Why Try? escrita por Mims


Capítulo 6
Capítulo 6




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‘’-Você fica lindo com ciúmes. –ele falou e, por algum motivo, eu sorri.’’

Ao contrário do que eu esperava, Bill não é uma companhia tão ruim assim. Estávamos quase completando um mês de convivência e estávamos até que nos dando bem. Assim, na medida do possível. Não tivemos nenhum desentendimento ou brigas nos últimos dois dias, o que era um recorde.

A única coisa que me motivava e preocupava ao mesmo tempo era o próprio tempo. Faltava pouco tempo para o verão acabar e, consequentemente, eu e a Mabel deixarmos Gravity Falls na maravilha que era sempre no dia de nosso aniversário. E então Bill teria que passar os sete meses restantes na companhia do TiVô Stan e os simplórios habitantes de Gravity Falls, e isso me aterrorizava.

Sim, mesmo com esse tempo de convivência eu não deixei de desconfiar do ex-triângulo. Eu imaginava que assim que eu ultrapassasse os limites da cidade, o mundo entrasse em combustão e afundasse no caos devido ao cara que agora dormia na cama ao lado. E, porra, mesmo que custe admitir isso eu ia sentir falta do loiro.

Qual o problema? Eu me apeguei a ele. Da maneira mais inocente possível. É isso que dá passar 24 horas com alguém que não consegue dar um passo sequer sem estar perto de mim.

—Será que dá pra roncar mais baixo? -perguntei jogando meu travesseiro em Bill que acordou assustado.

—Hã? Eu não estava roncando! -ele bocejou enquanto esfregava os olhos.

—Aham, e eu sou um unicórnio que caga dinheiro. -retruquei revirando os olhos e me levantando. -Você ronca como um porco.

Sim, eu estava o provocando. A verdade é que eu gostava de ver Bill irritadinho, era engraçado e fofo. Bem, sem contar a vez que ele tentou arremessar bolas de fogo em mim, isso foi aterrorizante, correr para tentar evitar que meu cu pegasse fogo.

—Eu não ronco, porra! -O loiro quase gritou e seus olhos ficaram no comum aspecto felino de "eu vou arranjar 105 formas diferentes de te matar, seu merda"

—Pra um demônio que aprendeu a andar outro dia, você sabe muitos xingamentos. -ri um pouco me espreguiçando.

Ele gritou de raiva e nessa hora que eu saí correndo antes que eu realmente morresse de 105 formas diferentes, não duvido de mais nada. Lá se vão nossos dois dias sem brigas. Fui até a cozinha, dei bom dia a Mabel e comecei a preparar e possuir minhas lindas panquecas com calda de caramelo. Ai, ai, tão gostosas que eu poderia transar com elas. Tá, vamos ignorar o que eu acabei de pensar.

—Imagine a cena. Dipper Pines está comendo alegremente suas panquecas enquanto fantasia com elas, quando de repente... Puf! Elas desaparecem. -Cipher fez os amores de minha vida desaparecer.

—Seu bastardo! Me devolva minhas panquecas, ridículo! -gritei sentindo meus olhos arderem. Pode parecer bobo, mas aquelas panquecas estavam realmente gostosas. E eu nem sequer estava na metade. Então sim, eu choraria por elas com a mesma intensidade que Mabel chora quando assiste ‘’Marley e Eu’’.

—Hum, não. -aquele doritos ridículo oxigenado de merda falou sorrindo superior. Mabel, ao invés de me ajudar/defender estava se engasgando em meio a um ataque de risos as minhas custas.

Então senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Minhas belas panquecas nunca poderão ser honradas.

—Você está mesmo chorando por panquecas, PineTree? -Bill pareceu chocado.

—Sim! Elas eram melhores que você. -falei baixando a cabeça.

—Que patético. -ele estalou os dedos e as panquecas voltaram, só que para as mãos dele.

Essa é a hora que ele me dá minha comida e todos têm um belo café da manhã, certo? Errado. O filho da puta começou a comer minhas panquecas. Minhas. Encarei-o boquiaberto enquanto ele devorava tudo em questão de segundos. Preferia morrer.

