Desafio de Chronos escrita por Pipe


Capítulo 7
Capítulo 7 Prova final inicio


Notas iniciais do capítulo

Calma, que tudo vai acabar bem...



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O DESAFIO DE CHRONOS – CAPÍTULO 07

PROVA FINAL- INÍCIO

A relação dos bebês com animais era um show à parte. Afrodite tinha seus gatos, que visitava regularmente com Ikki. Fênix se sentava no terraço de Peixes, tomando uma cerveja enquanto Afrodite brincava com os gatos no jardim, entre as rosas. Rolava na grama com Freddie, já que George era mais rabugento.

Muitas vezes, os servos pediram para que as crianças fossem levadas à aldeia, onde visitavam os cercados de criação. Carneiros e cabritos eram seguros, para que os cavaleirinhos acariciassem seus dorsos. Shura, Milo e Aioria, para deleite dos pastores, aceitaram montar em alguns, dando um showzinho de mini-rodeio. Cabritos pulam à beca, e os meninos não ficavam mais que alguns segundos montados, mas a diversão era garantida.

Saga já ficava montado nos carneiros maiores como se fosse um adulto a cavalo. Mú já queria puxar os pelos dos carneiros ou colocar os animais na boca. Aldebaran e o ordenhador tiveram a maravilhosa idéia de por o bebê nas tetas de uma cabra. No início, o pequeno estranhou, sacudindo a cabeça. Daí o homem mostrou pra ele que saía leite. Pra quê? Mú pegou numa teta e começou a mamar. Logo todos os pequenos quiseram experimentar. Depois choravam em casa que não queriam mais leite no copo, mas das “garrafinhas” da cabra.

Do Olimpo, as deusas olhavam extasiadas para eles. Liebe era apaixonada por Shaka e Mú, assim como sua mãe apreciava Afrodite e Camus. Hebe amava os mais travessos como Milo e Shura e Hera gostava da tranqüilidade de Leão e da força contida de Saga.

_ Só não consigo entender porque o velho deus do tempo deu essa prova pra eles... – comentava Liebe – Não parece nada de mais.

_ Quando você for mãe, vai entender. – ria Hera.

Os deuses não pareciam interessados no assunto, ainda mais porque era apenas por um mês, e pra quem tem toda uma eternidade, um mês não é nada. Mas pra quem quer aprontar, um dia é suficiente. Ares estava fora, enchendo a cabeça de seu discípulo favorito (um tal de Bin Laden).

Quando voltou, faltava apenas dez dias para acabar tudo. Ele nem acreditava na sorte. Só precisava sumir com aquele bando de pirralhos e o Santuário estaria em suas mãos. Derrotar os franguinhos de bronze seria sopa no mel, e aquela inútil travestida de deusa mais fácil ainda (E ainda chamam o Shaka de arrogante...).

Chamou seus fiéis asseclas, Fobo e Deimos e mostrou os pivetes de ouro. Os olhos até faiscaram:

_ Olha lá, Deimos. Os caras que bateram em nós... Até covardia, mestre Ares...

_ Se vocês não querem... – ironizou ele...

_ A gente não merece tal presente... – Fobo lambeu os lábios. – Mas se vossa magnificência nos permite...

_ Só não quero falhas desta vez. Elimine os bebês e os “babás” de ouro inúteis, Touro e Câncer. Os cavaleiros de bronze eu quero ter a honra de faze-lo com minhas próprias mãos, depois de vê-los sofrer perante a visão dos pequenos corpos... – e a risada maligna percorreu os aposentos do deus da guerra.

Naquela noite, Mú estava inquieto, como que olhando por cima do ombro de Aldebaran, esperando alguma coisa. Não queria ficar sozinho na cama e Touro estranhou. Ligou para a casa de Virgem. Afrodite que atendeu:

_ Aoô? Oi, Beba... Sha num qué mimi... Ta só choiando... Ta bom, vô chamá... IIIIIIIKKKKKIIIIII, tio Beba mando ce atende!! É séiio.

Ikki não pode deixar de sorrir e depois de ouvir, pegou Afrodite no colo e chamou Shun. Foram se encontrar com os outros no salão de Atena. Dois sorrisos maliciosos brilharam no ar. “Isso mesmo, idiotas previsíveis, juntem-se todos, pra facilitar.”

_ Sim, Aldebaran, Saga também está nervoso. Eu convoquei vocês aqui porque há algo no ar. Consegue sentir, Ikki?

