A namorada do Poeta escrita por Julius Brenig


Capítulo 9
Contra-ataque


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas, como vão? Agora que Sophia esbarrou no poeta, ele está surtando tentando lembrar do rosto dele, será que ela consegue? Esse capitulo responde sua pergunta!



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Sophia encontrou seus três amigos no portão de sua casa. A garota já estava com dor de cabeça tentando puxar no fundo da sua memória o rosto do Poeta. Era uma tortura não saber. Aquilo estava enlouquecendo-a, não era possível tamanha coincidência misturado com tamanho azar. Quando saiu, viu que Chris e Lucas conversavam como se a briga anterior nunca tivesse acontecido. Talvez o tempo que os dois passaram juntos na casa de Christopher, tivesse feito bem.

Quando os amigos viram-na sair de sua residência, todos notaram claramente que ela estava muito inquieta. Sophia vinha mordendo o lábio, coisa que sempre fazia quando estava nervosa ou pensativa. Enquanto andavam até o ponto de ônibus, Sophia estava bem desligada das conversas entre a turma e isso fez com que Carol a cutucasse e falasse:

— Então, quando você planeja mostrar para a gente o novo poema?

— Co-como você sabe que eu recebi um poema novo? — Perguntou Sophia surpresa pela pergunta da amiga.

— Oras, não existe outro motivo para você ficar tão aérea senão um ataque do poeta. E aí, quando vai mostrar? — Sophia retirou o poema da mochila e entregou a Carol. Quando ela viu o papel todo amassado e com marcas de uma dobra malfeita, se pronunciou — Ele está decaindo, não é mesmo? Depois do envelope com o último e o enigma, eu achei que este viria com um buquê de rosas junto ou sei lá.

— Parece que ele fez às pressas. — Comentou Lucas, que empurrava a cadeira de Carol. Depois que a loira leu, entregou para que os outros amigos lessem e Sophia que percebeu que os amigos não entenderiam o objetivo do poema, explicou o contexto dele.

— É o seguinte, ontem quando cheguei no Campus atrasada, acabei me esbarrando em alguém enquanto corria para a aula. E pelo que o poema diz, coincidentemente, esta pessoa era o Poeta.

— Uau! — Exclamou Chris — finalmente o mistério foi resolvido de uma vez.

— Até poderia ter, se não fosse por uma coisa: eu não vi o rosto dele.
É como diz no poema, eu nem olhei para trás.

— Droga, Fia! Não é possível! Tenta lembrar! — Pressionou Carol.

— E você acha que qual é o motivo de eu estar tão aérea? Eu estou tentando, mas estava distraída, com pressa. Não consigo.

— Vamos mudar de assunto então, talvez relaxar a cabeça ajude. — Sugeriu Lucas.

— Já que falou isso Lucas, eu tenho uma coisa para te perguntar que acabei pensando antes de ler esse poema e ocupar minha mente com ele. Você disse que seus pais ainda não sabem que você é gay, certo? Quando você planeja contar para eles?

— Engraçado você perguntar isso, eu vinha pensando isso há alguns dias. Decidi que não vai ser logo, talvez depois que eu terminar a faculdade ou não morar mais com eles.

— Cara, isso vai demorar muito. Não acha melhor falar logo? Se libertar disso? — Perguntou Chris.

— Meus pais são muito conservadores, Chris. Se eu falar que sou gay vai ficar um clima muito bad. Estou bem assim, por que posso ser eu mesmo com vocês e isso faz-me muito bem. — A conversa dos amigos foi interrompida pela marcha imperial, que era o toque do celular do garoto de óculos. Ele trocou uma ou duas palavras com a pessoa do outro lado da linha e desligou. — Era o Fê, ele vai encontrar conosco no Terminal.

— Ah Lucas, vou ficar meio constrangida perto dele depois que ele ficou estranhamente encarando durante às aulas e naqueles dias que eu falei.

— Ele me explicou isso, Fia. Ele tinha ciúme de você comigo, depois que a gente dançou naquela balada. — Lucas riu.

— Nossa, que bizarro. — Soltou Chris. — Quer dizer, você e a Sophia? Dá até um arrepio pensar vocês dois num relacionamento. — Todos riram.

— Sabe, às vezes eu quero avançar com o Poeta. Quer dizer, eu gosto dos poemas, mas se a gente se encontrar, nada impede ele de continuar escrevendo. Eu quero saber se a pessoa por trás dessas palavras faz jus a elas.

— Vai dizer que não prefere o mistério? — Perguntou Carol.

— Eu achava que sim, até que ele mandou esse novo poema. Sério, a gente estava lado a lado, por que ele não gritou “eu sou o Poeta! ”. Eu ia adorar isso.

— Sophia, se você quer interagir com ele, faça isso dentro do jogo dele. Escreva um poema, deixe num lugar onde ele possa achar quando for deixar mais um deles para você. Faça seu contra-ataque.

— Essa é uma boa ideia, Chris. — Disse Sophia. — Vou trabalhar nisso.

— Ah, Lucas, quero dizer uma coisa. Espero que seu boy magia tenha senso de humor, pois eu não vou deixar passar chance de fazer piadas sobre você gostar de homens. Eu já te zoava antes, não é por que é verdade que vou parar. — Disse Chris.

— “Tá bom, miga. ” — Disse Lucas propositalmente de um jeito afetado causando risos dos amigos.

Dentre tantas conversas e assuntos, a viagem até o Praça da Bíblia não demorou. Ao descer do Eixo, eles estavam indo até o ponto 019, onde encontrariam o Fernando e embarcariam no ônibus para o campus. Enquanto se dirigiam para lá, Sophia lembrou de algo:

— Lucas, como você pode ser gay, sendo que você tem aquele tique de empurrar o óculo quando vê uma garota bonita? — Perguntou Sophia.

