei para frente um dementador tentou me agarrar, abaixei-me sem dar chance a ele que passou por cima de mim. Levantei com agilidade, mas não percebi os outros dois voando em círculos sobre a minha cabeça e me atacarem. Senti como se minha alma estivesse sendo sugada juntamente com as minhas forças. Mas por favor, né? Eles achavam o que? Que eu era uma mera bruxinha que nunca fora atacada por dementadores e ficaria tão apavorada que não me defenderia? Bom, eles estavam completamente enganados.

Rodei minha varinha sobre minha cabeça gritando o feitiço para espantá-los.

- Expecto Patronum!

Uma forte luz se intensificou na ponta de minha varinha afastando os dementadores e então uma Fênix prateada se formou a partir dessa luz e eu a comandei para que acertasse os dementadores em minha volta.

Quando um bruxo normal conjurava este feitiço o dementador apenas se afastava, mas como eu estou bem longe de ser uma bruxa normal...

A Fênix fazia com que aquelas horríveis criaturas se desfizessem em pó. Assim que terminei com os que me atacavam eu mirei minha varinha para os dementadores que atacavam Sirius.

Uma explosão de luz formou-se em cima dele em quanto eu rugia irritada.

- Fiquem longe de meu filho!

Assim que a luz sumiu corri até o bruxo e ajudei-o a levantar. Seus olhos estavam arregalados.

- O que... O... – gaguejou assustado em quanto tremia.

- E aí, como foi seu primeiro beijo com um dementador? – perguntei sorrindo e ele me olhou irritado.

Desfiz meu sorriso.

- Péssima piada... Desculpe. – murmurei em uma careta e então estiquei minha mão em direção a um carrinho de doces que estava ali perto.

Chamei um doce com minha mão e ele flutuou rapidamente até nós. Entreguei a Sirius e mandei-o comer sem perguntar.

Quando ele terminou de comer olhei a minha volta.

Confesso que foi um tanto hilário. Acho até que a quantidade de bocas abertas ao mesmo tempo bateria algum Recorde.

Ainda sentindo que esse não seria o único ataque, larguei Sirius que já estava melhor e andei rapidamente até os meus amigos. Os vampiros possuíam olhares sérios eu via a cede pela batalha em seus olhos.

- Não quero que se metam nisso. – pedi de forma suplicante.

- Não pode pedir isso Bellinha. – disse Emm sorrindo em quanto estralava os dedos.

- Não é algo com que possa lutar... Não são quaisquer bruxos que estão a caminho... Não é uma luta para quem não tem experiência. – expliquei.

Os Cullens iriam contestar, mas Rose disse seriamente.

- Ela está certa. Ninguém vai participar disso. Família em primeiro lugar. – ela então sorriu para mim em quanto girava sua velha varinha entre seus dedos.

Retribui o seu sorriso e assenti para seu olhar silencioso que dizia “Não se preocupe conosco, eu protegerei minha família”.

Respirei fundo e então voltei meu olhar para meus amigos que ainda tinha a boca aberta. Olhando principalmente para Caio eu comecei a dizer.

- Desculpem por omitir quem e o que eu realmente sou. É contra as leis de meu mundo. Mas minha vida não é algo que eu deva me orgulhar. Eu já fui torturada, já fui perseguida e ainda sou. Tenho inimigos em cada canto do mundo. Criaturas que querem me matar e então vender... Minha cabeça vale mais do que vocês podem imaginar. – sorri erguendo apenas um canto de meus lábios.

Meus olhos se tornando ainda mais maliciosos e perigosos em quanto eu falava. Minha feição mudando da metida estudante para a bruxa poderosa.

- Mas também já torturei, já matei e não me arrependo de nada do que já fiz. Eu sou o que sou e nada pode me mudar. Talvez isso me torne tão monstro quanto aqueles contra quem eu luto. Não estou do lado do bem, muito menos do lado do mal... Eu apenas luto por aquilo que acredito ser justo... Mas até alguém como eu precisa de férias não é? – perguntei retoricamente erguendo apenas uma sobrancelha. – Então eu me disfarcei como estudante... Nesse ano inteiro eu os conheci, garotos que se tornaram inesquecíveis em minha memória. Nada do que eu já disse a vocês foi inventado, talvez se vocês analisarem minhas palavras encontrem um novo sentido... Muito obrigada por todos os momentos.

