Depois da Claire solta a bomba eu fiquei algum tempo processando o que ela disse até o médico ir me liberar. Depois de passar várias recomendações, Claire mim trouxe para casa e não saiu do meu lado, me fez comer uma sopa ao qual confesso estava bem difícil, não porque estava ruim era pelo enjoo o bolo na garganta, eu ainda estava em choque pela notícia da gravidez. 

Mais apesar do choque eu fiquei feliz em saber que tinha um serzinho dentro de mim. Apesar de não saber o que veria a seguir, de não me lembra o que é ter uma mãe. Por ser uma pessoa que não foi amada ao longo dos nove anos eu realmente não sabia o que esperar, isso é algo que não tinha como explicar. Levo minha mão direita a barriga onde já tinha um leve aumento ao qual eu não tinha notado até aquele momento. 
      Suspiro fechando os olhos tentando dormir de novo já que estou de repouso e não iria a faculdade. O que eu achei sem sentido. Mas o Dr. Whitlock pediu repouso. Eu estou bem. Mas como tem dois dias que eu não consigo comer nada pelo enjoo eu acabei desmaiando, e sem conta que eu bebi ontem. E para me não ficar no hospital acabei dizendo que ficaria em casa. 

O que eu menos queria era ficar no Hospital onde eu poderia dar de cara com Carlisle Cullen a qualquer momento. Dês que me mudei para Forks a quatro anos eu fazia de tudo para não encontrar com nenhum Cullen, que era o lado da minha família paterna, o que estava dando certo. 

(...)  

Depois de ter dormido de novo, me levanto da cama indo tomar banho para ver se eu acordava de vez. Ao termina, visto uma roupa de moletom preta, deixando meus cabelos soltos só amarando um pouco em cima deixando num coque, saindo do quarto em seguida indo direto para cozinha. 

Ao chegar na mesma, preparo um café com panquecas. Devo confessar que eu como bastante isso depois que acordo. Enquanto comia me deu vontade de colocar mel na mesma de novo como fiz ontem, mais diferente de ontem antes que eu terminasse de comer a ânsia de vômito veio com tudo. 

—Quando isso vai acabar? — Sussurro depois de colocar quase as tripas para fora me sentando no chão dando descarga. Por sorte conseguir chegar ao vaso. Depois de alguns minutos mim levanto escovando os dentes para sair o gosto azedo da boca, vou para sala me deitando no sofá, pego o celular que eu deixei na mesa ao lado olhando as horas me assustando ao ver que já era 14:30. 

Fecho os olhos para ver se o mau está passava, o que adiantou um pouco. Maldito mel! Nunca mais como mel na vida. 

—Nessie? —Escuto alguém me chamar de longe, mas meus olhos estavam pesados demais para abri-los. —Nessie? — A voz volta a chamar, dessa vez sinto uma mão passando pelo meu rosto tirando os fios de cabelo, eu acho. 

 _Hum... me deixa dormir — Falo batendo minha mão na dela fazendo a pessoa rir. —  Dormir? São quase 18:00pm Renesmee — Abro os olhos devagar me deparando com Claire me olhando preocupada.  

—Seis horas? — Pergunto para ter certeza se ouvir bem, ela apenas concorda com a cabeça — Meus Deus! — Falo me sentando no sofá passando a mão no rosto. 

 _Está dormindo há muito tempo? — Ela pergunta sentando-se de lado no sofá me olhando.  

—Umas cinco horas — Falo me virando para ela fazendo uma careta.  

—Você comeu alguma coisa né?  

—Café com panquecas — Falo apenas, Claire faz uma careta reprovando, ela ia falar algo mais ao lembrar do mel nas panquecas o enjoo volta, me levanto correndo para o banheiro. — Não aguento mais isso! — Falo chorando depois que Claire me ajudou a voltar para sala, sem falar nada ela me puxou para deitar a cabeça em suas pernas e me abraça se debruçando em cima de mim. Ficamos assim por um tempo até a crise de choro passar. 

 _Está melhor? — Ela pergunta se levantando começando a passar a mão nos meus cabelos, apenas concordo com a cabeça, logo depois minha barriga ronca alto nos fazendo rir — O que quer comer? —Ela pergunta divertida.  

—Qualquer coisa que não tenha mel — Respondo fazendo careta, me sentando no sofá colocando as pernas em cima as cruzando, olho para Claire que me olhava confusa, respiro fundo a contando o porquê do enjoo, ela fica séria mais do nada começa a gargalhar. 

