Em Busca de um Futuro Melhor escrita por Lyttaly


Capítulo 17
16


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoas o/
Eu to conseguindo atualizar direitinho, vocês perceberam?
Masss, talvez semana que vem eu atrase um pouco e.e
O capitulo de semana que vem já está pronto, mas, pelas minhas contas (que não sei se estão corretas e.e), minha beta não vai me entregar ele antes de domingo. Mas assim que ela me entregar eu posto, okay?
Boa leitura o/



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(E é bom ter com quem contar…)

Isabella não conseguiu dormir o restante da noite. Aproveitou a falta de sono para corrigir algumas atividades de seus alunos. Quando percebeu, o sol já estava nascendo e seu estômago pedia por um café da manhã. Foi até a cozinha e fez o mínimo de barulho possível para não acordar Kali. Quando já estava tudo pronto ouviu a campainha tocar e correu para atender, para que quem estivesse ali não precisasse tocar de novo e fazer mais barulho.

— Felipe? Chegou cedo hoje.

— Eu tava preocupado.

— Entendi. Entra. Eu estava tomando café, aceita?

— Só uma água, obrigado. – Felipe se sentou à mesa. – Como ela está?

— Está dormindo, espero… Ela estava muito calada ontem, mais que o normal… não sei, ela me parecia estranha. Não conheço ela muito bem, converso mais com o Rafa, então não sei o que ela está sentindo, mas parecia diferente. Ela não vai aguentar muito tempo tudo isso.

— Ela é forte. Vai conseguir.

— Você tem notícias do Rafa?

— Pelo que sei ele passou a noite no hospital. Ele tinha que dar as informações de Célia pra internação e esperar o diagnóstico.

— Ele deve tá cansado… – Isabela ficou pensativa por alguns instantes.

Felipe ficou olhando para a janela da cozinha, distraído.

— Célia bateu forte a cabeça e tá em coma induzido. – Disse depois de um tempo. – Ela também quebrou o braço e vai ficar internada não sei quanto tempo. Victor saiu agora há pouco, não sei pra onde ele foi.

— Seria melhor que ela morresse logo.

— Ela precisa pagar na justiça. A morte não é a melhor solução.

— Mas daria alívio ao Rafael… e a Kali voltaria a sorrir. O Rafa sempre fala de como ela era feliz e gostava de sorrir… Que ela foi forte quando perdeu os pais e o consolou quando seu pai morreu. Nunca a vi sorrir…

— O olhar dela é triste…

— Quero ver eles voltarem a sorrir…

Ficaram mais uma vez em silêncio, perdidos em seus próprios pensamentos.

***

Kali acordou tentando lembrar onde estava. Não reconhecia o quarto. Lembrou-se do dia anterior e viu que tinha dormido em cima do seu diário. Fechou-o e colocou-o dentro da mochila. Sentiu fome. Quando abriu a porta ouviu vozes vindas do andar de baixo, mas não as reconheceu.

Foi ao banheiro lavar o rosto e encarou seu reflexo no espelho acima da pia. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, seu cabelo, sem brilho. Lembrou-se de uma época em que gostava de arrumar seu cabelo como as mulheres da televisão e trocava truques de beleza com as amigas. Era tão nova, mas tão vaidosa. Hoje era raro se olhar no espelho. Ela não queria ver como seu corpo estava marcado ou como seu cabelo estava descuidado. Reparou no corte na sobrancelha que já cicatrizava e lembrou do dia em que desmaiou. Parecia que uma eternidade havia passado, mas seu corte ainda ardia quando a água o molhava. Nunca havia desmaiado antes e aquilo a preocupou, mas preferiu não pensar muito nisso. Queria conversar com Rafael sobre o desmaio, mas preferiu não dizer nada para não deixa-lo mais preocupado.

Fechou a torneira, cansada de olhar para o espelho e de relembrar tudo aquilo.

Quando saiu do banheiro ouviu de novo as vozes. Desceu as escadas, curiosa, e se surpreendeu.

— Você aqui? Você está em todos os lugares? O que ele tá fazendo aqui? – Dirigiu a última pergunta a Isabella.

— Acho que ela tá bem, Isabella, tá me dando patada! – Felipe brincou.

— Patada? – Kali se irritou.

— Você tem razão, Felipe. – Isabella riu.

— Não concorde com ele! - Kali repreendeu Isabella, sentando-se à mesa de braços cruzados. – O que você tá fazendo aqui, Felipe?

— Eu vim entregar uns exercícios atrasados pra ela.

Kali olhou à sua volta. Não havia nenhum papel e não parecia que Felipe trouxera alguma coisa nas mãos.

— Outra mentira. Você sabe qual é a dele, Isabella? Já a segunda vez que ele mente descaradamente pra mim.

