O Juramento Quebrado escrita por vivaopato


Capítulo 10
Irmãos, roupas indecentes e perda de tempo


Notas iniciais do capítulo

GENTE! ISSO É MUITO IMPORTANTE!
PRIMEIRO, ME DESCULPEM PELA DEMORA! Vocês vão me matar por isso, e isso se eu não me matar primeiro!
Maaaassss.... eu nao tenho desculpas, além de que minha criatividade está assim ó:
Exato, pra quem nao entendeu, minha criatividade tá no NADA.
Leiam o capítulo, sejam bonzinhos e me façam feliz com capas, reviews e sugestões.



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                Ultimamente eu estava acordando muito mal. Então, quando eu acordei, só o que vi foi um par de olhos azuis elétricos me encarando. Pisquei forte. Sabe como é, verificar se eu não estava sonhando.

                - Bom, dia, Thalia! – ouvi alguém dizer à minha esquerda.

                Olhei na direção da voz e vi Dean sorrindo irônico pra mim. A dor de cabeça havia diminuído consideravelmente, mas eu ainda sentia meus olhos e têmporas latejarem. Ok, agora, pensando melhor... Se Dean está sentado numa cadeira à minha esquerda... De quem eram os olhinhos vibrantes em cima de mim? Olhei para os olhos iguais aos meus, que ainda me encaravam.

                A pessoa se afastou e eu pude olhá-la melhor. Certo. Agora... me parecia menos aterrorizante quando eu podia ver apenas os olhos. Havia uma garotinha de uns cinco anos, aparentemente, com cabelos lisos cor de café com leite, canela e chocolate. Ela tinha lábios rosados e carnudos, e olhos... bom... olhos azuis, elétricos, vibrantes e iguais aos meus. Ela era muito fofa, e seria a coisa mais legal do mundo acordar com ela ao meu lado, se eu não tivesse tanta certeza de quem era o papai dela.

                Olhei aterrorizada para Dean, que apenas sorriu sarcasticamente.

                - Thalia? – eu ouvi a voz meiga e fina que provavelmente seria da garotinha, me chamar.

                A olhei.

                - Olá. Qual seu nome? – tentei ser uma boa irmã mais velha e não assustá-la.

                Ela olhou tímida para Dean.

                - Pois bem, Thalia. Essa é Heather Lucile. Nossa nova irmãzinha. Não é linda? – ele falou, com um toque de sarcasmo e diversão.

                - É, muito fofa. Agora... Por que exatamente ela está aqui? – perguntei arisca, me sentando. Heather se sentou ao meu lado com as perninhas cruzadas.

                Meu querido irmão franziu o cenho.

                - Depende... “Aqui” no acampamento, ou “aqui” em cima da sua cama? – ele perguntou.

                - Os dois! – reclamei. Heather olhava de um para o outro.

                Dean ergueu as mãos em sinal de rendição e veio até minha cama. Aliás, eu não saía dali há, o quê? Três dias? Que horror. Voltando à história. Dean veio até a cama e pegou Heather no colo. Pus os pés pra fora da cama e me levantei. Minha cabeça pareceu dar uma pirueta, mas voltou ao normal segundos depois.

                - Está melhor, Thalia? – Dean perguntou.

                - É, acho que sim. Quanto tempo dormi dessa vez? – perguntei, passando a mão pelos cabelos, reparando que a trança estava desfeita.

                - Hmm... 24 horas, mais ou menos. São dez e alguma coisa da manhã.

                Olhei para trás na cama, e havia uma xuxa de cabelo azul nela, amassada e com alguns fios pretos. Meus, provavelmente.

                - E quando a Heather chegou? – perguntei enquanto pegava a xuxa e prendia meu cabelo em um rabo de cavalo.

                - Cheguei às sete e quarenta da noite de ontem. – Heather respondeu.

                Enruguei a testa para ela. Quer dizer... quando eu tinha cinco anos não sabia nem mesmo contar até dez. Mentira, até dez eu sabia, mas até onze não. Muito menos olhar as horas.