Respirei fundo e então finalmente disse.

- Quando os Cullens me chamavam de bruxinha eles não estavam apenas brincando. Eu realmente sou uma bruxa. Uma bruxa que possui o poder proporcional a sua arrogância. E eu realmente fiz 273 anos no meu ultimo aniversário. Sirius não é meu tio, ele é meu filho e também bruxo. Eu estou contando tudo isso a vocês por que mais tarde suas memórias serão apagadas, mas eu não poderia continuar com isso sem dizer a verdade para vocês que se tornaram tão importantes em minha vida. Nesse ano eu fiz amizades maravilhosas, eu ri, eu chorei... E meu maior acerto e ao mesmo tempo maior erro foi ter me apaixonado por um vampiro.

Meus olhos se tornaram tristes. Engoli em seco o silêncio... Eu não espera palavras.

- Lindo discurso Swan! – debochou uma voz de homem e senti uma varinha em meu pescoço.

- Minhas férias acabaram mesmo... – murmurei revirando meus olhos. – Pois é, acho que sou boa com palavras. – respondi sorrindo debochadamente dele.

- Então você era boa... – disse ele enfatizando o passado em quanto sorria.

Virei de frente para ele.

O bruxo tinha os cabelos negros e encaracolados, uma barba por fazer e uma cara de bandido. Usava uma roupa inteiramente preta.

- Você acha mesmo que eu vou lutar com você vestindo essa roupa aqui? – perguntei pausadamente em tom absurdo em quanto apontava para as minhas próprias roupas.

Ele me olhou como se eu fosse retardada. Ah! Faça-me o favor! Essa roupa foi bem carinha para eu destruí-la em uma luta.

- Não quer morrer com uma roupinha de trouxa? – perguntou forçando ainda mais a varinha do meu pescoço.

http://www.youtube.com/watch?v=FYwccVS5cI0 [Kelly Clarkson – Haunted]

Fechei minha cara.

- Afaste-se agora ou você estará gritando em quanto voa em direção a parede do prédio a 15 metros de você antes que eu diga abracadabra.

- Não tenho medo de suas ameaças! – gritou ele e então tentou conjurar um feitiço.

Eu disse tentou, pois eu nem precisei mexer minha varinha para que o imbecil voasse para longe de mim como se tivesse levando um chute de um vampiro. Revirei meus olhos e então suspirei.

- Quando vão aprender que eu não ameaço? – perguntei a mim mesma e então sorri debochada. – Eu comunico.

Percebi que vários comensais da morte desciam como fumaças no pátio.

Afastei-me de meus amigos andando tranquilamente em quanto estralava meus dedos e mudava minha roupa. Olhei-me rapidamente e sorri com o resultado.

Um jeans escuro extremamente justo, uma bota preta de cano longo e salto alto, uma regata preta justa e curta deixando boa parte de minha barriga para fora, um sobretudo também preto sem estar fechado e para completar o visual meu cabelo se tornou selvagem, com cachos enormes enchendo meus cabelos.

Guardei minha varinha dentro do bolso interno do meu sobretudo e então comecei a lutar com os idiotas que vinham me atacar. Eu não precisava de varinha para acabar com eles, meus feitiços usando apenas minhas mãos ou olhos sempre foram melhores do que esses bruxos das trevas. Eles eram pouca coisa para o meu poder.

Sirius ficou ao meu lado lutando também, nossos movimentos pareciam sincronizados com a diferença que meu filho apontava a varinha em quanto eu só apontava minha mão. Novas fumaças começaram a chegar, mas desta vez fumaças brancas. Finalmente os outros aurores chegaram.

- Estão atrasados. – gritei mau-humorada olhando para olho-tonto, sorri maldosa. – Perdeu o olho pelo caminho, foi?

- Vai se ferrar Swan! – respondeu ele de cara fechada em quanto batia no chão seu cajado e conjurava um feitiço.