Isabella hesitou e olhou para Felipe, que parecia tranquilo como se não estivesse sendo acusado.

— Eu prometi te contar tudo um dia, não prometi? – Felipe disse, olhando-a nos olhos.

— E… você sabe o que é, Isabella? – Kali desviou o olhar se sentindo desconfortável.

— Eu não sei de nada que você não saiba, Kali. – Isabella desconversou, levantando-se. - Você quer o que de café da manhã? Tem café, leite, suco, chá, pão, biscoito e bolo.

Kali não respondeu, se perdendo nas opções. Em sua casa não podia escolher. Ficou pensando um pouco, esquecendo-se da conversa que acabara de ter.

— Café e bolo. – Kali não se lembrava da última vez que tivera essa combinação de café da manhã.

Isabella colocou um bolo de laranja e uma garrafa térmica com café na mesa e deu uma xícara à Kali para que ela se servisse.

— Açúcar ou adoçante? – Isabella perguntou.

— Açúcar.

Kali começou a comer em silêncio. Isabella e Felipe também não falavam nada, deixando o ambiente desconfortável.

De repente a campainha tocou assustando os três em meio ao silêncio. Isabella se levantou para atender a porta e Felipe aproveitou para perguntar à Kali:

— Você está bem?

— Hum… – Kali não queria responder. Não gostava dessa pergunta porque nunca estava bem, mas também achava que não era da conta de ninguém. Foi quando escutou a voz de Rafael. Levantou-se rápido, aliviada por não precisar responder, e abraçou Rafael.

— Você está bem? – Rafael perguntou. Para ele, ela sempre respondia sim a essa pergunta por não querer preocupá-lo.

— Sim e você? – Kali o olhou – Está com olheiras…

— Eu estou bem.

­– E Célia?

— Tá em coma induzido e quebrou um braço.

— Ela… vai sobreviver?

— Não sei.

O assunto se encerrou ali e Isabella convidou Rafael para tomar café da manhã.

***

Estavam todos sentados no sofá. A televisão estava ligada e Isabella e Felipe conversavam alguma coisa aleatória, Kali prestava atenção na conversa abraçada a Rafael, que cochilava. Ele estava com sono. Havia ficado a madrugada toda acordado no hospital.

— Rafa, – Isabela chamou-o. – se você quiser pode dormir no quarto lá em cima.

— Não, eu tô bem.

Era claramente uma mentira, mas Rafael não queria ser um incômodo.

— Deixa disso. Vem, vamos subir. – Isabela puxou-o pela mão,  levando-o para o quarto onde Kali havia dormido.        

— Você não me respondeu. – Felipe disse à Kali quando estavam sozinhos.

— O quê?

— Eu te perguntei se você está bem.

— Por que quer saber?

— Porque eu me importo.

— Você é curioso, né? – Kali desconversou.

— Até demais. E você não gosta de falar sobre você.

— Não tem o que falar.

— Eu acho que você simplesmente não quer falar, mas tem muitos segredos.

— Segredos? – Kali ironizou. – O único segredo que eu tenho você já descobriu. Não tem mais nada pra saber sobre mim.

— Eu duvido.

Ficaram alguns instantes em silêncio.

— Você está bem? – Felipe perguntou mais uma vez.

— Você não desiste, né? – Kali não chegou a rir de fato, mas achou graça da insistência de Felipe.

— Não. Algumas pistas só se conseguem se não desistir delas.

— Por que você fala tanto em pistas?

— Sou curioso, lembra? E gosto de histórias de investigação.

— Tipo Sherlock Holmes?

— Sim, e você não me respondeu de novo.

— Na verdade a resposta é: eu não sei como estou. – Kali decidiu responder.

— Entendo. Espero que fique bem um dia.

— E eu espero que esse “um dia” chegue logo.

***

No quarto, Isabella fazia a mesma pergunta a Rafael enquanto arrumava a cama para ele deitar.

— Eu estou bem.

— Certeza?

— Sim. – Rafael se deitou. – Obrigado por cuidar da Kah.

— Não foi incômodo nenhum. – Isabela sorriu. – Eu fico feliz por poder ajudar de vez em quando. Se pudesse faria mais por você… por vocês dois. – Isabella se corrigiu, mas Rafael não notou o erro.

— Você já faz muito. Obrigado, de verdade.

— Você está com muito sono. – Isabella encerrou o assunto. – Durma bem.

Isabella saiu do quarto. Estava feliz por ser útil e Rafael dormiu aliviado por saber que Kali estava segura sob os cuidados de Isabella. Era bom ter uma amiga como ela.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
To sentindo falta de algumas pessoas por aqui... Espero que vocês não tenham desistido.
Se você leu até aqui #obrigada^^



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