Vidas escrita por Miris


Capítulo 7
Extracurricular


Notas iniciais do capítulo

Love-chan! Love-chan!
Porque demorou tanto para postar? A última vez que postou foi no dia 17/03!

Peço desculpas por isso pessoal, mas é que o meu cursinho começou e eu tô morrendo para focar nele! Mal tenho tempo para mim 3
Mas obrigada por esperarem e continuarem a ler! ♥



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            Assim que o despertador começou a cantar no quarto, eu me espreguicei na macia cama que estava com o recente cheiro de sabão em pó. Meu corpo pedia para que eu ignorasse tudo ao meu redor e ficasse ali, mas sabia que tinha coisas para fazer e aquele não era um dia de preguiça.

            Saí da cama e olhei lá fora pela janela, era um dia ensolarado maravilhoso. Sorri ainda sonolenta e fui direto para o banheiro tomar um banho morno para acordar aproveitando para lavar os cabelos. Uma bermuda jeans justa azul escura que quase alcançava os joelhos, uma blusa de mangas da cor branca com uma estampa quadrada de flores azuis e violetas com a frase “Always be Yourself” em uma caprichada letra também branca.

            Assim que estava pronta saí do quarto arrumado e desci as escadas correndo para tomar meu café e ir para a escola. Sentei-me a mesa e me deparei com biscoitos amanteigados de leite e suco fresco de morango natural, eu me deliciei com aquilo descendo por minha garganta.

— Lembre-se de comer uma fruta. – Minha avó começou. – E não desça mais as escadas daquela forma, uma dama não faz isso. – Eu sorri.

— Sim vovó, eu sinto muito. – Era a sua maneira de implicar comigo e era adorável.

— Terminou querida? – Minha mãe saiu da cozinha e beijou o topo de minha cabeça. – Camomila. – Murmurou sorrindo.

— Quase. – Disse já comendo outro biscoito. – A minha comida-...

— Oh céus! Sabia que estava esquecendo alguma coisa. – Minha mãe ameaçou se levantar, mas eu a impedi.

— Eu queria dizer que vou comer na escola hoje mãe. – Ela se aquietou e eu sorri. – Não tem que se preocupar.

— Deixa a menina Heloíse. Uma vez não mata. – Meu avô comentou descendo as escadas se apoiando no corrimão de madeira lustrada.

— Está tudo bem vovô? – Eu me levantei e fui até ele para ajudá-lo a se sentar.

— Sim, minha filha. Apenas tive uma enxaqueca durante a madrugada.

— Foi à pressão dele. – Vovó corrigiu.

— Anne! – Era engraçado como ambos tentavam corrigir um ao outro.

— Sua pressão não ataca assim vovô. – Havia preocupação em minha voz. – Isso é por conta da sua ansiedade, o que causou?

— Tive uns sonhos, nada demais. – Eu o abracei com força.

— Não se preocupe vovô, ninguém irá me tirar de vocês. – Beijei seu rosto e ele sorriu, parecia mais aliviado.

            Assim que saí de casa coloquei meus patins e os tênis na sacola indo logo em direção à escola. Eu amava como a brisa de uma manhã quente batia contra meu rosto, me dava sensações incríveis de liberdade e autonomia.

            Assim que cheguei à escola troquei os patins pelo tênis cor-de-rosa e fui para dentro guardar minhas coisas e pegar alguns livros para a aula. Mas é claro que nem tudo são mil maravilhas, não é?

Olha só quem está aqui...— A voz era facilmente reconhecida por mim, que me fez soltar um suspiro de cansaço. Tratei de fechar a porta do armário e passar o cadeado para que não houvesse brincadeiras estúpidas. – Olá Blanche.

— Oi Ambre. – Disse e estava prestes a ir embora, quando ela me puxou pelo braço fazendo olhá-la.

— Não me dê às costas garota. – Eu encarava perplexa sua mão que apertava meu braço.

— Quem lhe deu a liberdade de me tocar? – Eu a questionei séria fazendo com que Ambre ficasse confusa, e logo me olhasse com deboche.

— Eu faço o que eu quiser.

— Você não gostaria que eu lhe tocasse e ficasse te puxando pelo braço. – Me desvencilhei dela. – Você não está acima de nenhuma regra da sociedade para agir desta maneira. Tenha uma boa manhã Ambre. – Eu me distanciei dela o mais rápido que pude.

— Você perdeu a noção do perigo? – Ela me desafiou e eu a encarei.

— Assim como a Lety, mas a diferença é que até receber um tabefe meu você vai ter que aprontar muito. – Ela se calou e foi embora com as amigas. – Que chata. – Murmurei suspirando cansada.

— Blanche! – A voz animada de Lety me fez sorrir e olhar ela que era acompanhada de Priya que mexia no celular. – Bom dia!

— Dia. – Sorri e acompanhei as duas até seus armários.

            Lety tagarelava sobre um filme brasileiro que havia assistido com sua prima na noite anterior e de como era divertido, mas não tanto quanto os americanos. Enquanto isso Priya pegava suas coisas, mas seu telefone tocou nos fazendo ficar em silêncio no mesmo instante.

            A indiana pegou o tele móvel e encarou a tela por alguns segundos com as sobrancelhas franzidas. Fui indelicada o bastante para espiar e ver que se tratava de uma ligação do pai de Priya, o senhor Raj.

