- Jake? - ela perguntou, tirando-me dos meus pensamentos.

- Nessie. - eu a beijei. Beijei-a com todo o meu ser, com toda minha devoção e agradecimento. Ela pareceu tomar um susto, mas devolveu o beijo. Quando terminamos, peguei o anel de sua mão e me ajoelhei novamente na sua frente.

- Renesmee Carlie, quer namorar comigo e me fazer o homem mais feliz de todos? - ela ficou tensa de repente, expirando depois, como se tomasse uma decisão.

- E então...? - perguntei, ansioso. Ela sorriu e encontrou meu olhar.

- Por que está tão preocupado? É claro que eu quero! - ela me abraçou novamente, me jogando para trás. Eu não contive minha felicidade e beijei-a, ao longo do pescoço, em sua boca, em suas bochechas, subindo para o nariz e depois, colando meus lábios quentes por um tempo em sua testa.

Ela apenas riu, me abraçando mais. Eu rolei, para que ela ficasse por cima e pousei meus braços em sua cintura.

- Jake, você faria amor comigo? - perguntou ela, com um tom pensativo e triste em sua voz. "É o que mais quero!", gostaria de lhe responder, porém meu senso de romantismo me impediu de fazê-lo.

- Não acha que está muito cedo? - voltei a perguntar, de uma forma mais delicada. Ela bufou, da maneira mais mimada possível.

- "Não acha que está cedo?" - disse ela, imitando uma voz fininha e irritante. - É claro que não! Eu espero isso desde meus quinze anos!

Ok. Agora ela estava brava. Tentei pegar sua mão, mas ela logo se afastou. Nessie olhava para o chão, com alguma raiva e arrependimento em seus olhos.

- Você está arrependida, meu amor? - fiz questão de chamá-la assim e estudar sua reação. Não, não estava jogando com os sentimentos dela, apenas queria saber o que se passava.

Nessie olhou para mim lentamente e se sentou.

- Não Jake, eu amo você. E é isso mesmo que você não está entendendo.

- Você não sabe de uma coisa, Ness. E acho que preciso te contar.

- Ah Deus... - disse ela, olhando com medo para mim. Eu me sentei ao seu lado e comecei.

- Eu te amo desde que você nasceu, Ness. E... - ela me interrompeu, impaciente.

- Eu sei disso, como um bom amigo, porque antes de eu nascer, você e minha mãe eram grudados.

- Não, você não entendeu. Eu AMO você desde pequena. - ela me olhou com cuidado, digerindo minhas palavras.

- Mas... como?!

- Impressão. A palavra mais significativa pra um lobisomem. Não me olhe assim, Ness...

- Mas eu não estou entendendo! Me amar desde que nasci soa um tanto estranho, Jake. - dessa vez olhei para ela, para dentro de seus olhos, aliás. Eu precisava que Nessie soubesse, mesmo que fosse arriscado.

- Os quileutes tem um tipo de poder que cai sobre eles, vamos dizer assim, que chama Impressão. É como se você descobrisse seu verdadeiro e mais puro amor, entende? Nós acompanhamos o crescimento até o momento que a Impressão tem seu significado real. Somos protetores, irmãos, amigos do peito e tudo o que nossa impressão precisar.

Ela escutava atentamente minha explicação, mas quando terminei, ela simplesmente ficou muda, me encarando.

- Hmm, eu terminei Ness. - disse, encorajando sua fala.

Parecia que mil coisas se passavam por sua cabeça e foi preciso que eu pegasse sua mão, para ela não desmoronar. Eu vi que ela se esforçava para me dizer algo toda a vez que abria a boca, mas depois tornava a fechá-la com os olhos fixos no nada. Eu não esperava essa reação, sinceramente. Acho que era mais fácil acreditar que eu sempre amara ela do que acreditar que eu era um lobo. Mas acho que Ness não pensava igual.

Por fim, ela se recompôs, expirando.

- E se você não tivesse tido a Impressão? - perguntou ela, com toda a calma, mas ainda olhando o nada.

Eu puxei o ar necessário para encher meus pulmões.

- A verdade, Jacob. - seu tom era frio, ao julgar pelo uso completo do meu nome, mas era cruel dizer a verdade.

- Ness, não é uma boa ideia, e se...

- A verdade. - ela tornou a repetir.

- Sua... sua morte. Eu desejava sua morte para... para que sua... mãe não morresse.