O Desabrochar de Uma Dinastia escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 7
Capítulo VI




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05|04|1721 Palácio de Hampton Court

Os dias não estavam passando muito rápido, isso era ruim considerando que só se poderia ver como seria o futuro da família Tudor-Habsburg a longo prazo, pelo menos era isso que William pensava.

William ainda não tinha se esquecido do que aconteceu em Devonshire House, mas pelo menos Catherine deu para ele seu perdão, mas isso sempre vinha na mente de William quando ele estava irritado.

Mas isso acontecia pouco, considerando que ele tinha outras coisas com o que se preocupar, como saber tudo o que ele deveria fazer na "anglicização", que aconteceria em menos de duas semanas, aparentemente Catherine não poderia mais se curvar depois disso.

Mas olhando para ela, que tinha acabado de fazer mais uma tentativa de se curvar por cinco minutos, parecia que já era muito difícil.

  – Catherine você tem certeza que quer fazer isso?- William já tinha feito essa mesma pergunta várias vezes, e também já sabia a resposta, mas o fazia muito mal ver Catherine se cansando desse jeito.

  – Eu vou fazer, ou vão dizer que eu fugi disso, não vou ser considerada uma covarde.

William iria falar uma resposta, mas não pode. Nesse momento Lady Penryn junto com Sir Karl Brücken, o capitão da Guarda Germânica, foram anunciados. E Lady Penryn parecia irritada e Sir Karl parecia ter muitas preocupações a dizer.

  – Lady Penryn que bom que chegou, minha querida esposa precisava de sua ajuda.- As palavras de Lord Everton apenas lembrou a William que o Lord Everton também estava na sala, mas Lady Penryn apenas o ignorou.

  – Alteza, a condessa de Penryn foi atacada hoje quando saiu de sua residência em Piccadilly.- Isso chocou William, assim como toda a sala. Atacada? Lord Penryn era um importante membro do parlamento, teria que estar com muita raiva para atacar a esposa dele.

  – Alguém jogou uma pedra na janela de minha carruagem. Eu não daria importância, já que não é a primeira vez, mas o que tinha na pedra não me deixou fazer isso.

  – E o que tinha?- Lord Everton foi o primeiro a falar, o que não foi muito bem visto por Lady Penryn, que o ignorou.

  – Estava escrito palavras ofensivas, poderia ser para Lord Penryn, mas tinha um desenho do que parecia ser um brasão Habsburg com sangue.- Isso não era algo bom, era medonho.

  – Meu senhor a impopularidade do senhor não é tão crítica assim, mas é alta, foi colocado hoje nos portões do palácio um folheto que falava sobre "não deixar os alemães e os católicos se espalharem como uma praga". Senhor isso é claramente uma ameaça ao senhor.

A sala voltou a ficar em silêncio, William concordava que isso era uma ameaça, mas nem todas as ameaças era cumpridas.

  – Sir Karl, tenho certeza que suas preocupações são válidas, mas não acho que é necessário muito medo, afinal, poucas pessoas leem essas coisas, e quem lê deve ser os londrinos, e mais da metade deles não sabe ler.

  – Não é necessário muitas pessoas para assassinar alguém, os ingleses não odiavam Charles I, e ele mesmo assim foi decapitado.

Esse foi um golpe muito certeiro de Sir Karl, William tinham que concordar que usar esse exemplo de regicídio foi muito inteligente.

  – Vamos ver o que a marquesa acha.- William sabia que poderia estar sendo horrível fazer isso, mas ele confiava que se Catherine concordasse com Sir Karl, ele poderia fazer o mesmo.

  – Acho que poderíamos aumentar a atenção a isso.- Bem estava feito.

 – Se você diz... coloque mais guardas a postos, e mande afiar as armas boêmias. E antes que me esqueça, quantos guardas temos a disposição?

  – Apenas 50, não creio que seja o suficiente.- Esse número parecia o suficiente para William, mas como ele poderia saber já que nunca esteve no exército?