                - Hã... Ok... Eu preciso sair dessa enfermaria! Estou aqui há três dias! – reclamei, já indo para a saída.

                Pude perceber meus irmãos me seguindo. Desci as escadas da Casa Grande. Luke estava sentado no sofá lendo um livro, e Quíron estava na forma de aleijado comendo um... vegetal, ou seja lá o que fosse aquilo, olhando pela janela distraído. Empinei o nariz e saí do lugar, virando direto para o chalé de Zeus.

                Quando percebi, estava dentro do chalé. Sem me lembrar direito de como tinha chegado lá. Coisa do déficit de atenção... cheguei à brilhante conclusão de que eu precisava de um bom banho, então fui até o banheiro. Estaria exatamente do jeito que eu o deixara, se não fosse pelas... coisas de Dean, que estavam espalhadas por toda a pia e... eca! Sério, tinha uma... ergh... cueca na torneira do chuveiro.

                Me despi e entrei no chuveiro. Tomei um banho caprichado e me sequei com uma toalha que fiz aparecer “magicamente”. Hehe. Não foi mágica. É só um truque que eu aprendi com Hermes num dia que ele passou no acampamento, enquanto Ártemis estava numa reunião a que ele não teria que ir. E lady Ártemis jurou pelo rio Estige que se ele tentasse algo, ela iria fazer uma operação drástica nele, e ele nunca mais poderia ter filhotes.

                A coisa se baseia em concentrar raios e coisas elétricas e de filhos de Zeus em alguma coisa, que você mentalize. Mas não funciona muito bem com coisas muito grandes ou pesadas. Aviso: não tente isso em casa. Eu queimei a mim e a tudo num raio de dois quilômetros nas quatro primeiras vezes que tentei.

                Me enrolei na toalha e saí do banheiro. Oh-oh! Dean estava no quarto, assistindo Bob Esponja, com Heather ao lado. E ele parecia estar se divertindo mais que ela. Ainda assim, eu estava só de toalha, que era meio curta, por sinal, e cobria só um palmo da minha coxa. E do resto pra cima, claro.

                Voltei num salto para o banheiro e pus a cabeça pra fora.

                - Dean? – chamei.

                Ele olhou.

                - Vire-se, e não olhe! Ouviu bem? – exigi.

                Ele arregalou os olhos e assentiu com medo, virando-se para o outro lado. Saí do banheiro e peguei um lenço que achei em cima da TV, indo até Dean e pondo o lenço em seus olhos, como uma venda. Heather ria olhando a cena. Soltei um sorriso.

                - O que está fazendo? – Dean ganiu.

                - Garantindo que seu lado de tarado não vai gritar. E que você não vai olhar pra mim! – falei, indo em direção à minha mochila, largada no chão ali perto. Ela tinha um maravilhoso “encantamento” de extensão, cabia uma barraca de acampamento nela! Presente de Hefesto, quando eu e as garotas recuperamos a arainha de metal dele.

                Levei minha mochila para o banheiro, e a abri, à procura de uma roupa decente. E adivinha? ELA ESTAVA VAZIA! MINHA MOCHILA COM TUDO DENTRO NÃO TINHA MAIS NADA!

                Calma, Thalia. Nada de pânico. Ok, é hora de pânico! Não, controle-se. Pensa! Ah, Heather! Abri a porta do banheiro colocando a cabeça pra fora.

                - Heather! – chamei, ela me olhou – Vem cá, meu bem!

                Ela desceu com dificuldade da cama alta e veio até mim.

                - O que foi, Thalia? – ela perguntou, espiando pra dentro do banheiro.

                Eu ainda não sabia o que fazer, até que a idéia maluca me ocorreu.

                - Heather, faz o seguinte...

//

                Ok, então ali estava eu, linda e poderosa. Ah, fala sério. Eu estava usando uma calça jeans, que seria normal se não fosse masculina e provavelmente quatro números maior que o meu. E uma camiseta obviamente masculina, gigantesca que ia até metade das minhas coxas. As roupas eram de Dean. E aí você pergunta: “Uau, Thalia, era essa a sua idéia genial?”. É. Era essa mesma.