 _Meu Deus! — Ela fala entre risos, mas parar assim que ver minha cara de raiva — Desculpa. É que tem uma pessoa que ama panquecas com mel — Ela fala ficando séria segurando minhas mãos. — Tem que contar para ele, sabe disso né? — Eu fico olhando por um tempo sem falar nada 'Eu não preciso fazer isso' penso enrugando a testa — Conheço essa cara Senhorita Cullen. Olha Nessie sei que não se suportam, mas Jacob merece saber que vai ser pai, ele não é esse cara ruim que ele pinta ser, e, o bebê não tem culpa. — Claire fala com um pequeno sorriso.  

—Como pode ter tanta certeza disso? — Pergunto olhando para janela, o que eu menos queria era falar sobre isso agora, eu nem tinha saído do choque, minha ficha não caiu totalmente. 

 _Por que eu o conheço desde criança, depois que Tia Sarah morreu, ele se fechou e quando a irmã dele foi embora isso só piorou — Volto a olhá-la com atenção — Mesmo que ele não queira assumir, depois de um tempo se ele se arrepender pela escolha que fez, ele não poderá falar que você o privou disso, de participar da vida do filho dele.  

Claire tinha razão nisso, pelo menos eu estaria fazendo minha parte. Eu não preciso dele, posso muito bem cuidar do meu bebê sozinha. A olho concordando com a cabeça, Claire sorri e vai para cozinha fazer algo para comermos. Fico pensando em como vai ser de agora em diante, como ia ser a faculdade, o bom era que Claire fazia o mesmo curso, assim quando eu precisasse faltar como hoje eu poderia pegar a matéria com ela, claro que não seria a mesma coisa mais era a única forma que tinha ou eu ia acabar tendo que trancar a faculdade e eu não queria isso. 

 Volto a pensar no bebê, em como conta para Jacob isso, como seria a reação dele. Mais algo mim dizia que não será da melhor. Não que eu me importe longe disso, por mim eu nem contaria, mais pensa que daqui a alguns anos meu filho me pergunta onde está o pai dele como eu ia dizer que eu nunca contei da existência dele, com certeza meu filho ou filha me odiaria. E só de imaginar meu bebê me odiando eu sinto meu coração se aperta.  

—Nessie, vem — Estava tão distraída em meus pensamentos que acabei me assustando ao ouvir Claire me chamar na cozinha, me levanto devagar e vou até lá, e dou graças a Deus por ela ter sumido com a panqueca que deixei na mesa. — Macarrão! — Ela fala animada levantando a tampa da panela, olho e por incrível que pareça não fiquei enjoada.  

—Com bastante molho de tomate — Falo me sentando a mesa sentindo minha boca encher de água, começo a colocar o macarrão no meu prato, logo depois me levanto pegando mais molho de tomate na geladeira voltando a sentar na cadeira o colocando no prato em seguida, logo pego o garfo pegando o macarrão levando a boca — Uhh! — Falo depois de engolir — O que foi? — Pergunto olhando para Claire ao vê-la me olhar estranho.  

—Nada, só seus desejos — Ela fala sorrindo, a olho com a testa franzida, confusa pelo que ela disse — Você odeia que coloque muito molho de tomate no macarrão —Ela fala apontando para meu prato que estava bem vermelho — Sabe quem faz isso?  

—Por favor esqueci esse idiota! — Falo irritada a olhando, a mesma pede desculpas — Como foi a faculdade? —Pergunto mudando de assunto, voltando a comer. 

—Foi chato como todos os dias — Ela fala comendo o macarrão em seguida — Ah eu falei para os professores que você estava de cama por ordens médicas, claro que depois você terá que falar o motivo para caso isso aconteça em dia de provas.  

—Na segunda eu resolvo isso — Falo respirando fundo já que amanhã era sábado — Caramba tenho que avisar a Sue — Falo ao lembra do meu trabalho na lanchonete.  

Para falar a verdade eu não preciso trabalhar se eu não quase. Meus pais me deixou uma boa quantia em dinheiro ao qual dava para viver sem trabalhar por anos, mas eu não queria gastar. Claro que às vezes eu pegava um pouco de dinheiro quando o que eu ganho na lanchonete não dava para pagar minhas contas, mas não era um valor alto. Mais como eu pagava mensalidade na faculdade eu pegava para completar o valor. 

