A Mais Vitoriosa escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 13
Capítulo XII.




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... da guerra não tenha mais muito o que falar, agora que o conflito com aquele homem mau e a maldita Prússia teve seu fim, meu objetivo é reconquistar minha Boêmia. Eu a perdi, mas agora a reconquistei, daqui a alguns dias serei coroada na Catedral de Saints Vitus, e apenas me sobrará alguns inimigos, aquele que si diz imperador sendo um deles...
... Apesar de não estar achando a ajuda de sua Grã-Bretanha a mais formidável, o rei, que também é eleitor, está fazendo um bom trabalho em ajudar-me, agradeço por sua ajuda minha prima, não irei me esquecer dela.
... Quanto a meus filhos, nenhum voltou a morrer, e logo irei ter mais um, talvez ela tome o lugar de Maria Elisabeth e de Maria Carolina, se for um menino será mais feliz ainda, apenas Joseph não é o suficiente, e isso eu invejo em você minha prima, tem apenas dois filhos, mas são dois filhos homens... Francis continua muito bem, ele faz bem as tarefas que dou a ele, apenas o constante adultério dele me irrita, mas o que posso fazer? Não posso dominar ele em tudo.

De sua prima
Maria Theresa

Catherine mostrou que realmente não desejava se casar, ela sempre conseguia fugir dos príncipes, isso fazia com que a pobre Alice estivesse sempre em seu lugar. Chegando ao ponto de um deles perguntar se Alice era a que estava sendo oferecida.

Era então uma alegria quando Catherine não conseguia fugir e deveria ver seu destino. Como havia acontecido hoje. Anne havia convidado os dois príncipes para conhecerem os jardins de Hampton Court, assim Catherine não poderia fugir.

  — Minha marquesa deseja então rosas, hortênsias e tulipas. O que mais minha senhora gostaria?‐ Mesmo assim Catherine se mostrava muito contrária. Apesar de estar com o príncipe de Nassau-Saarbrücken, ela parecia estar sempre fugindo, também alongando o assunto para Alice que estava com os dois.– Minha senhora.

  – Algum problema Sr. Arling?- Apenas agora Anne se lembrou do arquiteto paisagista que deveria fazer seu novo jardim em Bristol.

  – Eu perguntei se minha marquesa deseja algo a mais?

  – Frederik você deseja algo nos novos jardins?‐ Frederik que estava perto de Anne brincando com Alfred, começou então a falar algo sobre um laranjal.

Anne pode então voltar a observar Catherine, estava tudo igual. O príncipe falava, Catherine dava uma resposta curta e perguntava a opinião de Alice. Pelo menos era isso que parecia.

  – As vezes não entendo minhas irmãs.- Logo a atenção de Anne mudou de suas irmãs ao seu pequeno Alfred, que se vendo abandonado pelo pai, foi para sua mãe.– Sua tia Catherine me dá tanto trabalho Alfred. As vezes me canso tanto.

Anne não pode resistir e depois de pegar Alfred começou a falar suas preocupações. Mas ainda era preciso que uma parte da mente de Anne dissesse que não era loucura, afinal um bebê podia ouvir.

  – Me pergunto qual será o medo dela, o porquê dela fazer isso.‐ Alfred apenas riu, e começou a murmurar suas palavras mal formadas.– Você vai sempre me obedecer não é?

  – Acho que ele não pode responder plenamente Anne.

  – Frederik você finalmente voltou, espero que você não tenha mudado meu jardim para um em estilo francês.‐ Anne esperava que Frederik não tenha ouvido tudo que ela havia falado.

  – Eu apenas disse o que desejava. Acho que seria bom ter um laranjal no jardim.- Um bosque inteiro talvez fosse melhor.– Mas me diga Anne, você não acha errado fazer nosso soldadinho prometer algo que ele nem mesmo entende?

  – Pensava eu que estava decidido que nosso "soldadinho" seria Henry.- O bebê mais novo, que nasceu novamente com a discórdia do nome, só que dessa vez Frederik havia ganhado.– Mas não, não acho errado. Ele sabe que pode confiar plenamente em mim. Não é mesmo Alfred?

