O Desabrochar de Uma Dinastia escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 16
Capítulo XV.




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14|05|1736 Palácio de Hampton Court

No dia 27 do mês de abril, Frederick, o príncipe de Gales, se casou com a príncesa Augusta de Saxe-Gotha-Altenburg. Esse foi um acontecimento grande e alegre para todos em Londres. Assim como foi para o rei a para a rainha.

Mas como se é de se esperar em casamentos arranjados, isso não alegrou muito o noivo. Mas o noivo não era o único que não estava muito feliz durante esse casamento, mas também o marquês e marquesa de Bristol.

Claramente não era por causa de algo envolvendo os noivos, era algo mais pessoal, mas que tinham uma grande importância, que era a falta de filhos homens.

Isso era sempre um assunto que Catherine achava o mais inquietante em sua mente, o que mais lhe causava preocupação. Para falar a verdade era a primeira coisa que Catherine pensava claramente quando acordava. Mas hoje não estava sendo assim.

Para falar a verdade Catherine não poderia pensar em nada claramente no momento.

Na noite a anterior William a Catherine haviam ido para uma festa oferecida pela duquesa de Newcastle. E como o médico deles recomendou champagne para ajudar Catherine a ter filhos, o champagne foi a coisa mais consumida pelos Bristol.

Catherine não poderia dizer que ele fez algum efeito. A última coisa que ela se lembrava da noite anterior foram de beijos, abraços e de ser jogada na cama. Depois tudo era escuro, Catherine nem mesmo sabia se o ato foi terminado. Mas o resultado de uma noite de bebidas veio normalmente. Então ele realmente fez efeito.

  – Agora sei como os homens ficam depois de beber muito.- Catherine logo percebeu que não disse isso para ninguém especificamente, William ainda dormia.– Acorde William. Logo seus cavalheiros vão entrar, e minhas damas devem estar prestes a mandar derrubar as portas.

William não fez nada, apenas gemeu mostrando que não desejava acordar. Mas ele precisava, então depois de alguns minutos de insistência e ameaças. William se levantou.

  – Você ganhou Catherine. Minha cabeça está com uma dor terrível.- William não parecia estar tão casando assim.– Você se lembra do que aconteceu?

  – Eu tinha esperanças que você iria se lembrar.- William fez que não com a cabeça. Isso não era nada bom. Eles estavam tentando ter filhos desde a morte de Charles. E tentando mais ainda depois da de Ernest.

Mas as únicas coisas que Catherine conseguiu foi um aborto e um nascimento natimorto, o pior da situação era que eram meninos, isso significava que todos os filhos homens que Catherine teve ou poderia ter estavam mortos. Isso também causou preocupação é tristeza.

  – Não fique assim Catherine. Vamos dar um jeito nessa situação.- Catherine pode sentir William pegar suas mãos e apertar. Foi reconfortante.– Mas se você desejar podemos tentar novamente agora.

Catherine estava pronta para dizer não. Mas quando William começou a beijar seu pescoço ela não pode resistir. Isso mostrava como William, na maioria das vezes, sempre conseguia o que desejava. Isso as vezes irritava Catherine.

Mas infelizmente logo os beijos pararam, alguém bateu na porta.

  – Vamos ignorar meus cavalheiros.‐ Isso teria sido eficaz, se Lord Ormond não tivesse chamado William.– Também podemos ignorar ele.

Catherine estava disposta a continuar com William. Mas logo eles ouviram Lady Cambridge a chamar do outro lado, então Catherine realmente deveria ir.

  – Perdão, mas devo ir. Depois iremos continuar.- Catherine se levantou, vestiu o robe e saiu.

  – Alteza o que a senhora está vestin... ou melhor o que não está vestindo? Milordes olhem para o lado.- Os lords prontamente fizeram isso, Catherine teria que concordar que pelo modo como Lady Cambridge falava parecia muito indecoroso.– Como ousam olhar para a marquesa assim, ela é filha, neta, sobrinha de...

