A Mais Vitoriosa escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 14
Capítulo XIII.


Notas iniciais do capítulo

Um aviso antes de começarmos. Pode parecer um pouco estranho uma jovem de 16 anos se casar com um homem mais velho. Mas se deve levar em consideração o período. Não era algo anormal para a época, o príncipe de Gales tinha 29 anos quando se casou com a princesa Augusta de 16, a rainha Maria Antonieta se casou com 14, e Julieta tinha 13 anos. Mas se isso de alguma forma lhe incomoda, sinta-se a vontade de pular o capítulo.



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...Casar elas com esses homens? Prima Anne assim você me destrói. Um é parente de seu marido, mas aliados dos franceses, e o outro é nosso parente, mais meu do que seu na verdade, é ele apoia aquele homem mau. Mas faça como desejar, são elas não você...

De sua prima
Maria Theresa

04|07|1743 Palácio de Hampton Court

Alice estava feliz, encantada, assustada e temerosa. Duas semanas atrás ela nunca havia imaginado ela que iria sentir esses sentimentos. Mas em duas semanas mudava-se muita coisa.

Alice havia se apaixonado, e ele parecia gostar dela. Não era amor claro, Alice não era tonta o suficiente para pensar que o amor nascia em uma semana, mas era paixão, e esse sentimento também é muito forte.

No começo ele parecia não dar importância a ela, e Alice também não dava importância a ele, a nenhum dos dois em realidade. Mas Isso subitamente mudou, e Alice descobriu que havia muitas coisas que eles pensavam do mesmo modo, gostos em cumum, e até mesmo quando discordavam Alice sentia-se próxima a ele. E hoje, Alice ganhou a certeza que ele a amava, quando eles foram deixados sozinhos nos jardins, depois de Catherine fugir novamente, ele disse se casaria com Alice se a marquesa desejasse assim. Alice então ganhou a certeza, não só pelas palavras, mas também pelas suas ações, ele pegou suas mãos, a olhou nos olhos, e se o outro não tivesse voltado, ele a teria beijado.

Mas havia um problema, ele pertencia a Catherine, estava prometido a Catherine. Alice estava quase que cometendo incesto.

Mas eles não eram casados, então Alice poderia ainda o reivindicar para si, e era isso que faria. Alice iria ver Anne, e falar que ela havia decidido quem seria seu marido.

Mesmo assim, ter coragem para ir ver Anne, era algo completamente diferente de falar sobre isso com Anne. Exigia principalmente mais coragem quando Alice antes de entrar no escritório, ouviu que Anne e Frederik estavam em uma nova discussão, algo sobre um professor holandês no lugar de um inglês.

Mesmo assim Alice bateu e entrou. E para sua surpresa, Anne e Frederik pareciam muito calmos para a receber.

  – Que surpresa a ver aqui Alice. Deseja algo?- Anne falou tão alegre que nem parecia que uma discussão tinha acontecido.

  – Eu preciso conversar sobre algo. Mas eu gostaria antes de saber onde está mamãe e Catherine.‐ Alice não deseja que sua mãe ouvisse o que ela falaria.

  – Mamãe foi visitar Lady Everton, e levou Catherine para consolar Caroline pelo seu noivado com o visconde Bertwood.- Alice não concordava que Catherine era a melhor pessoa para fazer isso.– Mas qual seria seu problema?

Força, coragem, era por paixão, sua felicidade dependia disso:

  – É errado se apaixonar?

  – Isso depende.- Frederik respondeu a Alice, Anne estava paralisada pela surpresa da pergunta.– Seria errado você se apaixonar por alguém casado, pelo marido de sua irmã, por alguém que não tem boa moral ou por alguém inferior.

Depois de Frederik falar o que Alice já sabia, o escritório ficou calado, Alice sentia que sua coragem estava indo embora.

  – Por que você está perguntando isso Alice?

  – Eu me apaixonei Anne. Eu me sinto especial perto dele, ele me diverte, me encanta. E estou decidida a me casar com ele.‐ Essa última parte foi um exagero, Alice não poderia se casar sem permissão, ela tinha apenas 16, estava na idade de se casar, mas não com quem desejasse, sendo uma princesa e mulher.

  – E por quem seria? Não me diga que é com um simples...

  – Eu nunca ousaria me apaixonar por um simples nobre, sei que meu destino é com a realeza.- Anne apenas suspirou calma com essas palavras. E Frederik apenas observava.– Me apaixonei por Wilhelm Heinrich, o príncipe de Nassau-Saarbrücken.

Tudo ficou novamente em silêncio, Anne parecia não sabe o que fazer ou falar. E Frederik parecia prestes explodir em risos, mas Alice estava falando sério, não era uma brincadeira.