Gargalhei e voltei a lutar. O pátio da escola virou um verdadeiro campo de batalha, mas o meu lado vencia facilmente. Estreitei os olhos... Tom-tom não me subestimaria tanto assim... Dei de ombros e voltei a me concentrar na luta. Hun! Que grande mentira! Talvez em quanto eu narro essa batalha eu possa ter dado a idéia que estou completamente focada nela e até me divertindo, mas essa é a mais pura mentira. Minha parte racional pode até estar, porém meu coração gritava desesperado.

Desesperado para ter Edward junto, eu podia escutá-lo gritando no fundo de meu ser. “Onde você está!”, “Eu preciso de você!”, “Por favor, volte!”, “Socorro!”. Mas minha parte racional estava no controle e eu não daria ouvidos aos meus apelos sentimentais.

Depois de tanto tempo sendo fria e calculista na luta contra bruxos das trevas eu aprendi a demonstrar uma expressão que não correspondia ao meu verdadeiro estado. Isso sempre fez de mim uma ótima jogadora de poker!  Mas no caso de hoje, por fora eu demonstrava arrogância, cinismo, diversão. Por dentro eu gritava de dor, chorando em agonia e desespero.

POV Edward

Mais um trovão ecoou forte no céu. Por que não chove de uma vez?! Argh! Olhei para o céu indignado, minha cara caiu quando eu olhei o céu limpo. Minhas sobrancelhas juntaram em quanto eu tentava captar da onde vinha esse barulho.

Comecei a andar no sentido do som. Meus pés se arrastando na calçada morbidamente em quanto inutilmente eu tentava me concentrar em algo banal para fazer com que a dor em meu peito parasse. Mas a cada passo eu sentia meu coração se apertar e meu estômago de repente se embrulhou.

Olhei para o céu novamente, mas agora uma densa fumaça negra de movia rapidamente e eu percebi que era de lá que os trovões provinham. Mas que porra é essa?! Por que isso está longe de ser uma nuvem de chuva...

Agucei ainda mais minha vista, mas nada além da fumaça era possível ver. Aquilo era imenso!

Meu peito se apertou ainda mais e só quando reparei no caminho que a nuvem percorria foi que percebi o que meu coração tentava me avisar. Aquilo estava indo em direção a minha cidade, a cidade onde estava o meu colégio, onde estava ocorrendo um evento lotado de pessoas, onde minha família estava, onde Bella estava... Uma bruxa!

PUTA QUE PARIU!

Sem pensar muito comecei a correr desesperado, minha mente esqueceu meus últimos pensamentos de solidão e se concentrou no caminho. Que porra! Porque eu tive que vir tão longe?

POV Bella

Não demorou para que quase todos os bruxos serem dominados, mas algo maior nos chamou a atenção.

Uma densa fumaça negra voava em nossa direção. Minha pele começou a arrepiar e olhando rapidamente para os lados vi as pessoas inconscientemente esfregando os braços por causa do frio. Garrafas com líquidos congelados, pessoas batendo os queixos... Mais dementadores para a gente se divertir! Alguém aí percebeu a ironia em minhas palavras?

Eu nuca havia visto tantos dementadores juntos. Era uma quantidade absurda. Nem eu poderia lutar com eles sozinha... Agora fodeu.

- Bella... Talvez tenhamos uma chance se todos conjurássemos o patrono juntos. – disse Dumbledore ficando ao meu lado e segurando sua varinha.

Assenti preocupada. Eu não estava acreditando muito nisso, mas quando olhei para o lado e vi a feição apreensiva de meus amigos eu fechei minha cara de maneira séria, determinada a fazer qualquer coisa para salvá-los.

Retirei minha varinha do bolso e me concentrei. Os outros bruxos tomavam posição ao meu lado e ao lado de meu professor e assim que os dementadores chegaram perto suficiente todos lançaram seus feitiços.

Quando a luz branca atingiu a fumaça negra um grande som de trovão ecoou para todas as direções e de repente ficou pesado segurar a varinha, como se alguém estivesse empurrando-a. Os dois bruxos das pontas não agüentaram o baque e seus corpos foram empurrados para trás deixando o grande feitiço um pouco mais fraco.

Todos empenhavam o máximo de força que conseguiam. O vento jogava meus cabelos de um lado para o outro. Meus pés estavam cravados ao chão, mas eu sentia a força tentando me empurrar para trás.

