A namorada do Poeta escrita por Julius Brenig


Capítulo 8
Revelações


Notas iniciais do capítulo

E aí, meus leitores lindjos? Tudo bom? Sei que o titio(?) aqui demorou a postar e foi maldade, ainda mais com o final do ultimo capitulo, não é mesmo? XD Bem, desculpe pela demora, mas está aqui, mais um capitulo de ANP!



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Sophia e Chris ficaram surpresos com a resposta de Lucas. Instaurou-se um poderoso silêncio entre os amigos que geralmente viviam rindo e barulho quando reunidos. Ninguém ousava falar nada, os dois que ainda não sabiam do fato estavam absorvendo a notícia. Carol estava calada, se sentindo culpada, pois ela era a única dos amigos, além do próprio Lucas, que era ciente da orientação sexual do amigo. E mesmo assim, nem fazia dois meses que ela sabia disso. A culpa vinha por ela achar que se não tivesse mencionado que o Fernando namorava, o Lucas não tivesse se sentido pressionado a contar. Ela abaixou a cabeça, Lucas vendo o estado dela quebrou o silêncio:

— Carol, eu contei por que já era hora deles saberem disso. Sei que você está achando que só falei por causa do seu comentário, eu te conheço. Relaxa. — Carol sentiu-se um pouco melhor com isso. Aproveitando a quebra do silêncio, Sophia fez sua indagação, em busca de uma confirmação para uma informação que estava implícita entre eles:

— Então, quer dizer que você é gay?

— Sim. — Respondeu Lucas sem rodeios. — Mas está tarde e não posso demorar. Amanhã depois das quatro a gente se encontra na casa da Fia, e eu explico, mato a curiosidade, dou autógrafos, seja lá o que vocês quiserem. — Todos concordaram sem palavras, apenas acenando a cabeça.

Lucas saiu andando até uma esquina, onde encontrou Fernando, os dois deram um selinho e seguiram de mãos dadas. Os outros três amigos, também foram embora, pois como havia dito Luquinha, estava tarde. O clima estava um pouco estranho entre os amigos. Eles não conversaram muito durante a viagem. Sophia despediu-se de Chris e Cá entrando em sua casa, e logo depois que deixou Carol na casa dela, Chris foi para sua residência.

Sophia demorou dormir pensando no que Lucas tinha revelado e nisso muitas coisas fizeram sentido. Alguns aspectos dele, umas certas brincadeiras. Até o fato de ter escondido com quem namorava, só revelando naquela situação. A garota não tinha nenhum preconceito contra homossexuais. E não era daquele jeito do “Eu não tenho preconceito, mas...”. Ela realmente não tinha. Tanto que quando uma de suas primas assumiu-se lésbica, ela foi a única da família a não se revoltar. Mas se existia uma coisa que Sophia não gostava, era o termo “assumir”. Afinal, ela pensava que as pessoas tinham que assumir seus erros, culpas e responsabilidades e não sua sexualidade. Como se um garoto tivesse que “assumir” para seus pais que é heterossexual. Não fazia sentido.

Sophia pegou no sono e no dia seguinte acordou no horário de ir ao trabalho. Não houve atrasos. Ela estava ansiosa pela reunião com os amigos, para que Lucas falasse claramente sobre aquele segredo revelado. Sorte da garota que a loja foi mais movimentada que o dia anterior. E assim sua carga horária deu a impressão de ter passado mais rapidamente. Assim quando chegou em casa, encontrou Chris em frente à casa de Carol, e ela estava com ele. Assim que viram Sophia eles foram até a estudante. Chris não tinha uma cara muito feliz. Ele parecia chateado. E pela troca de olhares entre Sophia e Caroline, a loira também não sabia o motivo dele estar assim. Eles entraram na casa de Sophia, e acomodaram-se na sala. Sophia serviu suco aos amigos enquanto Lucas não chegava.

Quando de fato o garoto de óculos chegou, um certo clima se instaurou. Eram um momento delicado na vida dos amigos. Uma mudança muito drástica na forma que o grupo se via. Lucas carregava uma mochila, sinal de que dali todos iriam juntos para a faculdade. Lucas se sentou no sofá.

— Por onde devo começar?

— Talvez, pelo início. — Disse Chris bem indiferente.

— Então, acho que eu devo falar sobre como eu comecei a perceber minha sexualidade.

— É um bom início. — Disse Carol.

— Ok. Isso foi bem na infância, ainda no fundamental. Antes mesmo de eu ter um conceito sexual das coisas, eu achava estranho gostar mais de certos garotos do que da garota considerada a mais bonita da turma. Eu ficava confuso com isso. Quando eu cresci, e fui entendendo mais, eu fiquei perdido um tempo, por não conseguir ser quem eu era. Eu tinha medo do que as pessoas poderiam pensar, eu me importava muito com isso. Já senti atração por garotas, mas digamos que meus sentimentos por homens são mais intensos.

