Amor e ódio entre Duas Sacadas escrita por Lorelei


Capítulo 19
Capítulo 19




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Lucie pov’s

- Lucie?!

Eu vi a Alexandra me olhando e tentando parecer assustada enquanto tudo o que ela queria era gritar de alegria.

Logo todos estavam lá discutindo até que o meu pai proferiu as palavras que eu mais temia ouvir. Temia-as desde de criança, desde que ele saiu de casa. As palavras que apareciam em meus pesadelos, as palavras que me faziam sentir medo.

- Acho que nós precisamos voltar ao tribunal Elena, mas por outra causa. Eu quero que a Lucie fique comigo. Você não é boa o suficiente para cuidar dela.

Como ele podia dizer aquilo? A minha mãe abriu a boca mas as palavras não saíram. Eu senti o terror que aquilo havia trazido. Ele poderia tirar a minha guarda da minha mãe a qualquer momento, afinal ela era muito transferida de emprego e para o meu pai me ver era difícil. Por vezes ela o impedira de me ver, isso quando eu dizia que não queria.

Eu sentia as lagrimas quentes escorrerem pelo meu rosto frio, gélido. Eu os olhava brigar mais uma vez e sentia o meu corpo ainda amolecido pelo toque das mãos do Ricardo. Os meus lábios antes tão calmos agora tremiam de raiva.

Depois de um tempo que eu não tenho idéia de quanto foi eles saíram da cozinha e eu me sentei no chão e abracei meus joelhos tentando me proteger dos gritos que eles haviam dado. O Ricardo não disse nenhuma palavra, apenas sentou ao meu lado e me abraçou forte.

O meu pai foi embora e a minha mãe entrou na cozinha.

- Lucie o que você pensa que esta fazendo? Como pôde agarrar um garoto no meio da nossa cozinha?

- O papai vai me levar embora?

- Você sabe que eu jamais deixaria isso acontecer. Mas não fuja do assunto menina.

- Mãe é exagero daquelazinha.

- Ela não ia inventar uma história dessas do nada Lucie. Aliás vá já pro seu quarto menina. – ela disse nervosa e olhou para o Ricardo estático na cozinha. – e você também mocinho.

Eu saí da cozinha e me dirigi à escada e o Ricardo vinha atrás de mim quando a minha mãe olhou confusa pra ele.

- Onde você pensa que esta indo?

- Não foi a Senhora que disse para a Lucie ir pro quarto e eu também?

Ele perguntou intrigado.

- Mandei você ir pro SEU quarto e a Lucie pro dela! Já.

Eu fui direto pra sacada e o vi chegando em casa.

Ricardo pov’s

Eu fui pra casa e me tranquei no quarto. escutei todos os CD’s que eu tinha pra tentar esquecer o que tinha acontecido, mas era em vão. Passei a língua pelos meus lábios tentado sentir o gosto dos lábios da Lucie, aquela maciez que eu jamais esqueceria.

Por um momento eu comecei a pensar no que o pai dela disse e senti cada vez mais medo dela ir embora, agora que eu havia conseguido conquista-la ela não podia ir embora e com certeza eu queria mais do que a maciez dos lábios dela. Eu queria sentir o gosto da boca dela, a textura de todo o corpo, queria ouvi-la falar meu nome enquanto dormia. Eu queria muito a Lucie. Queria um beijo, um toque, um olhar. Eu queria vê-la sorrindo deitada ao meu lado na cama, como eu vira já tantas outras.

Na segunda de manhã eu a vi indo pra escola e logo fui também. A gente mal se olhou na aula, eu não sei se ela estava arrependida, ou se não podia mais falar comigo. A única coisa que eu pude perceber é que ela não estava bem.

Quando bateu o ultimo sinal todos estavam indo para o ginásio, era aula de Ed. Física. Peguei a garota pelo braço e a puxei pra fora daquele lugar.

- O que você esta fazendo?

- Tenho que falar com você.

Eu a puxei até a nossa sala que estava deserta.

- O que foi Ricardo?

- Você ta com algum problema?

- Me puxou até aqui pra perguntar isso?

- É.

- Estou sim Ricardo. Você acredita que tem um garoto maluco me tirando da aula pra me fazer perguntas idiotas?

- Oras Lucie deixa de ser chata. Eu to preocupado com você.

- Ricardo na quinta-feira a minha mãe vai numa audiência no tribunal. Sabe pra que? Pra perder a minha guarda, por que é certo que isso vai acontecer.

- Você vai embora?

- Pelo jeito sim.

- Eu vou sentir a sua falta.

Eu me impressionei comigo mesmo, aquilo por mais estranho que fosse não carregava nenhuma perversão. Eu ia sentir mesmo falta dela, falta de amigo. ela me abraçou forte e a gente ficou perto de novo como na ultima vez. Eu me senti tentado a beija-la, mas agora nós estávamos tão bem. Nós éramos AMIGOS e se ela fosse mesmo embora eu queria que as coisas ficassem assim.


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