Alfred novamente riu e murmurou mamãe. Anne iria considerar isso um sim, ele a iria obedecer sempre. Nesse mesmo momento Anne pode ver um pequeno movimento onde Catherine, o príncipe e Alice estavam. Eles se levantaram, parecia que Catherine finalmente estava aceitando.

  – Meu príncipe a príncesa Catherine se ofereceu para me mostrar o jardim principal.- O príncipe apenas deu um pequeno aviso e saiu ao lado de Catherine, com Alice novamente atrás, alguém deveria garantir que nada ruim acontecesse.

As vezes Anne tinha uma grande pena de Alice, ela era a mais jovem e era considerada a mais apagada de suas irmãs. Anne era a inalcançável, a herdeira, a orgulhosamente fria e arrogante, ninguém de baixo nível se aproximava; Catherine era a mais bela e desejável, mas as vezes ela se mostrava muito superior e assustava.

Isso fazia com que Alice fosse a alternativa de Catherine, sempre a sombra de suas irmãs. Ela não parecia se importar, mas ela era jovem. Por isso Anne desejava tanto que elas logo se casassem, isso as faria ser senhoras de sua própria casa, e iriam brilhar em outras cortes. Não deveria ter mais de uma princesa Tudor-Habsburg na mesma corte.

  – Anne você não acha que isso foi um erro precipitado?

  – Qual seria meu erro Frederik?- Ultimamente Frederik falava muito isso a Anne. Talvez fosse o resultado da insignificância dele em comparação a Anne.

  – Você fazer esses dois príncipes virem para a Inglaterra para que brigassem pela mão de Catherine. Isso dá uma pena horrível, principalmente de Alice que vive com Catherine.- Em outra ocasião Anne ficaria muito feliz de Frederik mostrar preocupação por suas irmãs. Mas ele estava mostrando que ela estava errada.

  – Eu as vezes também penso assim, mas já está feito. Além do mais, desejo dar a Catherine alguma liberdade.‐ Isso talvez ajudasse Catherine a não ficar muito ressentida com Anne, como já estava.

  – Você fala isso, mas já decidiu que Saarbrücken irá ficar com Catherine, e Brunswick com Alice.- Por mais que Anne nunca falasse era verdade.– Qual o seu desejo com isso?

  – Tudo pode acontecer Frederik!- Frederik não parecia muito convencido.– Você está apenas chateado porquê é sua responsabilidade ouvir tudo que eles falam sobre contrato de casamento e sobre dote.

Finalmente Frederik ficou calado, esse era seu ponto para oposição. Mas foi por pouco tempo.

  – Tenho sim um problema com dote e contrato. Seus príncipes escolhidos me perturbam muito com isso.- Olhando desse modo era realmente irritante.– Mas não teria eu que suportar isso, se você apenas tivesse mostrando retratos e falado os defeitos e qualidades deles, e deixasse Catherine escolher, como foi conosco.

  – Alguém superior disse que assim eu deveria fazer.- Novamente Frederik se calou, Anne sabia que agora esse assunto havia morrido.– Devemos saber quem são nossos inimigos Frederik, e meu rei e seu governo entendem isso.

Frederik e Anne continuaram assim em silêncio por muito tempo. Isso era algo muito estranho, isso mostrava que sim sua discussão havia acabado, um deles havia vencido, e Anne preferia pensar que foi ela. Mesmo assim o silêncio era horrível, e interminável.

Ele apenas foi quebrado quando, Catherine voltou. Sozinha e parecia chateada.

  – Anne não é de meu desejo casar, mas mesmo assim eu não gosto que meus pretendentes se esqueçam de minha pessoa.- Catherine parecia raivosa, chateada, mas como se tivessem lhe tirado um brinquedo.– Eu não me casarei com um príncipe pobre, e servo do maldito rei da Prússia.

Depois das horríveis palavras, Catherine foi embora. Mas ela deixou em Anne e Frederik o pensamento de que havia algo errado. 