Pouco a pouco os bruxos foram abaixando suas varinhas, estavam fracos, não agüentavam mais. Eu nãos os julgava, estava difícil até para eu continuar ali. Os primeiros a se cansarem foram os mais fracos, sucessivamente até que sobrou apenas eu, Dumbledore e Olho-tonto.

Tudo o que nós conseguimos fazer foi manter os dementadores longe do colégio. O problema é que eles são muitos e conforme destruímos os da primeira camada os da segunda tomam seus lugares e assim por diante.

Meus olhos arregalaram quando os dois bruxos aos meus lados abaixaram suas varinhas ao mesmo tempo. Minha varinha ficou ainda mais pesada, eu estava agüentando com muita dificuldade sozinha todos aqueles seres. Olhei desesperada para os lados buscando qualquer ajuda, mas tudo o que eu encontrei foram olhos assustados. Então eu vi meus amigos e eu não podia permitir que nada acontecesse com eles.

Eu tinha que agüentar!

Eu segurava a varinha branca com minhas duas mãos, o cristal em sua ponta brilhava com a força do feitiço. Meus braços começaram a tremer juntamente com as minhas pernas. Meu corpo pedia socorro.

Apertei meus olhos reunindo todo o poder que eu possuía dentro de mim. Nunca precisei usar antes por isso não me espanto com os “Oh” dos aurores.

Senti a energia fluir pelas minhas veias e então algo novo aconteceu, como um despertar de algo dentro de mim. Começou um formigamento nas pontas dos pés e então foi subindo pelo meu corpo até chegar aos fios de cabelo que agora estavam praticamente em pé com a ventania que se formou ao meu redor.

No momento em que abri meus olhos não pude evitar que um “Oh” saísse de meus lábios juntamente com os “Oh” dos outros.

Minha varinha que tinha no máximo 30 centímetros agora estava com quase dois metros de altura. Uma ponta encostada ao chão em quando na outra ponta um cristal de tamanho maior brilhava intensamente sem desfazer o feitiço. Minhas mãos seguravam o centro. Então tudo ficou claro em minha mente... O motivo por eu não envelhecer, ter tanto poder e ainda ter dificuldade em usar varinhas quando era mais nova.

Eu não sou uma bruxa, nem nunca fui... Eu sou uma feiticeira!

Nunca pensei que um pensamento pudesse soar tão certo. Mas agora que descobri isso outros mistérios vêem em minha mente. Que eu saiba os feiticeiros estão extintos a milhares de anos, quer dizer, eles não se mostram a milhares de anos. Ninguém sabe ao certo como eles surgiram. Alguns dizem que é algo genético e que passa de pai para filho, outros dizem que feiticeiros podem ter tanto pais bruxos quanto pais trouxas, ou seja, não existe um estudo absoluto do caso. Mas a verdade é que feiticeiros são muito mais poderosos que os bruxos e quando os mais fracos se sentiram ameaçados começaram a se juntar para perseguir e destruir os mais fortes. Agora entendo por que meus pais lutaram tanto para me proteger, eles não queriam que soubessem o que eu era e assim os bruxos pudessem me matar em quanto eu era jovem e não tinha completo domínio dos meus poderes.

Minha ex-varinha forçou para trás me tirando de meus devaneios. Agora não é hora para devagar sobre a vida, a luta ainda não acabou!

O fato de minha varinha ter crescido não significa que eu tenha conseguido mais poder. Pelo contrário, eu acabei gastando ainda mais energia para a transformação de varinha em bastão.

Em um movimento instintivo eu segurei o bastão na horizontal sob minha a minha cabeça. Meus joelhos cederam e eu caí sobre eles. Minhas mãos abriram e agora minha super-varinha estava flutuando a 10 centímetros de minhas mãos e brilhava inteiramente. Neste momento entendi que eu deveria terminar com aquilo de uma vez.

Fechei meus olhos e concentrei todas as minhas forças.

Meu coração bateu rapidamente e minha respiração acompanhou seu ritmo. Então a minha volta o silêncio foi total. Abri meus olhos e percebi que o céu voltou a ficar azul, eu havia conseguido. Com esse pensamento minha visão começou a embaçar, meu bastão assumiu novamente a forma de varinha e rolou ao chão ao mesmo tempo em que eu caía para frente completamente exausta.

