Down Goes Another One escrita por Aphroditte Glabes


Capítulo 6
Capítulo 4 - Uma Surpresa é Boa, Duas São Demais


Notas iniciais do capítulo

Ei gente, desculpa a enorme demora. Demorei muito tempo pra me atualizar e etc, mas voltei com um cap pra vocês. Como eu sou má, o resto fica pro proximo (66)'
HAUEHAUEHAUE
Obrigada a todas que deixaram review no ultimo cap.

XoXo



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Quando acordei, eu estava no meu chalé. Estava deitada esparramada na minha cama, suando, e com as cobertas enroladas nas minhas pernas. A armadura tinha sido removida, assim como as roupas rasgadas e eu estava com uma camiseta velha que eu lembrava que tinha ganhado no aniversário de treze anos e um short. Olhei para meu corpo e meu machucados eram apenas manchas, que pareciam estar sumindo lentamente. Minha garganta ainda doía e quando tentei pronunciar alguma coisa, a voz saiu rouca e quase inaudível. Não tentei mais. A única coisa boa foi que minha cabeça não estava mais doendo.

A luz não entrava no chalé. As janelas estavam fechadas e por isso meus olhos se acostumaram com o escuro. Tirei as roupas que estava usando e troquei pela camiseta do Acampamento e um short, já que parecia estar no início da manhã. Quando joguei água no meu rosto, ele ardeu. Soltei um gritinho meio esganiçado e minha garganta doeu. Olhei no espelho. Meu rosto estava, er, digamos... Um pouco machucado.

OK. Bem machucado. Estava inchado, vermelho e havia um corte longo se estendendo por minha testa. Outro na bochecha e um machucado nos lábios. Mal consegui ver meus olhos. Com cuidado, banhei meu rosto com a água, usando minhas mãos em formato de concha. Gemi incomodada.

-Vamos lá – foi a única coisa que consegui dizer de modo que pudesse ser entendido. Suspirei enquanto secava meu rosto e jogava a toalha sobre o vaso sanitário. Caminhei até a porta do meu chalé e comecei a abri-la com cuidado. Vários raios do sol bateram em meus olhos e eu os escondi com as mãos. Comecei a correr até a Casa Grande, ignorando algumas pessoas que já estavam acordadas e me chamavam.

Passei por diversos chalés, inclusive o chalé dele. Argh, garoto irritante. Às vezes tenho vontade de fazê-lo morrer. Ele é tão irritante... Argh! Quando cheguei na Casa Grande, ela estava vazia a primeira vista. Ouvi Quíron conversando com Annabeth.

-Annabeth – ele disse – Você sabe que não deveriam ter posto aqueles venenos naquelas plantas... Por causa disso, uma campista está desacordada há dois dias...

-Quíron – suspirou Annabeth – Sinto muito, OK? Eu não sabia que iria acontecer aquilo com ela...

Bati na porta. Ela foi aberta por Quíron, que estava extremamente surpreso. Annabeth estava com os olhos baixos, olhando para o chão. Percy estava sentado ao lado dele, com o braço sobre os ombros da namorada. Apontei para minha garganta e fiz um sinal de não. Tomara que eles entendam.

-Jessica? – perguntou Quíron. Apontei novamente para minha garganta, fiz o sinal de não e algo como se eu estivesse sufocando.

-Não consegue falar? – perguntou Percy. Apontei para ele e assenti.

-Er, Jessica – disse Annabeth se levantando – Acho que te devo desculpas.

Fiz um sinal com a cabeça, meio que de indecisão.

-Me desculpa? – ela perguntou.

Assenti com a cabeça e a abracei. Ela pareceu surpresa, mas me abraçou de volta. Era um pouco estranho, mas parecia o certo a se fazer.

-Bem – Quíron nos interrompeu – Acho que devia ir descansar, seu estado ainda está um pouco instável...

Assenti, acenei e saí. Simples assim. Eu estava, vamos dizer... Assustada. É, bem, nunca fiquei assim antes. Sempre tive minha mãe para me proteger de qualquer coisa, para chorar ou para desabafar. Quando estava voltando, decidi ir até a praia. Sentei em uma pedra próxima ao mar, observando o sol.

-Olá – disse uma voz harmoniosa. Um rapaz de uns dezoito anos apareceu ao meu lado. Ele tinha cabelos loiros lisos e olhos dourados. Me virei para encará-lo, mas não consegui falar nada.

-Jessica, certo? – perguntou e me deu uma piscadinha. Assenti – Você não é daquelas que gostam de falar muito, ou é?

Revirando os olhos, apontei para minha garganta e fiz um sinal negativo. Ele deu uma risada, que parecia musica aos meus ouvidos.

-Não consegue falar?

Assenti.

-É por minha causa?

CONVENCIDO. Queria gritar, mas em vez disso, dei um tapa no braço dele e balancei com a força a cabeça. Ele riu novamente.

