Vidas escrita por Miris


Capítulo 6
Capucine


Notas iniciais do capítulo

Há sete dias eu postei o capítulo cinco, e como a criatividade está sendo super legal comigo, deixou eu postar o seis. (Acreditam que ela me deixou escrever Kiss Kiss?! Hahaha)

Aproveitem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773224/chapter/6

 

            Em uma adorável e moderna casa em um dos bairros nobres da cidade, havia três amigas dentro de um quarto de paredes tingidas de amarelo e branco – cheio de decorações de estrelas, luas e outras coisas fofas— acontecia um ataque de bichos de pelúcia e almofadas fofas coloridas.

— FALSA! TRAIDORA! AMIGA DA ONÇA! COMPACTUANTE DO TINHOSO! – Enquanto Lety fazia suas ofensas a Blanche, ela aproveitava para jogar na amiga as almofadas e pelúcias.

— Pelo amor Lety, eu já pedi desculpas! – A menina de cabelos castanhos se protegia com um de seus travesseiros dos ataques de fofura furiosa da melhor amiga, enquanto Priya estava deitada na cama assistindo todo o teatro armado e devolvendo as almofadas e pelúcias que iam parar na grande cama amarela.

— Faltou farsante, hipócrita, ardilosa... – Priya continuava a citar vários adjetivos negativos para Lety.

— Por Deus, Priya! Está do lado de quem? – Após questionar a amiga, acabou sendo acertada por uma das pelúcias.

— Ela tem alguma razão. – A indiana deu de ombros e continuou a jogar as coisas que alcançava no chão para a azulada.

— Priya!

— Isso mesmo, me defende! – Lety comemorava.

— Mas não quer dizer que você precisa fazer esse escarcéu. – A garota de madeixas azuis fechou a cara.

— Você definitivamente está do lado da Blanche! – Lety cruzou os braços e encarou as duas, com raiva.

— Me perdoe Lety. Eu deveria ter dito que a Capucine era da nossa turma.

— Mesmo que não fosse. Se ela pisasse uma vez por semana lá, deveria ter nos contado!

Meninas, está tudo bem aí?— A voz da avó de Blanche, Anne-Marie, pôde ser ouvida do outro lado da porta.

— Tá sim vó. – Lety respondeu e a adorável senhora foi embora, fazendo a azulada voltar seu olhar fulminante para Blanche. – Ainda não terminei com você, mocinha.

— Mas já usou quase todos os adjetivos ruins existentes, será que tem como esquecermos isso? – Priya dizia enquanto puxava um livro da cômoda da amiga. – Beijada por um Anjo? – Priya questionou enquanto olhava Blanche. – Não é seu tipo de leitura.

— Não mesmo, mas eu ganhei naquele sorteio da livraria do shopping. É um livro... Interessante.

— Em outras palavras, estranho. – Lety sentou-se na cama para olhar a capa do livro.

— É um bom enredo, mas o problema desses livros são as personagens femininas principais serem tão bobas e indefesas. Elas são fracas, parece que não pensam e desistem muito fácil das coisas.

— Isso quando não conhecem “o garoto” e passam de fortes para inferiores. – Priya disse ainda encarando a capa do livro.

— Por isso não é seu tipo de leitura. – A indiana constatou enquanto se sentava direito na cama. – Lembra quando leu Harry Potter?

Hermione Granger é um tipo de personagem feminina perfeita. – A castanha disse animada. – Ela é inteligente e independente.

— E se não fosse por ela, Harry e Rony se dariam mal sempre. – Lety completou rindo. Harry Potter foi umas das raras vezes que algo interessou a azulada e foi lido com fervor por ela.

***

            Depois da guerra de fofuras e conversa pacífica sobre leitura nós descemos para tomarmos café, afinal precisávamos ir trabalhar se queríamos um dinheiro caindo na conta no fim do mês.

            Nós nos sentamos ao redor da mesa e começamos a tomar café enquanto relembrávamos o tempo no fundamental. A garota da qual falávamos era Bia Capucine, uma rival declarada de Lety desde o Jardim de Infância.

            No colégio Bia andava com as pessoas mais populares da escola e fazia de tudo para poder provocar Lety. As duas sempre competiam para ver quem tinha o melhor look, as melhores notas, melhores desempenhos, melhores namorados e peguetes. Não era raro ver Bia e Lety discutindo nos corredores ou ouvir a Capucine lançar provocações para a garota que sempre teve pavio curto.

