Dualitas escrita por EsterNW


Capítulo 21
Capítulo XXI




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808312/chapter/21

― E quando os dois estavam saindo do Tártaro para o mundo dos mortais, Orfeu, cheio de preocupação, olhou para trás e tudo que viu foi Eurídice transformar-se em sombra, juntando-se novamente aos mortos, que nada eram além de sombras. E, pelo trato que havia feito com o deus do Submundo, Orfeu sabia que nunca mais poderia tê-la e tudo que lhe resta é se refugiar nas montanhas da Trácia para sofrer a perda do seu amor até seu triste fim ― Ezequiel finalizou o floreado relato do mito, após alguns minutos de fala ininterrupta. Meredith o assistia acrescentando alguns comentários aqui e ali, alternando outros momentos de silêncio com bebericadas no chá. ― Como diz o poeta, por amor ele a salvou, mas por amor a condenou novamente¹. 

Era final de tarde e fora uma surpresa e tanto receber a Srta. Salazarte para uma visita sem avisar, afinal, não tinha informações relevantes para adicionar às investigações sobre o sonho de Ezequiel, portanto, não havia muitos motivos para aquele encontro, que começou um tanto desconfortável para todos os três, pois Irina fizera questão de ficar junto do irmão, sabendo como ele ficava sem jeito na presença da garota ― além de Beatriz ter praticamente ordenado que a filha fizesse sala para um dos Salazarte, mas preferia ignorar aquele detalhe ―. 

― Mundanos... ― Meredith balançou a cabeça e optou por bebericar mais um pouco do chá. ― Eles parecem amar histórias trágicas de amor.

Ela devolveu a xícara de volta para o pires sobre a mesa e, no intervalo de segundos em que desviou os olhos do rapaz à sua frente, ele encarou a irmã logo ao lado, inquirindo silenciosamente o que dizer em seguida. Quando se tratava de falar sobre seus conhecimentos, Ezequiel deslanchava a tagarelar quase sem parar, no entanto, quando o assunto desembocava para qualquer outro ponto...

― Acredito que nós também tenhamos certa tendência a apreciar histórias trágicas, Meredith ― Irina interveio, enquanto se via obrigada a ir desmanchando a última carreira que fizera no bordado, pois percebera ter errado um ponto.  ― Aquela história da bruxa que nunca mais amou novamente após ter perdido o amante mundano atravessa gerações, pois nunca mais conseguiu encontrar outro amor como aquele. 

Viu a garota revirar os olhos e tentou se concentrar mais no trabalho que tinha em mãos, ou acabaria errando o ponto novamente.

― As pessoas no geral parecem gostar de complicar tudo e exagerar.

― Eu vejo a história da bruxa como bem provável de acontecer ― Ezequiel interveio de repente, as bochechas e parte do pescoço adquirindo uma coloração rosada. ― Digo... ― Assim que os olhos escuros da garota se voltaram para ele, começou a abrir e fechar a boca, procurando por palavras. ― Sentimentos são complicados e... Pessoas gostam de se sentirem... Sentirem que... Alguém as entende. Então… Às vezes usamos histórias para expressarem aqueles sentimentos que acreditamos ser incompreendidos. 

Meredith soltou um suspiro, enquanto encarava a xícara por breves segundos antes de bebê-la. 

— Todo mundo quer ser compreendido, mas poucos conseguem compreender. — E finalmente tomou um longo gole do chá, fazendo Irina arquear uma sobrancelha. 

Por que Meredith fora até lá? As duas não eram exatamente amigas e perguntava-se se aqueles minutos — que deveriam ter passado de quarenta — estavam sendo assim tão prazerosos para ela prolongá-los um pouco mais. 

— É… — Ezequiel gaguejou e Irina desviou os olhos para ele, saindo das próprias considerações para ver que o irmão precisava de ajuda, ou então sua face cairia para um tom de vermelho um tanto alarmante. 

