Desafio de Chronos escrita por Pipe


Capítulo 12
Capítulo 12




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O DESAFIO DE CHRONOS – CAPÍTULO 12

Kanon subiu para a casa de Gêmeos carregando Saga nas costas. Estranhou um pouco que o garoto estava quieto e achou que ele tinha adormecido. Mas ao coloca-lo no sofá, percebeu que seu irmãozinho só estava com a testa franzida.

_ Que foi?

_ Eu estava só pensando...

“Ele sempre foi o irmão que pensava, enquanto eu era impulsivo e agia... Certas coisas não mudam.” _ Em quê, Saga?

_ Porque a água do mar é salgada? E porque a areia da praia é mais branquinha que do parquinho? Como é que o siri respira dentro do buraquinho da areia? Porque o sol fica andando de um lado pra outro? Porque tem de dia e tem de noite? Porque a gente tem que dormir de noite e não de dia, mas todo mundo faz a gente dormir de dia, também? Porque...

_ CHEGA, SAGA! Eu já me esqueci da primeira pergunta que você fez! “Será que o Seiya passou por isso também? Coitado!” Agora começa de novo. Uma de cada vez...

_ Ta bom. Não grita, papai. A tia Saori disse pro Seiya que isso acaba com as cordas vocais... Sabe o que são cordas vocais?

_ É aquilo que permite que a gente fale... – Saga sorriu e Kanon sorriu também “passei no teste” – Próxima.

_ Porque a água do mar é salgada e a do riacho na foresta não?

_ Floresta. Humm... Porque todos os rios do mundo caem no mar...Eles tem muitas pedras. E por mais tempo que você pode contar, os rios foram levando suas águas pro mar e levando o sal das suas pedras... Levaram tanto, que a água do mar ficou salgada.

_ E porque a areia da praia é mais branca que a do parquinho?

_ Quanto mais a ação do vento dissolve a areia, mais pura ela fica. Sabia que a areia nada mais é que pedras que o vento foi lascando? E então cada areia tem uma cor por causa da pedra diferente que o vento ralou.

Saga arregalou os olhos azuis. Finalmente alguém pra explicar as coisas! Pobre Kanon...Duas horas depois, ele não agüentava mais responder nada. E resolveu perguntar ele, pra ver se o outro cansava de falar de uma vez.

_ Agora minha vez de perguntar. Como foi sua vida aqui com o Seiya como seu sensei? Que vocês tem feito, você e os outros pequenos? Quem cuida deles?

Saga abriu outro sorriso enorme.

_ Vou te contar. Todo dia eu acordo as seis da manhã...

Quando Kanon acordou, Saga já tinha ido tomar banho e estava com um de seus roupões, sentado no chão, vendo TV.

_ Nossa, que horas serão?

_ O desenho começou as 18:00, o moço da TV que falou. Ce tava cansado então eu fui tomar banho. Só que aqui não tem roupa minha, só sua. Por que?

_ Eu deixei tudo com a tia Saori. Depois vou lá pegar. Será que dá tempo de jantar no refeitório?

_ Ah, dá. Eu to com fome...

_ Então vamos. Depois você termina de me contar as coisas. – Pegou o garoto no colo. E foram subindo pro Templo do Grande Mestre.

_ Posso perguntar uma coisa?

“Ai, meu Zeus! Esse moleque não cansa nunca?” _ Pode, Saga.

_ Porque a lua fica grudadinha lá no céu?

_ Porque ela está bem longe... Num lugar onde não há nada, nem ar. Então ela não se mexe.

_ Ela se mexe sim. Se você andar pra lá ou pra cá ela vai junto.

_ É só impressão, filhote.

_ Então não tem perigo dela cair de lá?

_ Não.

Saga começou a rir.

_ Que foi?

_ Meu sensei me disse que a lua ficava lá porque Zeus passou cola nela. Eu fiquei preocupado o que ia acontecer se algum dia a cola secasse. Porque às vezes a cola fica velha e o nosso desenho cai, sabe?

