Lucie pov’s

Eu e a minha mãe resolvemos que eu iria para casa naquele dia mesmo. Eu arrumei todas as minhas coisas para finalmente voltar a Filadélfia.

Durante toda a viagem o Ricardo ficou sentado e quietinho na banco de trás do carro, como uma criança tímida. Eu resolvi não falar com ele, minhas poucas tentativas foram frustradas, nós não conseguíamos falar meia palavra sem corarmos ou sem levar a conversa a algum ponto ruim.

A minha mãe também não disse nada, aposto como ela pensou que nós dois queríamos conversar, que nada, o melhor naquele momento para nós dois era um buraco bem fundo para nos escondermos ou um saco de papel para pormos na cabeça, ,mas enfim chegamos em casa.

Eu corri pra minha e ele pra dele. Tomei um ultra mega banho relaxante, por que depois de duas semanas e meia junto com a família do meu pai eu merecia.

Dormi por um bom tempo, mas logo já era hora de ir pro colégio, mas não sem antes me espreguiçar na sacada.

Eu estava lá toda bela e formosa me espreguiçando de olhos fechados quando ouço um assobio e me assusto.

- Quem é você?

Eu falei alto. Não era o Ricardo era um garoto bem diferente que estava nja sacada ao lado. Um loiro alto, meio magro. Bem diferente do Ricardo forte, moreno de olhos negros e uma doçura e virilidade incríveis.

- Muito prazer Henrique. Primo do Ricardo, você deve conhecê-lo.

- Conheço.

- Posso saber o seu nome princesa?

- Lucie. Mas pode me chamar de Lu.

- Lu. Bonito.

- Você estuda junto com o Ricardo?

- Na mesma sala. E você?

- Também. E alias eu acho melhor ir tomar café para não me atrasar.

- É eu também já estava perdendo a hora. Tchau, até a aula.

- Tchau Henrique.

Eu joguei um beijo pra ele e fui tomar café. Uma visão dessas não é todo dia que se tem.

Ricardo pov’s

Eu acordei com um Henrique eufórico me balançando na cama.

- O que você quer cara?

- Acorda Ricardo. Deixa só eu te contar quem eu conheci hoje.

- Quem?

- A sua vizinha ali da frente.

- A D. Suzane?

Eu disse meio desligado pensando em uma velha que gosta de brigar comigo toda vez que eu colho as flores dela.

- Não. A da casa amarela.

- Lucie? – eu falei, ou melhor gritei.

- Essa mesmo. Conheci ela na sacada agora pouco.

- Na sacada?

- É. Eu vi ela se espreguiçar e nós conversamos um pouco. Disse que te conhecia.

- Ela disse só que me conhecia?

- É. Porque?

- Nossa quanto consideração da parte dela. Ela não contou que a gente já brigou um monte, passou por um assalto juntos, que a gente já ficou?

- Ficaram?

- Não. Bem, na verdade foi só um selinho e mais nada. Mas eu sei que valeu muito pra ela.

- Eu não contaria tanto com isso Ricardo. Acho que ela não gostou tanto quanto você pensa.

- Não seja idiota Henrique. Ela gosta de mim. Se você não sabe ela foi se espreguiçar na sacada por que foi assim que a gente se conheceu. Ela foi se espreguiçar para MIM.

- Mas fui EU quem a viu. Eu que conversei com ela.

- Por que é um metido.

- Ricardo você gosta dela?

- Eu? Nunca, imagina. Como se eu me apaixonasse por qualquer garota.

- Ótimo. Por que hoje a gente vai se ver na escola, e eu acabo de decidir que ela já é minha.