Já estava dormindo em meu dormitório quando algo me acordou. Abrindo os olhos vejo uma grande ave laranja me encarando, Fawkes. Ao perceber que a notara ela sai voando pela janela. Ai que me lembrei que esse era o sinal, ou código, que tínhamos para avisar que Dumbledore queria falar conosco. Coloquei minha capa por cima do pijama e corri porta afora em direção ao salão comunal. Dumby me encarava das chamas da lareira com expressão muito preocupada:

-Quero que todos os monitores venham imediatamente com os alunos ao salão principal, sem exceções – e falando isso ele some. Corri em direção aos dormitórios femininos e acordei as sonserinas com um simples:

-Todo mundo pro salão principal agora! E sem exceções! –e dizendo isso eu ia para outros quartos sem ter que me preocupar. Verifiquei todos os dormitórios antes de partir para a ala masculina. Com os garotos sempre as coisas são mais difíceis. Bati em todas as portas e nada! Parei na primeira e resolvi bater até alguém atender:

-QUE COISA! Que foi... –reclamava Higgs, mas parou quando me viu- Nossa Potter se queria tanto entrar no meu dormitório era só falar que era você. Só que não precisava colocar a capa por cima, já que ela não é nem um pouco necessária.

-É melhor você parar de falar Higgs - falei interrompendo-o- agora você e seus amiguinhos vão todos para o salão principal agora.

-Por quê? O que aconteceu? –pergunta ele preocupado, enquanto eu bato em outra porta.

-Não sei. Dumbledore mandou toda a escola para o salão principal, mas o motivo eu não sei – falei dando de ombros e esmurrando mais uma porta.  Depois de um tempo me cansei daquilo e berrei como se estivesse assustada com alguma coisa e obviamente todos saíram dos dormitórios tentando descobrir o que acontecera.

-O que foi Potter? –reclama Draco Malfoy, que parecia ter caído da cama com o susto.

-Todo mundo pro salão principal agora! –falei com raiva e dei as costas indo em direção ao salão principal, mas minha vontade era de rir da cara que eles faziam.

Chegando ao salão comunal encontrei Percy mandando todos os alunos se deitarem logo que as luzes seriam apagadas em cinco minutos:

-Perce o que ouve? –perguntei parando ao lado dele.

-Sirius Black –ele falou com autoridade- Ele esteve na torre da Grifinória, na verdade no dormitório do terceiro ano. Ron contou que ele viu o rosto dele e também uma faca. O cortinado dele ficou em pedaços, mas obviamente ele errou a cama – e dizendo isso me toquei do que ele estava falando: Harry. Vi meu irmão deitado entre Ron e Mione, mas ele estava dormindo e eu não iria acordá-lo agora.

-Percy, Keissy. Todos os monitores e professores iram vistoriar o castelo, mas por enquanto vocês ficam aqui, entenderam? –falou Dumby a nós dois.

-Sim senhor – respondemos enquanto ele voltava para a porta. Passei boa parte da noite andando por entre os colchonetes.  Até que senti algo no meu pé que me fez tropeçar e cair em cima de alguém:

-Já falei que se quer tanto dormir comigo é só pedir Potter – fala Higgs sarcástico me abraçando enquanto eu tentava inutilmente me levantar [e que fique bem claro que foi ele que colocou o pé na frente do meu para que eu caísse!].

-Me larga Higgs! –falei ainda tentando me levantar.

-Keissy tudo bem? –fala Percy aparecendo, ele no mínimo tinha me visto cair. Finalmente Higgs me solta e eu consigo me levantar.

-Tá, tudo bem Percy. Eu só tropecei – falei me virando pra ele [Higgs se cobrira com a coberta fingindo estar com raiva].

-Tem certeza? –pergunta ele novamente em duvida.

-Tenho sim – falei enquanto continuávamos a andar.

Mais tarde, ainda de madrugada, era minha vez de vigiar alguns corredores. Ainda nem sinal de Sirius Black em nenhum lugar. Quando senti alguém puxando o meu braço, tapando a minha boca com a mão e me puxando para dentro do banheiro da murta. O alguém que me puxava cheirava muito mal, era mais alto que eu e senti algo grudento tocar meu braço, e um forte cheiro de sangue.

