O Juramento Quebrado escrita por vivaopato


Capítulo 12
Um balde de nojeiras


Notas iniciais do capítulo

Ok, não adianta nem me desculpar, certo? Vocês aí que não abandonaram a fic: ME PERDOEM. EU ESTOU DE VOLTA.
E vocês aí que abandonaram a fic: EU NÃO OS CULPO, EU COMPREENDO, MAS ACHO QUE VOCÊS IRIAM GOSTAR DE TER LIDO O FINAL DA FIC.
Beijos. Leiam com carinho!



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            Alguns segundos depois da estranha e pornográfica profecia dupla, ainda com as garotas “acordando”, o Oráculo se levantou cambaleante e piscou forte algumas vezes, sentando-se numa cadeira encostada à parede, provavelmente já bastante acostumada às sensações pós-profecia, mas Sophia passou a tossir enlouquecidamente, e correu para a varanda, enquanto algumas garotas rodeavam o Oráculo, e o resto de nós podia ouvir o som agradabilíssimo de Sophia vomitando do lado de fora do chalé.

            Eu e duas outras garotas fomos atrás de Sophia, que estava de joelhos na beirada da varanda, arqueada e arfante. Quando ela começou a dar sinais de que iria vomitar, eu me prostrei atrás ela e segurei seus cabelos para trás, enquanto uma das garotas corria para buscar um balde (ela gritou alguma coisa sobre o balde verde da limpeza). Sophia vomitou duas vezes na grama até a garota chegar com o balde, que foi posto frente à loira. As duas garotas que tinham vindo comigo entraram no chalé, porque aparentemente o Oráculo desmaiara, então eu me sentei na escada da varanda com a Faz-Tudo.

            Ficamos em silêncio, até porque Sophia vomitava a cada quinze segundos, e eu começava a me preocupar com a possibilidade de a garota morrer de grave desidratação. Talvez sete minutos e setenta vômitos depois, Sophia fez uma careta e resmungou com a voz rouca, me olhando:

            - Sangue.

            - O que?

            - Sangue, Thalia, eu estou vomitando sangue! – ela exclamou antes de vomitar outra vez.

            Nesse ponto, a coisa começou a parecer bem mais grave.

            - Vem, eu vou te levar na Casa Grande. – falei me levantando.

            - Não! Eu não quero ver Quíron agora! – ela reclamou enquanto eu a ajudava a se levantar com o balde nas mãos.

            - Pra onde, então? – perguntei, assustada com a crescente frequência com que a garota vomitava (que, só para constar, e para que você se sinta tão enojado quanto eu me senti, era, agora, sangue).

            Mas Sophia não parecia capaz de responder ou mesmo de pensar sobre o assunto, então a levei para o chalé de Zeus. Abri a porta, encontrando Dean e Heather dormindo na enorme cama. Levei Sophia até o banheiro e esvaziei o balde no chuveiro, devolvendo-o à loira antes que ela vomitasse em todo o banheiro. Sophia sentou-se no chão, com o balde em mãos. Fechei a porta com o tornozelo e prendi o cabelo da Faz-Tudo num coque. Então me sentei no chão como Sophia, encostada à parede oposta à garota, e esperei. Vários minutos se passaram, e a frequência aumentava cada vez mais, e Sophia estava obviamente prestes a desmaiar, até que ouvi uma batida leve na porta.

            - Thalia? – ouvi a voz de Dean – É você?

            - Pode entrar. – respondi.

            Meu irmão abriu a porta lentamente e entrou no banheiro, assustado com a cena.

            - Deuses. – ele murmurou, fechando a porta atrás de si.

            O garoto se ajoelhou ao lado de Sophia e tocou sua testa, falando em seguida:

            - Ela está queimando de febre! E... isso é... sangue?

            - Começou há meia hora. – falei.

            De repente, Sophia vomitou. He he, peguei vocês! Vocês acharam que algo surpreendente ia acontecer, mas não! Ela continuou vomitando. He he.

            Então Dean se levantou e ligou o chuveiro, ajudando a vomitante (apelido novo) a se levantar com o balde.