_ O pior é que posso farejar algo maligno se aproximando, mas não tenho certeza do que é.

_ Que venha! Se quer arriscar a pele tocando num fiozinho destes aqui. – resmungou Máscara da Morte.

Arrumaram os colchonetes, Shiryu sugerindo que dormissem em círculo, pra que todas as retaguardas fossem protegidas. Ikki sugeriu que ficassem de guarda de dois a dois, começando por ele e Aldebaran.

Depois de muito resmungo e choramingo, os pequenos adormeceram, os jovens deitados com eles, Fênix e Touro no corredor. De repente, Afrodite se levantou, que com a emoção toda, ele não tinha feito xixi antes de dormir (Ikki condicionou ele tão bem, que mesmo depois que tudo passou, nunca mais ele perdeu o costume) e saiu pro banheiro.

Fobo e Deimos alcançaram as janelas o mais silenciosamente possível, escondendo seus cosmos e colocaram as flores especiais de Hypnos, que espalharam o seu perfume embriagador no ar, causando um quase coma nas pessoas. Depois foi só recolher os pequenos e coloca-los em cestos de vime amarrados nas costas de grandes aves de rapina. Mas eles nem perceberam que faltava um. Afrodite parou na porta do dormitório e gritou pelo Fênix:

_ Que foi, Di?

_ Cheio ruim, Ikki. Num enta, não.

Ikki tapou o nariz e abriu a porta. Deixou ela aberta pro cheiro sair e descobriu que os bebês tinham sumido. Afrodite apontou para as flores nos cantos e Fênix as queimou. Quando todos acordaram e perceberam, pânico! Atena convocou o velho Chronos.

_ Que foi, Atena?

_ Por que levar os bebês? Não era apenas uma prova psicológica? Porque colocar a vida deles em risco?

Foi aí que Chronos percebeu que alguém estava se aproveitando da situação para obter vantagem. Não deu a entender que estava tão surpreso quanto os outros.

_ Eles não vão sofrer nada, eu te garanto. “Mas para o maldito que fez isso, o ultimo circulo de Hades é pouco”. Faz parte da prova final.

Máscara da Morte e Ikki estavam se controlando pra não avançar no deus do tempo. Shiryu convocou uma reunião para tratar do resgate. Todo mundo de olho no Afrodite que foi o único que ficou. “Abençoado xixi!”

Chronos, enquanto isso, se afastou furioso. Encontrando Éolo, deus do vento, indagou sobre algo diferente por aquelas bandas.

_ Hm, vi umas aves de rapina grandes, com grandes cestos de vime às costas.

_ E pra que lado elas foram?

_ Passaram em direção oposta a mim... É importante? Posso perguntar a um de meus filhos se as viram.

_ Oh, eu agradeceria. – e enquanto Éolo foi pesquisar, Chronos foi andando, remoendo a raiva. “Quem seria capaz de se aproveitar de uma condição dessas pra fazer mal a crianças? Eu queria dar uma lição a alguns cavaleiros e maturidade a outros, mas...”

Erguendo a vista, viu outro deus caminhando furioso. Não pode deixar de fazer piada:

_ Que foi, Hypnos? Com insônia a essa hora?

_ Ahahah.- resmungou o deus do sono. – Que engraçado. Estou furioso, isso sim! Invadiram o meu jardim e arrancaram quase todas as minhas bocas-da-noite especiais, que eu estava criando com sementes de ópio. Se eu pego os malditos, vão ter pesadelos pelo resto da vida. Ou vou deixa-los sem dormir pela eternidade.

_ Como sabe que foram mais de um?

_ Ah! E não pisotearam o jardim todo, além de estraga-lo? E você, velho? O que o tirou de sua caverna sossegada?

Chronos lhe contou. Éolo estava voltando, com informações. Sorriu, ao ver Hypnos:

_ Uau, hoje é reunião dos deuses que nunca saem de casa? Deveria ter trazido canapés e birita. – E disse a Chronos o que descobriu.

_ Vamos resgata-los e acabar com os amaldiçoados que acabaram com o meu jardim! – gritou Hypnos.

_ Calma, que vamos dar uma lição a esses safados sim, mas não vamos precisar nem erguer um dedo. Pode nos mostrar o caminho, Éolo?

Hypnos ergueu uma sombrancelha, mas foi seguindo os outros deuses.

Fobo e Deimos levaram os pequenos para as cavernas em que desaguavam os rios Estige e  Letes, portas para o inferno.