  – Envie então para o secretário de guerra um pedido para que possamos.... "recrutar" mais homens.- Sir Karl apenas assentiu, fez uma mesura e saiu, não antes de falar mais.– Mais uma coisa. Peça também permissão para que os guardas tenham permissão para é... reagir a um possível ataque.

William ainda não acreditava ainda que essas palavras saíram da sua boca, ele deu permissão para que seus guardas matassem, se necessário.

  – Só espero que uma reação não seja necessária.- O ar na sala logo voltou ao normal. William nunca iria encontrar palavras certas para agradecer Catherine por tentar fazer o difícil de suportar ser mais fácil.

William logo, parou de olhar para Catherine e suas tentativas de se curvar, e voltou para o "guia" que dizia o que ele deveria fazer na "anglicização".

Mas uma coisa o estava o incomodando, Lord Everton estava olhando muito para William, parecia incomodado com algo, William poderia ignorar, mas William odiava o olhar de quem precisava falar seus problemas.

 – Algum problema... Everton?- William também odiava esse modo de falar ocultando o título de alguém.

  – Meu senhor eu sei que não somos amigos.- William concordava com ele, Lord Everton era um desconhecido se comparado com Lady Everton, que era uma boa amiga de Catherine.– Mas há algo que eu tenho que confessar com alguém a respeito de Lady Everton.

Isso era muito constrangedor, ninguém deveria saber das intimidades de um casal. Mas Lord Everton, para a vergonha de William continuou. E quando ele acabou, William não sabia se achava o que ele disse ridículo ou ficava horrorizado.

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Catherine estava bastante ocupada, faltavam apenas uma semanas para a "anglicização", e embora ela ainda achasse isso ridículo, ela ainda desejava que saísse perfeitamente.

A alguns dias atrás ela escolheu mais damas de companhia: Lady Leopoldine Beckham, condessa de Clasterberg; Lady Mary Percy, condessa de Berland; Lady Georgiana Howard, viscondessa Howard e Lady Sarah Villier, baronesa Dacre. Mas para a tristeza de Catherine suas quatro novas damas de companhia eram inglesas, e só três eram casadas com nobres de origem austriaca.

  – Alteza desculpe a pergunta mas, por que o símbolo da família do marquês é uma rosa Tudor com folhas douradas e uma águia.- Catherine decidiu que iria costurar para a Guarda Germânica, pequenos broches com o símbolo dos Tudor-Habsburgo, mas aparentemente, Lady Clasterberg não gostava de costurar.

  – A rosa tudor simboliza os amcestrais Tudors de meu marido, as folhas douradas representa que somos Habsburgo, e o águia que temos ascendência imperial. Agora acho que a milady deveria voltar a costurar.

Catherine teria algum trabalho com suas damas, as quatro novas eram preguiçosas, arrogantes, distraídas e insubmissas. Para falar a verdade Catherine só as escolheu por causa de suas famílias.

  – Lady Everton eu não gosto muito de fofocas, mas eu ouvi algo interessante sobre Lord Everton.- Catherine sabia sobre o que Lady Dacre estava falando, William tinha falado para ela sobre os problemas dos Everton.– Dizem que o motivo para que a milady ainda não ter filhos é a incapacidade de um de vocês. É verdade?

Catherine não estava gostando disso, e olhando para Lady Penryn ela também não, quanto a Lady Everton, ela continuava como sempre: só mostrando um lado de sua personalidade.

  – Tenho certeza que Lord Everton pode ter filhos, a amante húngara dele já provou isso.- Então a amante de Lord Everton era húngara, era humilhante.– Quanto a mim, o histórico de minha família me diz que sou bastante fértil. Papai deve oito filhos, minhas seis deles eram homens, e meus irmãos também tem muitos filhos.

