Beyond Birthday - o Truque de Beyond escrita por Gigio


Capítulo 5
Capítulo 4 - Está entre nós (O detetive azul)


Notas iniciais do capítulo

Nhaaaaa! I'm back!! Não prometo postar tão regularmente, mas prometo que vou tentar. Peço desculpas, mais uma vez, por não dar continuidade... É difícil de fazê-lo com pouca inspiração. DD:

Consegui mais de um título para o capítulo e não sabia qual colocar, então coloquei os dois: Está entre nós (fará sentido lá pro final) e O Detetive Azul (personagem em quem esse capítulo foca).

É tão bom sair do clima psicopata do Beyond. U_U



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/100992/chapter/5


A luz amarela do gabinete falhava, mas não impedia Lawliet de continuar lendo um livro. Ouviu passos ecoando do lado de fora, no corredor, mas não tirou os olhos do livro. Pegou um cubo de açúcar do pote em sua escrivaninha e deliciou-se com a sensação do cubo derretendo em sua boca. Alguém deu dois toques na porta.


– Estou indo, Jeff - ele disse, fechando o livro.


Levantou-se da cadeira, puxou seu sobretudo do cabide e o vestiu. Passou uma mão pelos cabelos, pintados num tom de azul berrante, e dirigiu-se à porta, abrindo-a. Do lado de fora, um senhor alto, de cabelos pretos, barba aparada e costas ligeiramente curvadas o esperava.


– Ronald, Will está o convocando... - a voz de Jeff era rouca, soava como a voz de um fumante, de um velho, ou de um velho fumante. - Ele diz ser importante.


Lawliet o fitou, por entre o emaranhado azulado de cabelos.


– O que houve? - indagou.


O homem deu de ombros.


– Não me foi dito. Você sabe que é mais fácil as paredes dançarem com um peixe do que Will me contar qualquer coisa.


– William - corrigiu Lawliet. - Ele detesta que o chamem de Will, você sabe disso.


Jeff bufou. Desde que Lawliet o chamara para ser seu assistente na delegacia de Yorkshire, ele tivera problemas com o chefe da Zona de Investigação, William Dorks. Lawliet, conhecido agora como Detetive Ronald Brandon, não dava muita atenção para a inimizade entre os dois, mas, quando notava que a vaga de seu companheiro podia ser ameaçada, fazia o possível para amenizar a situação.


– Você está ficando corcunda novamente - comentou o detetive, em voz baixa. - E seus cabelos brancos estão voltando a aparecer. Não pode se dar o luxo de descansar, Watari.


A surpresa ficou notável na face de Jeff.


– Senhor...


Lawliet o interrompeu.


– Aqui não sou senhor algum, sou o Detetive Brandon, lembre-se disso.


Eu também deveria me lembrar. Lawliet ficou para trás, agora sou Ronald Brandon, o detetive azul, pensou.


Caminharam até a sala de reuniões, onde William se encontrava, junto de outros detetives e policiais.


– Sente-se, detetive Ronald, por favor - ele disse.


A sala encontrava-se repleta de membros da Zona de Investigação da delegacia de Yorkshire. A única vez que aquilo acontecera, desde que Ronald ingressara ali, foi quando o chefe de polícia de Yorkshire morrera, subitamente, de um ataque cardíaco.


– Detetives e policiais, nós recebemos nos últimos cinco minutos e-mails, ligações e transmissões desesperadas da Zona de Investigação de Londres. Dizem que uma onda de mortes tomou conta da cidade nas últimas horas. Homicídios e suicídios. A maioria das mortes causadas por parada cardíaca, o que, a princípio, levou os detetives londrinos a pensarem numa epidemia qualquer, mas as vítimas tinham algo em comum. Os corpos permaneceram em normal estado, à exceção do coração, o que não acontece num ataque cardíaco comum.


Um clima de tensão preencheu o recinto. Ronald inquietou-se.


Sair de uma chacina para dar de cara com outra, é bem a minha cara... pensou.


– Eles requisitam auxílio nas investigações. Grande parte de vocês ajudará na transmissão e busca de dados, alguns outros serão enviados para Londres, a fim de avaliar mais de perto os casos - continuou William. - Daqui a cinco minutos convocaremos os detetives e policiais a serem enviados a Londres. Voltem a seus aposentos e comecem já as pesquisas!