— Eu diria que certas pessoas se recusam ou não são capazes de compreenderem outras. — a Srta. Gutiérrez pontuou, deixando o bordado sobre o colo e pegando o bule para servir mais chá à sua convidada. ― Certas pessoas são centradas demais em si mesmas. 

— Pessoas assim podem fazer um verdadeiro inferno na vida de pessoas que querem ser compreendidas. — A fala saiu um tanto amarga e a xícara foi enchida quase até a borda com o chá de framboesa. — Obrigada. 

Mais rápido do que o movimento de devolver o bule para o lugar, Irina desvendou o que a jovem bruxa à sua frente queria dizer. 

— Sempre haverá alguém que consiga nos compreender, Meredith.  — Ela focou os seus olhos no da garota à sua frente, que bebia seu chá encarando-a. — Para isso, temos amigos, além da nossa família. 

A Srta. Salazarte colocou a xícara sobre o pires novamente, deixando que seu sorriso de lábios fechados se tornasse visível. 

— E que outras histórias você gostou desse livro que estava lendo?

— Bem… — Ezequiel limpou a garganta e a vermelhidão no pescoço começou a decair para um tom menos preocupante de vermelho. Estava voltando para terreno seguro. — Não sei se você iria se interessar por outras histórias desse livro… Mas há outros que reli recentemente. 

— Você se daria bem conversando com meu irmão — Meredith riu, finalmente tendo cessado sua confusão entre Orfeu e Morfeu, o que fez Ezequiel escolher justamente aquele mito para narrar. 

Irina retornou para o bordado, deixando-se cair para as próprias considerações enquanto o irmão estava à vontade ao seu lado. De soslaio, alternou o olhar entre a linha e a bruxa à sua frente. 

Considerava a si mesma uma pessoa com poucos amigos em seu círculo social, afinal, as grandes famílias bruxas poderiam ser um antro de pequenas cobras, para quem soubesse ver sem os óculos da ingenuidade, contudo, ainda havia alguns que se salvavam. Em seus quase trinta anos, conseguira encontrar apenas três que deixara se aproximar e, agora que todas estavam recém-casadas, a vida se tornou um pouco mais solitária. 

E quanto a Meredith? Será que a garota conseguia atravessar pelas víboras atrás das sonhadas pessoas que a compreendessem? Apesar da facilidade para conversar, talvez ela fosse um tanto mais solitária do que aparentava.

Enquanto Ezequiel continuava suas narrativas empolgadas, os olhares das duas bruxas se cruzaram sobre a pequena mesa coberta com uma toalha de linho branco e o conjunto de chá. Irina baixou os olhos para o bordado, tentando disfarçar o flagra de observar sua convidada.

― Você também gosta dessas coisas, Irina? ― a Srta. Salazarte questionou, finalmente pegando um dos biscoitinhos para começar a comer. ― Perdoe-me a intromissão, mas às vezes você é tão reservada que sempre fico me perguntando o que você gosta ou não.

Ela sorriu, tendo se acostumado um tanto à curiosidade da garota.

― Ezequiel é apaixonado pelos gregos e romanos, enquanto eu costumo preferir mitos celtas. São um tanto próximos do que nós consideramos como nossa própria mitologia e confesso que tenho uma certa curiosidade para conhecê-los melhor.

Ao vaguear os olhos pelos seus companheiros de mesa, percebeu o irmão bebericando um longo gole de chá, enquanto a outra bruxa à sua frente terminava de mastigar. Ezequiel estava se saindo tão bem em finalmente interagir com outra garota além dela mesma que se culpava um pouco por cortar aquele momento dele e trazer a atenção para si.

― Você sabe falar gaélico?! ― Meredith exclamou, pegando outro biscoito e mantendo-se focada em Irina. Ezequiel foi praticamente esquecido com a mudança de foco. — Ou um desses antigos idiomas usados pelos celtas?