                Dean já tinha tirado a “venda”, e agora tanto ele quanto Heather riam descontroladamente de mim. Eu estava com a pior cara do mundo, e com certeza, assim que pegasse a pessoa que tinha feito aquilo comigo, ia apanhar até cair roxo no chão.

                - Parem de rir! Dean, levante do chão! – briguei.

                Ele se levantou, ainda rindo, e disse:

                - Thalia, eu acho que é melhor você não sair pelo acampamento desse jeito! Eu tenho algo melhor.

                Ele foi até o guarda-roupa e fuçou as gavetas.

                - Ah, achei! – ele exclamou. Ele se virou e ergueu um vestido.

                Eu agarrei o vestido desesperada e voltei para o banheiro, já arrancando de mim aquelas coisas. Peguei o vestido e o vesti. Só que... digamos que, na pressa pra vestir algo que não fosse aquela tenda de circo que eu estava vestindo, eu não vi direito a peça.

Era um vestido, realmente, e eu nem queria saber por que Dean tinha um vestido na gaveta. Mas, de um jeito ou de outro, o vestido era folgadinho, floral, com uma faixa na cintura. O problema? Ele deixava cinco centímetros da minha coxa cobertos, e nada mais. Pois é. E o pior era que eu teria que sair procurando a pessoa que roubara minhas roupas usando aquela coisa. Não é como se eu não tivesse um palpite de quem tinha feito aquilo, mas não mudava muita coisa.

Então eu saí do banheiro, tomando consciência de que minhas bochechas esquentavam. Heather me viu e riu. Dean me olhou de cima a baixo e riu.

                - Sabe, Thalia... Você devia usar menos roupas que te cubram de cima a baixo. – ele falou debochado.

                O fuzilei com os olhos. Prendi meu cabelo num rabo de cabelo e peguei minha mochila. Caiu dela um papelzinho.

                Thalia, querida, eu estou com suas roupas nada estilosas de Caçadora. Venha pegá-las!

                O bilhete dizia. Claro que era obra da Faz-Tudo. Parece fácil até aí? Só tem um detalhe. Ela podia ficar no chalé do pai, no da mãe, no de Atena, no de Poseidon e no de Hades. Ou seja, eu teria que passar por cada um deles. Suspirei e saí do chalé, praticamente faiscando, literalmente.

                Sentia olhares desejosos sobre mim, e tentava reprimir a vontade de tostar um por um. Ouvi um ‘Ei, Caçadora, meu chalé está livre às sete!’ e bufei. Cheguei ao chalé 03, o de Poseidon, e abri a porta com um chute. Sophia não estava lá, mas havia um garoto de cabelos pretos ao lado de outro loiro, ambos sentados no chão jogando algum tipo de videogame, e eles me olharam assustados.

                Saí do chalé, indo ao de Atena, onde bati na porta educadamente. Afinal, não se bate em nerds.  Um garoto de uns 13 anos abriu logo em seguida, o empurrei entrando na biblioteca com camas e todos os nerds me olharam indignados. Olhei ao redor. Nope. Nada de Sophia. Saí do lugar, praticamente voando até o de Hades.

                Cuja porta eu, novamente, abri com um chute. Havia um garoto de uns 16 anos deitado na cama, e assim que eu entrei, ele deu um pulo (literalmente) e se levantou da cama.

                - Quem é você e o que está fazendo no meu chalé? – ele exigiu.

                Só que quando ele reparou no pedaço indecente de pano que eu usava, acrescentou com um sorriso safado:

                - Se bem que se quiser pode ficar, coisa linda.

                Dei um soco na cara do miserável e saí tempestuosamente. A causadora do meu problema não estava ali. Fui até o chalé no fim do mundo da mãe de Sophia. O chalé estava vazio. Corri até o de Nico e abri a porta com um baque.