POV Edward

Corria sem tirar os olhos do céu, ou melhor, da fumaça. Porém assim que cheguei a cidade vi a densa nuvem desaparecer em meio a um forte raio de luz e então tudo pareceu ficar em paz.

Parei de correr confuso com o fato e até o pensamento de ir embora me veio a cabeça, porém assim como veio ele foi embora. Algo me chamava naquela direção, algo gritava socorro e parecia que eu era o único que ouvia.

Antes de voltar a correr uma ventania se iniciou a minhas costas. Me virei para observar, meus olhos arregalaram no mesmo instante em que vi uma fumaça negra vindo na minha direção, a fumaça era bem menor do que aquela nuvem de antes, porém seguindo a fumaça, nuvens aparentemente “normais” de chuva se formavam em velocidade inacreditável.

Minha boca ficou aberta em quanto observava tudo aquilo passar por cima de mim e ir rapidamente à mesma direção da extinta densa nuvem negra.

Xinguei-me por ter me distraído e então voltei a correr seguindo aquele mistério.

POV Bella

Não tive muito tempo para me recuperar. Assim que fui amparada por Jasper senti que a luta ainda não havia acabado. Algo poderoso estava vindo e eu não fui a única a sentir já que os bruxos estavam inquietos em quanto olhavam para o céu.

- Tudo bem Jazz... Eu posso ficar em pé. – murmurei e ele me olhou revirando os olhos.

O vampiro continuou me amparando até eu chegar perto de Dumbledore. Jazz então voltou para junto de sua família.

- Ele está vindo. – afirmei aos bruxos que instantaneamente mudaram suas expressões de medo para pavor.

Bufei com aquilo e disse brava.

- Se estão com medo de lutar então vão embora! Se continuarem aqui só vão ser presa fácil! – grunhi.

Os bruxos trocaram olhares e então alguns deles juntaram todos os comensais da morte que estavam desacordados e sumiram levando-os com eles.

- Covardes. – murmurei.

Somente os mais poderosos ficaram conosco e não demorou para que meu velho coleguinha aparecesse em nossa frente acompanhado de mais dois comensais da morte.

O céu ficou escuro com a rápida tomada das nuvens escuras. Fiz uma careta, não estava a fim de lutar na chuva. Voltei meu olhar para Tom, bem, eu não olhava para ele, por que não dava para fazer isso... O idiota estava com uma túnica e um capuz que simplesmente escondia qualquer parte de seu corpo. A única pele que vi nele foi a da sua mão que segurava sua varinha.

Sua mão era branca de mais, quase igual a de um vampiro. Os dedos finos e longos exatamente combinando com suas unhas compridas e sujas. Ergui uma sobrancelha, acho que ele precisava urgentemente de uma manicure.

- Olha só quem veio nos visitar! Há quanto tempo Tom-Tom! – disse divertida.

Os dois comensais sentiram-se mais ofendidos que o próprio chefe.

- Como ousa falar como nosso mestre desta maneira?!

- Tenha mais respeito pelo lorde das trevas!

Eu tive que rir.

Ok, foi meio retardado, por que eu ri sozinha... Os outros estavam muito tensos para ver a graça da situação.

- Sempre a mesma criatura arrogante. – disse Tom com a voz risonha.

Sorri petulante.

- Eu arrogante? Pelo menos eu não me auto-intitulei lorde das trevas.

Ele movimentou sua varinha e meu corpo se curvou sem eu comandar. Meus dentes se apertaram para controlar o grito que estava prestes a sair de minha boca.

- Ainda acha que não mereço esse titulo? – perguntou debochado.

Todos deveriam saber que por mais fodida que eu esteja eu nunca abaixo meu nariz!

- Não mesmo. – respondi entre dentes e então gritei quando a dor se intensificou.

Ele riu.

- Pensei que seria mais divertido acabar com você... Mas já vi que só perdi meu tempo... Tchau Isabella. – e então a dor parou e ele se virou para ir embora.

- Você sabe que se arrependerá de não me matar hoje não é? – disse com ar sério.