― Não, eu não. Nosso pai, sim, e costumava nos contar algumas histórias quando éramos mais novos. ― Ela observou o irmão de esguelha, vendo-o encarar o prato de biscoitos que a convidada atacava. De todos os filhos, ele fora o que menos convivera com o pai, já que, desde a época de seu nascimento, o casamento entre Antônio e Beatriz estava insuportável para os dois lados e o Sr. Gutiérrez acabava ficando longos períodos longe de casa, mesmo que sob bons motivos. ― Tentei transmitir alguns para Ezequiel, mas seu amor pelos gregos e romanos sempre fala mais alto. 

Irina evitou a vontade de passar a mão pelos cabelos escuros do irmão ― sabia como aquilo iria constrangê-lo na frente da visita ― e assistiu-o assentir de forma efusiva com a cabeça, retornando outra vez para o silêncio.

― Meus irmãos e meu avô têm quase uma adoração pelos gregos, mas eu sou mais da sua opinião ― a Srta. Salazarte comentou e derrubou alguns farelos dos dedos para o canto do pires, apenas para pegar mais biscoitos, completamente rendida após ter decidido experimentá-los. ― Matias me contou alguns depois que voltou da Nova Inglaterra.

— Eu… — Ezequiel começou vacilante e devolveu a xícara de volta sobre o pires. Umedeceu os lábios que não estavam mais secos. — Gosto da história de Tristão e Isolda. Meu pai nos contou certa vez e lembro-me que tem origem em algum antigo mito celta. 

Irina recordava-se muito bem daquela ocasião, quando Ezequiel tinha seus 12 anos e foi, como acontecia em todos os anos, atingido por uma forte gripe durante o inverno. Daquela vez, Antônio estava presente e mal saiu da cabeceira do filho durante quatro dias. Apesar dos momentos de desespero, não podia negar que guardava com certo carinho as memórias daquele tempo. 

— E do que se trata essa história? — Meredith questionou, continuando a atacar os biscoitos. Irina questionou-se por que ela fizera aquele pedido, se dizia gostar dos celtas. 

Ezequiel abriu um sorriso, aquecendo o coração da irmã ao seu lado, que errou novamente o ponto no bordado, vendo-se obrigada a desfazê-lo, enquanto o irmão se metia em narrar com exatidão a história contada a ele pelo pai. 

Conforme as palavras foram saindo da boca de Ezequiel, Irina teve a impressão de que ia se tornando mais difícil de enxergar e somente se deu conta de que escurecia porque um dos empregados veio para começar a acender as velas. Ia passando um pouco do horário para visitas, contudo, ao ver a empolgação do irmão e como Meredith parecia interessada pelo que ouvia, não teve coragem de dar quaisquer sinais de que estava tarde.

― O Sr. Salazarte está esperando pela irmã ― a voz do mordomo sussurrou de repente em seu ouvido e Irina olhou para o lado, vendo que seus dois companheiros ignoraram completamente a nova presença na sala.

A Srta. Gutiérrez se levantou e deixou o bordado sobre o assento que estava ocupando. As cabeças dos dois bruxos se voltaram em sua direção.

― Volto logo ― disse junto de um sorriso reconfortante para Ezequiel. Viu-o engolir em seco, mas sabia que ele conseguiria lidar com alguns minutos sozinhos junto da Srta. Salazarte. Também sabia que estava saindo totalmente do decoro, principalmente ao ver as sobrancelhas erguidas da visita, porém, Ezequiel merecia ao menos alguns minutos a sós com sua paixão platônica, afinal, quando ele teria a oportunidade novamente?

Irina se retirou da sala de visitas com o mordomo em seu encalço, ouvindo a voz vacilante do irmão ir diminuindo de volume conforme se afastava.

― O Sr. Estevão esteve aqui antes do Sr. Salazarte chegar ― ele informou, fazendo com que a bruxa voltasse o rosto em sua direção enquanto continuavam a caminhar rumo ao hall de entrada. ― Deixou este bilhete para a senhorita e diz que virá na próxima semana para acompanhá-la.

