Desafio de Chronos escrita por Pipe


Capítulo 4
Capítulo 4 - A primeira noite


Notas iniciais do capítulo

Comecem a escolher seus bebês favoritos...



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O DESAFIO DE CHRONOS

CAPÍTULO 04 – A PRIMEIRA NOITE

Aldebaran levou Mú para a casa de Capricórnio. Re-verificou tudo com o olhar antes de colocar o bebê no chão. Mú ficou sentadinho, olhando para a casa toda antes de engatinhar para o sofá. Tentou se levantar, mas a fralda parecia pesar e não deixa-lo sair do chão por muito tempo. Aldebaran achou um lugar pra deixar as coisas (velocípede, bolsa de bebê) e enfiou o mocinho roxo num andador de bóias. Enquanto Mú pulava e gritava de alegria, Deba foi arrumar um banho pra ele. Depois do banho, em que não se sabe qual se molhou mais (Deba fez uma anotação mental para tomar banho com o bebê nas próximas vezes) Mú foi trocado e esfregou os olhos bocejando. Deba abriu um potinho de comida de bebê pronta, esquentou por uns segundos e conseguiu que Áries comesse antes de entrar em coma. Mansamente, Aldebaran limpou os dentes de Mú com um cotonete, sua boca com um pano úmido e colocou o bebê no meio da grande cama de Capricórnio, sentindo seus olhos ficarem úmidos com aquela visão meiga de um bebê dormindo com a boquinha entreaberta.

Hyoga deixou Camus no chão e foi arrumar o banho. O menino não se sentiu estranho em sua própria casa, mas foi atraído para o seu quarto. No armário, Hyoga havia escondido as caixas das armaduras. Camus passou a mão pelas caixas, sentindo algo estranho e inexplicável. E sentiu também que devia estar fazendo arte, mexendo em algo que não devia, senão não estariam escondidas. Foi assim que quando escutou Cisne voltando, tentou fechar a porta do armário rapidamente e prendeu o dedinho na porta, gritando desesperado. Hyoga se apressou, soltou o dedinho roxo e segurou em sua mão, esfriando só um pouquinho, como uma compressa de gelo natural. Camus soluçou ainda um pouco e ficou olhando para sua mãozinha entre as mãos do jovem.

_ Oga...

_ Hmmm?

_ Como ce faz isso? Eu tamém pode?

_ Quando você crescer vai poder. Com o treino certo, vai fazer coisas maiores que essas.

Os olhos azuis escuros brilharam, mas foram uns olhos azuis claros que se umedeceram de emoção, quando o menino disse:

_ É? E ce vai me trenar? Vai sê meu sensei? Diz que vai.

_ Claro que vou – pigarreou Cisne, disfarçando. – E como seu sensei, eu mando: vamos tomar banho.

Shiryu colocou Aioria no chão e o Leão foi direto para a geladeira.

_ Não, vamos tomar banho, que você está imundo, Oria.

_ Ah, tio. To com fome. – e a barriga do menino roncou, confirmando.

O estômago de Shiryu roncou em eco e eles riram. Comendo uma maçã cada um, Aioria seguiu Shiryu para o banheiro.

Na casa de Escorpião, os meninos quase começaram a brigar pra ver quem ia tomar banho primeiro, mas Máscara da Morte resolveu tudo com dois gritos. Jantaram em silêncio. Carlo pôs os pijaminhas neles e como a cama de Milo era redonda, colocou cada um num canto e foi pra sala, assistir TV. Dali quinze minutos, sentiu um par de olhos espiando por cima do braço do sofá:

_ Que foi, Milo?

_ Num to com sono, tio Cailo.

_ Eu tamém não... – gemeu Shura, surgindo ao lado de Escorpião.

No meio da madrugada, Carlo acordou com dois meninos deitados em cima dele. Levou os dois pra cama e deitou no meio, suspirando.

Na casa de Virgem, Afrodite ameaçou chorar, não reconhecendo seu espaço, mas antes do desastre total, Shun abriu a porta do jardim, o que acalmou o menino. Shaka estendeu a mãozinha para as bomboniéres cheias de sementes que Virgem guardava pra roer durante o dia e Ikki franziu a testa: como ele iria mastigar aquela comida de passarinho sem todos os dentes? Espalhou na mesa algumas sementes de girassol e abóbora e socou de leve, partindo em pedaços pequenos. Shaka enfiou os pedacinhos na boca e ficou jogando de um lado pra outro, chupando. Como não era tão saboroso, cuspiu no chão, arrancando uma gargalhada de Fênix:

_ Isso mesmo, Shaka. Deixa essa merda natural pro chato do adulto... Vou comprar umas balas pra você amanhã.

_ Tamém queio... – disse uma vozinha atrás dele. Shun arqueou as sombrancelhas, suspirando. Em um mês eles iam acabar com o Shaka.

Afrodite estava segurando uma flor amarela e deu para o bebê, que prontamente ia levando à boca, mas Peixes lhe segurou o braço:

_ Bonito, Sha. Num é pra cume.

Shaka ficou olhando pra ele, registrando a informação. O que era bonito não era pra se comer.

_ Iito. – resmungou o loiro.- aaaaaaahhhh, a-a-áua.

_ Acho melhor arrumar um banho logo, Shun, porque essa áua tanto pode ser água como comida...

_ Mida. – repetiu Afrodite, passando a mão na barriguinha – Di qué papá.

_ Co-mi-da. – disse Ikki, puxando o garoto pra tirar a roupa dele. – Você sabe falar direito, Afrodite. Já ta na hora.

_ To-mi-da. – tentou Peixes, mas Fênix balançou a cabeça. – Di qué papá! – resolveu ele, rindo e correndo pro banheiro, dessa vez acompanhado de um Shun risonho:

_ Não foi dessa vez, Ikki.

Depois do banho,  Ikki deu um potinho de comida pronta para Shaka, sem deixar Shun ver o rótulo (“não vai encher meu saco! Se tiver carne, e daí? Desencana, Shun”) e Afrodite comeu de tudo que se punha no seu prato (“Garoto bom de boca!”). Shaka, ao contrário de Mú, não desmaiou após o jantar, indo um pouco pro andador gastar energia enquanto Afrodite foi ver desenho na TV. 

_ Eles não estranharam nada...

_ Afrodite estranhou a casa...

_ Não, Ikki. Não é esquisito que eles não chamem pelas mamães? Afinal, nem todos os cavaleiros foram órfãos.

_ O velho deus do tempo deve ter previsto isso e deu uma vantagem para nós. Já pensou toda essa molecada berrando? Saga e Aioria chamando pelos irmãos?

Shun pensou no assunto e seus olhos se encheram de lágrimas. Afrodite viu e veio correndo.

_ Shun ta tiste, Ikki... poque Shun ta tiste?

_ Porque Shun é meio bobo, Afrodite. Chora à toa...

_ Shun num é bobo não. – Di abraçou Andrômeda – Num choa, Shun, senão eu chóo tamém. Vou pega uma forzinha pra você. – e saiu.

Voltou logo depois de mãos vazias. Ikki ergueu uma sombrancelha:

_ Ué, cadê a florzinha?

_ Lá foia ta escuio... – gemeu Afrodite. – Di tem medo.

Shun deu uma gargalhada e abraçou o menino. Shaka que já tava fazendo beicinho também quis colo e todos foram dormir.


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Notas finais do capítulo

Sim, o Shun não é bobo, não. E o Afrodite é muito fofo, ne?



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