                          *****

Mesmo depois de alguns dias, Anne e Frederik não haviam realmente entendido o que Catherine desejava falar com aquilo. A marquesa-viúva disse que ela poderia ter ficado irritada pelo príncipe ter mostrado um pouco mais de atenção a Alice, mas quando eles foram a Ópera no dia seguinte, ele, assim como o duque Ferdinand, mostraram atenção apenas em Catherine.

Talvez tenha sido apenas algo momentâneo. Mas o que não foi momentâneo foi a reação de sua mãe, e sua irmã Wilhelmina ao saber sobre esse possível casamento. Mais especificamente sua irmã. Wilhelmina era casada com o príncipe Ludwig de Nassau-Usingen que era tio do príncipe Wilhelm Heinrich, e ela ficou horrorizada ao saber que uma cunhada sua, iria agora ser sobrinha.

Frederik não via na verdade nada de importante nisso, Wilhelmina tinha idade para ser mãe tanto de Catherine quanto de Alice, se bem que teria mais de Alice.

Mas não era algo que Frederik tinha que se importar muito. Nessa noite ele teria mais o que fazer. Anne havia decidido organizar uma recepção em Hampton Court, com os amigos, e com os príncipes. Para que esse assunto de casamento fosse logo resolvido. Mas enquanto ela teria que falar com as pessoas, ele teria que vigiar as irmãs dela.

  – Não seja muito visível. Pareça estar lá apenas para ouvir, tanto as tolices de Catherine, quanto ao silêncio de Alice.- Se era para agir normalmente ela apenas teria que falar.– Espero que dê certo isso.

  – O casamento?

 – Também. Mas esse jantar. Na última vez que os Newcastle estiveram aqui para um jantar, houve uma tentativa de invasão.- Santo Cristo.– A duquesa me disse para não me preocupar.

Frederik não entendia o motivo de tanta preocupação. E nem iria entender. Logo os convidados começaram a chegar, convidados esses que eram resumidos nas damas de companhia e seus maridos, a menos que fossem viúvas, sendo que os últimos a chegar foram o duque e a duquesa de Newcastle.

Depois de algumas conversas e comprimentos, o jantar foi anunciado. O que não foi uma tristeza, mas uma alegria. Frederik realmente não gostava dos cavalheiros ingleses, eles eram sonolentos a primeira vista. Falavam de política, jogos, propriedades, caça. E Frederik não gostava de política, nem tinha propriedades.

Mas em algum momento o jantar acabou. E todos foram cada um para seu lugar. Os cavalheiros para a Sala de Jogos, e as damas para a Sala de Desenho, seria assim até a hora do café. E durante todo esse tempo, Frederik fez seu melhor para se esquivar tanto do príncipe de Nassau-Saarbrücken, quanto do duque Ferdinand de Brunswick-Wolfenbüttel. Mas em resultado ele teve que ouvir sobre política e propriedades.

  – E você Orange? O que acha do assunto?- Talvez Berland desejasse humilhar, mesmo sem malícia na voz.– Agora que Lord Wilmington morreu, precisamos de um novo primeiro-ministro, quem poderia ser?

  – Creio que quem o rei e o parlamento desejarem.- Era o máximo que Frederik poderia dizer, o que acontecia na Inglaterra pouco lhe importava.– E Sua Graça, tem notícias de minha casa?

  – Nada de muito específico.- Talvez fosse realmente melhor mudar de grupo. Mas talvez assim ele iria ter que falar com quem não queria, então era melhor continuar sentado com o seu vinho do Porto.– Mas em casa creio que apenas os Whigs, assim como Walpole e Lord Wilmington podem...

  – Eu discordo Sua Graça.- Lord Wiston não deveria ter interrompido, até na Holanda eles sabiam como o duque poderia manipular as coisas para seu lado.

  – Thomas, não vamos começar. Eu estava até agora pouco falando para a marquesa como estava agradável essa noite, e você me faz isso.‐ Finalmente, as damas apareceram para o café. Mas o duque ao ouvir a duquesa, apenas sorriu.

  – Não se preocupe minha dama, está perfeito. Me lembra suas festas, dadas quando éramos mais jovens.- Agora foi a duquesa que sorriu, e as damas começaram a servir o café, menos as princesas. Frederik já havia a muito percebido que elas se diziam damas da sociedade, mas não iria participar das humilhações dessas.

