O Desabrochar de Uma Dinastia escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 12
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

E aqui se inicia uma nova fase, com um salto temporal. Se inicia uma nova década, e um novo período da Era Georgiana.



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06|08|1730 Castelo de Ocenia, Cornwall

Os anos que se passaram foram relativamente pacíficos e prósperos. As críticas se tornaram menos frequentes, pelo que parecia os ingleses não gostavam de estrangeiros. O que era um problema considerando que, o agora falecido, rei George I, o desde 1727, rei George II, e Frederick o novo príncipe de Gales eram todos estrangeiros.

Mas os Tudor-Habsburg estavam sempre em contato com a alta sociedade inglesa. E tinham agora terras, algumas claro foram compradas pelo imperador para William, e com terras, William e Catherine poderiam manter e aumentar sua riqueza. O que parecia ser bom a nobreza.

E nesses oito anos, William e Catherine, ganharam mais quatro filhos. E novamente os Bristol estiveram em capelas para batizados.

  – Eu lhe batizo Anne Catherine Amélia Elizabeth em nome do Pai e do Filho do Espírito Santo.- A primeira vez em 1723, novamente na Capela de Hampton Court, a pequena Anne foi batizada.

  – A serva de Deus Catherine Mary Victoria Rose é batizada em nome do Pai e do Filho do Espírito Santo.- No ano seguinte, agora na Capela do Palácio de Saint James, foi a vez da pequena Catherine. Novamente Bristol tinha uma princesa.

  – Na presença de todos, hoje é batizado Charles Francis William James em nome do Pai e do Filho do Espírito Santo.- E pela primeira vez, depois de duas meninas seguidas, e um aborto espontâneo, em 1726 Charles nasceu, a continuidade da família Tudor-Habsburgo parecia garantida com dois meninos.

  – Eu batizo Alice Jane Catherine Mary em nome do Pai e do Filho do Espírito Santo.- E por fim em 1727 veio Alice, o ponto final de filhos.

Como era comum desde a três anos, Catherine, William e seus filhos passavam o final do verão no Castelo de Ocenia, antes disso os verões eram passados em Josephean Hall, em Plymouth, mas Catherine não gostava de Plymouth, então assim que o Castelo de Ocenia pude voltar a ser habitado, eles começaram a passar o verão.

Para Catherine eram muito melhor ver seus filhos tão saudáveis, bonitos e alegres, brincando o procurando conchas na praia. As visitas a Cornwall eram sempre uma alegria.

  – O que será que você está pensando?- Logo Catherine foi despertada de seus pensamentos por William, que tinha deixado o livro que estava lendo para trás.

  – Você constantemente me faz essa pergunta. Mas estou pensando em como somos felizes.- William acompanhou então o olhar de Catherine e percebeu do que ela estava falando.

  – É realmente uma alegria. Não consigo pensar na minha vida sem você e nossas crianças.- Catherine pensava do mesmo modo, uma vida assim não seria uma vida.– As vezes me pergunto como eles serão daqui a alguns anos.

  – É simples. Ernest e Charles serão marquês e conde. Quanto às meninas, elas irão se casar com príncipes, para falar a verdade todos os nossos filhos vão se casar com príncipes e príncesas.- Esse era o objetivo de Catherine, casar todos os seus filhos com a realeza, Catherine já poderia fazer uma lista. Mas novamente ela foi despertada por William, mas agora rindo.– Algum problema William?

  – Eu concordo, casar com a realeza de pequenos estados no Santo Império e príncipes menores. Mas não pense tão alto, ninguém aceitaria nossas filhas como rainhas ou imperatrizes.- Isso era verdade, e Catherine sabia, mas os casamentos ainda poderiam ser bem vantajosos.– E nada de Saxônia ou Baviera.

Isso lembrou Catherine de seu desentendimento com suas irmãs. A Imperatriz Wilhelmine Amalie, pediu que Catherine intervisse para que o rei não aceitasse sua prima Maria Theresa como herdeira dos Habsburg. O que Catherine recusou fazer. O que fez suas irmãs a acusar de trair seu sangue.