 Sempre foi eu e meus pais, Carlisle expulsou meu pai de casa quando ele disse que teria um bebê a mesma coisa com minha mãe, Eleazer a expulsou sem nenhum remorso. Meus pais batalharam muito para me criar, com muito custo eles conseguiram terminar o colégio a faculdade. Meu pai mostrou para o Dr. Carlisle Cullen que ele era sim capaz de se tornar um médico renomado mesmo que tenha sido pai aos 17 anos. Dr. Edward Cullen era o melhor médico de todo Alasca onde ele e a mamãe moraram por 10 anos, antes do trágico acidente. Já a mamãe mostrou para o pai o grande Advogado Eleazar Denali que ela poderia ser a brilhante Advogada que ele queria que ela fosse mesmo ficando grávida tão jovem. 

 Eles não fizeram isso somente para mostrar aos pais que eles conseguiram, mas era isso que eles queriam. Papai sempre gostou de ajudar as pessoas assim como minha mãe, a diferença é que ela preferiu ser advogada para defender os direitos das mulheres. E eles conseguiram, mas o destino foi cruel com eles e comigo. 

Era véspera de Natal, eu tinha pedido um cachorro de presente, e com muito custo eles me deram. Era fim de tarde quando fomos comprar, um lindo filhotinho de pelos brancos, acabamos demorando na loja e quando voltamos para casa tinha muita neve. Eu só me lembro da minha mãe gritar antes do carro capotar e tudo ficar escuro.  

Um mês depois eu acordei no hospital com minha babá do meu lado. Ela não sabia o que dizer, apenas me olhava triste até que ela me contou. Uma semana depois veio um advogado dizendo que meus avós Denali iam ficar com minha guarda. Mas eu sabia que eles me odiavam por tudo que aconteceu no passado. No final eles estavam falidos e a única coisa que eles queriam era o dinheiro que meus pais me deixaram. Eles os gastavam claro, eles disseram que meus pais não tinham me deixado nada. Mas eu não era idiota, ao fazer 18 anos eles mim expulsaram de casa. Mais o que eu fiz a seguir os pegou de surpresa, eu procurei um amigo dos meus pais que era advogado e também meu padrinho e contei tudo. Ele ficou surpreso, pois os Denali dizia a ele que eu estava bem, que não precisava se preocupar comigo. Ele logo entrou com uma ação pedindo de volta todo o dinheiro, o que ainda estava no banco e o que eles gastaram, e era bastante dinheiro, eu os deixei sem nenhum tostão. 

Logo depois comprei de volta a casa que meus pais tinham em Forks, que Eleazer tinha vendido, desde então moro nela. As lembranças dos meus pais são bem poucas apesar que eu estava com 12 anos na época, lembro deles terem me trazido uma vez nessa casa quando eu tinha uns 7 anos se não me engano, e foi bem divertido, tudo com eles era. Também comprei a do Alasca, ela estava lá. Eu até ia lá quando sentia saudade, mas depois de um tempo eu a dei para Dora. A mulher que cuidava de mim quando eu era criança, achei justo. Ela não queria aceitar mais com um pouco de existência ela acabou aceitando. 

Dora sempre liga perguntando como estou. Querendo saber quando vou visitá-la, que senti muita minha falta e confesso que eu também sentia a dela. 

—Nessie tudo bem? —Saio dos meus pensamentos com Claire falando comigo, a olho piscando confusa —Você ficou calada de repente, não ouviu nada do que eu disse né. 

—Desculpe, acabei pensando nos meus pais —Falo sorrindo, ela segura minha mão que estava em cima da mesa — Eu estou bem, o que estava dizendo? —Pergunto prestando atenção nela. 

—Para não se preocupa com a tia Sue, eu passei lá e conversei com ela, não se preocupe ela não vai contar nada para ninguém — Claire fala sorrindo 

—Você deveria ser mais discreta — Falo balançando a cabeça sem acreditar no que ela disse, término de comer o macarrão levando o prato e o copo de suco a pia, Claire faz o mesmo. 

—Relaxa, ela ficou feliz por você. Ela queria saber quem era o namorado, mas eu disse que você falaria com ela depois sobre isso, sabe que ela te ama como uma filha. 

—Eu sei — Falo sorrindo a abraçando, fomos para sala depois de terminarmos de arrumar a cozinha, por sorte o enjoo não veio, ficamos na sala por horas assistindo filme.