— Na verdade, querida — ele continuava forçando uma voz afetada. — Eu só faço isso quando vejo bofes ma-ra-vi-lho-sos. — mais uma vez, aquilo arrancou o riso da turma.

Chegando ao ponto, logo avistaram Fernando, com sua típica franja negra, este cumprimentou seu namorado com um selinho e depois cumprimentou o restante da turma com um aperto de mão. Assim como Lucas, o seu parceiro também não tinha jeito afeminado.

— Antes de tudo — disse Fernando — Quero pedir desculpas para Sophia pelo meu comportamento infantil. Às vezes eu sou um pouco ciumento. — Ele estava visivelmente envergonhado.

— Sem problema. Lucas é como um irmão para mim, e eu só quero a felicidade dele.

— Obrigado. Sophia, o Lucas mencionou algo sobre um poeta ficar mandando recados para você em forma de poesia, é verdade isso?

— Sim, é verdade.

— Uau! Parece até história de filme.

— Eu disse isso para ela! — Disse Lucas animado — Ainda vou fazer um filme baseado nessa história.

— Eu já disse que não Lucas. — Sophia sempre ficava envergonhada com essa ideia de expor essa história em filme. Logo o ônibus chegou e os cinco embarcaram.

****

Segunda-Feira (dia anterior)

O garoto que andava distraído pelo corredor do Campus da Umego, não imaginava em momento algum que dali a poucos minutos, ele esbarraria na garota dos seus sonhos. O Rapaz já vinha alimentando a algum tempo esse sentimento, mas seu caso sério de timidez fez com que ele esperasse o momento certo. Este momento parecia nunca chegar. Então, ele achou uma maneira de expressar seus sentimentos de uma maneira anônima, mas que deixasse a garota sabendo de sua existência. Ele escreveu um poema. Ele sempre amou escrever poesias e isso foi perfeito, pois iria fazer o que amava para alguém que amava. Então ele mandou o primeiro.

Este era uma declaração de amor formada por várias metáforas. Então pediu à sua amiga que colocasse na mochila de sua amada, pois ela estudava na mesma que a musa do Poeta. Depois de algum tempo, ele mandou outro poema, este um enigma que esperava que ela resolvesse e quando descobriu que a garota havia conseguido desvendar, ficou feliz. O Poeta sabia disso, pois sua amiga sempre passava para ele os detalhes que ouvia de Sophia e seus amigos. Sophia, esse era o nome da garota por quem ele estava apaixonado. O garoto resolveu mandar o enigma, pois queria deixar um ar misterioso e que confirmasse que Sophia receberia outros poemas.

Ele andava pensativo sobre qual dos poemas já feitos mandar em seguida. Sempre era bem exigia muito de si quanto a isso. Enquanto andava, viu que uma garota vinha depressa em sua direção. Andava com passos rápidos firmes, cabeça baixa. Mesmo sem ver seu rosto, ele a reconheceu. Era ela. A garota que invadia seus melhores sonhos, vinha em sua direção. Ele travou. Mesmo que

Sophia não soubessem que ele era o autor das poesias, a presença dela deixava-o nervoso. Quando travou, suas pernas também travaram e o Poeta parou bem em frente a ela, que não tinha visto-o ali, pois olhava para seus pés enquanto andava. Então, eles esbarram-se.

Um curto tempo isso durou, mas foi suficiente para o Poeta sentir várias coisas. O coração acelerado, o perfume dela, o perfume dos cabelos dela. Aquela cascata castanha percorrendo o braço nu do estudante, fez com que ele se sentisse afagado por penas de um anjo. Então aquele momento passou. Ela seguiu apressada, pelo horário estava atrasada, e sem olhar para trás pediu desculpas ao Poeta.

Ainda com o coração acelerado, o garoto imediatamente pegou sua caneta e seu caderninho, que sempre estava em seu bolso, pois ele temia perder seus surtos de inspiração. Esboçou um poema sobre aquele momento. Ele queria contar para a garota que era o poeta, mas devido a pressa dela ele resolveu deixar passar. Pelo menos, isso foi o que ele tentou dizer a si mesmo, sendo que o real motivo foi o nervosismo e sua já citada timidez. Depois de reescrever o poema duas vezes, ele achou o resultado satisfatório. Arrancou o pedaço de papel dobrou-o apressadamente e mandou uma mensagem de texto para sua amiga: Me encontre perto dos banheiros. E foi para o local marcado. Chegando lá sua amiga disse:

— Você não pode ficar me tirando da aula assim, sabia?

— Desculpa, mas eu preciso que você entregue um poema.

— Ok, sorte sua, ela tinha acabado de chegar na sala. Está cada vez mais difícil deixar os poemas sem que ela perceba. E eu já te disse, se um dia ela me ver colocando, eu conto toda a história e você vai ter que vencer essa timidez de uma vez. — O poeta já tinha entregado o poema.

— Ok, muito obrigado, você é a melhor.

— É, eu sei. — Respondeu a garota que deixou o poema dentro da mochila de Sophia.


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Notas finais do capítulo

Por essas vocês não esperavam, né? Um capitulo com o ponto de vista do Poeta. Talvez, tenha mais desses ao longo da história, não sei vou pensar 3:) Não esqueçam de comentar deixando a opinião, dicas, criticas, número de telefone, CPF, RG e o numero do cartão de crédito. Mentira, os três primeiros são opcionais hahaha. Bjos e até o próximo capitulo!



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