E com esse pensamentos a conversa entre Catherine e William acabou e o silêncio reinou. Até ser encerrado por Anne.

  – Mamãe! Papai! Ernest pegou minhas conchas.- Anne parecia bastante chateada, quanto a Ernest que vinha atrás não parecia nada preocupado.

  – E mesmo minha rosa. Qual a sua explicação Ernest?- Como sempre, Catherine "negociações".

  – As dela eram mais bonitas e eu só peguei algumas.

  – E por que você não pediu?- Agora foi a vez de William perguntar.

  – Bem... tio Fritz me disse que eu poderia fazer o que eu desejasse. Ele disse que os homens são donos do mundo.- O modo como Ernest falou mostrava que nem ele entendeu exatamente isso.

  – Tio Fritz?- Catherine tinha essa mesma dúvida de William. Mas assim como certamente William sabia quem era, Catherine tinha uma vaga ideia.

  – Frederick, o príncipe de Gales.- Anne parecia não estar nada paciente. E o olhar que recebeu de Ernest por interromper não foi o mais alegre.

  – Sim. Ele me disse que posso o chamar assim.

William apenas suspirou. Ele não achava o príncipe de Gales uma boa influência, e Catherine concordava, mas eles não poderiam fazer nada.

  – Ernest, toda vez que o príncipe de Gales falar algo, não acredite, é tolice. Entendeu?- Ernest apenas assentiu, e a julgar pelos seus olhos ele realmente tinha entendido.– Agora peça perdão a Anne e chamem seus irmãos, ainda temos que acabar aquele quadro.

A contragosto Ernest fez isso, e a contragosto Anne aceitou. As vezes Catherine se perguntava se todos os irmãos eram assim, mas ela nunca poderia saber, ela só tinha duas irmãs. E logo também eles saíram da praia, de volta para o castelo. 

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William gostava muito de arte, talvez essa fosse a única coisa em comum que ele tinha com seu pai. O falecido Johann Wilhelm, Eleitor Palatino, tinha uma enorme coleção de arte, e era também patrocinador de muitos artistas.

Mas se havia uma coisa que William não gostava em pinturas, era ter que posar para retratos. Era algo horrível. E William agradecia a Deus por ele e Catherine estarem sentados para o que estava sendo feita agora. Apenas as crianças não iriam agradecer, elas estavam em pé, e já pareciam cansadas.

  – Mamãe eu quero me sentar.- Já era a terceira vez que Charles falava isso em provavelmente dez minutos, mas ele teria que aguentar.– Por quê eu não posso ficar sentado como Alice?

  – Charles, você não usa mais vestidos.- A resposta de Catherine não pareceu ter muito efeito. Charles parecia pronto para chorar.– Está bom então. Sr. Amiconi acho que devemos deixar para depois.

O pintor italiano Giacomo Amiconi, parece ter de bom grado concordado. E fazia sentido, ele claramente não veio para a Inglaterra, para pintar crianças chorando, mas William também tinha que concordar que foi por muito tempo que eles ficaram em pé.

  – Vocês podem descansar. Mas logo Lady Monmouth os levará para suas aulas.- As crianças apenas sorirram para William, e foram para onde um dos criados tinha deixado doces.– As vezes eu queria ser como vocês e pode comer doces a vontade.

  – Uma vida sem preocupação e cheia de alegria e brincadeiras. É o sonho de todas as pessoas.- Logo Catherine também se juntou a eles, talvez apenas para impedir que ficassem sujos.– Não se sujem. Vocês não vão aprender italiano sujos.

  – Mas o Sr. Gart, não quer nos ensinar italiano, ele só da aulas de francês e latim.- O que a pequena Catherine disse, foi interessante. E quando William encontrou os olhos de Catherine, ele sabia que ela também não achava isso bom.

