Vidas escrita por Miris


Capítulo 8
Fim de semana


Notas iniciais do capítulo

'Tô atrasada?! 'Tô.
'Tô com vergonha?! Não, porque a cara de pau reina em mim, hehe ♥

Desculpa galera, os estudos estão no meu pescoço. Estou, literalmente, nadando em livros! Desejem-me sorte!

Aproveitem o capítulo ♥



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              Ouvir o som de o despertador tocar cedo em um pleno sábado não era algo nada agradável. Saí da cama e abri as cortinas para ver um dia totalmente nublado e desanimador, isso me fez revirar os olhos e bufar. Estranho.

Espera, eu nã-...— Interrompi minha linha de raciocínio ao sentir uma fortíssima pontada no baixo ventre que me fez encolher toda enquanto tremia.

            Imediatamente me joguei de volta na cama macia e fiquei ali encolhida enquanto sentia fortes dores na região do abdômen. E só havia uma resposta para isso: menstruação.

            Quando eu finalmente me toquei dei um salto da cama e puxei as cobertas para ver o estado do meu lençol – e consequentemente meu colchão. E novamente o Universo havia sido piedoso comigo, ambos estavam a salvo. Sorri e fui surpreendida por outra facada que me fez sentir cada milímetro do meu órgão, como contrapartida eu me joguei de cara na cama e comecei a gritar contra o colchão.

***

— Deixa de show, Alexy! – Rosalya encarava o estado deplorável do melhor amigo: enrolado em cobertas ainda de pijama e com um pote de sorvete de morango com pedaços de chocolate.

— Ele me deu bolo Rosa. B-O-L-O! – O azulado se encolheu. – Eu nunca mais vou sair de casa.

— O que deu nele? – Armin surgiu na porta e encarava o irmão com pena.

— O crush dele não apareceu no encontro. – Rosa respondeu o gêmeo do amigo.

— Cara, tenho certeza que aconteceu algo – Armin começou – Todo mundo sabe que ele é apaixonado em você.

— Será? – Os olhos lilases do garoto pareciam olhinhos chorosos de criança.

— Sim, isso é óbvio! – Armin se espreguiçou. – Porque você não vai ao shopping fazer compras com a Rosa? Certeza que logo passa.

— Ótima ideia! – A albina comemorou. – Se arrumando Alexy, agora!

***

            Vozes distantes ecoavam por minha cabeça. Haveria eu morrido e estaria no céu? Ou eu estaria no nada?

Será que ela morreu?

Com certeza Lety. — Ironia era algo muito notável nesta pessoa desconhecida. – Assim que morremos continuamos a respirar.

Eu vou saber? Não sou médica!

Mas isso é evidente! Ninguém continua respirando quando morre.

Você não sabe, vai que tem!

Vamos apenas acordá-la logo.— Senti meu corpo sendo balançado. – Blan. Blan, acorde!

BLANCHEE!— Eu pulei de uma só vez da cama com o susto e dei de cara com minhas melhores amigas.

— Poderia ter matado ela! – Priya repreendeu a azulada.

— Não temos muito tempo. – Coloquei a mão na cabeça.

Droga...— Murmurei.

— Tudo bem amiga? – A voz de Lety se alinhou perfeitamente com a fortíssima pontada em meu útero.

Acho que minha menstruação desceu.— Disse baixinho, tudo parecia mil vezes mais alto e isso me incomodava.

— Calma, vamos cuidar de você. – Priya falou e quando percebi Lety estava com um comprimido em gel vermelho e um copo de água em minha frente.

— Bebe amiga, depois vai para o banho. Vamos arrumar suas coisas. – Obedeci e fui diretamente para o banheiro.

            Tomei meu banho e procurei por um absorvente no armário de vidro embaixo da pia de mármore branco. Precisava comprar mais e provavelmente mais remédio também. Coloquei a cabeça para fora do banheiro e Lety faltou esfregar a lingerie e a roupa escolhida na minha cara.

            Voltei e arrumei o absorvente na calcinha, logo terminando de me vestir. Saí do banheiro e as duas conversavam sentadas em minha cama.

— Como você está? – Priya questionou.

— Bem melhor, a dor de cabeça amenizou e a cólica desapareceu.

— Esse remédio que sua ginecologista te passou faz mágica. – Lety comentou enquanto lia a caixa.

            Graças a Deus a cama continuou não sendo atingida, mas meu pijama e minha calcinha precisariam de uma boa lavada na água quente. Enquanto Priya e Lety brigavam para fazer o almoço eu esquentava a água e lavava a roupa suja que logo pôde ir para a máquina terminar de ser limpa. Segui para a cozinha e decidi que no final das contas era melhor fazer a lasanha de micro-ondas para almoçarmos e irmos para o serviço.

            Depois de toda a confusão fomos em direção ao shopping que já estava cheio. Assim que chegamos à Confeitaria minha mãe veio me ver extremamente preocupada.

— O que houve?

— Menstruação desceu, eu acho que acabei me encolhendo na cama e dormi. Acordei com a cabeça explodindo.

— Está melhor? – Minha mãe devia me ver como uma criancinha ainda.

— Sim, estou. – Sorri.

— Hoje sua tia pediu para você ajudá-la na Boutique. Madame Adélaide ligou e disse que precisa do melhor vestido de sua tia para um Baile de Galã que vai ter.

— Essa mulher é o poço de metideza. – Lety disse com desgosto.

— Boa sorte amiga, e qualquer coisa tome seu remédio. – Priya me abraçou e ambas entraram na Confeitaria.

            Despedi de minha mãe e fui em direção a Boutique com muito tédio, afinal não queria atender a Senhora Adélaide. Ela era tão arrogante e chata, conseguia superar o nível de falta de noção.