O bruxo parou de andar e virou-se novamente para mim.

- Você já está morta. Morta por dentro. – suas palavras me chocaram, não por seu significado, mas por ele ter conseguido me ler mesmo com a minha não tão perfeita mascará de indiferença. – Confesso que quando cheguei aqui eu me decepcionei bastante... Esperava encontrar uma bruxa com poderes extremamente impressionantes e que sempre amou todo esse poder, esperava encontrar seu entusiasmo, esperava encontrar esse brilho em seu olhar e então eu o apagaria tão lentamente, na mais doce tortura. – dizia com prazer, como se ele saboreasse suas palavras.

Engoli em seco. Pela primeira vez um bruxo tinha usado do meu próprio veneno. Geralmente quem jogava na cara dos bruxos seus arrependimentos e dores era eu, mas agora Voldemort lembrava meu passado e pisoteava meus sentimentos.

- Mas agora tudo o que eu vejo é uma bruxa fraca e fria. Você não vale a pena. – suas palavras me machucaram mais do que deveriam.

Fiquei quieta em quanto o via ir embora, porém sem antes mandar seus capatazes “limpar” o local.

Confesso que eu fiquei extremamente abalada com suas palavras, mas sacudi minha cabeça espantando qualquer pensamento prestes a se formar. Percebi que minha respiração estava lenta, porém profunda. Eu estava exausta e sabia que não agüentava mais uma luta.

Os dois bruxos eram extremamente mais poderosos do que os piões que vieram antes. A bruxa se transformou em fumaça e começou a atear fogo nos prédios. Grunhi. Esse é meu colégio e você não vai destruí-lo!

- Volta aqui! – disse em quanto corria e também me transformava em fumaça branca perseguindo a bruxa.

Meus feitiços eram fracos e incapazes de fazer qualquer coisa contra ela. A bruxa gargalhava em quanto fugia de mim. Ela lançava feitiços fracos também, mas tenho certeza que eram propositais.

Ela deu a volta e se direcionou ao outro prédio. Por causa da confusão de antes não tinha mais ninguém nas salas. Pelo menos ninguém se machucaria. Eu acho.

Quebrando a janela do terceiro andar ela parou dentro de uma das salas. Pousei em sua frente em quanto apontava minha varinha para ela. Ela me mandou um feitiço que eu bloqueei facilmente.

A bruxa começou a lutar com todas as suas forças, ela não era capaz de me destruir, mas eu estava fraca e também não conseguiria destruí-la sem acabar me matando. Porém eu não tinha outra escolha já que ela começou a incendiar o prédio em que estávamos e se ela não parasse as pessoas do lado de fora estariam com grandes problemas. Meu filho, meus amigos e meus irmãos.

Ao perceber meu olhar determinado ela debochou.

- Você está exausta por cauda da luta anterior, se conjurar um feitiço muito forte irá se matar.

- A vá? – revirei meus olhos. – Porém querida, você não pensou que se eu fizer isso você estará acabada.

- E você também – retrucou apertando sua varinha com força em quanto dava um passo para trás.

- Eu não tenho nada a perder. – dei de ombros e então sorri diabólica. – E você? Tem? Estupefaça!

Meu ataque foi rápido o suficiente para ela não conseguir se defender e forte o suficiente para jogá-la contra a parede e quebrar a mesma fazendo com que o corpo da bruxa fosse atirado para fora do prédio.

Porém meu corpo voou na mesma intensidade para trás. Senti alguns ossos quebrando em meu corpo em quanto eu caia sem mais forças no chão do corredor. A minha volta muita destruição e principalmente muito fogo.

POV Edward

Meus olhos arregalaram assim que cheguei no colégio. Aquilo estava um verdadeiro caus. Pessoas corriam de um lado para o outro, câmeras faziam transmissões ao vivo, prédios pegavam fogo. Corri até minha família que tinham feições preocupadas para o prédio em nossa frente.

Meu olhar correu todos ali em volta e meu coração se apertou em meu peito.

- Onde está Bella?! – perguntei com medo da respostas.

Todos viraram com as minhas palavras, acho que só agora notaram minha presença. Alice se jogou em mim agarrando minha cintura.

