A namorada do Poeta escrita por Julius Brenig


Capítulo 6
Noivado


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Mais um capitulo fresquinho. Bem minhas postagens são muito inconstantes, pois o universo adora me atrasar, dessa vez foi meu PC que resolveu dar xilique. Enfim, espero que gostem.



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A mãe de Sophia apareceu no portão para receber a filha. Dona Laura já tinha seus quarenta e nove anos, porém não parentava ter muito mais que trinta e cinco. Cabelos negros, diferentes dos castanhos filha, porém semelhantemente lisos. Os cabelos dela chegavam a altura dos ombros. Vestia uma blusa de um rosa quase bege, calça jeans e sapatilhas. Abraçando a garota, Laura disse:

— Que bom que veio, filha! Como foi a viagem?

— Cansativa, sabe como é, ônibus lotados e demorados.

— Sempre assim. — lamentou Laura. — Bem, entre, já estamos preparando o almoço.

Sophia adentrou na casa onde havia passado a infância e percebeu que apesar de longe da família, não sentia falta de morar lá. Entrando na residência, logo encontrou seu pai, Carlos, que veio lhe receber num carinhoso abraço. Carlos era mais novo que sua esposa, tinha ainda seus quarenta e cinco. Cabelos castanhos igual ao de Sophia com aspecto de recém cortados.

— Sophia! Como vai minha garotinha?

— Muito bem pai e você?

— Muito melhor agora! — ele envolveu sua filha mais uma vez num abraço. Sophia acabou notando que faltava alguém. Eduardo, seu irmão.

— Cadê o Edu?

— Ele foi no supermercado e já volta. — apressou-se sua mãe em dizer. Sophia colocou sua bolsa no sofá e falou para sua mãe:

— Deixe-me respirar por alguns minutos e já te ajudo na cozinha.

— Não se preocupe, temos tudo sobre controle.

Sophia achou estranho o jeito da mãe estar falando no plural, sendo que o pai dela não cozinhava e o irmão não estava lá. Ela não se preocupou em pensar nisso, tratou mesmo foi de descansar. Passando-se mais ou menos dez minutos desde a chegada de dela, Fia ouviu uma voz diferente e feminina vindo da cozinha. Esta não era de sua mãe, por isso Sophia foi descobrir logo do que se tratava. Ao chegar na cozinha, ela encontrou, junto com sua mãe, uma mulher baixa, um pouco acima do peso de pele branca e cabelos curtos tingidos em vermelho. Essa mulher estava auxiliando Laura com os afazeres. Demorou muito para as duas notarem a presença de Sophia e foi a mãe da mesma que a notou primeiro.

— Fia, essa aqui é Renata. — Laura se apressou em apresentar a menina para a senhora — Renata, essa é Sophia, minha filha. Fia, ela é a sogra do seu irmão.

Sophia já sabia a algum tempo que seu irmão tinha uma namorada, mas nunca tinha tido a oportunidade de conhece-la, muito menos a mãe dela. Porém, Sophia só não conseguia entender o motivo daquela mulher estar ali, pois ela achava que tratava-se de um almoço em família, somente com os membros da família Dias e mais ninguém. Ver Renata ali, quebrou o clima. Ela suspeitou que logo mais conheceria sua cunhada e bem, ela mal pensou nisso e já ouviu Eduardo chegado e pedindo ajuda ao pai para guardar as compras feitas. Sophia volta para a sala e encontra seu irmão e a namorada sentados no sofá. Eles estavam de mãos dadas e suas testas estavam coladas uma à outra e cochichavam baixinho coisa praticamente inaudíveis.

Sophia aproximou-se um pouco sem graça, sem querer interromper, mas estava com saudades do irmão. Os dois eram muito unidos na infância, mas desde que Sophia se mudou, ambos tinham perdido a proximidade. Sophia sentia falta disso. Não demorou muito para Edu ver Sophia aproximar-se e logo lhe deu um sorriso e abraçou-a.

— Fia, quanto tempo?! Nossa! Estava com saudades, maninha.

— Eu também — Sophia, abraçou ele um pouco mais forte e depois soltou-o. houve um momento constrangedor, onde Sophia não sabia se cumprimentava a namorada de seu irmão ou se esperava ele fazer uma apresentação formal, vendo que a segunda opção não ia ocorrer, ela sentou no sofá, de frente aos dois e estendendo a mão cumprimentou a outra garota:

— Sou a irmã do Edu, Sophia, muito prazer.

— O Dudu sempre fala muito bem de você. Meu nome é Tulipa. —
Sophia ia falar algo, mas a namorada do irmão complementou — Sim, igual ao nome da flor.

