Meu Vampiro Desencantado. escrita por Arizinha


Capítulo 8
Capítulo 7 - Drama Queen!


Notas iniciais do capítulo

Não me matem!



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- Hm...

- Não é o que a senhora está pensando! – exclamou Edward, apavorado.

Bom, certamente essa não é a frase mais culpada do mundo!! Gênio!

- Ah...

- Você entendeu errado, porque pelo ângulo da senhora PARECE que estávamos nos beijando, mas não! – garantiu, com a cara ainda mais culpada. – é ilusão de ótica.

- Oh... – gemi outra vez.

Sinceramente, não sei o que era pior: eu gemendo ou o Edward explicando os princípios da física pra minha avó entender que NÃO era um beijo.

- Isabell, eu gostaria que o Edward esperasse na sala um instante, queria falar com você, a sós.

Ferrou. Edward me deu uma olhada que não disfarçava o alívio em ser dispensado do xixi que eu ia levar e se foi pra sala. Agora eu estava sozinha. Muito bom.

- Bom, vovó, eu não sei o que lhe dizer, eu...- fui cortada por um abraço.

- Minha neta querida! Estou tão orgulhosa do você! Edward é um pedaço de mal caminho!! Estou supercontente! Eu tinha dúvidas quanto você gostar de homens...

- Vovó! – fiquei chocada.

- Ora, Bella! Você dirige uma caminhonete turbinada e só usa couro... E seus modos, então? Tenha dó!

Eu estava com mais dor de cabeça agora do que estava quando ela entrou no quarto. Encarar a minha avó dizendo que Edward era um pedaço de mal caminho era ainda pior do que encarar aquele vampiro sanguinário que me atacou. 

Bom, pelo menos, ela não se lembrou dos seguranças que sumiram. Muito irresponsáveis eles dois, por sinal.  

- Vovó...

- Nada de vovó! – me cortou – Estou muito feliz com a notícia! Vou falar com Esme hoje mesmo para marcarmos um jantar! Quero que esteja tudo nos conformes. Você, Isabell, é uma menina de família! Então teremos que estabelecer regras... Beijar no quarto, por exemplo, é proibido.

Enruguei meu cenho. Essa conversava não estava me agradando.

- É IsabellA! – retruquei, sem saber o que falar.

- E nós temos que nos organizar! O ideal é você casar com ele depois da faculdade! Hoje em dia, é fundamental para uma mulher instruída e inteligente fazer um curso superior.

- Hei! Vó, relaxa! – eu respirei. Minha cara era de choque. – Eu dei só um beijinho. Não vou casar, com o perdão da palavra, bosta nenhuma!

- Isabell!

- É Isabella! – bati o pé e me dirigi para a porta. – E se a senhora não se importa, eu estou me sentindo sufocada! De repente, essa história de casamento... Ugh! Me fez mal!

E saí batendo a porta do meu quarto. Desci as escadas correndo, eu tinha que sair da casa antes que ela me alcançasse. Edward não estava mais na sala de estar, se ele era esperto, como eu sabia que ele era, devia ter fugido.

Eu saí pela porta da frente e fui caminhando pela rua sem saber aonde iria. O ar estava gelado, gelado, gelado. E eu me agarrei ao meu casaco de moletom preto. Eu estava assustada. Não tinha como não pensar no que havia acontecido. Quero dizer, eu senti muito medo. Muito mesmo. Eu sei o que eu disse sobre não me assustar, sobre situação surreais. Mas a verdade é que eu realmente fiquei apavorada.

Quando Garret... Quando Garret entrou na casa da minha avó e me deu esses dois machucados no meu rosto, eu senti muito medo. Mas não havia sido pior do que o medo que eu senti quando James me sequestrou. Eu acho que nunca vou conseguir contar para ninguém tudo o que eu passei lá.

Nunca.

Hoje, porém, foi o pior dia de todos. Eu não sei o que uma descoberta como a minha ou a de Debby faz com a cabeça de alguém. Quero dizer, vampiros! Isso é tão ridículo para ser verdade! Eu não acho que tenha acreditado em nada disso, mesmo tendo quebrado a mão na cara do Eddie, até hoje!

Aquele monstro nojento que queria me comer existia mesmo! E eu teria uma morte terrível!