— Blan, lembra aquela vez que ela veio pra mim toda sorridente falando que o Adriel ia a chamar para o Baile de Primavera?

— Ela estava toda confiante e fez questão de esfregar isso na sua cara. – Priya completou rindo.

— Mas o Adriel viu e ficou uma fera, disse que não iria mais a lugar nenhum com ela. – Eu disse enquanto ria. – E depois alguém se fez de menininha indefesa e chamou o Adriel para o baile. – Dei ênfase em alguém enquanto olhava Lety que balançava os cabelos soltos que iam até metade das costas.

— Eu deveria ganhar o Oscar. – Rimos de seu comentário.

— Mas sabe uma coisa que eu tenho certeza que ela nunca esqueceu? – Priya questionou enquanto passava chocolate no seu croissant. Demos de ombros e olhamos para ela. – Foi quando a Blanche salvou a vida dela.

— Mas isso foi há dois anos. – Eu disse meio sem graça. Era verdade que Bia quase foi morta uma vez e eu a salvei, talvez ela pudesse pensar que tem uma dívida comigo, coisa que não tem.

— Mesmo assim Blan! Se tiver uma coisa que eu sei bem sobre a Capucine é que ela odeia ficar devendo favores e agradecimentos. – Lety completou.

— Vamos mudar de assunto? – Disse desviando o rumo da conversa com meu tom animado. – Temos que tomar café a arrumar a cozinha antes de irmos trabalhar. Anda, anda, anda!

***

            O fim de semana na casa de Blanche havia sido incrível como sempre, mesmo com o ataque de pelúcias exagerado da Lety. Está bem que Blanche deveria ter nos contado que a Capucine estava estudando na Sweet Amoris, mas não significava que Lety precisava armar o barraco por causa disso. Ela age muito a base das emoções, é impulsiva.

            Eu e Lety somos totalmente opostas uma da outra, eu sou mais racional e não deixo minhas emoções me levarem, enquanto qualquer coisa a faz agir sem pensar – e isso muitas vezes trás consequências que ela não gosta nem um pouco. Já Blanche tem um pouco de cada uma, ela teve uma infância um pouco delicada, mas desde sempre aprendeu a lidar com responsabilidades e suas consequências. E isso a fez entender a importância de ser estável emocionalmente, mas é óbvio que ninguém é feito de ferro.

O que aquela garota está tentando fazer?— Eu ouvi Lety murmurar enquanto encarava uma garota loira acompanhada de duas amigas rindo maldosamente. O trio olhava Blanche que no momento ajudava uma garota de cabelos lilás a juntar suas coisas no chão.

— Fica de olho, não me parece gente boa. – Alertei minha melhor amiga que nem ousou tirar os olhos do trio. A loira estava começando a mascar um chiclete cor-de-rosa.

            Blanche conversava com a garota lilás até a loira começar a se aproximar e levar sua mão em direção à boca que mordia o chiclete deixando-o a mostrar.

— Ela vai colar na Blanche, rápido! – Eu avisei Lety quando comecei a avançar.

            Tudo o que eu fiz foi entrar na frente de Blanche, que se assustou comigo, e empurrar a garota de que olhou feio. Ela ia brigar comigo, mas Lety entrou na frente e esbofeteou lhe o rosto branco, deixando seus dedos marcados em vermelhos na loira. Todo mundo do corredor parou para assistir o que estava para acontecer.

— Você me bateu! – A loira abriu a boca nervosa e começou a ficar vermelha. – Tem noção do que fez?

— É melhor calar a sua boca se não quiser levar mais.

— Porque fez isso? – Ela bateu os pés no chão e seu rosto começou a avermelhar.

— Você ia colar chiclete no cabelo da Blanche. – A azulada apesar de ser mais baixa que a loira – que ainda usava saltos— não tinha medo, poderia dar uma surra nela ali mesmo. – E eu demorei um tempão para fazer essa trança embutida nela! – Lety destacou a sua demora enquanto olhava a loira cara a cara.

— Perdeu a noção do perigo? Sabe quem eu sou? – A loira começou a falar alto.

— E você sabe do que eu sou capaz? – Os olhos da loira dobraram de tamanho.

— Chega Lety, não é necessário isso. – Blanche se aproximou e segurou o braço da nossa amiga, logo olhando para a loira. – Ambre, você ia colar chiclete no meu cabelo?