_ Vamos mata-los e jogar seus corpinhos no rio...

_ Claro que não, Deimos. Primeiro que Ares quer os corpos para esfregar na cara das babás inúteis. Depois que eu quero minha vingança contra esses chupetudos. Quero ouvir seus gritos de horror ao sentirem a dor dos meus golpes em sua carne branquinha.

_ Estão se mexendo... Vão acordar! – Deimos estava ao mesmo tempo excitado e temeroso.

Saga e Camus acordaram, olharam em volta e se sentiram medo não demonstraram. Saga foi ficar na frente dos bebês, sem tirar os olhos dos servos de Ares.

_ Olha só. O pivete de Gêmeos acha que pode alguma coisa contra a gente. Com um chefe como o nosso, não temos medo de cara feia.

_ A sua nem se compara com a dele. – riu Fobo.

Os outros também foram despertando e se juntando ao redor dos bebês. Foi aí que sentiram falta de Afrodite.

_ Ta faltano o Di. – gemeu Aioria. – Cadê o Di?

_ VOCÊS! – Saga colocou as mãos nos quadris – ONDE ESTÁ O AFRODITE? QUE CES FIZERAM COM ELE?

Num momento, Fobo e Deimos tremeram com a voz de Saga. Depois começaram a rir.

_ Viu só a petulância do moleque? Ta achando que é gente.

Logo Fobo deu um tapa na nuca de Deimos.

_ Estúpido! Está faltando um.

Deimos retribuiu o tapa:

_ A culpa é sua, que não conferiu.

Antes que começassem a se bater e rolar pelo chão, se esquecendo do principal, a voz de Ares reboou na caverna, assustando a todos:

_ VÃO BUSCAR, INCOMPETENTES!! Querem perder o pouco respeito que os moleques tem por vocês?

Mú e Shaka estavam apavorados demais pra chorar. Os outros se apertaram um pouco mais ao redor deles. Saga apertou os punhos “Não posso chorar, senão eles vão ficar com mais medo ainda... Ai, Seiya, o que ocê faria agora? E se esses idiotas tentar avançar ninóis? Eu tenho que manter eles longe. É. Eu tenho que proteger os menorzinhos.”

Fobo mandou duas das grandes aves buscar Afrodite. Depois virou para os garotos. Saga pensou: “Lá vem.” Do lado de Saga primeiro surgiu Shura, depois Aioria. Milo abraçou Mú e Camus abraçou Shaka.

_ Fica atrás. – mandou Saga.

_ Eu num tenho medo... – disse Shura. – Ele num vai pega os nenês...

Deimos e Fobos deram uma risada irônica, mas Aioria e Shura chegaram perto deles e olharam pra cima, com cara brava. Deimos se curvou, colocando o rosto no meio deles, para tirar mais sarro:

_ O que vocês acham que vão fazer?

Eles nem responderam. Ao mesmo tempo que chutavam a canela dele, dois punhozinhos acertaram seu queixo, enquanto outros dois acertavam com toda a força seu estômago. Fobos foi pego de surpresa, enquanto Deimos caía, com falta de ar. Os meninos pularam em cima dele, o derrubando, e fizeram questão de ajoelhar no seu saco.

Saga chutou os rins de Deimos no chão, aumentando a dor, enquanto Shura enfiava os dedos nos olhos de Fobos. Com os carcereiros fora de combate por alguns minutos, os meninos correram para mais fundo na caverna, Saga carregando Shaka que era menorzinho, os outros arrastando Mú, que estava aprendendo a andar... Foi nessa balbúrdia que Chronos e Hypnos chegaram.

_ Ué, cadê os meninos? – perguntou Hypnos telepaticamente.

_ Eles são terríveis. – riu Chronos. – Tenho até dó desses dois idiotas. Sem poderes mesmo eles os colocaram fora de combate, ainda que por alguns minutos.

_ São os servos de Ares. Só podia! Vou...

_ Calma, Hypnos. Vamos nos divertir, depois você pode convoca-los para arrumar seu jardim. Veja bem, eles já não são páreo para moleques de três anos comuns... Se eles tiverem que enfrentar crianças com o cosmos desenvolvido...

_ Vai devolver os poderes aos cavaleiros?

_ Numa proporção conveniente aos seus tamanhos... Pegue umas pipocas. O show vai começar.


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Notas finais do capítulo

Sim, o show vai começar...