            Quando cheguei à Boutique encontrei minha tia atendendo duas mulheres, com certeza recebia elogio de mulheres da alta sociedade francesa. A me ver, ela desviou-se o assunto e veio até mim.

— Sua mãe lhe disse que Adélaide vinha?

— Sim, eu vou me trocar e vou te ajudar. – Minha tia revirou os olhos.

— Perda de tempo mon cher. – A olhei confusa. – Essas pessoas da alta sociedade pensam que não temos o que fazer, desmarcou e falou que virá na outra semana. Sinceramente...

— Não quer que eu fique?

— As duas funcionárias dão conta, só pedi você emprestada porque Madame Adélaide gosta de você. – Minha tia afinou a voz para se referir à mulher. Eu ri e me despedi, voltando para a Confeitaria.

— Oras, voltou? – Lety questionou assim que apareci na cozinha.

— Madame Adélaide furou com minha tia. – Priya revirou seus olhos.

Essas pessoas nojentas... — Murmurou e foi em direção ao vestiário.

***

— Eu odeio esse lugar. – Castiel não parava de reclamar nos ouvidos do melhor amigo. – Mas a melhor loja de instrumentos é aqui.

— Porque não gosta daqui?

— É apenas desnecessário.

— Apenas iremos comprar suas cordas novas e vamos embora para continuarmos com o trabalho.

            Ambos seguiram para o terceiro andar do shopping onde se localizava a loja de instrumentos que o ruivo tanto falava. Enquanto Lysandre observava as capas de discos de vinil, o amigo olhava as prateleiras que o servia das mais diversas cordas de guitarras existentes. Para ele aquilo era quase como um paraíso.

            Após a compra deram uma breve volta naquele andar e logo foram para as escadas rolantes para se distanciarem da “desnecessariedades” daquele local, de acordo com o ruivo.

            Já no térreo Lysandre interrompeu sua caminhada ao ver uma garota de cabelos castanhos claros e olhos verdes que lhe era extremamente familiar. Quando Castiel sentiu falta do amigo notou que estava há três metros dele, voltou e seguiu o olhar do amigo.

            A garota que, às vezes, compartilhava o lanche com os dois estavam servindo um casal homossexual nas mesas fora da Confeitaria. Um vestidinho preto bem clássico com gola e o bordado da manga na cor branca, um avental “super fofinho” branco, meias até os joelhos da cor branca, tênis branco, cabelos em um rabo de cavalo alto e postura de uma dama francesa.

— Ela trabalha aqui?! – Castiel não soube dizer se era um questionamento ou uma confirmação do amigo que a olhava admirado.

— Pelo visto, sim. – Lysandre estava imerso em pensamentos e observava toda a decoração externa da confeitaria.

— É muito parecido com as clássicas confeitarias do século dezenove. – Castiel observava a situação com cara fechada, como se tivesse pena dos delírios do platinado. Mas dentro de si, algo estava estranho.

“Blanche é realmente diferente.”— É muito normal que as alunas de Sweet Amoris fossem ricas, Blanche nunca afirmou e nem negou. Mas por sua criação ele notou que ela tinha um porte clássico e elegante. E o fato de saber que sua amiga trabalhava o fazia ter algo semelhante a orgulho por ter alguém tão forte ao seu lado. – Vamos embora, amigão.

            Lysandre concordou e ambos puderam ver a amiga sorrir para o casal que atendia e logo seguir para dentro da confeitaria. Mas é claro que o ruivo não negou olhar para a barra do vestido da amiga assim que ela ficou de costas para entrar no estabelecimento. Isso lhe trouxe pensamentos que seriam guardados apenas para si, mas que acabaram fazendo-o esbanjar um sorriso.

***

— Nossa, eu não tinha noção de quão agradável e chique era esse lugar. – Alexy disse boquiaberto. Ele e a amiga haviam sido direcionados a uma mesa por uma das atendentes do local.

— Nem eu, e olha que minha mãe sempre faz seus pedidos aqui para os Bailes. – Rosalya comentou olhando o cardápio. – Quanta coisa!

— E tudo parece maravilhoso. – Alexy olhou ao redor. – Acho que o Lysandre iria gostar disso aqui, tudo muito clássico, porém elegantérrimo.

— E olha isso, eles têm opção diet e light.

— E sem glúten! – Tudo parecia mágico para os dois melhores amigos.

— Não é atoa que todas as mulheres da alta sociedade fazem seu buffet aqui, não importa do que seja. – Alexy concordou.

— Eles têm especialidades internacionais. – O azulado estava de surpreso. – Esse lugar é inacreditável, amiga.

— Vamos pedir? – Rosa questionou e o amigo concordou alegre.

            Assim que a platinada virou-se, deu de cara com um rosto conhecido atendendo a mesa atrás de si. Era a garota nova que andava com Castiel e Lysandre, e quem Ambre mais odiava no mundo – por enquanto.

— Alexy, olha quem está aqui atrás. – O azulado tirou os olhos do cardápio e seguiu o comando da amiga.

— Menina, não é a garota que a Ambre ia colar chiclete no cabelo?

— É sim, uma das amigas deu um tabefe na cara da Ambre.

— Chocado! Ela trabalha aqui?

— Está uniformizada que nem a moça que nos atendeu.

Blanche, o pedido está pronto.— Alguém chamou a garota que os amigos fofocavam.

Com licença madame.— A garota se afastou para buscar os pedidos.

— Já escolheram, senhores? – A mesma moça de antes apareceu.

— Aah, sim. Vamos querer...

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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui ♥

Link uniforme da Blanche:
https://www.fashmates.com/set/236726729-1526039424944



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