  – Nós já sabemos disso milady.- Catherine agradeceu mentalmente a Lord Jermyn por interromper, ou seria um longo discurso.

  – Eu irei para os meus aposentos e vamos esquecer do que aconteceu aqui.- Todos pareciam concordar então Catherine pode se direcionar a seus aposentos.– Lady Howard mande trazer algo para o meu desjejum.

Lady Howard apenas disse o cumum "sim alteza" e foi embora. Então as damas de Catherine poderia iniciar o demorado processo de vestir ela.

  – Lady Quenberry mande preparar um banho longo e relaxante para mim.- E foi realmente um banho longo e relaxante. E ajudou Catherine e esquecer no momento seus problemas.

Mas seria por pouco tempo. Logo o banho acabou e Catherine começou a ser vestida por Lady Lovell . E como sempre era nesse momento que Lady Cambridge lhe falava sobre a correspondência.

  – A senhora, minha marquesa, recebeu várias cartas. Como sempre eu as organizei das mais importantes para as menos.– Em outras palavras, primeiro as das pessoas mais importantes depois a das menos.– Sua prima Maria Theresa, a duquesa de Lorraine enviou uma carta lhe agradecendo pelo presente de casamento.

Maria Theresa tinha se casado em fevereiro, e já era maio, ela deveria ter agradecido a muito tempo. Catherine não sabia se isso se devia pelo seu relativamente baixo status, ou apenas se Maria Theresa não gostava dela.

  – Que bom que ela gostou. Era uma joia da imperatriz Anna, a bisavó do duque, ele deve ter gostado. Mais alguma coisa?- Então Lady Cambridge começou a falar de outras cartas, até chegar em uma que Catherine não desejava ouvir.

  – Sua irmã a rainha da Polônia enviou notícias de sua nova filha.‐ Isso foi claramente uma ofensa de Maria Josepha, ela sabia muito bem a situação de Catherine, e ousou fazer isso.

Mas isso fez o seu estrago. Catherine estava novamente preocupada, seu tempo estava acabando, logo ela não poderia mais ter filhos, talvez ela nem mais pudesse.

O ruim era que apesar de todas essas preocupações, Catherine deveria continuar em seu papel como marquesa, ela deveria sorrir, assentir, ser doce, gentil, nada de lamentos, ela deveria fingir que não havia nada de errado.

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Tiros podiam ser ouvidos, uma raposa foi atingida, um pato foi atingido por engano e cervo, que era o alvo do rei fugiu. E era nesses momentos que William se perguntava o motivo de ele ir para caçadas.

William não gostava de caçar, pelo menos não de caçar um animal grande e que poderia fazer um bom estrago em alguém. Era sempre melhor caçar gansos, raposas, patos ou até mesmo coelhos. Mas o rei convidou William, então mesmo com dor de cabeça, com sono, e cansado da noite anterior, William não poderia dizer não, era uma oportunidade.

  – Eu vi aquele cervo indo para aquela direção. Eu irei com Bristol e Buccleuch naquele direção, o resto deve escolher um lado.- Isso foi muito útil. William não iria mais precisar esperar o momento perfeito, o rei mesmo mostrou.

A caminhada foi, como deveria, calada, e ainda sem cervos. Talvez o rei estivesse enganado.

  – Meu senhor, eu acho que ele pode ter ido para o outro lado.- O rei não gostou muito do comentário do escocês duque de Buccleuch.

 – Tenho certeza que o rei sabe o que viu. Além do mais é só um cervo, existem milhares em todo o país.

  – Tenho total certeza que ele veio nessa direção. Você tem alguma coisa a perguntar Bristol?- Talvez George II, não fosse tão tolo quanto parecia. Não eram todas as pessoas que percebiam as intenções dos outros. Mas William não pode dizer, logo o rei fez um sinal para se calarem.– Ele está bem ali, calmo e nem imaginando o que virá.