Isso já deveria ser o suficiente, esse tipo de conversa não deveria ser tolerada, era humilhante. Mas aparentemente isso aguçou a curiosidade de Lady Howard.

  – Então o conde não visita seus aposentos?- Isso também era humilhante de se perguntar, Lady Everton era uma mulher muito bonita. Até mesmo Catherine se sentia em certos momentos eclipsada pelos lindos cabelos loiros claros e os enigmáticos olhos verdes de Lady Everton.

  – Acho miladys que Lady Everton está desconfortável.- Lady Penryn tentou reverter a situação, mas Catherine sabia que não era mais possível.

  – Lord Everton sempre visita meus aposentos, mas ele não planta a semente na terra fértil.- Isso foi o suficiente, todas na sala sabiam o que significava isso. Lady Everton não precisava dizer que Lord Everton estava completamente apaixonado pela amante, tanto que passava a maior parte de seus dias com ela.– Agora vamos sair desse assunto. Pelo menos meu marido não passa a maior parte do dias com o valete, não é Lady Howard.

Isso calou Lady Howard e Lady Dacre, elas não queriam ser expostas ao ridículo. A custura continuou, mas só até a hora de ir aos jardins. O que não foi uma boa ideia, primeiramente suas damas de companhia estavam divididas em grupos, as conversas estavam sombrias, Catherine tinha também a impressão de que demoraria muito para os Howard e os Dacre serem convidados para Penryn House, ou Everton Hall.

Mas o pior foi quem Catherine viu quando estava perto dos canteiros de rosas: A príncesa de Gales e o Sr. Robert Walpole, o novo Primeiro Lord do Tesouro.

  – Miladys vamos voltar para o dentro, não estou me sentindo bem.‐ Catherine não queria ver ou falar com eles. E ela iria conseguir se Lady Clasterberg não tivesse se furado com uma rosa e gritado.

  – A marquesa de Bristol, que alegria.- A Príncesa de Gales chamou, Catherine deveria atender, e fez isso fazendo uma humilhante mesura.– Acho que sua alteza conhece o Sr. Walpole. Somos bons amigos e ele estava me falando de como admira muito o seu tio o imperador.

Catherine não sabia se acreditava nisso, mas ela apenas sorriu e assentiu.

  – Certamente, meu desejo é que a Grão-Bretanha e a Áustria continuemos com essa boa aliança.- "Então por que tivemos que vir para a Inglaterra?" Catherine desejava muito responder isso.– Não entenda mal, mas o tratado de Hofburg, foi um tratado de paz que abre as portas para mais outros.

Catherine estava se cansando disso, mulheres Habsburg poderiam ter muito conhecimento político, mas não significava que gostavam de falar disso.

  – Tenho certeza que o honorável senhor e seu gabinete irão conseguir essa grande conquista. Agora se minha senhora e o senhor me derem licença, vou descansar.

Catherine estava muito orgulhosa de ter conseguido sair dessa conversa antes de ela ficar pior, mas a príncesa de Gales parecia não ter desistido.

  – A senhora sabia que uma propriedade, uma antiga propriedade em Bristol do duque de Avon, está no poder da coroa.- Catherine quando ouviu isso parou, o duque de Avon era o tataravô inglês de William que foi declarado um traidor pelo rei James I, e teve muitas de suas propriedades confiscadas.– Eu ouvi que o rei não tem muito interesse em Bristol House.

  – Talvez com um pedido de alguém de confiança o rei devolva ou venda algumas propriedades confiscadas. Não é mesmo Sr. Walpole?

Catherine sabia o que era isso, sabia o que eles estavam fazendo. Ela poderia recusar, mas o rei só estaria devolvendo o que um de seus antecessores tomou.

  – Acho que meu tio o imperador, vai receber uma carta falando de como seria bom ampliar a diplomacia com a Grão-Bretanha.- Depois disso Catherine foi embora, todas as famílias governantes da Europa aceitaram troca de favores, e eles não seriam diferentes.


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