Edward ter dito que não queria me perder ... ou sei lá! Ter mostrado que sentia algo... Isso era surreal.  E eu não sabia se tinha maturidade suficiente pra lidar com sentimentos agora.

Um vampiro apaixonado. Por mim. Que merda de vida é essa?

Fora que ele era muito volúvel. Ele me salvou de Garret, certo, e em menos de uma semana ele mesmo me atacou pelo diário...

Eu estava muito cansada. Acho que toda essa adrenalina não estava me fazendo nada bem. 

*

- E então nós fomos num restaurante japonês tããããão lindo, e tãããão aconchegante! - Ays suspirava a cada letra que dizia - Foi tudo tããããão maravilhoso! Pena que hoje ele tem uma noite de meninos...

Aysla estava apaixonada demais por Seth. Tãããão apaixonada que era chato! Não estava com cabeça para paixões.  Não estava nem disposta a lidar com a minha... Que estava vindo na minha direção, por sinal.

- Olá, garotas! – ela sorriu. Aquela sorriso lindo e torto de tirar o fôlego de qualquer pessoa que respire.

- Oi, Edward!

- Posso roubar a Bella um instante?

- Claro! – Ays sorriu. – vejo você depois! – e piscou para mim, misturando-se às pessoas do corredor.

- Olá, Edward. – disse, sucintamente. – como você está?

- Bem... – ele riu. – Sua avó não apareceu lá em casa com uma espingarda ainda, então...

Eu sorri. Eu estava me sentindo tímida hoje. – Bella... Eu sinto muito por ontem...

- Não foi sua culpa. Minha avó não deveria ter invadido meu quarto daquele jeito..

- Sua avó? – ele ficou confuso. – Estou falando do Laurent! O cara que te...hm... atacou ontem!

- Você está brincando?! – não pude deixar de rir e de lhe segurar o braço para ele parar e me olhar. – Eu só estou aqui, hoje, por sua causa! Você me salvou de virar jantar!  

Edward sorriu torto para mim enquanto olhava meus olhos. – Falando em jantar... –  ele mordeu o lábio inferior – Quer jantar comigo?

Nossa! Sutileza não é com ele.

- Desde que a comida não seja eu. – E sorri. – Então está marcado, Cullen.

- Hoje, as oito.

E ele se foi. Não pude deixar de observar sua calça ligeiramente apertada no traseiro. Seu jeans era de uma lavagem escura, sua camiseta era cinza. E eu estava sendo uma completa idiota por olhar na cara de pau sua bunda.

Ai, ai Isabella, onde nós fomos parar, hein?

*

Hoje às oito! Claro, hoje às oito! Lógico! Ele é homem! Ou quase... Ai meu deus! Sabe como é difícil escolher a roupa para o primeiro encontro? Quero dizer, estar pelada, de toalha, na frente do closet há cinquenta minutos certamente significa alguma coisa!

Passei a mão em meus cabelos molhados, irritada. Eu estava sendo absurda! Eu sempre fui roqueira. Ou quase. Enfim, eu me visto diferente e de preto – e gosto de tachas. Quero dizer, eu fui para a escola com uma calça de couro hoje. E agora eu não sei o que vestir! Por que Diabos eu nunca comprei um vestido para mim?

Ok, respira! Qualquer lugar que você vá, não pode exigir muito de suas roupas. Que restaurante em Forks pode ser tão requintado?

- Esqueça, Isabella! – Alice pulou minha janela, quase me matando de susto. – Acredite em mim, você não quer ir de calça jeans.

- Alice! – suspirei. – Você lê pensamentos, por acaso?

Ela riu. – Não, dã! Isso é a área do Eddie. Eu vejo o futuro. E você decidiu - ou decidirá, tanto faz! – ir com uma calça jeans. E ele quer te levar em um lugar muito romântico. Então, eu vim te ajudar.

- Ele quer? – mordi meu lábio inferior. – Onde?

- Pode esquecer! – Ela me olhou de cima a baixo, e me puxou pela mão até o sofá – Vou começar pelas suas unhas porque elas estão horríveis! Depois ajeitarei seus cabelos. A roupa por último! Temos muito o que fazer!

Ela passou horas me arrumando. Pintou minhas unhas de preto, deixou meu cabelo organizado, mas muito natural. E me passou uma maquiagem suave nos olhos. Até aí, ok. Tudo estava nos conformes. Eu não estava podendo reclamar, ela respeitou meus gostos e meus pedidos, até. Esse até foram alguns puxões de cabelos mais fortes que ela me deu enquanto me arrumava.