- O que está acontecendo?! Cadê a Bella? – perguntei já perdendo a paciência.

Então Rose com o rosto torturado apontou para o prédio em chamas. Senti meu rosto ficar mais branco do que já era, meus estômago se embrulhou.

Soltei Alice de mim e então corri em direção ao prédio. Fui parado por Emm, Jazz e Carlisle.

- Me larguem! – grunhi expondo meus dentes.

- Não! Se entrar lá você vai morrer! – rebateu meu pai.

- Se eu não entrar quem vai morrer vai ser Bella. – argumentei me debatendo e rosnando. – Droga! Se coloquem em meu lugar porra!

Os braços de repente se afrouxaram e eu usei o momento para me soltar. Mas antes que eu pulasse o barulho de uma explosão ecoou em nossa frente. Meu olhar praticamente voou na mesma direção e eu gelei quando vi um corpo voando para fora juntamente com fragmentos da parede.

Os cabelos eram negros e compridos. Não era minha bruxinha. Não mesmo. A bruxa em questão antes de atingir o chão ergueu sua varinha e apontando para o céu um clarão verde formou aquela cobra, a mesma cobra que o tal bruxo fez na parede do ginásio.

Não perdi mais tempo, aquela marca não poderia ser sinal de sucesso contra a minha bruxinha!

Saltei até o buraco que se formara a pouco com a explosão. Levei meus braços ao meu rosto para tentar me proteger do calor.

O ambiente estava tomado por chamas e destruição. Carteiras quebradas jogadas para todos os lados, pilares caindo ao não agüentar tanto calor.

Meu extinto gritava para eu sair dali, mas rosnei para ele. Eu precisava achar Bella!

Calculei meu caminho até uma passagem que aparentemente era uma parede e foi destruída na luta. Com minha velocidade as chamas não me fizeram nenhum dano.

Assim que cheguei onde queria meus olhos arregalaram ao enxergar uma perna. Corri até lá e notei que a perna era de Bella que tinha um grande pedaço de concreto sobre seu corpo. Acho que era um pedaço do teto que estava começando a ceder.

Retirei rapidamente de cima de minha bruxinha aquele peso. Ela gemeu.

- Oh Deus! Bella! – disse me ajoelhando ao seu lado e analisando seu corpo.

Ela estava completamente machucada. Cortes e roxos espalhados por todo seu corpo. Mas o que mais me preocupou foi a quantidade de sangue que escorria de sua cabeça. Eu me desesperei completamente e lágrimas começaram a escorrer pela minha face.

- Deus do Céu! – murmurava em quanto meu rosto se aproximava do rosto de minha bruxinha. – Bella fala comigo!

Sua respiração estava fraca e seu coração mais ainda.

- Edward... – murmurou abrindo os olhos com dificuldade.

Afastei-me rapidamente e sorri entre lágrimas.

- Você vai ficar bem! – dizia repetidas vezes como um mantra, eu estava tentando convencer a mim mesmo desse fato. – Eu vou te tirar daqui ok?

Ela me olhou tristemente e então fitou sua mão. Acompanhei seu olhar.

Sua mão estava suja e ensangüentada, mas ela a ergueu com dificuldade e então algo começou a se materializar.

- Não se esforce Bella! – disse desesperado, mas ela me ignorou... Como sempre.

Em sua mão uma rosa vermelha formou-se e eu não consegui evitar chorar feito uma criança. Ela estava se despedindo com o símbolo daquilo de mais bonito que vivemos juntos.

Aproximei meu rosto e beijei delicadamente seus lábios em quanto com meus braços a levantava com o máximo de delicadeza que eu podia. Ela gemeu contra meus lábios e eu me afastei ainda em pranto.

Voltei pelo mesmo caminho em que entrei. Corri com a maior velocidade que pude sem me importar com o fogo em minhas pernas que se apagaram com a velocidade. Pulei do terceiro andar com o corpo inerte de minha bruxinha, seu coração batia tão lentamente... A cada batida eu soluçava esperançoso.

- Carlisle! – chamei e ele de olhos arregalados se aproximou. – Transforme-a, por favor! – implorei.

Meu pai me olhou torturado em quanto lágrimas se acumulavam em seus olhos.