Mas o motivo do Sr. Gart eles não sabiam, e quando Lady Monmouth chegou, e disse que as crianças deveriam ir para a sala de estudos e para a sala de leitura, era o momento perfeito para saber.

  – O Sr. Gart diz que se sente na obrigação de ensinar para as príncesas latim e francês, elas não precisam de italiano, segundo ele.‐ Era exatamente o que William imaginava, o Sr. Gart só ensinaria então italiano para Ernest e Charles.– Eu pedi para o Sr. Wallace fazer isso, mas ele me disse que ensina aritmética e grego, já é muito difícil.

  – O que o Sr. Gart disse é ultrajante, nossas filhas são príncesas elas devem ter uma educação que condiz com seu status. Ele sabe muito bem que para todos os nossos filhos foi planejado uma educação que os ensine dez línguas além do inglês. Ele não pode simplesmente não ensinar.

  – Você está certa Catherine. Mas não podemos nos dar ao luxo de ter um professor vindo diretamente da Itália.- Isso era algo a concordar, eles não tinham muitas opções.

  – E se os príncipes forem estudar em um colégio. Isso faria com que os professores....- Lady Monmouth parou logo o que iria dizer, as expressões de William e Catherine, não eram nada boas, era como se Lady Monmouth tivesse falado algo repugnante.

  – Nossos filhos NUNCA irão para colégios e universidades. Eles são príncipes não filhos de nobres.- E era o ponto final disso.– William o que vamos fazer? Isso me cansa.

William francamente não sabia, eles mesmo poderiam ensinar, mas isso não iria funcionar para sempre.

  – Poderíamos fazer ao modo austriaco. Professores que são membros da nobreza. Mas quem nesse país iria saber italiano?- Havia também a questão de quem estaria disposto a fazer isso, e era capaz disso.

  – A baronesa Hastings poderia fazer isso.- Baronesa Hastings, de qual Hastings ela poderia estar falando com o título de barão, havia muitos.

  – E quem seria essa baronesa?

 – Imagino que a senhora nunca ouviu falar dela. Ela é filha de um conde toscano, e é uma das mulheres mais cultas que já conheci.

  – Se ela é assim tão bem educada, por que nunca ouvimos falar dela?- William pode sentir tom de desprezo.– Eu não quero que minhas filhas sejam educadas por alguém desconhecido.

  – Ao que parece, Hastings se casou com Emma contra a vontade do falecido barão Hastings de Hawthorn, e os dois foram viver em Roma.- Roma era muito distante, não teria como contactar Lady Hastings rapidamente e a conhecer também. Mas Lady Monmouth percebeu isso.– Mas os Hastings sempre passam o verão na sua propriedade ancestral, Hawthorn Park, em Durham.

Ainda era um pouco longe, mas não iria demorar semanas.

  – Está certo então. Vou enviar uma carta para Hastings de Dunbar.

  – Dunbar é na Escócia Catherine, eles são de Durham.- Catherine não falou nada e foi para sua sala de estar. Lady Monmouth voltou a suas obrigações como governanta das crianças. E William vendo que estava só fez a única coisa poderia mudar nesse castelo: Os jardins. Embora ele estivesse curioso com essa tal Lady Hastings.


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Notas finais do capítulo

Frederick, príncipe de Gales (1707-1751), nascido em Hanover, na Alemanha, ele era o filho mais velho e herdeiro do rei George II, na época que ele nasceu, sua bisavó era a herdeira presumida da rainha Anne da Grã-Bretanha. Em 1714, quando seu avô se tornou rei, e junto com o novo príncipe de Gales foram para a Inglaterra, Frederick foi deixado em Hanover como representante da família, talvez esse tenha sido o motivo de sua relação com os pais ter sido difícil na idade adulta. Depois que ele veio para a Inglaterra em 1728, ele ficou muito conhecido pela seu apoio ao partido Tory, em oposição aos seu pais que apoiavam os Whigs, assim como ele também ficou conhecido pelo seu gosto por mulheres, bebidas e jogos. Ele foi o pai do rei George III.



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