O empregado entregou-lhe um pedaço de papel dobrado e Irina o pegou e desdobrou-o no mesmo instante, reconhecendo a caligrafia desenhada do irmão mais velho.

 

“Consegui alguém que pode ajudá-los, é uma vidente mundana na área sul, próxima aos Pinheiros. Mas pela Mãe Terra, me espere para acompanhá-la na próxima semana, pois não quero por nada nesse mundo que você vá sozinha àquele lugar.

Estevão”

 

Ela amassou o papel e enfiou-o no bolso do vestido, respirando fundo enquanto guardava a nova informação. Ainda era quarta-feira ...

― Senhorita? ­― o mordomo a trouxe de volta para a realidade, estranhando por terem parado subitamente quando estavam prestes a alcançar o cômodo que planejavam.

Irina forçou um sorriso e voltou a caminhar enquanto ajeitava fios de cabelo de volta para o lugar, mesmo que não precisasse. Sentiu o estômago se agitar por dentro, porém forçou-se a continuar com os passos firmes. Ao atingirem o hall de entrada, viu as costas do Sr. Salazarte em um casaco verde-água e ele logo se tornou na direção dos dois, assim que o barulho dos passos sobre o piso foi aumentando.

― Sr. Salazarte, a que devo a visita? ― ela questionou ainda sustentando o sorriso e estendeu a mão, para que o convidado depositasse um beijo sobre os nós dos dedos.

― Vim para buscar minha irmã. Matilda me disse onde ela estava e resolvi vir atrás dela, são quase seis ― ele explicou e a Srta. Gutiérrez censurou-se por esquecer-se do aviso do mordomo e ter feito uma pergunta tola. ― Está tudo bem com a senhorita?

― Sim. ― Diminuiu um pouco o sorriso, tomando para si que talvez estivesse soando forçado. Sua tentativa de fingir estar bem fracassara pelo exagero. Tomou alguns segundos para analisar seu novo visitante, percebendo como o colarinho da camisa branca sob o casaco estava amassado, como se tivesse dormido com ela e apenas atirado a outra peça por cima. Focou-se nos olhos azuis, notando fracas marcas de olheiras sob eles. ― E quanto ao senhor?

― Estou bem, obrigado. Apenas tive uma péssima noite de sono.

Ela assentiu, guardando para si os questionamentos do que poderia estar tirando-lhe o sono. Ao considerar a situação da família Salazarte, as respostas pareciam vir no mesmo instante. Pobre homem.

De canto de olho, percebeu que o mordomo continuava a alguns passos atrás, ouvindo a conversa.

― Sua irmã e Ezequiel estão tomando chá na sala de visitas, os dois estavam tão entretidos na conversa que não tive coragem de interrompê-los.

― Sinto muito que eu deva ser a pessoa a fazer isso ― ele brincou, fazendo com que o riso dançasse pelos lábios dela, assim como pelos dele. Com um gesto de cabeça da anfitriã, finalmente saíram do lugar. ― E seu irmão, como tem passado esses dias?

― Ezequiel teve uma febre ontem à noite, mas felizmente estava bem novamente esta manhã, graças ao último medicamento que seu pai nos trouxe.

― Passarei a informação para ele ― o Sr. Salazarte retorquiu, enquanto deixavam o hall de entrada lentamente, pois a porta da sala de visitas era uma das primeiras do corredor. ― Conseguiram algum avanço nas pesquisas?

Irina olhou para os pés por alguns segundos, vendo o piso que quase os refletia de tão encerado e recordando-se do bilhete do irmão mais velho que estava no bolso. Encarou o convidado de soslaio, vendo as olheiras fracas sob seus olhos.

― Meu outro irmão descobriu uma vidente mundana que pode nos ajudar, iremos vê-la na próxima semana.

― Gostaria que eu os acompanhasse?