Kanon parou, no meio da escadaria da casa de Virgem. Ficou olhando pro Saga, depois jogou a cabeça pra trás, numa gargalhada. Bagunçou o cabelo azul curto e apertou-o nos braços. Saga se ajeitou melhor, feliz porque seu pai o aprovava. Saori estava esperando por eles, apreensiva porque não sabia como eles estavam se virando. Mas ao ver o rostinho aberto de Saga e o sorriso bobo de Kanon, relaxou.

Seiya emburrou a noite toda, nem jantando direito. Saori suspirou, sem saber o que fazer. Mas tudo foi resolvido no dia seguinte, quando Kanon levou Saga para o ginásio, procurando por Seiya.

_ Ele acordou cedinho e estava meio tristinho em casa, olhando para cima e suspirando. Dê seu treino físico que depois eu vou colocar sua mente esperta para pensar. Ele precisa muito de treino mental. – E virando foi fazer uns exercícios, deixando Seiya de boca aberta...

Tia Manda estava atenta aos seus cavaleirinhos e sabia que o Kanon andou abalando umas estruturas definidas. Então, chamou umas servas tão antigas quanto ela e conversou sobre uma idéia que ela teve. As servas, que haviam sido recreacionistas dos pequenos chamaram as estudantes de pedagogia de hoje e tiveram uma reunião. Aldebaran foi chamado porque tinha um elemento básico na casa de Touro, algo que era dele em pequeno e que foi guardado com carinho. De repente, os pequenos foram convocados para passar duas ou três horas por dia com a mulherada, até os bebês. E ninguém os convencia de contar o que faziam, eles desconversavam dizendo apenas: “é seguedo. As tias num queiem que a gente conte que ta fazeno uma supesa pa oces” Só Aldebaran tinha uma certa desconfiança que tipo de surpresa seria. Até que dois dias antes de eles voltarem ao normal, todas as babás receberam um convite para comparecerem no Anfiteatro do Templo de Atena, que seus cavaleiros iam fazer uma homenagem a eles. As babás se sentaram na primeira fila, os outros cavaleiros bem atrás, Tia Manda jurando que ia por laxante na comida deles se falassem alguma bobagem. E no palco, luzes abaixadas, no círculo do canhão de luz, surge Afrodite, de shorts e camiseta branca, gravatinha borboleta vermelha, com um microfone na mão. Ele para, procura por alguém na platéia e grita, acenando com o microfone:

_ IIIIIIIKKKKKIIIIIII, eu num to lindo?

Risadas. Ikki concorda com a cabeça e fala alto:

_ Está, Dido. Está muito lindo. Mas fala no microfone.

_ Ah, é. Eu vô fala uma poesia proce, Ikki. Escuta: “Eu sou pequenininho, do tamanho de um butão....”  - parou, arregalou os olhos azuis piscinas e chamou a tia que olhava dos bastidores. – Tia Niva, isquiciiiiiiii... só lembo que eu tenho o Ikki no coiação...

Mais risadas. Ikki ri também, mas sente um aperto conhecido. Sobe no palco e aperta seu pequeno, beijando suas bochechas. Leva pros bastidores, sob o protesto de Afrodite:

_ Eu num cabei. Eu isquici uma parte.

_ A parte mais importante você já disse.

O próximo é Aioria. Ele vai até o meio do palco, um pequeno leonino debaixo de um refletor. Seguro de si, declama:

_ Eu inda sou um filhote/ filhote dum leão/Vou ser foite, foite/o rei da quiação/ Purisso, eu como bastante/e obedeço a um dagão. Eu ti amu, Shiru. Qué ouvi dos otos? Eu tamem sei.

Shiryu foi para a beirada do palco.

_ Foi lindo, Oria. Mas eu acho que os outros querem fazer suas próprias partes.