- Desculpe filho, mas ela não vai agüentar. – sussurrou ele, em sua mente via o quanto o corpo de Bella estava debilitado e que ele não poderia fazer mais nada por que era tarde de mais.

Eu sei que ele não tinha culpa de nada, mas eu rosnei em dor em sua direção. Apertei Bella em meus braços em quanto afundava meu rosto em seu pescoço. Minhas lágrimas escorriam grossas pelo meu rosto.

Ajoelhei-me no chão sem largar minha bruxinha. Deixei suas pernas apoiadas nas minhas e então repousei minha mão tremula em seu rosto e pedi desesperado.

- Por favo agüente! Por favor, minha bruxinha! Não me deixe aqui! Eu te amo tanto... – as palavras saiam roucas e sussurradas, mas demonstravam o mais puro sentimento.

Seus olhos começaram a fechar lentamente e eu percebi que estava a perdendo. Comecei a sacudir seu corpo em quanto a chamava e pedia que agüentasse, mas não foi o suficiente. Minha mente começou a me torturar com as merdas que eu fiz, com nossas brigas.

POV Bella

Era difícil respirar, não conseguia me mexer, parecia que eu estava com um tampão nas orelhas, pois a única coisa que conseguia escutar era meu coração batendo cada vez mais lento, enxergava o rosto de Edward... Ele mexia a boca falando algo desesperadamente, mas eu não conseguia ouvir, seu rosto estava tomado por lágrimas e ele me sacudia levemente, minha visão começou a embaçar, não sentia mais os braços gélidos do meu amor em minha volta, eu não conseguia mais enxergá-lo e agora não podia mais escutar meu coração. Fui tomada pela escuridão e toda a dor que eu senti se dissolveu.

POV Edward

Do que adiantou tanto orgulho? Tanto sofrimento? Por que fiz isso? Eu sou um idiota, nunca encontrei alguém como ela, nunca amei alguém como amo ela e mesmo assim a magoei, a fiz sofrer e agora ela está em meus braços... Morta.

Perdi a pessoa mais importante em minha vida, a razão pela qual eu existo, eu perdi a minha alma.

Ainda me lembro de quando a conheci, ou melhor, esbarrei...

POV Bella

Olhei para mim mesma e estava com uma calça e blusa brancas, olhei para os lados e tudo o que eu via era escuridão, comecei a vagar pelo nada até que vi uma luz, segui em direção a ela e quando cheguei perto percebi que era uma linda menininha, ou seria um anjo? Ela tinha longos cabelos cor de bronze e olhos verdes, estava vestida com um lindo vestido branco e sorriu para mim. Aproximei-me daquela linda criatura, fiquei de joelhos diante dela e sorri.

- Qual o seu nome pequena? – perguntei encantada com aquele anjinho.

- Nessie. – ela respondeu, tinha uma voz doce e melódica.

- E o que faz aqui sozinha Nessie? – a perguntei, ela me olhou e sorriu se aproximando.

- Estava procurando por você. – ela disse docemente e não pude deixar de sorrir.

- Então você me achou. – afirmei estendendo os braços para ela que sorriu e se aproximou colocando sua mãozinha em minha bochecha direita, eu a abracei e ela deixou uma lágrima escorrer.

- Você não pode morrer, não pode! – ela disse com a voz determinada em meio aos soluços do choro.

A frase ecoou em minha cabeça e tudo começou a girar, mas o que estava acontecendo? Comecei a enxergar cenas do meu passado, era o filme da minha vida.

POV Edward

Toda a minha vida passou em minha mente e ela se dividia em três etapas. Antes de conhecer Bella, namorando com Bella e sofrendo pelas minhas escolhas idiotas.

Perdi aquela com quem eu gostaria de passar o resto de minha vida por puro orgulho, tudo por que pedi perdão tarde de mais.


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Notas finais do capítulo

AINDA NÃO ACABOU!!! Capítulo intenso não é? Entenderam o que eu quis dizer com o começo a escrever uma história a partir de seu fim? Pois então... Aí está o prólogo.

Tenho só mais 1 cap e o epílogo para o fim da 1ª temporada, lembrando que eu ainda não comecei a escrever a segunda.



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