-Por favor, não grite. Não vou te machucar – falou alguém com a voz grave perto de mim. Tentei me acalmar, embora achasse que isso agora não fosse muito possível. Me acostumando com a escuridão do banheiro pude finalmente ver o rosto da pessoa a minha frente: Sirius Black!

-O que está fazendo aqui? Achei que à uma hora dessas você já estivesse longe! –falei como se falássemos todos os dias.

-E como eu faria isso? Com todas essas pessoas rondando os corredores! Realmente você é muito parecida com a sua mãe sabia? –fala ele se sentando na banheira e esticando a perna ferida.

-E por que acha que eu não te entregaria? –perguntei afinal eu estava ali atrás dele!

-Por que é uma coisa que seus pais não fariam – responde ele simplesmente olhando fundo em meus olhos.

-De onde você conhece os meus pais? –perguntei conjurando um pano e o molhando na água. Me dirigi ao homem a minha frente e passei o pano com cuidado no ferimento.

-Eu e seu pai éramos melhores amigos quando estávamos em Hogwarts. Conheci sua mãe quando Tiago começou a chamá-la para sair. Você já deve ter ouvido falar das brigas dos dois, sempre éramos eu e Aluado tentando afastá-los – ele riu com a lembrança.

-Aluado? –perguntei sem entender.

-Seu padrinho Remo – fala ele dando de ombros, foi quando me vieram à cabeça lembranças: “O padrinho de Harry foi escolhido por seu pai, era o melhor amigo dele na escola Sirius Black.” “Os Srs. Rabicho, Aluado, Almofadinhas e Pontas tem o orgulho de apresentar o Mapa do Maroto.”

-O Mapa do Maroto – falei sem pensar.

-Como? –perguntou Sirius surpreso.

-O Mapa do Maroto! Vocês são Almofadinhas, Aluado, Rabicho e...

-Pontas? –perguntou ele rindo- é somos nós. Como conseguiu encontrar o mapa?

-Meus amigos Fred e Jorge Weasley o encontraram quando estavam no primeiro ano, ele estava na sala do Filch.

-Aquele zelador idiota ainda o guardava? Isso é incrível! –ele falou animado- então onde está? Onde está o mapa?

-Com o meu irmão Harry. A propósito o que você estava fazendo no dormitório do meu irmão? E pra que uma faca?

-Eu preciso falar com Harry. Explicar toda a verdade a ele.

-Que verdade?

-Que não sou eu o assassino e sim uma pessoa próxima a ele.

-Quem?         

-Pedro Pettigrew

-Nenhum de nós conhece esse tal Pettigrew.

-Acho que ele está mais próximo que você pode imaginar – fala ele dando de ombros, enquanto eu pegava nas minhas vestes uma poção e a passava em um algodão, e o encostava em sua perna. Ele fez uma expressão de dor quando encostei.

-Pronto – falei quando o corte estava fechado.

-Obrigado. Sabe, você daria uma ótima medi-bruxa – fala Sirius sorrindo.

-Melhor você sair logo daqui antes que te encontrem

-Mas como?

-Tive uma idéia –Harry havia me emprestado a capa de invisibilidade do papai, e por sorte estava dentro da minha capa- aqui coloca isso que eu te levo pra fora.

-Nossa! Lembro que eu e os marotos usamos essa capa varias vezes – fala ele entrando debaixo da capa. Seguimos por alguns corredores sempre desviando das pessoas, e então paramos em uma das janelas.

-Aqui é muito alto. Não dá pra você pular – falei olhando a altura, quando me virei no lugar de Sirius agora havia um grande cão negro que me lançou algo que parecia um sorriso e pulou janela afora pousando perfeitamente no chão e saindo em disparada para mais longe dali possível. Andei mais alguns metros e só tirei a capa quando notei que não havia ninguém no corredor. E então continuei a andar em minha rota atrás de Sirius Black normalmente.