Ela escolheu um vestido bege e preto. Bem curto. E um salto bem alto preto. (http://mdemulher.abril.com.br/blogs/famosas-na-moda/files/2011/11/kristen-stewart-mesmo-look-sapato-diferente.jpg)

- Você está linda!

Eu estava realmente impressionada com minha aparência no espelho.  Alice tinha feito um ótimo trabalho comigo.

- Alice você é incrível. Obrigada!

Ela me olhou e sorriu. Como aquele sorriso podia ser de um monstro sanguinário?

A campainha tocou nesse instante e eu suspirei. Edward havia chegado, era a hora de ir. Alice desejou um “boa sorte” e pulou da janela.

*

Admito que quando ela disse boa sorte, eu me assustei. Ela vê o futuro! Dã! Mas por enquanto estava tudo certo. Edward estava se comportando muito bem, abriu a porta do carro para eu entrar e dirigiu alguns minutos até o melhor restaurante da cidade – um restaurante japonês. Ótimo. Um lugar movimentado!

Restaurante: http://3.bp.blogspot.com/_4fVl3FGFNRE/S61x_bnCV7I/AAAAAAAAAFQ/fv7ldIBRLEw/s1600/large1.jpg

- Uau. Veio a um lugar que vende peixe cru. Boa escolha!

Ele riu. Edward estava simplesmente adorável com seu casaco azul escuro e seus jeans cinzas.

- Quem sabe eu possa jantar também?

Hahaha. Como se peixe tivesse muito sangue.

Entramos no lugar (Detalhe que o Eddie abriu a porta e me esperou passar primeiro) e um japinha nos levou até uma mesa isolada, perfeita para um casal se conhecendo.

O restaurante estava quase vazio, havia apenas mais duas mesas ocupadas.  Eddie puxou a cadeira para eu sentar. Agradeci cordialmente e pus-me a observar nossas companhias. Uma mesa era ocupada por três mulheres de meia idade, elas riam animadamente e conversavam. A outra era ocupada por um casal de velhinhos. A mulher era bonita e frágil e alimentava amorosamente seu marido com sushi.

- Bem vindos ao Sushino Buriti!

Eu segurei o riso. Fala sério! Se eu fosse ele não falaria tão rápido.

- Já querem pedir?

Eu sacudi a cabeça para Edward e ele concordou. Disse que pediríamos mais tarde.

- E então, Isabell... – ele sorriu. – Que achou do lugar?

- É incrível. – menti.

O lugar era legal, mas o restaurante japonês que eu frequentava com minha mãe era muito mais divertido, muito mais confortável e não se chamava Sushi no Buriti.

Ele sorriu com um cantinho da boca pra mim, seus olhos brilhavam. – Você está mentindo pra mim... – eu ia protestar mas ele me parou – tudo bem! Eu admiro seu gesto. Forks não foi o melhor lugar onde eu morei.

- Sério? Onde mais você morou?

Óbvio que ele havia morado em outros lugares. Eles não podiam estar aqui há 100 anos!

- Mais lugares do que eu gostaria... Mas o que eu mais gostei, de todos eles, foi do lugar onde eu nasci. Chicago.

Levantei minha sobrancelha, surpresa. – Chicago?

- Chicago.

Ficamos em silêncio por uns instantes. Eu queria lhe perguntar tantas coisas! Mas estava tão tímida! Eu mal me reconhecia.

- Como você se transformou? – falei. Cara, como eu falei isso?

- Eu posso não responder isso aqui? – ele pediu, estava visivelmente incomodado.

- Desculpe, eu não deveria ser tão enxerida.

- Não, não é isso! Eu acho justo você saber tudo... É que aqui realmente não é o lugar. Você sabe... As pessoas não reagiriam bem a isso.

- É, eu sei.

Avistei um casal entrar no restaurante em seguida. Uma morena alta, de cabelos curtos e feições fortes e um rapaz forte, bem bronzeado, que eu chamava de Seth! Filho da puta! Quem é essa desgraçada junto com ele?

Edward seguiu meu olhar e ficou rígido.

- Droga!

- É – eu rosnei. Droga!