Ela piscou algumas vezes, dando-se conta da proposta e ignorando que o mordomo acabara de abrir a porta da sala de visitas e a segurava.

― O senhor e sua irmã têm nos ajudado tanto, Sr. Salazarte, que me veria abusando de sua gentileza ao aceitar esse pedido. ― Antes que ele insistisse, se adiantou, colocando a mão sobre a manga de seu casaco. ― Eu e meu irmão iremos atrás disso. Tente descansar um pouco, tenho certeza que fará bem ao senhor.

― Matias! O que você está fazendo aqui? ― Meredith elevou a voz e Irina se recordou de que estavam parados na entrada do cômodo, soltando o braço de seu convidado.

― Já passa das seis e não me sentiria bem deixando que você tomasse um carro de aluguel para voltar a essa hora ― o Sr. Salazarte respondeu, enquanto a irmã se aproximava dele e o outro bruxo arrastava a cadeira para se levantar. ― Olá, Ezequiel. Como tem passado?

― Estou bem ― ele devolveu com um sorriso tímido e juntou-se aos quatro na entrada da sala de visitas, já que o mordomo permanecia aquele tempo todo segurando a porta. ― Eu posso emprestar alguns livros para a senhorita continuar lendo sobre mitologia, se quiser...

― Não precisa. Se o senhor e sua irmã me permitirem, voltarei a visitá-los mais vezes e então poderemos continuar o assunto. Passei uma tarde muito mais agradável do que uma tendo que aturar minha irmã mais nova ou tendo que conseguir algo para fazer e evitá-la ― Meredith comentou com uma risadinha, conseguindo um olhar que tentava exalar censura do irmão. ― Obrigada pelo chá.

A garota se despediu de Irina com um beijo no rosto e estendeu a mão para Ezequiel, que adquiriu um tom de vermelho preocupante nas bochechas. Quanto ao Sr. Salazarte, trocou um aperto de mão cordial com um e depositou outro beijo na mão de outra, finalizando de vez as despedidas, que terminou com os irmãos Gutiérrez os acompanhando até a porta da frente.

Enquanto o mordomo fechava a porta e as visitas iam embora no coche dos Salazarte do lado de fora, Irina perdeu o sorriso que carregava assim que voltou-se para o irmão, interpretando muito bem o significado dos ombros se encolhendo. 

― Como foi a conversa com Meredith?

Ele encarou-a com os olhos escuros e qualquer traço do garoto tímido ficou perdido na sala de vistas. Ezequiel chegava a parecer bem mais velho do que realmente era.

― Não precisa mais tentar nos deixar sozinhos, nunca poderá haver nada entre nós. ― As palavras saíram quase atrapalhadas de tão rápidas que foram ditas e, enquanto a irmã tentava processar, ele simplesmente começou a caminhar em direção às escadas do segundo andar, fazendo-a tentar alcançá-lo.

― O que aconteceu para você ficar assim?

A Srta. Gutiérrez pegou um pouco das saias com cada uma das mãos, para conseguir manter o passo rápido o suficiente para subir os degraus. Ao atingirem o segundo andar, ele voltou-se para trás.

― Meredith não merece viver um romance com alguém como eu. Nenhuma mulher merece sofrer por causa de um paspalho que pode morrer na semana que vem porque pegou uma ventania. ― Irina viu o queixo do irmão vacilar e tentou cortar os passos de distância entre eles, porém, ele se afastou para trás. ― Nem você merece isso.

― Ezequiel, por favor, não...

Ezequiel correu até a porta do seu quarto e se trancou, causando um eco no corredor e deixando a irmã tentando lidar com a sensação de que a garganta estava se apertando.

O que aconteceu em menos de cinco minutos?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

¹: O poeta citado por Ezequiel é Ovídio. O relato do mito de Orfeu e Eurídice, que serviu de base aqui, encontra-se no livro Metamorfoses.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dualitas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.