— A minha florzinha. — Completou Eduardo com uma voz melosa.

Sophia odiava esses casais muito melosos. Estar apaixonado e trocar carinhos era uma coisa. Agora, ficar de mimimi fora de hora, era algo muito diferente. A primeira impressão que Sophia teve de sua cunhada foi que ela seria uma pessoa bem irritante. Ela julgou isso pelo fato da garota logo ir dizendo que seu nome era semelhante ao da flor, mesmo que ela não tivesse perguntado nada. A vontade que
Sophia teve foi de dizer: “Meu nome significa sabedoria e nem por isso eu fico por aí me gabando. ”

Sophia não estava muito a fim de ficar lá na sala de estar, servindo de vela para aquele casal, porém, a mãe de Sophia e a sogra de seu irmão negaram qualquer ajuda que ela ofereceu. Disse para ela descansar, pois ela era uma convidada. Sendo obrigada a ficar ali, Sophia descobriu que Tulipa era um ano mais velha que ela e que o pai dela havia morrido quando a mesma tinha três anos. Conversa vai, conversa vem Sophia percebeu que realmente Tulipa era irritante, principalmente depois que o irmão dela teve que sair, deixando-as a sós.

— Seu irmão é um fofo, Sophia. Ele me deu esse anel caríssimo no último dia dos namorados. — a garota que tinha o nome de flor, mostrou um anel prateado que com detalhes dourados que parecia mesmo ter um alto valor. — E no nosso aniversário de namoro ele me levou ao shopping e me deu um banho de loja, simplesmente um amor.

Sophia percebeu que todos os elogios que sua cunhada havia feito ao seu irmão tinham sido sobre presentes que ele havia dado para ela. Nada de uma simples atitude ou ação dele. Ela não sabia se era interesse ou a garota era realmente meio superficial, mas Sophia desejou que seu irmão terminasse o namoro com Tulipa. Talvez fosse ciúmes de irmã, mas a garota do poeta não estava satisfeita com a suposta alma gêmea do irmão.

Finalmente o almoço foi servido. Tinha o famoso estrogonofe de Renata, o qual Sophia nunca tinha ouvido falar. A galinhada caipira que era tradicional nos almoços da família Dias, havia sido preparada por Laura. E de sobremesa, um pudim também feito pela mãe da garota. Desde que Sophia se entendia por gente, ela amava o pudim da mãe dela. Sempre que alguém perguntava sobre sua sobremesa favorita, ela dizia superficialmente “pudim”, sendo que tinha que ser precisamente o da sua mãe para ser considerado o favorito dela. Antes de todos começarem a comer e beber que havia na mesa, Eduardo insistiu em fazer um discurso. Sophia achou estranho, mas não contestou, pois ninguém ali pareceu incomodar-se. Por fim, Eduardo falou:

— Bem, eu acho que a única pessoa que não sabe o real sentido dessa reunião é a Fia. — todos na mesa tinha uma espécie de sorriso bobo na cara, menos Sophia que naquela mesa parecia peixe morto: estava boiando. — E como nós dois sempre fomos muito unidos desde criança, esse momento não poderia ocorrer sem a presença e a aprovação dela.

Sophia começava a raciocinar o que estava ocorrendo, principalmente ao notar que Tulipa tinha um sorriso que não cabia na cara, mesmo assim, ouviu o irmão calada.

— Sophia, esse almoço, essa reunião, é por um motivo e este é por que eu e a minha pequena flor querermos ficar noivos. A pergunta é: temos a sua benção?

— Antes de você responder — agora quem falava era a cunhada da garota — saiba que amo o Duduzinho muito e só quero a felicidade dele. — Todas as atenções voltaram-se para Sophia. A garota achou que o destino pregou uma peça horrível nela. Num momento, ela acaba de conhecer a namorada do irmão e com isso já deseja que o namoro acabe. No outro, eles vão ficar noivos e pedem a aprovação dela. Sophia estava num terrível dilema, mas sabia que a opinião dela sobre aquilo era um mero simbolismo de aceitação de Tulipa na família. Ela não queria, mas sabia o que devia ser feito. Pegou um copo que estava preenchido com um avermelhado suco de morango, ergueu-o para frente e disse com o melhor sorriso que pôde dar:

— Um brinde aos noivos!


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Notas finais do capítulo

O que acharam da família da nossa protagonista? E o casal? O que será que eles prometem pro futuro da história? Isso e muito mais no globo repórter! Ou nos comentários que vcs vão deixar :v



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