 Droga não era uma boa palavra para aquela situação. Talvez porra, ou cacete. Droga não! Fala sério! Essa daí é umazinha! E Seth é um cachorro por trair minha amiga! – Quem é essa?

- É Leah... Olha, Bella, podemos não ficar encarando?

Ele estava traindo minha amiga! Eu tinha que ficar encarando.

- Vamos pedir? – concordei com a cabeça. Edward suspirou.

Bom, como vocês podem imaginar, minha concentração foi tomada! Edward ficou horas falando sobre nós dois e eu estava tão irritada com aquela vaca ali, passando a mão no braço do Seth que eu pensei seriamente que teria um AVC.

Edward não estava muito melhor, não fiquem com peninha dele. Eu estava dispersa, claro, e quase não escutava o que ele dizia, mas ele estava tão tenso que eu pensei que seus ombros quebrariam . Ele falava mas era só para preencher espaço.  A comida já havia chegado e Edward estava COMENDO. COMENDO! Quero dizer, ele não come! Come, né? Mas não come isso.

Então, para meu profundo estresse, Leah sorriu e beijou o rosto de Seth carinhosamente. Ahhhhh não! Já chega.

- Vai beber isso? Ah, não vai, né? –e peguei seu chazinho. Ah é, eu peguei sim. Marchei até a mesa de Seth e Leah. – Então é assim que gosta de passar as noites de garotos?

- Ah... Bella – ele gaguejou.

-Não precisa dizer mais nada, eu já entendi. – e joguei o chazinho do Eddie na cara dele.

Ele piscou, em choque, por alguns segundos e a índia louca me agarrou um pulso.

-Que você pensa que está fazendo... – rosnou. Nem era uma pergunta, a frase dela estava mal colocada.

- Isabell! – Edward resmungou vindo até mim e puxando meu braço.

Ah, fantástico. Eu virei cabo-de-guerra agora.

- É Isabella! – bati o pé. – E você, - me soltei de Leah – Cale essa sua boca, vadia. Seth era pra ser um bom moço, namorado de Aysla e...

- Seth é IRMÃO de Leah! – Edward praticamente berrou no meu ouvido, furioso.

- Ah, ele é?

Sabe aquela sensação de vergonha intensa e profunda que você sente quando sabe que fez uma merda muito grande? Pois é.

- Sim, eu sou! E você é uma piranha! Quem você pensa que é?

- Leah! – Seth lhe repreendeu. – Não fale assim da Bella, é compreensível.

Ok, eu queria chorar.

- Me desculpem! – eu disse. Edward estava tão furioso que uma veia da cabeça dele ia saltar. – Eu sinto muito. Mesmo. Edward paga o jantar de vocês!

- Eu não quero minha comida paga por esse vampiro! – rosnou Leah puxando Seth.

- Han? – eu fiquei confusa. Ela sabia?

Edward me puxou furiosamente para a mesa e me fez sentar.

- O que..?

- Não fale! – rosnou.

- Mas...

- Não fale!

- Ela sa...

- Cale a boca! – ele rosnou.

- Hm... – suspirei. Eu havia arruinado o jantar, então tentei mudar de assunto, só para ver se o humor dele melhorava. – Aquele casal de velhinhos não é adorável? – sorri, amarelo.

- Quer saber, Isabell? – ele me olhou, furioso. – Não é! Aquela velha é uma safada que está traindo o marido, que por sinal respira por aparelhos numa cadeira de rodas na frente da TV da casa dela, com esse velho aí. E esse velho aí é um pilantra! Que seduz mulheres indefesas para usar o seu dinheiro, ele só pensa como vai ‘dizer’ que esqueceu a carteira em casa para ela. E ela vai pagar com a aposentadoria do marido inválido.  Não. São. Adoráveis!

Eu lhe olhei chocada enquanto meu sushi caia de volta para o prato. É o jantar estava fodido. 


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Notas finais do capítulo

Oii gente!
Eu não vou dar voltas e vou explicar o que aconteceu: eu entrei na faculdade. Pode parecer idiota, se tem férias, tem-se tempo. Mas não. A gente estagia, a gente faz mil trabalhos... Nada justifica o abandono da fic, mas... Eu estou postando outra vez.
Desculpem mesmo a demora, eu estou visivelmente enferrujada. A novidade é que estou desembolsada,então tenho tempo pra escrever. hahaha
Beijosss!