                O deus em pessoa estava lá, de pé, sorrindo pra mim, como se esperasse que eu fosse até lá. Era um homem incrivelmente bonito, com os mesmos traços de quando ele tinha 20 anos, a última vez que o vi, antes de ele se tornar um deus, mas agora parecia ter 30.

                - Bom dia, Thalia. Faz tempo, hã? – ele disse.

                - Nico? O que está fazendo aqui, pirralho?

                Ele ergueu as sobrancelhas.

                - Não vai abraçar um velho amigo? – ele perguntou abrindo os braços.

                Revirei os olhos, mas o abracei.

                - Bom, isso é lindo, mas dá licença que tenho que achar sua filha. – falei, saindo do seu abraço.

                Ele riu.

                - É só uma adolescente, Thalia. Admito que às vezes ela precisa mesmo de uma lição, mas ela me lembra muito você. – Nico disse.

                - Pare de falar comigo como se eu fosse uma criança, sou mais velha que você. – reclamei.

                - Tecnicamente não, priminha, mas tudo bem. Continue procurando Sophia. Ela não está aqui. Só não a toste, ok? – ele falou, me dando um beijo na bochecha.

                - Ok, Gasparzinho.

                - Er... Thalia, só mais uma coisa... Sinto muito. Vai ficar tudo bem, quanto a... aquilo. – ele disse, sumindo em seguida.

                Suspirei e saí do chalé, voltando ao de Zeus, já derrotada. Entrei e me joguei na cama (que por sinal, era gigantesca. Sério, acho que caberiam umas 4 pessoas confortavelmente nela), suspirando, sob os olhares de Dean e Heather. Então, olhando derrotada para o teto, comecei a reparar que os meus queridos irmãos riam baixinho.

                Os encarei desconfiada e eles explodiram em uma gargalhada.

                - Do que estão rindo, Mini-Poderosos? – exigi, me sentando.

                Eles não responderam, ainda rindo. Então outro riso se juntou ao coro e eu olhei para o meu lado na cama, de onde vinha o som. De repente, apareceu Sophia, rindo e com minha mochila no colo.

                - Ah, aí está você, sua ladrazinha! – acusei, me jogando sobre ela e tentando alcançar minha mochila, que ela foi afastando.

                - Não, não, não. – a vaca falou, me empurrando. Eu já faiscava de leve, de tanta raiva.

                Respirei fundo. Primeiro, olhei para meus dois irmãos traíras rindo ao pé da cama.

                - Vocês dois, parem de rir. Faz-Tudo, o que você quer que eu faça pra você me devolver minha mochila? – exigi.

                Sophia fez uma falsa expressão inocente e falou:

                - Nada, Pára-Raios, só que você apareça na festinha do pijama que as divas de Afrodite vão fazer essa noite, usando, esse pijaminha maravilhoso que eu escolhi do meu próprio guarda-roupa só pra você! – ela falou, tirando da minha mochila um pijama, que peguei antes que eu pudesse ver ao menos a cor dele.

                - Tá. Feito. Mas jure pelo Estige. Não confio em você. – falei.

                - Faz muito bem. Nem eu mesma confio em mim. Não é um bom jogo confiar em mim. – ela murmurou. – Eu, Sophia di Angelo, neta de Hades, juro pelo Rio Estige que vou devolver a sua mochila, Thalia, filha de Zeus, ao fim da festa do pijama das filhas de Afrodite e blá, blá, blá.

                Trovões soaram selando o juramento. Soltei um muxoxo, cruzando os braços num gesto malcriado. Sophia se levantou da cama e foi até Heather, dando um beijinho na bochecha da pequena. Ela repetiu o gesto em Dean, que corou até a raiz dos cabelos.

                Ela foi em direção à porta, e antes de sair, virou-se e soprou um beijinho pra Dean, piscando pra mim e dizendo:

                - Tchau, Dean. Te vejo mais tarde, Cara-de-Pinheiro. – e saiu.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Um desastre? Perda de tempo?
Beijoosss, amo vocês, obrigada à Mah_G pela capa!!
Mandem capas!
E aí? O que vocês acham que vai rolar nessa festa do pijama?