Frederik encontrou agora a desculpa perfeita para sair de perto e ir até Anne.

  – Você não sabe como foi horrível isso Anne.

  – Bem, agora vai ficar pior.- Anne permanecia com um pequeno sorriso no rosto, mas Frederik poderia sentir uma certa irritação.– Devemos fazer com que isso dê certo.

  – O contrato já está feito Anne. É só colocar o nome delas.

  – Eu já disse que não, e os motivos para não.

  – E se eu não querer?

  – Você não tem essa opção.- Claro que ele tinha, Frederik era um Orange-Nassau, Anne não poderia dizer o que a deveria fazer.– Eles estão indo jogar cartas. Vá também Frederik.

Mesmo contrariado, Frederik foi. Era melhor que não fosse irritante. Estavam sentados na mesa as duas princesas, os dois príncipes e Frederik, e durante muito tempo as conversas foram apenas sobre as cartas. Até que Catherine ganhou uma partida.

  – Meus príncipes perderam novamente. Tomem cuidado, eu gasto muito. Os dois príncipes riram, e Frederik pode ver Alice revirar os olhos e sorrir quando Wilhelm Heinrich olhou para ela.– Mas é verdade. Eu preciso constantemente trocar meu guarda-roupa, a moda muda tão rapidamente. E minhas jóias? Não vivo sem elas.

  – É verdade meus príncipes. Ela gasta tanto.- Catherine o olhou muito irritada agora. Então ela não gostava que fizessem isso com ela, como ela fazia com os outros.– Creio que Catherine não quer um príncipe ou uma corte alemã. Mas sim um rei ou imperador.

  – Você se engana Frederik, eu não quero ser nem rainha, nem imperatriz. Esse tipo de corte tem muitas regras, e não gosto de muitas regras.

  – Tenho certeza que minha princesa irá então gostar muito da corte de meu irmão, ou da corte da rainha da Prússia.- Alice não pode se segurar e começou a rir, o que chamou a atenção de todos.– Algum problema minha princesa?

Alice sorriu para o duque Ferdinand e balançou a cabeça. Essa era a única coisa que conseguia salvar Alice de seus problemas, sua aparência gentil e calma, muito diferente da frieza de Anne, ou da presunção de Catherine.

  – Tenho certeza que em minha corte a princesa poderia criar as suas próprias regras.‐ E depois ele a iria levar a Versailles, para conhecer Louis XV, o inimigo comum da Áustria, Grã-Bretanha e Holanda.– Mas e minha princesa Alice? Também precisa de um príncipe rico?

Novamente o príncipe olhou para Alice, com muita atenção até. E novamente ela sorriu.

  – Se eu tiver meus livros, minhas jóias favoritas e atenção, já está o suficiente. Não preciso renovar meu guarda-roupa sempre, nem de novas jóias.

  – Minha princesa iria se contentar até com um plebeu que a pudesse manter.- Agora não houve risadas, Alice conseguiu atenção.– Minha irmã se contenta com o pouco.

  – Nunca iria me casar com um plebeu Catherine. Tenho honra e senso de dever. Mas realmente sou uma pessoa contentada.- Wilhelm Heinrich continuava a sorrir para ela.

Mas logo toda essa conversa acabou. A marquesa-viúva pediu para sua filha caçula ler para todos Pamela, e ela aceitou rapidamente, era seu livro favorito. Embora Frederik achasse muito estranho um homem rico como Sr. B, se apaixonasse e perseguisse uma empregada como Pâmela, e ela no final ainda retribuir.

  – Catherine mostrou alguma preferência?- E durante a leitura Anne se aproximou.

  – Não, acho que ela quer assustar eles. Ela falou que ama gastar.

  – Ela gosta de gastar é minha paciência isso sim.- Talvez Catherine gostasse de fazer isso com todos.– E quanto a Alice?

Primeiro Frederik olhou para Alice, e depois para o príncipe, ele estava vidrado em Catherine, apenas raramente olhava para Alice.

  – Ela está como sempre.


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