A Profetisa - Heroes Series escrita por AliceCriis


Capítulo 2
1




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1 – O talvez começo do meu fim.

 Eu não sou bem o estilo de garota americana que tem zilhões de amigas e a tal BFF – pelo contrário, mais uma vez – eu apenas tenho amigos garotos... Bem, que garota com uma beleza estonteante e uma personalidade tão... original, pode fazer para afastar os homens de si mesma? Sendo propriamente dita, a mulher perfeita?

Okay, eu não tenho meu ego tããão elevado assim... Só um pouco.

Hm... eu tive uma BFF... no jardim de infância, e quando entramos no primeiro colegial ela conheceu uma coisa chamada “líder de torcida” ou como era nomeado por ela “o esporte de torcer”, e foi aí que ela tirou uma foto minha enquanto eu meditava de cabeça para baixo em cima de uma árvore, e colocou no jornal da escola, o que me deixou com fama de “a esquisita” para todas as garotas, e para os garotos, “a fantástica garota Bennett”.

E bem, eu não sou o tipo de pessoa que aceita levar desaforo para casa... coloquei em seu novo armário “das líderes de torcida” um balde cheio de sanguessugas – eu sabia que ela tinha um medo mortal daqueles adoráveis seres que são pragas encontradas em possas de água suja. E quando a garota simplesmente abriu o armário, os zilhões de bichinhos amáveis que eu recolhera em um dia de chuva com tanta perspicácia, voaram em cima de sua pela marrom-café-amargo e ficaram completamente coladas em seu corpo, me dando assim, uma detenção de dois meses – arrumar a biblioteca da escola, o que não era tão ruim, já que os garotos do time de basebol que ficavam em dependência escolar passavam o tempo na biblioteca, e a senhora Biggle, não ficava de olho em mim atrás das enormes prateleiras ... e Tyler McField não tem do que reclamar – e nem eu, na verdade.

Na Academia Preparatória George Mensen – escola mais cara das redondezas de Chicago – que meus pais fazem questão de pagarem para mim, sem nenhum esforço – eu estudo, levo detenções praticamente todos os dias, fico atrás da escola aos amassos com Tyler, jogo basebol e ando cercada de pessoas do jornal querendo uma entrevista. E bem, não que eu não queira dar a tal entrevista á eles, mas é a lei da oferta e da procura... Se eu sou mega descolada, eles querem minhas sábias palavras descoladas para colocar em suas folhas medíocres, e se eu talvez cedesse minhas maravilhosas e sagradas combinações de letras, eles se dariam por satisfeitos e desistiriam de mim. E enquanto eu não dou, eles continuam a me perseguir, querendo a tal exclusiva. E assim, aumentando meu nível de “descolaridade.” Apenas um cérebro como o meu é cabaz de exibir tamanhas idéias monstruosamente mirabolantes.

A aula de Educação Física acabou, e eu salvei-me de uma bela detenção que o treinador Freeman quase me deu – o cara era um mal amado, qual é? Ver uma garota jovem, linda, estonteantemente desejada e perfeita, o deixaria com raiva de si mesmo por não ser Tyler para possuir esse maravilhoso corpinho de moi, acarretando assim, a minha ida freqüente á direção, para jogar minha adorável bolinha dos Teletubies durante horas, até que eu pudesse sair da sala sem graça – e sem ar condicionado.

- E ai, gata? – Tyler se sentou ao meu lado na mesa abarrotada de garotos esportistas, durante o intervalo.  Tyler era o típico rebelde ou como eu o chamava: La vida loca! Mas tinha um físico que... NHUMY! Olhos castanhos, cabelos pretos e curtos, que ficavam arrepiados a qualquer hora e um tanquinho tão definido que eu contava-os a cada aula que eu matava...

- Não vai me dar um beijo, senhor La Vida Loca? – perguntei esticando os lábios e fechando os olhos.

E como já era de se esperar, Tyler gargalhou e se lançou contra meu corpo, que quase se fundiram com tamanha expectativa.  Simplesmente eu tenho que agradecer o técnico Freeman pela detenção e cumprir o castigo na biblioteca. Esse tempo com Tyler, com toda a certeza, acabava com a abstinência de qualquer pessoa...  Ele mexia seus lábios junto com os meus, e suas mãos ameaçaram descer por debaixo de minha blusa.

- Aqui não... – resmunguei ao mesmo tempo, que escutei alguém de nossa mesa berrar: - Procurem uma cama!

- Pode crer que estamos fazendo isso, Jeey. – respondeu Tyler, com seu sorriso malucamente legal.

Isso que me diferenciava das outras líderes de torcida que aparentemente faziam você-sabe-oque  todo santo dia. Bem, eu sou virgem, mesmo que não pareça... Tyler é o primeiro cara com quem eu tenho os tais amassos “quentes”... Então, por que acima de tudo, eu gosto dele... Não me pergunte se eu o amo, e se você fizer isso, eu lhe dou um belo murro no olho e você cai inconsciente com toda a certeza.