  – Alice eu acho que você não sabe fazer boas escolhas. Você poderia escolher o aliado dos prussianos ou dos franceses, e você escolheu último. - Era melhor não responder esse comentário.– O que faremos Anne? Acho que isso não estava em seus planos.

 – Alice você sabe que já foi planejado...

  – O príncipe disse que se fosse de sua vontade ele se casaria comigo.- Novamente então Anne pareceu voltar a pensar.

  – Bem. Isso então muda tudo. Vá por favor chamar Lady Beaumont.

Alice apenas fez uma mesura a foi chamar a condessa. Uma grande alegria e satisfação novamente tomou conta de Alice. Anne havia considerado, Alice se casaria, e se casaria com alguém que ela gostava, era uma alegria e satisfação que Alice nunca havia sentido antes.

Todos tinham uma missão nesse mundo. E a dela como princesa era se casar e ter filhos. Agora seria muito mais fácil isso, seria com alguém que ela escolheu.

                     *****

Mas enquanto Alice corria procurando pela viscondessa com uma grande alegria. Sua irmã não estava muito feliz, mas preocupada e sem saber o que fazer. E depois de muito rir da situação, Frederik fez a Anne a pergunta:

  – Anne você tem certeza que Catherine vai gostar de saber que se casará com um príncipe menor, sem soberania, pró-prussiano e sem muita fortuna?

  – Não. Por isso mamãe vai ter um grande trabalho. Eu não vou falar isso para Catherine de jeito nenhum. Ela provavelmente vai me culpar.- Um grande problema ela tinha em suas mãos agora.

  – Não poderíamos arranjar um novo casamento para Catherine? O duque de Cumberland, o príncipe Carl da Dinamarca, ou o príncipe-herdeiro de Mecklenburg-Schwerin?- Frederik estava pensando de verdade, ou apenas falando nomes aleatórios? Anne iria pensar que era a primeira opção.

  – O primeiro é filho do rei, está muito acima de todas nós. O segundo é neto de um rei, ele pode estar no nosso nível, mas ainda é neto de um rei. O terceiro é muito insignificante, os ducados de Mecklenburg são todas as definições de pobres.- E havia sido a própria Catherine que disse desejar um príncipe rico, rico o suficiente para pagar seus gastos.– Vamos ficar com Brunswick, um casamento entre a família.

Sim, um casamento de família. Todos eles descendiam de Ernest, o confessor, o duque de Brunswick-Lüneburg. O rei, os Tudor-Habsburg, a família do duque Ferdinand, e Maria Theresa, todos vinham da mesma pessoa, eram primos, alguns duplamente.

  – E você que isso vai ser o suficiente para Catherine?- Não, mas ela teria que se contentar.– Mas de qualquer forma, antes estávamos falando sobre um tutor para nossos filhos.

Frederik sabia ser muito teimoso quando queria, ele não sabia simplesmente obedecer. Não havia motivos para brigar por causa disso.

  – Eu já disse Frederik, Lady Hastings poderá cuidar da educação de nossos filhos, com professores ingleses.- Frederik estava insistindo muito que seus filhos deveriam ter professores de sua casa.– O único tutor holandês de nossos filhos, será o que ensinará essa língua.

  – São nossos filhos. Então eu também devo ter...

  – São filhos de Bristol, é isso que importa.- Não importa se tinham sangue Orange.– Vão receber a educação de um Tudor-Habsburg, uma educação digna de um Habsburg, e está decidido.

Frederik ainda parecia que iria responder, tentar falar algo, mas ele desistiu. Anne gostava muito disso, Frederik sabia quando deveria desistir, Anne tinha a razão, e ele deveria ver isso, por mais que isso o deixasse irritado. Mas não demorou muito e Lady Beaumont chegou, e Anne pediu para que a viscondessa escrevesse para ela uma carta ao príncipe de Nassau-Saarbrücken, eles tinham muito o que conversar.

  – Muito bem minha marquesa. Um aviso, sua mãe e a princesa Catherine chegaram de Everton Hall.- Mas já! Anne pensava que elas iriam passar mais tempo. Mas Anne deveria ter esperado isso, se Catherine não gostava de Lady Caroline normal, não iria gostar mais ainda dela chorosa.

  – Acho que está na hora. Vou estar com Alfred e Henry se você precisar.‐ Mas que covarde, ele viu exércitos e não tinha coragem de a acompanhar para falar com sua irmã do meio.

  – Lady Beaumont peço que escreva ao príncipe que ele deve vir aqui depois.- Lady Beaumont assentiu.

Rapidamente Anne se dirigiu para a Sala Azul, onde está sua mãe e Catherine. E como sempre, Catherine não muito feliz.

  – Mamãe eu deveria ter recusado. Caroline parecia uma tola, apenas por não se casar com um duque. Eu vou me casar com um príncipe, e não estou assim tão feliz.