— Jamais! – O cinismo era algo que irritava Blanche, mas ela respirou fundo se controlando.

— Sinceramente... Quantos anos você tem? Qual sua idade mental Ambre? – A loira se assustou com os questionamentos. – Eu não sei qual o seu problema comigo, mas isso não justifica você agir feito criança.

— Isso não vai ficar assim! – A garota chamada Ambre bateu o salto no chão e saiu andando brava, logo sendo seguida pelas duas amigas.

— Lety! – Eu chamei a azulada brava, ela sabia que levaria bronca por seus atos inconsequentes. Porém, Blanche chegou antes e me impediu de falar.

— Lety, não teria sido melhor você usar os adjetivos negativos com ela?

— Desculpa Blan, eu fiquei nervosa.

— Você precisa aprender a se controlar. – Eu chamei sua atenção. – Pode nos trazer problemas e-...

— FORAM ELAS DIRETORA! – Fui interrompida por um grito.

Ambre.— Ouvi Blanche suspirar após murmurar o nome da loira. Se olhar matasse, Lety cairia dura no chão neste exato momento!

— As senhoritas podem me explicar o que aconteceu aqui? – A diretora estava bravíssima, com toda certeza pegaríamos detenção pelos atos de Lety que tenho certeza que foram aumentados pela loira e suas amigas.

Eu posso!— Uma voz bastante conhecida por nós surgiu.

Capucine?— Blanche murmurou surpresa, enquanto Lety me olhava surpresa. Preferi permanecer em silêncio, sei que poderia contornar qualquer história dela com bons argumentos que poderia elaborar.

— Então diga senhorita Bia. – Ambre e as amigas estavam surpresas.

— Ambre e as três amigas estavam armando de colar chiclete no cabelo da Blanche, mas as duas amigas da Blanche empurraram a Ambre. – Capucine dizia tudo com muita certeza e eu estava assustada, ela ia nos defender? – Aí a Ambre saiu andando com as amigas dizendo que ia chamar você.

— Mas e esse tapa no meu rosto? – Ambre estava furiosa por Bia ter se metido.

— Pode muito bem ser maquiagem, ou você pode ter pedido para ser marcada por suas amigas para incriminar as garotas.

— Bia, sua traidora! – Ambre bateu os pés.

— Tem certeza senhorita? – A diretora parecia mais calma.

— Sim diretora. Eu vi e ouvi tudo. – A diretora simplesmente deu as costas e foi embora sem dizer mais nada. Acho que ela era meio maluca.

— Bia, por quê? – Blanche questionou e eu pude ver que a loira e as amigas continuaram no lugar para ouvirem a resposta de Bia.

— Você salvou minha vida uma vez Blanche, e eu odeio dever coisas para as pessoas que não gosto. – Blanche apenas assentiu e logo continuou.

— Nunca me deveu nada, eu apenas fui humana quando te ajudei.

— Estamos quites. – Ela disse séria.

— Bia. – A voz de Ambre soou e a garota suspirou.

— Desculpa Ambre, eu te adoro e somos amigas, mas eu precisava quitar minha dívida. – Ela começou a dar as costas antes de dizer. – Agora podem se matar à vontade.

— Isso não muda nada entre nós. – Lety disse com um sorrisinho no rosto que foi correspondido por Bia.

— Você está ridícula com essas roupas e esse penteado. Fora de moda. – Havia sido uma flechada em Lety que precisou ser segurada para não correr atrás de Bia que ria e saia andando.

— Eu vou matá-la! Me soltem! – Apesar de ser a mais baixa das três, ela conseguia ser forte. Eu e Blanche apenas podíamos rir de tudo, afinal a rivalidade dessas duas nunca acabaria realmente, por mais maduras que pudessem se tornar.

— - -


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente quem já assistiu o filme do Gato de Botas sabe que tem aquele gatinho do "bar" que fica fazendo "Oooo". Foi exatamente assim que eu fiquei fazendo a cena do tapa na Ambre haha. E ainda fique imaginando as amigas da Ambre fazendo o "Oooo" e a expressão do gato hahaha.

Desculpa, bobeiras a parte! Espero que tenham gostado ♥

LINK do gatinho do "Oooo":
https://www.youtube.com/watch?v=CvisQ1sYF5o



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vidas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.