-Estava brincando. Capture a Bandeira, certo?

Assenti.

-Hum – falou. Ele tocou minha garganta com a mão e murmurou um pequeno encantamento em grego. Não entendi o que falou, foi muito baixo – Pode falar.

-Ah, obrigada – disse. Minha garganta ardia levemente.

-Não tem quê, doçura – falou e eu revirei os olhos novamente, olhando para o horizonte.

-O que quer? – perguntei, abraçando minhas pernas. Ele riu. Isso está me irritando.

-Bem – falou – Na verdade, queria visitar meus filhos, mas vi você aqui e decidi checar o que aconteceu.

-Foi um veneno da equipe adversária – expliquei – Annabeth disse que isso não devia ter acontecido... Eu não entendo.

-Cada veneno provoca diferentes reações em cada um – ele disse, passando a mão pelos meus cabelos e se levantando – Bem, espero que melhore. E ah – falou – Caso queira saber, o time que venceu o Capture a Bandeira foi o seu.

E foi em direção aos chalés, piscando para mim. É, parece que Apolo realmente sabe das coisas. Fiquei vendo o mar durante alguns minutos, até que outra pessoa sentou ao meu lado. Aquela pessoa.

-Como está? – perguntou, arrogante.

-Melhor antes – respondi na mesma frieza de sempre, enquanto soltava minhas pernas e me sentava normalmente.

-Não precisa me atacar logo de manhã cedo.

-É, mas caso não percebeu, meu humor está péssimo.

-Já percebi – falou, enquanto tentava me olhar nos olhos – Já sabe quem ganhou o Capture a Bandeira?

-Sei, Apolo me disse.

-Apolo? – ele perguntou. Senti uma ponta de irritação no tom que ele usou.

-Ele mesmo – respondi – Estava aqui agora a pouco. Ele curou minha garganta.

-E seu rosto – ele observou azedo, enquanto eu tocava meu rosto e sorria maravilhada.

-Acho que vou fazer uma oferenda para ele no almoço.

Lucas rosnou.

-Por que está assim? – perguntei.

-Assim como?

-Irritado!

-Eu sou assim – disse friamente.

Levantei.

-Aonde vai? – ele perguntou, com os olhos alertas enquanto eu sacudia minhas roupas para tirar a areia.

-Não consigo ter uma conversa com você – falei indiferente, enquanto andava pela praia em direção aos chalés. Ignorei Lucas que corria atrás de mim para falar comigo, por isso voltei ao meu.

Eu queria fazer uma coisa diferente, daqui a duas semanas o verão iria terminar e consequentemente eu iria voltar para o Palácio da minha mãe. Mas eu queria ver meu pai. Peguei um dos dracmas que estavam na minha bolsa e fui até o banheiro. Abri o chuveiro e abri um pouco a janela, rezando para Apolo. Joguei o dracma e falei:

-Ó deusa do Arco-Íris, aceite minha oferenda. Deusa Macária.

A imagem tremulou, até que minha mãe apareceu sentada em seu trono. Ela me estudou, mas então finalmente falou.

-Jessica.

-Oi mãe – falei sem graça – Bem, eu quero te pedir um favor. Eu sei que o verão está acabando... Mas, eu gostaria de passar o resto do ano com meu pai.

Ela continuou me estudando, um pouco assustada talvez. Então suspirou.

-Sim, Jess. Você pode.

-Obrigada, mãe – agradeci – Bem, acho que tenho treino de arco e flecha agora...

-Como se precisasse – ela revirou os olhos e eu sorri.

-Bem, vou indo. Beijos, mãe.

-Beijos querida – ela disse, e eu passei minha mãe sobre a imagem dela.

Estremeceu e tremulou, então finalmente desapareceu.

Respirei profundamente enquanto tirava os cabelos do rosto e desligada o chuveiro. Eu senti que estava sendo precipitada, eu sei, mas eu quero passar um tempo com meu pai e o Palácio de mamãe não está mais me animando tanto quanto antes...

-Jessica? – perguntou uma voz e eu pulei de susto.

-Oh, deuses – falei – Lucas, você me assustou.

-Desculpe – ele realmente parecia querer se desculpar – Eu queria falar com você!

-Sobre o que? – perguntei, cruzando os braços sobre o peito – Sobre como você adora brigar e discutir com os outros, ah, obrigada, mas disso eu já entendo muito bem.

Me virei para voltar a mexer nas minhas coisas, mas ele segurou meu braço.

 Forcei para ele solta-lo, mas não soltou.

-O. Que. Está. Fazendo? – pontilhei cada palavra com uma pausa – Me solte.

Lucas me puxou novamente, para que pudesse encará-lo nos olhos. Então, me beijou. 


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Odiaram? Comentem e Recomemdem *-*