— Mas você não tem jeito de gay. — Disse Sophia.

— Por que sou um gay macho. Não sou afeminado. — Sophia riu do jeito que Lucas disse aquilo, não um riso de deboche, mas sim por que ela achou engraçado. — Tem quase três anos que eu já abracei minha orientação sexual sem me sentir conturbado.

— Mas por que resolveu contar agora para gente?

— Achei que era o momento.

Chris estava calado, ouvia a conversa, mas não se pronunciava. A expressão contida no seu rosto dele dizia que não estava nada feliz, e os amigos perceberam. Lucas, ao notar isso, ficou um pouco com medo. Ele temia pela reação de Chris. Sophia parecia ter aceitado aquilo tranquilamente, Carol demonstrou total apoio desde que ele havia falado para ela. Mas Christopher estava calado. Com uma expressão de poucos amigos. Lucas então resolveu indagar o amigo, para saber logo o que ele pensava a respeito de tudo.

— E aí, Chris? O que você está pensando que nem abre a boca?

— Quer mesmo saber? — Disse Chris aparentemente alterado — Eu simplesmente não posso aceitar isso! — Ao ouvir Christopher falar aquilo, Sophia alterou-se também, mas contra ele.

— Sério, Chris? Você é era a última pessoa que eu pensava que pudesse ter essa babaquice de ser homofóbico.

— Homofóbico, eu? Não, de maneira nenhuma! Meu problema não é o fato que ele é gay e sim não ter confiado na gente desde o início. Eu achei que nós éramos amigos! — Lucas então entendeu o motivo de Chris estar calado.

— Cara, entenda, eu tinha medo de vocês não me aceitarem.

— Se não te aceitássemos, nunca teríamos sido seus amigos de verdade. Apenas pessoas que diziam ser. Assim você faria mais que bem em não nos ter como amigos, mas esse não é o caso.

— Me desculpa, Chris. Você é como um irmão para mim. Você não sabe o quanto eu já quis falar. Tanto que nem minha família sabe ainda. Contei primeiro para vocês. — Chris, por sua vez, compreendeu o lado do amigo. Ele e Lucas se abraçaram, mostrando que a discussão ali tinha acabado. Carol lacrimejou ao ver a cena e a gota d’água foi quando Chris, ainda abraçado com o amigo, disse:

— Você falou que tinha medo de perder a nossa amizade. Mas no meu caso, você só ganhou ela ainda mais.

Depois de resolverem isso, Lucas foi para casa de Chris, já que este iria se arrumar para ir até a faculdade. Carol foi fazer o mesmo enquanto Sophia se preparava em sua própria casa. Enquanto preparava sua mochila, Sophia percebeu um papel dobrado, meio avulso dentro dela. Seu coração acelerou, pois, com todos os acontecimentos envolvendo sua família, e a revelação de Lucas, ela tinha deixado um pouco de lado a história do Poeta. Mas assim que viu aquele papel ali, simples, dobrado de forma nada simétrica e até um pouco amassado fez com que ela lembrasse de novo daquele admirador.

Sophia começou a se questionar sobre o motivo qual o poeta não se declarava de vez, aparecia para ela e tentava algo real. Sophia não era do tipo que dava muitos foras, ela gostava de tentar relacionamento se a pessoa desse uma primeira impressão legal. Porém, a única coisa que ela tinha do Poeta eram seus poemas, algo que causou uma boa impressão nela, apesar de um pouco assustador. E ela se sentia pronta para conhecê-lo. Sophia também se sentia frustrada por seu único suspeito de ser o poeta na verdade ser o namorado do seu melhor amigo.

Um pouco trêmula, Sophia pegou o pedaço de papel, que pareceu ter sido algo que foi feito às pressas e improvisado. Quando leu o conteúdo, viu que aquilo, apesar de ter rimas, era mais um recado do que um poema. E esse dizia:

Te vi

Coisa do acaso
Aconteceu de repente

Você se esbarrou em mim
E te vi ali em minha frente

Fiquei sem palavras
Estonteado demais,

Mas você só pediu desculpas
E nem sequer olhou para trás.

Uma pena que foi coisa rápida

Um segundo, um momento
Que de agora em diante é eterno
Dentro do meu pensamento

O Poeta

Sophia entendeu o recado. Ela já havia encontrado o Poeta. Este tinha sido a pessoa com quem ela esbarrara no campus no dia anterior e nem lhe dando atenção devido a pressa. A garota sentiu-se frustrada. Ela encontrara o Poeta e mesmo assim não conhecia seu rosto.


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Notas finais do capítulo

Finalmente o Poeta e a Sophia se conhec...não pera XD. Não deixem de dizer o que acharam do capitulo, ou da história em si. Erros para ser corrigidos, coisas para serem melhoradas também podem ser ditas. Enfim, Até o próximo capitulo 0/

Ps: Fantasminhas, digam-me oi.



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