O Último Suspiro escrita por Borboleta Negra, gabidofletcher


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Postado por Borboleta Negra (Bruna)



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Eu odiava mentir para Gabriela. Principalmente porque a única pessoa com que eu posso contar agora era ela. Eu só me sentia menos culpada porque sabia que ela ocultava algo. Então ocultei também.

 

Flashback on

—Gabriela!_Gritei inutilmente, a porta já havia sido fechada.

Meu braço foi cortado com a força com que o ar foi contra mim. Minha garganta seca, meu nariz que agora devia estar avermelhado estava úmido e ardendo, eu sentia um desconforto em meus olhos, mas quando algo molhado tocou minhas bochechas coradas ele passou.

—Gabriela..._Murmurei abraçando minhas pernas e colocando a minha cabeça entre elas, as lágrimas molhavam meus joelhos nus.

Uma sensação de conforto me invadiu... Meu coração ficou mais mole e calmo, as lágrimas desaparecendo, deixando apenas seu rastro, na qual eu limpei com a ponta dos dedos. Olhei em volta. Não havia nada de diferente, á não ser a leve brisa que passava em minha pele gentilmente. Uma pequena borboleta de um azul mar lindo passou por mim e eu decidi segui-la. Meus instintos pediam para que eu a seguisse. Seria uma válvula de escape.

Suspirei. Á cada passo o conforto aumentava, a calma, meus pensamentos ruins e os problemas esvaiam-se lentamente.

Entrei em um quarto, onde a borboleta simplesmente desapareceu. Explodiu gentilmente em faíscas azuis. Olhei em volta. O quarto estava perfeitamente limpo, os móveis amadeirados com uma forma antiga, alguns símbolos estavam talhados, formando uma língua na qual eu não entendia. Havia uma cama de casal, com um véu á cobrindo por fora. Era um véu semitransparente róseo. Toquei nele, sentindo sua maciez e depois pousei meus olhos na cama. O lençol, os travesseiros com babados, eram todos brancos. A cama era realmente grande. Sentei-me nela, o colchão era macio, de molas. Os travesseiros, de penas de ganso.

No quarto também havia um armário grande e fechado. O abri e me deparei com vestidos antigos. Vestidos realmente conservados, de babados, algumas sombrinhas e sapatos, tanto sapatilhas quanto salto-altos.

—Que lindo..._Murmurei fascinada, apreciando o quarto novamente com os olhos.

Na penteadeira á minha frente havia um espelho, que antes eu não havia notado. Nele havia uma escova, perfumes que eu desconhecia e uma pulseira de ouro, fininha, com um pingente no formato de duas asas.

—Deve ter sido de alguma pessoa que já viveu aqui._Pensei alto enquanto acariciava a pulseira com os dedos.

Foi aí que olhei para o espelho. Meu Deus! Perdi o ar, deixando a pulseira cair enquanto colocava a mão sobre meu peito ofegante. Meus cabelos estavam ondulados, lindos, caiam como cascata. Agora sua cor havia ficado mais clara. Minha pele estava sem nenhum defeito, minhas maçãs coradas, diferentemente do rosto pálido de sempre. Mas o que mais me assustou foram os olhos. Estavam mais penetrantes, alegres, de um azul vivido e elétrico na qual eu nunca havia visto antes. No centro, minha pupila continuava escura, mas faíscas pareciam sair da íris. Agora minha imagem transmitia calma, eu estava linda...

Toquei minha pele e em um piscar de olhos (literalmente) a imagem desapareceu, deixando minha imagem de sempre aparecer.

Deixei minha mão cair rispidamente e olhei-me no espelho.

—Deixe de ilusão Bruna, sua imagem é digna de pena._Falei cuspindo as palavras.

Olhei em volta novamente e a porta começou á se fechar. Antes de se fechar completamente, uma brecha se formou e uma carta foi jogada gentilmente para dentro. Abri a porta rispidamente para ver quem jogara, mas ninguém estava ali. Fechei um pouco a porta e peguei a carta, abrindo o envelope.

“Se não quiser ficar, pode ir embora...”

Perdi meu ar. Não havia só uma pessoa naquela casa. Havia duas! Uma com Gabriela, outra comigo... Meu Deus...

Dei um passo para trás. As palavras de caligrafia perfeita e dourada pareciam tão acolhedoras... Sorri enquanto acariciava as linhas.

—Eu quero ficar..._Respondi ao vento, talvez ele me escutasse.

A porta se fechou hesitante. Olhei para todos os cantos procurando alguém, mas ninguém aparecia. Percebi outra carta sobre a cama e a abri, deixando o envelope de lado.

“Você é minha válvula de escape, linda Bruna”

Ele estava falando comigo!

—Pensei que a amaldiçoada aqui fosse a Gabriela._Falei ao vento._E não eu.

Outra carta, sobre a penteadeira. A abri.

“Você é mágica, inocente como um anjo... Por que seria amaldiçoada?”

—Se eu não sou amaldiçoada, por que você está falando comigo?

‘Devo estar te assustando... Perdoe-me’

Essas palavras foram escritas com algum tipo de tinta azul na parede, no momento em que me virei para ela. Senti-me sendo observada, sentia os olhos na minha nuca. Olhei para trás instintivamente, meus olhos arderam e as lágrimas antes presas no nó de minha garganta desceram frias.

—Eu quero sair daqui! Quero salvar Gabriela!_Gritei.

A porta se abriu e eu me assustei. Ele estava me respeitando. Depois de matar meus amigos, ele estava me respeitando? Que irônico! Saí daquele quarto e segui na direção de antes.

Foi aí que ouvi o grito de Gabriela.

 

Flashback off

 

Estávamos comendo. Sabe, as vezes tínhamos que fazer isso... Mas as palavras das cartas que eu havia deixado para trás não saiam de minha cabeça. Ele estava sendo gentil comigo!

—Seus olhos estão perdidos._Gabriela falou para mim._Vai me contar o que aconteceu ou não?

Virei meu rosto, de modo que eu não olhasse para ela.

—Vou considerar como um não._Ela mordeu o sanduiche.

—Eu... Fale o que aconteceu primeiro._Rebati olhando para ela.

—Tudo bem._Ela sorriu._Acho que você não vai me achar louca... No quarto havia um espelho, quando olhei para ele vi..._Ela hesitou e suspirou._Eu me vi, mas eu estava branca, meus cabelos estavam oleosos e meus olhos arregalados e vermelhos, no meio estavam brancos, totalmente brancos. Mas depois, quando olhei de novo eu estava normal.

Lambi meus lábios e contei o que havia acontecido comigo, desde quando eu cortei meu braço, que, depois que eu saí do quarto, estranhamente havia se curado, até quando ouvi seu grito e fui ajudá-la.

Ela assentiu pesarosa.

—Eu não entendo, o meu quarto era... Sinceramente, assustador. Tinha um ar mais luxurioso, como um quarto de motel, mas antigo.

Assenti e pensei um pouco... Meu subconsciente gritava para mim que sabia o que era aquilo, o que significava os dois seres tão diferentes, mas nada lógico o suficiente me vinha á cabeça... Até que eu encontrei a solução e olhei para Gabriela.

—Gabriela...

Ela olhou para mim.

—Já sei com o que estamos lidando.

 

 


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Notas finais do capítulo

UUUUUUUUUUUUL, gostaram?
*-*
Nossa, estou super animada!
A fic está chegando no meio!!!
E lembrem-se que eu também escrevo aqui e não só a Gabi u_ú
Mereço pelo menos 50% do mérito
Beijos e mandem reviews!!!!!



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