Eu acabei de sair de casa, o que ele quer?— Ela murmurou incomodada. Eu e Lety nos entreolhamos enquanto Priya aceitou a ligação. – Pai? Tudo bem?

            Alguns segundos e Priya ergueu o livro para alguém segurar e começou a conversar em sua língua materna, o que deixou a Lety e a mim preocupadas. Enquanto Priya falava com o pai, esvaziamos a mochila dela e colocávamos o que precisava dentro, sempre atentas ao que falavam.

O que acha que deve ser?— Lety sussurrou.

A conversa está demorando. Estão falando em indiano. E Priya não parece muito contente.— Respondi. Tentava entender algo, mas era falho. Tanto eu quanto Lety sabíamos palavras simples que Priya havia nos ensinado.

            Quando terminamos e trancamos o armário de Priya ela voltou e entregamos sua bolsa, ela estava séria e não parecia muito bem.

— Priya... – Comecei, mas o que diria?

— Meu tio. O governo o pegou ontem à tarde e ele não voltou até agora. – Ela suspirou e colocou a bolsa nas costas. – Meu pai estava me preparando para o pior, ele vai tentar voltar à Índia para tentar achá-lo.

— É tenso. – Lety comentou triste.

Garotas, preciso falar com vocês. – Uma voz nos acordou.

— Já está falando Diretora. – A mulher fez uma careta nada agradável para Lety.

Você poderia ficar quieta, às vezes. – Priya murmurou negando com a cabeça, enquanto ria. Lety tinha esse dom de fazê-la rir e sorrir em momentos difíceis.

— É normal que todos os alunos tenham clubes para se juntarem e completarem seu currículo. – Ela realmente deu ênfase na palavra “todos”. – Por isso peço que decidam por um clube até o fim da semana, ou terão problemas. – A diretora deu as costas e saiu sem esperar uma objeção.

— Ela não tem uma personalidade muito boa. – Um sorriso amarelo surgiu em meus lábios após declarar.

— Em outras palavras, ela é doida! – Lety caçoou. – Clube? Sério isso?

— Vamos ter que pesquisar bastante. – Priya suspirou e fomos em direção à sala de aula.

            No horário de almoço nós nos sentamos em uma das mesas ao ar livre em uma sombra bem refrescante enquanto Priya lia a lista de Clubes que havia pegado com uma garota na nossa sala chamada Íris.

— Que tal o Clube de Cultura? – Priya questionou.

— O que é?

— Pelo que Íris disse, os membros estudam e fazem apresentações sobre culturas de vários países, além de decorarem o lugar de acordo.

— Chato. – Lety disse tomando um refrigerante de limão, enquanto eu tinha minha bochecha apoiada na mão me dando uma terrível expressão de desanimo e tédio.

Clube da Ajuda? – Priya disse. – Você pode ajudar diversos alunos com seus problemas.

— Já temos muitos. – Disse mordendo um canudinho e Lety assentiu.

Clube de Literatura?

— Parece bom. – Comentei.

Blée! – Lety fingia vomitar.

Clube de Culinária?

— Já cozinho. – Deitei em meus braços.

— Acho que é uma boa para mim. – A azulada disse sorrindo e Priya colocou um L na frente do nome do Clube.

Clube de Jardinagem?

— Estou em falta com o meu jardim, imagina com um clube?  - Comentei bocejando. – Além do mais tem a Floricultura da minha tia.

Clube de Música?

— Aquele ruivo e o de cabelo branco não participam desse Blan? – Lety questionou.

— Sim, mas eu toco violino. Ninguém quer música clássica por lá.

— Temos outros variados Clubes variados para as artes: teatro, pintura, fotografia, dança, artes em geral. – Priya parou por um segundo e logo começou a marcar um P em frente a um nome. – Acho que vou entrar no Clube de Artes.

— Tem os Clubes de Moda e de Costura, Blan. – Lety comentou.

— Eu odeio pregar os botões de minhas roupas ou quando minha tia Dayanne pede para que eu costure alguma coisa. Eu sempre me furo com a agulha. – Suspirei.

— Ainda bem que você não é um conto de fadas, senão estaria sempre dormindo. – Minhas amigas riram de mim.

— Tem algo mais... Ativo? – Olhei Priya que passou os olhos pela longa lista.

Clube de Jornalismo? – Perguntou.

— Já ouvi falar sobre a dona: louca de pedra, mentirosa e fofoqueira. Distância é pouco comparado ao que eu quero.

— E que tal... – Lety correu os olhos azuis pela folha até o seu fim. – O Clube de Esportes?

            Senti algo aumentar em mim: esperança. Um Clube mais do que perfeito para minha pessoa, tenho certeza que não ficaria entediada ou acharia tudo muito fácil.

— É... Perfeito! – Comentei feliz com os braços erguidos, enquanto Priya ria e marcava a letra de meu nome na frente do Clube.

— Como você aguenta isso? – Lety reclamava.

            Depois de tudo decidido cada uma seguiu para seu lado para se tornar membro do clube que lhe interessava. Eu fui para o Clube de Esportes, Lety para o de Culinária e Priya para o de Artes. No fim encontramos algo que nos agradava.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham aproveitado!
Até mais ♥



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