O que Aioria não queria era sair dali e entregar o microfone. Mas Niva estava preparada até pra isso. E os próximos foram Milo e Shura. Dando a mão a um Capricórnio nervoso, Escorpião o arrastou até o refletor. E entregou:

_ Cailo, ele ta com medo. Mas a gente num vai isquece de nada, que vê?

Máscara da Morte se levantou, esperando.

_ Nois inda somo quiança... – começou Milo.

_ Pecisamu de muito caiinho e poteção... – a voz de Shura tremeu...

_ Puisso o Cailo nos guaida – Milo continuou

_ E nois ama ele de montão... – Shura ficou com os olhos molhados e correu para a beirada do palco.

Máscara da Morte abraçou-o, fez sinal para Milo vir também, beijou as cabecinhas depois mandou os dois pra junto da tia. Se sentou, pouco ligando se alguém visse seus olhos escorrendo.

Era a vez de Camus, pela lógica, mas o que se ouviu foi a voz de Aioria se oferecendo: “Eu sei a paite dele, tia. Quéque eu faço?” e Afrodite apareceu procurando Hyoga:

_ Oga, Tami ta com veigonha...

Hyoga foi para os bastidores e trouxe Camus no colo, abraçado ao onipresente Gegê. Aioria e Afrodite vieram junto e Alexei abaixou o pequeno Aquário. Camus tremia dos pés à cabeça, choramingando junto ao pescoço de Cisne, mas ao ouvir Aioria começar o SEU poeminha, largou de Hyoga e enxugou os olhos. Respirou fundo, apertou mais o pingüim de pelúcia e começou de novo:

_ Zeus pinta no céu um aico-iris com seu pincel/ Tamém pintou no meu coiaçãozinho Oga com todo caiinho... – acabou de falar correndo e abraçou seu loiro sensei, que o tirou do palco, totalmente emocionado.

Afrodite puxou Aioria para acompanha-los, mas Tia Niva fez sinal pra que eles ficassem e mandou que os outros fossem para o palco, colocando os bicos de cartolina nos dois ali mesmo. Todos riram ao ver os pequenos de biquinho, até os bebês.

_ Bom, pra alegrar e homenagear vocês, todos vão cantar e dançar “O Pato” de um músico brasileiro já falecido, Vinícius de Moraes. O Aldebaran ainda tinha guardado uma versão em grego que fizemos quando ele era pequeno...

_ Hey, desse jeito o único homenageado vai ser o Hyoga... – gritou uma voz lá do fundo...que se calou rapidinho quando tia Anaximandra virou a cabeça pra ver quem foi o engraçadinho.

Hyoga, Shiryu e Ikki desceram pra assistir de baixo. No meio do grupo, Shura e Camus se sentiam mais seguros. E logo a música começou...

N/A: Pois é, gente, tá acabando... Deixei a dança para o próximo capítulo, uma porque o povo já tava impaciente pra saber como Kanon e Saga estavam se virando, outra porque eu quero caprichar na dancinha dos bebês... Bom, lógico que ainda tem muita gracinha vindo, mas os últimos capítulos vão ser meio...emocionantes... Pois o que Chronos queria era amadurecer alguns sentimentos entre os cavaleiros... Ah, sim... O Gegê... Tirei a idéia do filme “Olha quem está falando também”, o segundo, com a irmã do Michael. É um pingüim chamado Herbert, aquele que o Mike arranca a cabeça... Eu acho tão linda aquela seqüência, que dei um pingüim igual ao Camus (um pouco maior, claro). Mas sinceramente, duvido que o cavaleiro de Aquário dê pra alguém aquele pingüim quando o fic acabar... Ele me deu um olhar glacial quando eu comentei sobre o interesse de algumas fãs no bichinho. Nem se dignou a responder... Como eu tenho a intuição de Escorpião, achei melhor não insistir. ^^


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