O fato de meus pais conhecerem Tyler – e aprovarem o relacionamento – me deixa mais confiante á estar com ele todos os dias. E bem, eu sou sexy. E ele é sexy. Somos sexy. Então faz sentido...

O que me dá nos nervos em todas as “líderes de torcida” é que:

·    Elas não são legais;

·    Elas não são bonitas;

·    Elas não são espertas;

·    Elas só fazem bobagens;

·    Elas só falam coisas infantis;

·    Elas dão mais valor á você-sabe-o-que, do que com quem elas estão fazendo você-sabe-o-que.

·    E acima de tudo... ELAS NÃO DEIXAM TYLER EM PAZ.

- Quando é o seu jogo de basebol? – pediu Gabe, sentado de meu lado oposto.

- Acho que na semana que vem... não sei. – dei de ombros sem muita importância.

- Quer ajuda para treinar? – ele sugeriu – Eu e Tyler somos ótimos lançadores...

- Talvez. – respondi cortando-o.

- Hm... Okay. – ele disse engolindo seco – Quer esse donut?

Essa era a vantagem de ser uma gata e se sentar-se na mesa dos rapazes... Donuts eram e são sempre bem vindos!

- Claro. – disse pegando o donut de chocolate com calda quente por cima – Valeu, Gabe.

- Não por isso. – ele piscou com um olho, e Tyler puxou instintivamente minha cintura em sua direção;

- Ei, ele só piscou pra mim... – disse abocanhando o donut – é só um donut. Não uma aliança. Relaxa. – disse cuspindo alguns farelos do donut na camisa da Nike de Tyler, com as mesmas estampas que a minha.

- Você é minha. – ele disse com aquele sorriso fofo, que ainda me deixava com as pernas bambas. - Eu sou. – disse terminando de devorar o donut. Bem, escutei vários “EEEWW” entre minha mesa, mas não liguei. Eu gostava de Tyler. Eu já havia dito inúmeras vezes... E foi aí que toda a Droga começou...

Minha cabeça martelou, e eu perdi o controle de toda a situação á minha volta. Eu estava tão perto de Tyler, e eu pude sentir meu contado de pele com a dele, minhas mãos espalmadas em seus braços nus, e o calor que se espalhou por completo sobre a minha extensão corporal. Arfei alto e senti uma onda á toda minha volta... uma onda anormal... psíquica... Eu sabia o que estava havendo! MERDA! E meu contato com a pele de Tyler, não colaborou para que as coisas tirassem a surpresa e o medo de dentro de mim... Com minhas mãos espalmadas e ferventes sobre sua pele delgada, meus olhos cegaram-se e visões e profecias deram inícios em minha frente... Um Tyler bravo, gritando com alguém... depois disto, um Tyler triste... mais tarde um Tyler só e aos poucos inúmeras visões do futuro de sua vida, passavam para mim, até que eu vi um Tyler velho e enrugado, em uma maca de hospital completamente só, e seu peito parou. E Tyler morreu.

Eu me afastei mais que de imediato, quando minha visão voltou... e o caos estava tomado á minha volta... A onda psíquica havia derrubado todas as mesas do refeitório, e á minha volta um redemoinho de pleno vento tempestuoso evitava que mais alguém chegasse á minha volta. Raios e trovões ecoaram pelo refeitório da Academia Preparatória George Mensen, o caos estava alardeado. E por mim. Todos corriam da ira da minha parte psíquica que eu não controlava... Raios atingiam as paredes, deixando-as fumegantes e os trovões ensurdeciam a população escolar.

Olhei detrás do redemoinho de ventos furiosos cobrindo meu corpo, para alguns metros á minha frente, Tyler. Eu vi medo e... nojo? Ele estava com nojo de mim? A raiva me tomou e os ventos se dissiparam mais uma vez quebrando todos os vidros do lugar. Foi quando percebi que meus olhos tinham chorado...sangue? Sangue respingava em meu rosto, e logo eu vi o técnico Freeman correndo em minha direção, como se ele fosse um caçador na savana e eu algum tipo de animal descontrolado. Eu vi - de repente – o que ele trazia em suas mãos... Um daqueles colares que pesavam aparentemente uns cinco quilos com um pentagrama em puro aço místico – eles colocavam aquilo no pescoço dos jovens que como eu... Estavam se tornando... Extradotados. Lágrimas de puro pavor desceram de meu rosto, e o técnico Freeman atravessou o redemoinho de vendo e colocou aquele colar em meu pescoço. E tudo acabou. Os redemoinhos, os raios, as visões... até mesmo os trovões... Eu me senti fraca, e o sangue que estava marcado em meu rosto, secava pouco á pouco...

- Senhorita Bennett. – disse o técnico Freeman, arfando alto – Sala do diretor... – ele disse, e sinalizou para que todos os alunos deixassem as posições defensivas e detrás de suas mesas, que os protegiam dos raios e afins.

Eles se deslocaram, e os olhos passaram em mim com repulsa e medo – tudo misturado á raiva.

E tudo isto porque eu me tornei uma – infelizmente – Extradotada.


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