Ronald foi um dos primeiros a se levantar. Calmamente, foi até seu gabinete, com Jeff atrás de si.


– Você acha que... - o assistente começou a dizer.


– Precisaria ver melhor o caso, para tirar minhas conclusões, mas, sim, creio que sim - respondeu o detetive, sem olhar para trás.


– Mas seria isso possível?


– Tão possível quanto matar pessoas escrevendo seus nomes numa folha de papel.


Quando chegaram ao gabinete do detetive, este aproximou-se da escrivaninha e, de uma das gavetas, tirou sua arma, uma carteira e um celular. Em seguida, virou-se para sair, outra vez.


– Aonde estamos indo? - perguntou Jeff.


– William vai me convocar, estou me dirigindo à sala dele.


– Como sabe disso?


– O modo como ele olhou para mim durante sua proclamação dizia tudo.


Quando chegou à sala de Will, Ronald encontrou-a com quinze outros membros da Zona de Investigação de Yorkshire. Dentre todos, conhecia apenas a policial Cassandra. Estava bela, como sempre, com seus cabelos ruivos presos num coque, sob seu cap de policial, e seus olhos cor-de-mel, quase brilhavam. Lawliet nunca esteve apaixonado, mas não saberia se era possível dizer o mesmo sobre Ronald.


Brandon virou-se para Jeff, com a intenção de dizer algo, que escapara-lhe da boca, então dissera a primeira coisa que aparecera em sua cabeça:


– Esqueci meu livro no meu gabinete, Jeff, você poderia pegá-lo, por favor?


Ele assentiu e deixou a sala. Enquanto ele saía, William chegava.


– Pois bem, vejo que todos os convocados estão aqui. Preciso que vocês assumam esse compromisso e que prometam que só descansarão quando o caso for resolvido.


– Nós prometemos - disseram, em uníssono.


– Pois bem, - continuou o chefe dos detetives - precisarem que escrevam nesta folha seus nomes completos, para serem documentados e arquivados na polícia londrina.


Ele colocou uma folha sobre a mesa no centro de sua sala, e os policiais presentes fizeram uma fila, onde cada um rapidamente escrevia seu nome e saía. Ronald foi o último. Quase escrevera outro nome, um nome qualquer que começava com L.


Ronald Brandon, eu sou Ronald Brandon, detetive, ele pensou, pela centésima vez na semana.


Um silêncio preencheu o cômodo. Subitamente, as luzes apagaram-se, e tudo ficou escuro. Um grito na escuridão. Desespero. Outros gritos.


O que está acontecendo?


Um desespero começou a brotar em Lawliet. Não somente em Ronald, Lawliet estava apavorado.


As luzes voltaram. Ronald precisou de um segundo para seus olhos acostumarem-se à claridade. Quando viu o que tinha acontecido, sentiu que ia vomitar...


Todos os quinze policiais estavam mortos, incluindo Cassandra. Caídos no chão, sobre a mesa, nas cadeiras... Estavam mortos. Só Ronald estava vivo ali, Ronald e...


– WILLIAM! - ele gritou. - O que houve aqui?!


O chefe estava com um olhar psicótico para todos os corpos no chão.


– Então... era ver... verdade - gaguejou o homem.


– O que era verdade?! - gritou Ronald.


Will ergueu uma mão, tremendo. Com ela, ele segurava uma arma. Apontou-a para a própria cabeça.


– WILLIAM, NÃO! - a bala atravessou a cabeça dele, era tarde demais.


É verdade... Agora eu sei o que era verdade.


Jeff chegou na sala, arfando.


– Eu ouvi seus gritos e o tiro - ele disse. Estava vermelho como um tomate. - Então William esteve por trás disso?


– Não - quem falava agora era Lawliet, aquele que sobrevivera a Kira uma vez, que trocara de lugar com seu amaldiçoado irmão para continuar vivo, e que, agora, via que o pesadelo tinha acabado de começar. - William era apenas uma peça nesse jogo, eu tenho certeza...


Sim, ele era só uma peça...


– Então, isso significa que... - Watari estava quase em prantos.


– Kira está entre nós.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Podem comentar, eu deixo... Eu sei que a escrita tá mais fraca, mais podre e mais pobre, mas eu vou tentar melhorar, I SWEAR!!



P.S.: o que acharam do retorno de Lawliet? (ou eu deveria dizer Ronald Brandon?)