A Vingança De Robert Baratheon escrita por Cloto


Capítulo 2
Ela Brilha Como O Sol




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Elia acordou, tremendo apavorada com o sonho que teve.

A traição de Rhaegar.

Uma rebelião. Ela sendo ameaçada constantemente junto com seus filhos por Aerys para que Dorne lutasse pelos Targaryen.

Aerys batendo nela e a fazendo perder o seu bebê.

Sim, quando Rhaegar foi embora ela descobriu que estava novamente grávida.

Ele fez tudo isso por nada.

Aerys ficou furioso por ter mais "sujeira dornesa" ao olhar sua barriga já volumosa algumas semanas depois que ela estava refém na capital, como ela ousava misturar seu sangue imundo Martell ao precioso sangue dos dragões? E bateu nela até perder a criança.

Era uma menina, a Visenya que Rhaegar queria. E ele a matou. Seu pai pode ter tirado a vida dela com o espancamento, mas foi Rhaegar quem acendeu a fogueira que queimou tudo.

Ao ver a criança morta saída de dentro dela, Aerys riu e pisou na barriga de Elia, a chutando na costelas depois.

Ela nem meus chorou. Suas lágrimas haviam acabado a muito tempo.

Rhaella foi violentada e torturada por Aerys aquela noite.

Deve ter sido nesta noite que o último bebê foi gerado.

Como Rhaegar deixa não apenas ela e as crianças, mas a mãe desse jeito? Ele não se importava com ninguém de sua família? Por que ele foi viver uma aventura amorosa sabendo que o seu pai estupra violentamente a sua mãe? Por que ele não fez nada? Por que não parou Aerys quando as chances estavam todas ao favor dele? Por que ele deixou Aerys chegar nesse ponto?

Elia mesmo fraca depois do aborto suportou surras para impedir que Aerys queimasse Rhaenys e Aegon. Sua saúde estava péssima mas ela lutou pelos filhos. O que é mil vezes mais o que o pai deles fez em suas curtas vidas.

Até mesmo Aerys percebeu que as coisas estavam complicadas para o lado que lutava pelos Targaryen, e mandou Rhaella e Viserys embora para ficarem protegidos.

Rhaella implorou para que Elia e as crianças fossem junto. Elia implorou para que Rhaenys e Aegon fossem enviados para Pedra Do Dragão enquanto ela permanecia refém do rei, mas por que Aerys iria se preocupar com seus netos que "cheiravam a Dorne" enquanto a esposa e os filhos "puros Targaryen" estavam à salvo?

Então quando a situação estava muito crítica ele voltou para casa, falando de profecias e destinos, da Visenya no ventre de Lyanna e até se atrevendo a lhe dar um beijo na testa como se não tivesse feito nada demais e tudo estivesse bem entre eles.

E claro que ele tinha que levar seu tio Lewyn, a única proteção que ela e seus filhos ainda tinham.

Claro que ele tinha que levar seu tio e seus compatriotas para morrerem na guerra que ele causou.

Claro que ele tinha que morrer rápido e fácil com apenas uma martelada e perder a guerra.

Ela mandou Rhaenys ficar embaixo da cama e segurou o seu filho contra o peito.

Gregor Clegane e Amory Lorch invadiram o lugar.

Rhaenys foi esfaqueada várias vezes.

Aegon arrancado de seus braços e jogado contra a parede.

Não satisfeito, enquanto ela gritava de desespero ele pegou o pequeno corpo de Aegon e o jogou contra a parede várias vezes, até seu filho virar um pequeno monte de carne e sangue irreconhecível.

Então Clegane, ainda sujo com o sangue de Aegon, rasgou suas roupas a estuprou.

Ela lutou, arranhou e mordeu, mas não de rendeu ao que ele fazia.

Jogada no chão, machucada, sem filhos e sozinha, seu último pensamento antes de morrer foi para Rhaegar.

