O Desabrochar de Uma Dinastia escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 10
Capítulo IX.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805510/chapter/10

 12|09|1721 Palácio de Hampton Court

Hampton Court estava nessa tarde em completa agitação. A marquesa estava nesse momento em seus aposentos fazendo um grande esforço para dar a luz.

E enquanto nos aposentos da marquesa estavam todas as mulheres possíveis, até mesmo a princesa de Gales. Em outra sala no andar de baixo estavam todos os homens possíveis. Certas coisas não mudam, nem mesmo na Inglaterra.

  – Não está demorando tempo demais? Caroline teve nossos filhos rapidamente.- William preferiu não responder ao príncipe de Gales, e voltou ao seu livro.

  – A marquesa ainda parece estar viva, os gritos dela não param.- E a falação continuou, com Lord Ormond o irritando, era melhor essa criança nascer logo, ou William mesmo iria ver o que estava acontecendo.

Logo os gritos pararam, o silêncio reinou, e ninguém apareceu na porta, muito estranho isso.

  – Será que a marquesa...- William teria destruído a vida de Lord Jermyn, se ele acabasse, mas a princesa de Gales entrou na sala e o interrompeu, embora ele ainda pudesse o destruir pelo barão ter pensando nisso. Mas sua atenção estava na princesa, que sorria muito.

  – A paz entra a Áustria e a Grã-Bretanha está garantida por mais uma geração, Bristol tem agora um conde de Rivers.- William estava em choque, um menino, o primeiro Tudor-Habsburg de verdade era um menino. Era uma grande alegria e surpresa. Embora William sempre comentasse que era um menino, nem ele mesmo acreditava nisso.

  – E a marquesa, ela está bem?- Essa era na verdade a principal preocupação de William, mas ele deveria ser calmo.

  – Apenas muito cansada. - Isso foi um alívio de se ouvir, não seria muito bom ter um menino e perder Catherine.

  – Temos então que comemorar o nascimento de um príncipe. Caroline mande servirem o champagne.- William nesse momento apenas queria ver Catherine e a criança, mas o príncipe o estava segurando, e William não poderia o afastar.

  – Não sou uma criada George. Mas eu irei, apenas pelo fato de a marquesa precisar de vinho quente.

Logo depois disso a princesa saiu, e William teve que mandar o embaixador austriaco escrever para o imperador, mandar avisar ao rei, ordenar que fosse anunciado o nascimento de um novo príncipe, embora o bebê não fosse um príncipe britânico, mas isso não tirava dele a dignidade de um príncipe.

E ainda tinha o horrível champagne, William ainda teve que receber todas as felicitações de ter um herdeiro quando seus pensamentos estavam em Catherine e em ver como ela estava.

Depois da segunda taça William já tinha recebido o último parabéns o que lhe dava a oportunidade de sair, o que William fez prontamente, não antes de avisar para os cavalheiros na sala que poderiam beber champagne a vontade, William não se importava de eles ficariam muito agitados.

Quando William entrou nos aposentos de Catherine tudo estava como na noite passada, calmo, limpo, a parteira já havia ido embora, o médico tinha se juntado com os cavalheiros para beber champagne, e as damas de Catherine estavam todas fazendo companhia a ela.

Catherine estava deitado em sua cama, ela também já estava limpa e arrumada, se não fosse pelo pequeno embrulho em seus braços, não se poderia saber o que aconteceu. As damas de companhia de Catherine quando perceberam que William havia entrado, apenas se curvaram e saíram, e William se aproximou mais.

  – É a primeira vez que eu realmente vejo ele, é uma grande alegria se eu considerar que algumas mães nunca tem essa oportunidade, como a sua por exemplo.- Catherine estava hipnotizado no bebê, e quando William pode finalmente ver ele, ele também não pode escapar.– Ele não é lindo? Tem o melhor de nós dois.

  – Ele certamente é um Habsburg.- William não poderia nesse momento ver a cor dos olhos do bebê, mas era bem provável que fossem azuis, mas ele tinha lindos cabelos dourados, um verdadeiro Habsburg.– Você já pensou em um nome?

  – Talvez William, mas você tem muitos ancestrais com esse nome, então será um dos nomes secundários. Também pensei em Ferdinand, mas os ingleses acharão muito austríaco levando em consideração que é o nome do seu avô.

Havia também isso a se lembrar, o nome de criança real era sempre um assunto muito delicado, e mais ainda no caso deles.

  – Que tal Ernest? Era o segundo nome do meu avô.- Catherine pareceu pensar no nome.

  – Ernest, "o que batalha até a morte", eu gostei, é um nome que não muda na Áustria e na Inglaterra. E eu sinto que estaria disposta a batalhar até a morte por ele.

  – Não diga isso, não iria suportar perder você Catherine, e nosso Ernest não iria ser muito feliz eu não fui sem minha mãe, mesmo com todo o amor de minha avó.- Catherine então se voltou para William e o beijou para mostrar que nunca sairia de perto. E ficaram assim observando o seu pequeno Ernest.

