Cadê você, filhota? escrita por Jude Melody
Notas iniciais do capítulo
Sopesa: medir o peso de algo com a mão
O gorgolejo da fonte o acalma. É bom descansar após meses trabalhando no artigo. Por um momento, William acreditou que gestava um natimorto, mas agora, com a publicação deferida, seu interior também é primavera.
Um ruído chama sua atenção. Uma menina de cabelos reluzentes como pena de corvo agacha-se à margem do lago e enfia os braços na água até os cotovelos. William não reage. Olha para a criança até ela lhe devolver o olhar. Pupilas negras que o devoram com a curiosidade de uma cientista.
Arrietty!
A mulher para a poucos passos da menina, os cabelos, um redemoinho em torno do rosto avermelhado. Encara William como quem sopesa se está diante de um amigo ou de uma ameaça.
Arrietty, não incomode o moço.
Não é incômodo algum, ele se apressa em responder.
Arrietty retira os braços da água e corre para a mãe, a cabeça ainda virada na direção dele.
Que desastrada. Você nunca se comporta... A mulher revira a bolsa. Não põe a mão na boca. Essa água é suja!
William aproxima-se, oferecendo um lenço. Ela agradece e começa a secar a filha.
Mamãe, estou com fome!
William fala sem pensar. Sabe, conheço um bom restaurante perto daqui.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu adoro este capítulo! Com essa primeira aparição da Arrietty em sua vida, o William nunca vai poder dizer que não sabia onde estava se metendo. Na época, nossa heroína tinha seis/sete anos, e o William já era um antropólogo com uma carreira bem estabelecida. O nome da mãe da Arrietty é Helena. Ela irá aparecer de novo ao longo da drabble.