Ela lamentou sua morte. Ela lamentou que ele morreu com apenas um golpe do martelo de Robert Baratheon. Ela queria que ele tivesse martelado várias e várias vezes o homem que causou toda essa tragédia. Ela queria que que tivesse morrido sentindo ao menos um pouco de sua dor.

Chorando e tremendo enquanto as imagens atormentavam sua mente, ela percebeu que não era apenas um sonho.

Era um aviso. Pois o dia em que Rhaegar a abandonou estava acontecendo bem diante de seus olhos.

Todos agiam da mesma forma, diziam as mesmas palavras e vestiam as mesmas roupas.

Segurando seu bebê pequeno, ela pôs a mão na barriga.

Ela estava grávida. Como no sonho. Ela sabia, ela sentia.

A tão desejada Visenya viria da "fraca" e "doente" dornesa, não da florzinha jovem e fresca do Norte.

Elia pensou em Lyanna Stark. Ela quase sentiu pena da menina.

Ela realmente acreditava que Rhaegar a amava e amava o filho que estava em seu ventre?

Ela sentiu vontade de rir de tamanha ingenuidade.

Um homem que não ama a esposa, não ama a mãe e não ama seus dois bebês amaria Lyanna Stark com um amor puro e sincero?

Ela duvidava.

Rhaegar amava suas profecias muito mais do que amava seu povo, sua família, sua mãe, seus filhos ou suas mulheres.

Ele era o perfeito herói tolo de uma canção de amor. Uma pena que a vida real é um canção de terrores, angústias e mortes e não de amores.

—Elia o que você está procurando? -perguntou Ashara Dayne curiosa.

—Uma prova de que não estou louca.

Ela puxou outro tijolo e encontrou o que procurava.

—Cartas?

—Sim. Cartas. -confirmou Elia.

Ela tremeu.

No mesmo lugar dos sonhos. Seus sonhos estavam corretos, aquilo tudo iria acontecer.
Ashara ficou curiosa.

—Mas por que você quer estas cartas? Por que elas são tão importantes?

—Para me salvar e salvar meus filhos.

A jovem de olhos violetas a olhou confusa.

—Eu vou te explicar. Mas preciso da sua ajuda para uma coisa importante. Seja discreta e arranje um navio para mim.

—Para onde?

—Correrio. Vou fazer uma visita a Hoster Tully.

—Ah sim, a filha dele vai casar com aquele Stark chato não é?

—Brandon? Sim, ela vai. O casamento é exatamente o que eu pretendo prestigiar.

—Pobre daquela moça. Casar com um idiota daqueles.

Ashara não tinha muita simpatia por Brandon Stark depois que ele a perseguiu e assediou no torneio. Com Ned Stark, por outro lado, ela fez amizade.

Elia tinha outro objetivo em mente.

Mandou uma mensagem para seu tio Lewyn, pedindo que ele tirasse todos os dorneses da capital e ficasse do lado dela o mais urgente possível.

Quando Rhaegar saiu com seus três patetas, Elia deixou com os criados a mensagem de que estaria indo embora, fazendo uma visita a sua família, e que ficaria por um tempo em Dorne.

Então mandou um corvo para Robert Baratheon.

Pegou o navio com Ashara e suas damas.

Quando Pedra Do Dragão se afastou de seu campo de visão, ela caiu de joelhos, chorando.

—Eu consegui! Eu salvei meus filhos e meu povo!

Mesmo que Rhaegar cause a guerra, e ele causará, Dorne não será usada como escudo de pessoas indignas.

Ela vai viver, seus filhos vão viver, seus conterrâneos vão viver, sua família não sofrerá um golpe tão terrível.

Ela abraçou Rhaenys e Aegon, seus pobres bebês que foram obrigados a pagar pelas ações de homens que deviam protegê-los.

—Elia, afinal, o que você pretende?

Controlando suas emoções, ela deixou correr pelas suas veias a raiva e o ódio por tudo o que estava reservado para ela e seus filhos inocentes.

—Eu vou falar com Robert Baratheon.

Ela não queria apenas justiça. Ela queria vingança.

Por que ela era Insubmissa, Não Curvada e Não Quebrada.


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