  ▪︎--------------------------------------▪︎

Duas semanas já tinham se passado, Catherine já poderia voltar a sua vida normal, não era mais necessário ficar em seus aposentos a maior parte do tempo, isso foi um alívio para Catherine.

Mas com isso também se aproximou o batismo do conde de Rivers, era algo que deveria acontecer e logo. Mas havia um pequeno detalhe que poderia ser um problema: Os padrinhos de Ernest.

O rei, e os Gales, claramente seriam padrinhos, mais ainda faltavam três, que foi decidido que seria o tio de Catherine, o Imperador Charles, a irmã de Catherine, a princesa eleitoral da Saxônia e a Príncesa viúva de Orange.

Catherine tinha uma pequena impressão de que ter dois austríacos católicos como padrinhos não seria muito bem visto pelos ingleses, mas William argumentou que nunca foi especificado qual deveria ser a fé dos padrinhos de um bebê.

  – O servo de Deus William Ernest George Robert é batizado em nome do Pai e do Filho do Espírito Santo.- Qualquer que fosse a oposição sobre os padrinhos de Ernest, ela agora deveria cessar. A criança foi batizada, o bispo de Londres acabou de fazer isso, os padrinhos e os procuradores dele já foram declarados, e a Capela Real em Hampton Court tinha pessoas o suficiente para observar esse momento.

  – Ainda acho muito estranho os clérigos anglicanos poderem se casar.- Catherine não iria se lembrar disso se a esposa do bispo não estivesse presente.

  – Vamos nos concentrar em Ernest. A sua mãe colocou muitos símbolos no vestido de batismo.- Catherine também concordava, mas foi o presente da mãe de dela, que também era um imperatriz, Catherine não teria coragem de recusar.

Logo depois Ernest voltou para os braços de Catherine, tinha oficialmente acabado, só restava esperar pela reação. E ela veio, dois dias depois.

  – Lady Penryn a sua nova casa é linda, e a vista para Hanover Square é gloriosa.- Catherine junto com suas damas foram convidadas por Lady Penryn a nova, grande é lindamente decorada residência dos Penryn em Hanover Square.

  – Eu agradeço Lady Clasterberg. Por que a senhora, minha marquesa, não bebe mais um pouco de chocolate?- Logo depois de explorar toda a casa, Lady Penryn mandou servir um pequeno lanche, com a iguaria que Catherine mais amava: o chocolate.

  – Eu farei isso milady, em Viena chocolate quente é muito popular entre a aristocracia. E eu amo.- E para Catherine era uma alegria que os britânicos também gostassem de chocolate.

  – Os vienenses então tem um dente doce.- A piada de Lady Howard foi seguido por pequenos risos.– No século passado eles já eram assim Lady Penryn?

Isso novamente veio com risos, até mesmo de Lady Penryn, que não se importava muito que soubessem que ela não era tão jovem quanto parecia.

  – Não me lembro muito bem, só estive em Viena cinco vezes antes de me casar com Harold.

  – Certamente que a milady não se lembra, vinte e dois anos de casamento e doze filhos tiveram algum resultado.- Era muito bom para Catherine ver que suas damas não eram assim tão sombrias umas com as outras. A pequeno inimizade causada por Lady Dacre e Lady Howard estava no passado.

  – Certamente Lady Penryn é uma austriaca.- Catherine só esperava que não tivesse tantos filhos assim, menos de dez seria o suficiente.– Mas para mim meu pequeno Ernest é o suficiente, no momento. Mas agora quero princesas.

Catherine sabia que esse era um pensamento que elas também compartilhavam, um menino era um herdeiro ele não era seu, mas uma menina sempre seria sua na verdade até ela se casar. Mas quando as conversas iriam se reiniciar, uma das criadas de Lady Penryn trouxe um folheto, que todos já sabiam o que diziam.

  – Bem... Vamos ver o que diz. Vamos pular as partes sobre o rei, sobre o parlamento e sobre Walpole. Aqui, no meio como sempre.- Lady Penryn então começou a ler, apenas para ela mesma, apenas depois ela estendeu para Catherine.– Não é algo tão ruim, quando cheguei em Londres em 1699 foi chamada de jacobita.

Catherine leu cada palavra para si, não poderiam ser coisas tão ruins assim, mas tinham um estrago muito grande.

  – Estão nos acusando de papistas, e acusando nosso protestantismo de ser falso. É engraçado até, só me pergunto quem faz essas coisas.- Catherine não foi tão sincera assim, no começo eles não eram tão incómodos, mas agora não mais.

  – E o que a senhora vai fazer?- Era uma boa pergunta, e a resposta era simples.

  – Vou falar com William. Ele saberá o que fazer.- Pelo menos Catherine esperava que soubesse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Desabrochar de Uma Dinastia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.