            - O que está fazendo? – perguntei intrigada.

            - A febre dela tem que passar. – meu irmão respondeu como se fosse algum tipo de médico importante que tivesse estudado por setenta anos.

            Me levantei e me aproximei do chuveiro em que Dean estava prestes a enfiar a vomitante febril, e algumas gotas atingiram meu braço. Sinceramente, aquela água estava sendo importada diretamente do Polo Sul. Dean segurou Sophia embaixo do iceberg líquido. A boa notícia: Sophia vomitou apenas mais uma vez. A má notícia: ela desmaiou.

            - Dean, seu retardado, você causou um choque térmico nela! – exclamei, enquanto Dean tirava a garota do box, e a enrolava em uma toalha.

            Felizmente (ou não), Sophia acordou cerca de dois minutos depois, tremendo e exausta, e sentou-se, tentando se secar com a toalha, com Dean ao seu lado. Desliguei o chuveiro e algo reluziu no chão. Era redondo e dourado, com talvez cinco centímetros de diâmetro, e uma corrente dourada fina atada a ele. Catei o objeto, e percebi que era uma bússola, e que, ao invés de um ponteiro de bússola, tinha dois ponteiros de relógio, movendo-se lentamente em sentido anti-horário, apesar de marcar os pontos cardeais.

            Sequei-a e mostrei a Dean e Sophia. A garota a pegou e segurou-a com força na mão, e me perguntei se aquilo significava algo para ela, e se ela a teria engolido. Dean emprestou uma blusa e uma calça para Sophia, e ajudei a garota a se secar e se trocar (claro que depois de Dean ter saído do banheiro). Levei a garota para a cama de casal e Dean a deitou ao lado de Heather. Sophia dormiu numa velocidade surpreendente para alguém que estava se retorcendo há pouco.

            Dean pôs um colchão no chão e dormiu rapidamente. Deitei na enorme cama, ao lado de Sophia e Heather, mas não consegui dormir, ainda que estivesse exausta, então me levantei e saí do chalé. Passei pelo conjunto de chalés dos deuses menores, indo em direção à arena. Claro que eu poderia ser engolida por uma harpia da limpeza, mas quem se importa? Sentei-me na arquibancada absolutamente esgotada e fiz uma prece silenciosa a Ártemis, pedindo que viesse buscar as Caçadoras logo.

            Tantas coisas horríveis, assustadoras, cruéis e traiçoeiras tinham acontecido nesses últimos dias que eu praticamente havia me esquecido de quem eu realmente era, acima até de Thalia Grace, filha de Zeus. Eu era a primeira-tenente de Ártemis, era uma Caçadora, com uma aura de imortalidade me rodeando. Então por que eu me sentia tão vulnerável, tão à mercê de tudo e todos ao meu redor? Mas, não importava o que houvesse, acontecesse o que acontecesse, eu não estava disposta a deixar isso escapar. Quem eu era, de fato? Se você, naquela noite de verão, no Acampamento Meio-Sangue, tivesse me feito essa pergunta, eu não hesitaria em responder “Thalia, primeira-tenente de Ártemis”.

            E não seria uma afirmação falsa, ou desonesta. E foi por essa certeza que eu me levantei e fui até o chalé oito, abrindo a porta o mais silenciosamente possível, entrando e fechando-a do mesmo modo. Minhas irmãs Caçadoras dormiam em sacos de dormir no chão. Lentamente, me despi daquelas roupas e peguei emprestadas habituais e confortáveis roupas prateadas de Caçadora, me vestindo.

Peguei minha tiara de primeira-tenente (Layla tinha guardado para mim) e refiz minha trança. Tirei toda a maquiagem e guardei a tiara ao lado de meu recém armado saco de dormir, no qual eu me enfiei, e de algum modo, relaxei todos os meus músculos. Mais do que nunca, ali, com a Caçada, eu me sentia em casa.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Eu não mereço, eu sei, mas por favor? Mesmo que seja pra falar que eu não sei escrever, que tá uma merda e que eu deveria excluir minha conta do Nyah.



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