The Garden of Everything escrita por Yuui C


Capítulo 6
Jardim do Paraíso


Notas iniciais do capítulo

... Eu disse para confiar em mim? Pois não deveriam. Enjoy :)



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VI.

Um pequeno bote

Irá navegar

Para as longínquas costas

Das Ilhas do Infinito

 

            — Nós voltamos a noticiar com exclusividade o caso do renomado Designer de Modas, Gabriel Agreste, e seu filho, Adrien Agreste...

            O som do monitor era praticamente fundo ante ao barulho horrível que era o vômito dela, seguido de tossidas fortes e algumas engasgadas violentas.

            Da porta do pequeno banheiro, a kwami vermelha observava sua holder, incrédula. Tudo aconteceu tão rápido, tão repetindo, que nem mesmo ela — um ser ancestral, nascido e crescido junto com a própria Terra — não conseguia absorver tudo.

            Quem dirá, então, uma mera humana com vinte e dois anos de vida?

            — Depois da estrondosa revelação da identidade de Hawkmoth como sendo Gabriel Agreste e nosso tão renomado herói, Chat Noir, como Adrien Agreste...

            Marinette puxou mais forte o ar, sentindo tudo ao redor rodar. O estômago contraía-se junto do esôfago, a sensação sufocante da ânsia não amainando em momento algum.

            O noticiário no quarto não era tranquilizador, tampouco.

            Sentiu as pequenas patas de Tikki em suas costas e respirou novamente, tentando acalmar o coração. Ele batia frenético, ensurdecedor.

            — Trazemos agora em exclusividade o estado de saúde de Adrien...

            De repente, o mundo pareceu esvair-se novamente, a cena sendo revivida com detalhes de cores, sons, texturas, odores...

            — ... segundo os médicos, o mesmo encontra-se em coma, sem nenhuma reação desde o incidente...

            Voltou a vomitar com mais força, sentindo o esôfago doer pelo movimento repetido mais de três vezes nos últimos minutos. Não era o primeiro dia; não conseguia comer, sequer sentir o cheiro de nada. Tudo a enjoava.

            A tontura também não colaborava para a sua situação.

            — Marinette... — Tikki clamou, aflita. Ela ainda tossiu mais algumas vezes antes de se levantar, finalmente conseguindo respirar um pouco mais tranquila.

            — Eu acho que... me acalmei. — Murmurou, levantando-se. Havia ficado de joelhos próxima ao vaso para facilitar, uma vez que ela mal conseguia se afastar dali antes de ter outra crise.

            — Agora com as notícias do tempo. — Ela encarou a tela da porta onde estava, suspirando e começando a enxaguar o rosto, lavar a boca para retirar o gosto horrível que havia ficado.

            — Marinette. — Era Tikki novamente. E ela sabia o que a kwami queria; elas precisavam conversar.

            Estava adiando isso desde o confronto contra Hawkmoth, dias atrás. Não tinha mais para onde fugir, ainda que quisesse.

            — Eu... sei, Tikki. Eu sei que as pessoas querem que eu esteja lá. Mas ainda não é hora. — Marinette murmurou, respirando mais fundo, evitando o enjoo. — Nós temos coisas para resolver. Ou melhor... eu tenho.

            Eu: Ladybug.

            — Mas eu não... — Encarou o teto, sentindo os olhos marejarem. — Eu não tenho certeza se consigo sem ele. — Piscou, fazendo as lágrimas voltarem. Não podia chorar; não ainda.

            — Ai, Marinette... — Tikki acarinhou seus cabelos com as patinhas, encostando a cabeça em sua bochecha em seguida. — Você não pode chama-lo. Não agora. Vai ser... pior.

            — Eu sei. Eu preciso resolver essas coisas sozinha. — Mordeu os lábios, incerta.

            Ele a dava tanta segurança; sempre fora seu porto-seguro, afinal. Desde a primeiríssima vez.

            Fitar os olhos verdes era sempre a sua pequena afirmação para saber que tudo ficaria bem.

            Mas agora ela não tinha mais essa afirmação; ela não tinha mais certeza de nada. Sequer se... ele voltaria de fato.

            — Contudo. — Tikki cortou seus pensamentos. Marinette virou-se, encarando o pequeno ser ancestral que a fitava com intensas íris azuis. — Não era sobre isso que eu iria falar.

            — Não?

            — Não. — Ela piscou. A kwami suspirou e prosseguiu, séria: — Eu preciso te contar algo, Marinette. Algo que você ainda não percebeu...

 

Onde você com

Suas asas abertas

Canta dentro do

Jardim do Paraíso


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Notas finais do capítulo

N.T.: Em inglês, “The Garden of Everything” significa, literalmente, “O Jardim do Tudo”. Porém, ao fazer uma análise geral da letra, é possível compreender que o “Tudo” ao qual é referido é algo etéreo — faz referência ao espaço, ao universo ou, em uma interpretação mística, ao “paraíso”. Por essa razão, a tradução que optamos (eu e o Lucas) foi por manter como “O Jardim do Paraíso”; não usamos “Éden”, porque tanto em inglês quanto em português — e, creio eu, em todos os locais onde a crença é propagada — tem um significado próprio, tem uma terminologia própria. Não cabe para esse cenário, por mais que possam dizer que são sinônimos — não são.

Eu estava particularmente ansiosa para postar esse capítulo — e o próximo também. Não levem minha brincadeira tão a sério, a história tem bastante chão! Não vai acabar tão logo. Ao menos até a segunda semana do mês que vem vocês ainda estarão com atualizações dela xD Para uma fanfic com menos de 1k de palavras por capítulo, ela tem bastante coisa a apresentar.

O que acharam mes amours? Alguma sugestão sobre o que a Tikki quer falar pra Marinette? Será que vocês perceberam o que é? ♥ Comentem comigo, eu amo a voz de vocês!