—Estavam deliciosas. -sorriu sádico e saiu da cozinha de volta para o quarto.

Argh, mudei de ideia. Eu não sentiria falta de Bill nem que minha vida dependesse completamente disso. Esse vagabundo que nem sabe fazer suas próprias panquecas e fica comendo a dos outros!

—Perdeu, vacilão. –Mabel falou por fim e voltou a rir apenas saí derrotado e mostrei a ela meu dedo do meio com o maior gosto possível.

Enquanto eu estava no caminho para o meu quarto, me preparando psicologicamente para a 3ª guerra mundial, ouvi o telefone tocar. O que era estranho, porque ele só tocava uma vez por mês, no máximo.

—Estou ouvindo. –Sim, eu atendia ao telefone assim, me engulam.

—Alô, Dipper? –ouvi a voz da minha mãe do outro lado da linha.

—Mãe? Aconteceu alguma coisa? –tudo bem, eu realmente estava preocupado, meus pais nunca me ligavam. NUNCA.

—Na verdade sim. É uma notícia bem... diferente. Não sei se boa ou ruim. Acho melhor passar para o seu pai. –ela falou e, no fundo, pude ouvir várias vozes, como se estivessem em uma festa ou algo do tipo.

—Fala, filhão! –meu pai falou, rindo.

—Oi pai. – revirei os olhos, ele sempre era um tanto pé-no-saco. E com um tanto eu quero dizer, pra caramba.

—Então filho, só ligamos para dizer que esse ano vocês vão ficar aí em Gravity Falls já que eu e sua mãe vamos para as Bahamas a trabalho. Um beijão, boa sorte na escola, tchau. –ele falou simplesmente depois desligou.

—O que? –gritei. Como assim eu ia continuar o resto do ano em Gravity Falls? Tudo bem, ou eu sorrio ou eu choro.

—O que aconteceu, bro bro? – Mabel perguntou. – Quem era no telefone?

—Mabel, se prepare porque vamos ter um longo ano aqui em Gravity Falls. –suspirei e subi. Lembrei agora que se eu passasse o resto do ano, significava que eu passaria os malditos oito meses com Bill. Tudo bem, não tão malditos assim.

Subi as escadas em direção ao meu quarto e vi o maior deitado mexendo em algo que eu estava pouco me fudendo.

—Conseguiu o que queria, Bill. Parece que agora passaremos os oito meses que te restam juntinhos. –falei seco e ele mal me deu atenção.

—Não vai falar nada? Caralho, fala alguma coisa. Porra!

—Você quer que eu fale o que, Dipper? Não é como se essa fosse a melhor notícia da minha vida. –ele apenas olhou em meus olhos, mas continuou sentado.

—Vá se foder, Cipher! Tu não sabe fazer porra nenhuma sem mim, se é minhas panquecas, come, se eu falo que vou continuar com você em Gravity Falls, tu fica indiferente. Tome bem no meio do teu cu! –comecei a aumentar o tom de voz e ele finalmente levantou-se.

—Pelo menos não sou eu que sou um marica e fico chorando por meras panquecas. Eu sequer preciso de você nesses oito meses, eu posso me virar muito bem, obrigado. E olhe para si mesmo antes de vir falar qualquer coisa de mim, porque antes o único indiferente, que queria me ver morto era você. –Bill já estava gritando a essa altura.

—Você é um completo babaca, fica falando essas coisas, mas duvido que seja verdade. Sabe, Bill, você já foi de mentir melhor. Esperava mais de você. –Vi a auréola amarela que cobria seu olho brilhar como nunca antes.

E, ao invés de me matar, esquartejar, torturar ou qualquer coisa do tipo, ele me beijou.


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Notas finais do capítulo

Já não era sem tempo! O beijo que muitos esperavam está finalmente aí! Mas não criem muitas esperanças, apenas aviso isso a vocês :D E aqui estou eu mais uma vez postando capítulo de mês em mês, me desculpem gente. A culpa é da minha criatividade, podem matar ela ;-; Como sempre, venho agradecer a todos os comentários, favoritamentos, acompanhamentos e tals. Vou tentar ser mais ágil com o próximo capítulo para não judiar vocês demais >3
Amo vocês, meus bae's ♥