O rei, William e o duque se abaixaram, apontaram e atiraram. O primeiro assustou o animal, o segundo o feriu, mas não o suficiente, e o terceiro passou tão longe que William nem sabia se atingiu algo.

  – Essa foi muito perto meu senhor. Tenho certeza que na próxima vez que o encontramos ele não irá escapar.- William desejava muito que as palavras do duque se cumprissem. Ele já não aguentava mais, logo seria noite.

Eles continuaram então a ir na direção em que o cervo foi, se preparando para qualquer oportunidade.

  – Você iria falar algo antes Bristol. Esse é o momento.

 – Meu senhor, eu tenho uma pergunta sobre algo que a tempos me chama atenção. E sei que o senhor como nosso rei, a pessoa que mais entende sobre a Grã-Bretanha poderá me responder.- Mesmo com o rei não olhando para William, ele pode ver que o rei assentiu.– Quem geralmente sucedesse os títulos de um homens, são seus filhos também homens, e a maioria dos títulos de nobreza é assim. Mas também há mulheres que sucederam os títulos de seus pais. Por que isso acontece?

  – Isso acontece porque esses títulos foram criados por escrito , o que significa que podem descer pela linha feminina. E seus títulos Bristol não foram criados assim, se bem me lembro, eles irão para os seus herdeiros masculinos legítimos, que ainda não existem.

  – Meu senhor, lá está ele. Se abaixem.‐ William iria fazer mais uma pergunta, mas foi interrompido pelo duque. O cervo não estava muito longe e seria apropriado manter o silêncio, mas William precisava fazer outra pergunta.

  – Mas títulos que não permitem a sucessão feminina podem ser mudados?‐ William sabia que isso poderia acontecer, sucedeu o duque de Marlborough foi sua filha mais velha, já que ele não tinham filhos.

 – Sim isso poderia ser mudado. Mas em seu caso Bristol, eu não poderia, isso deveria ser pedido a Câmara dos Lords.- O rei então apontou para o cervo e atirou, e atingiu novamente a perna do animal, mas apenas o deixaria devagar. Logo também o duque atirou e não atingiu.– Bristol! Vá atire!

William ainda estava com o que o rei disse na sua mente, apenas a Câmara dos Lords poderia mudar a sucessão. Mas com os gritos dos rei logo William despertou, apontou de qualquer maneira e atirou.

E o tiro estranhamente acertou a animal. Isso foi uma surpresa para William, o rei e o duque, todos sabiam que o marquês de Bristol não tinha uma boa pontaria.

Quando a noite chegou a William finalmente poderia voltar a Hampton Court, as palavras do rei ainda não tinham sumido, e isso deu a William uma resposta para seus problemas.

William quando chegou em casa, logo foi procurar Catherine, que foi encontrada na sala de leitura com uma torta. Essa era a forma de Catherine lidar com seus problemas, comendo, o que era uma boa maneira.

  – Você chegou William, já não era tempo. Trouxe algum cervo para nós?- Isso foi uma brincadeira, mas que se provaria ser verdade.

 – Na verdade eu consegui acertar um cervo, a cabeça dele sempre estará no meu escritório como troféu.‐ A surpresa no rosto de Catherine era claramente visível. O que faz William dar seu melhor sorriso de satisfação.

 – Seu dia foi então bastante satisfatório.

  – Sim ele foi. Como acredito que o seu também.

  – Foi como sempre. Eu li e respondi a correspondência, análisei os gastos da casa, depois fiz um passeio no Hyde Park, visitei Lady Hertford, voltei para casa, cavalguei um pouco e o resto de meu dia você bem sabe como é.- Era algo bem cansativo de se fazer, monótono até, mas quem não tinha uma vida com monotomiasmonotonia

  – Foi um dia cheio. Mas enquanto caçavamos o rei me falou algo, e esse algo me deu uma resposta para todos os nossos atuais problemas.- Os olhos de Catherine se abriram mais ainda de surpresa e ansiedade, as situações não era boa para nenhum dos dois.– Manipular o parlamento é a nossa resposta.


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