  – Nem todas são como você minha filha. Lady Caroline passou muito tempo semeando o desejo de ser duquesa, e se esqueceu que seu dever maior e se casar e ter filhos.

  – Dever esse que é ridículo. Casar, ter filhos, eu não preciso disso para ser feliz, nem para viver bem.

Essa era a grande questão de Catherine, ela não tinha o desejo de se casar. Ela sempre falava que ela não era o tipo de mulher que precisava de um homem para cuidar dela, para a proteger, e nem precisava de amor. Mas talvez ela ainda não tenha entendido o mundo em que eles viviam, nem a situação deles.

  – Pode ser ridículo. Mas esse sacrifício não é para você Catherine, mas para nossa família. Ou você acha que vamos viver e continuar sendo quem somos sem casamentos estratégicos?‐ Anne viu Catherine revirar os olhos. Sempre muito fechada para a realidade.– Somos princesas, somos da realeza, nossa vida então se resume a fazer sacrifícios...

  – Sacrifícios esses para o bem de nossa família. Para dar continuidade. Anne eu já entendi. Eu vou me casar não vou? Apenas ainda não escolhi com quem vai ser.

Tão presunçosa com sua palavras. Anne odiava isso, mas talvez fosse ainda pior ter que falar a verdade para ela. Anne iria se perdoar por isso, mas era necessário. Era o destino de toda mulher da família.

  – Eu pude ver isso. Então eu tomei a decisão por você.- Será que ela estava sendo clara o suficiente?– Parabéns Catherine, você vai ser a única de nós três que vai conhecer o maldito rei da Prússia.

Os olhos de Catherine ficaram maiores apenas por ouvir isso, sua expressão ficou impossível de descrever. A sua mãe, ela também não entendia nada.

  – Você deve estar brincando, deve ser isso.- Catherine então começou a andar de forma desesperada.– Você me disse que eu poderia escolher!

  – Naquele momento você sim poderia Catherine. Mas a situação mudou. Sobrou apenas um príncipe para você.
— Não! Se eu não puder escolher, eu não me caso!- Ela parecia tão decidida. Anne queria saber até quando isso iria durar.– Não vou!
— Não cabe a você dizer, ou escolher. Eu sou a marquesa de Bristol, sua senhora. Você não pode dizer não Catherine. É o que temos para você.

  – Anne seja mais compreensiva.

  – Não mamãe! Catherine parece que não entende o lugar dela. Ela parece se esquecer que na nossa posição, não temos poder, não temos oportunidade. Estamos condicionadas a situação, e essa é a situação.

Anne não entendia isso, ela não teve a opção de escolher seu marido, foi simplesmente anunciado, e ela logo aceitou, e não mostrou tudo isso. Catherine no lugar parecia furiosa.

  – EU ODEIO VOCÊ ANNE! ODEIO ESSA FAMÍLIA! ODEIO SER UMA PRINCESA!- Depois disso ela deu mais um grito e saiu. Que menina ingrata, tantas pessoas nas ruas de Londres sem ter nem o que comer no dia, e ela falando mal por ter tudo que quisesse.

  – Anne o que aconteceu aqui?!- Sua mãe também estava se desesperando.

  – A senhora viu mamãe. Catherine não deseja se casar, eu entendo que é por causa do rei da Prússia, mas é a obrigação dela.

Era o dever, e o dever vinha antes de tudo.

 – Mas e quanto a Nassau-Saarbrücken?

  – Ele desistiu de Catherine e foi para Alice. Nossa pequena e doce Alice vai ser a dama de sua própria corte então.- Sua mãe agora parecia preocupada, talvez por ambas as filhas.– Vá falar com ela mamãe, talvez Catherine a escute.

A marquesa-viúva suspirou e foi então. Anne esperava que agora Catherine visse a razão, e aceitasse, iria doer menos.


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Notas finais do capítulo

Mais uma nota. Nesse capítulo tanto Maria Theresa como Anne dizem que elas, o duque Ferdinand, e o rei tão primo, e mesmo sem querer realmente é assim. Na minha linha histórica, a marquesa Catherine é filha do imperador Joseph I e da imperatriz Wilhelmine Amalie, e ela é uma princesa de Brunswick, assim como a imperatriz Elisabeth Christine, que é mãe de Maria Theresa, o que faz as duas imperatrizes serem da mesma família, mas de ramos diferentes, elas compartilham o mesmo avô de aproximadamente no século 16. Mas Wilhelmine Amalie também é prima do rei George II, o avô materno dela era irmão da avó dele, a Eleitora de Hanover, Sophia, ambos netos de James I, ela poderia ter sido rainha da Grã-Bretanha se tivesse vivido mais alguns meses. Mas minha família de forma alguma poderia ter o trono britânico, por causa de uma lei que proíbe católicos de serem reis da protestante Grã-Bretanha. Então tudo está conectado, sem querer.



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