Eternity escrita por sallyssong


Capítulo 39
Confessions in the night.




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Quinta-feira, uma hora e cinco da manhã.

 

   Catherine adentrara a pequena e vazia praça que ficava em Londres. Matthew adorava aquele local. Caminhou o pequeno trecho que levava até a parte preferida dele, onde ele passava a maior parte das madrugas, apenas sentado pensando, ouvindo o barulho do vento e dos animais noturnos. Catherine pisava devagar no chão, ouvindo atentamente o barulho de folhas sendo esmagadas pelos seus pés delicados. O caminho parecia comprido demais, mas, logo seus olhos puderam avistar ele. Estava alí, sentado como de costume. A pele alva e o rosto sereno. Os olhos verdes levantaram-se do chão e a encararam seriamente.

- Que bom que veio. – Catherine falara, parando alguns metros do homem, que continuara sentado no banco perto de algumas árvores.

- Você queria falar comigo. Estou aqui. – Matthew falara, observando-a seriamente. Catherine ficara em silêncio durante um bom tempo.

- Eu sinto sua falta. – Catherine falara simplesmente. Matthew a encarara com a feição ainda serena. – Sinto sua falta naquela casa. Sinto sua falta em minhas noites. A eternidade será apenas um enorme martírio sem você. – Catherine falara sinceramente. Suas palavras transbordam verdade.

- Você passou 200 anos sem mim. – Matthew falara, olhando-a com a mesma feição de antes, porém, abalado com o que Catherine acabara de falar.

- Agora que eu te conheci, acho que não consigo passar nem um ano longe de você. – Catherine falara com uma voz infantil e baixa. – Sei que fiz muitas coisas que você consideram ruins, Matthew. Mas nunca, jamais, duvide do quanto você significa para mim. – Catherine falara, ainda encarando-o firmemente. Um silêncio se instalara entre os dois. Matthew se perdera nos olhos agora, azuis acinzentados da garota. Lembravam-no muito um mar em dia tempestuoso.

- Kurt matou Isabelle. – Matthew falara baixo. Catherine suspirara profundamente e colocara uma de suas mãos sob a têmpora, tirando logo em seguida.

- Não foi Kurt. – Catherine falara simplesmente. Matthew, que estava encarando os seus pés há segundos atrás, desviara o olhar do solo barroso da praça e encarara Catherine perplexo.

- Então porque ele mentiu? Para te proteger? Enquanto isso eu era enganado, enrolado em uma imensa teia de mentiras? Não entendo, Catherine. Como Kurt pôde assumir sua culpa. – Matthew falara, com um tom amargo na voz. Catherine o encarara durante alguns segundos e decidira falar.

- Não fui eu. – Catherine falara. Matthew a olhara no mesmo instante, perplexo. – Não fui eu que matei Isabelle. Na noite que ela morreu, eu estava no abrigo de Kurt. – Catherine falara olhando-o verdadeiramente. A cabeça de Matthew parecia girar.

- Porque não desmentiu antes então? Porque não me avisou? – Matthew falara, levantando-se e caminhando na direção de Catherine.

- Há algum tempo eu ouvi dizer que “os justos não se justificam”. Eu esperava sinceramente, que você confiasse em mim. – Catherine falara, olhando para baixo. Seu tom de voz era infantil e magoado. Matthew se aproximara dela e segurara seu rosto com as mãos. Os olhos verdes se perderam nos azuis, mantendo contato por longos minutos. Os lábios foram selados durante segundos e Catherine sentia-se feliz por dentro. Logo que se separaram, ficaram alguns minutos em silêncio, e Matthew decidira cortá-lo.

- Mas... Se não foi você, nem Kurt. Quem foi? – Matthew falara e logo os dois puderam ouvir um barulho de folhas sendo amassadas logo atrás deles. Viraram-se na mesma hora e puderam vê-lo.

- Estava esperando ansiosamente por essa parte. Toda a parte melosa do começo me deu enjôo, mas, decidi superá-lo só por esse momento. Tão clichê, mas, se vocês estivessem onde estou, estariam adorando! – A voz grossa e debochada falara. Catherine encarava-o com raiva, e Matthew encarava-o confuso. – Enfim, como vocês devem adivinhar, eu que tirei a pequena e inútil vida de Isabelle.

Matthew encarava-o perplexo. Confusão, raiva, tantos sentimentos passava pela sua cabeça.

- Thomas, eu não estou entendendo. – Matthew falara, com seu tom de voz confuso. Thomas soltara um riso irônico e parara a alguns metros do casal.

- Deixe-me explicar então... Isabelle já estava dando no saco, assim seria o melhor modo de defini-la. Todo aquele papinho imortal estava me enjoando. Eu pensei durante dias em um modo de separá-los, você e Catherine. E logo, uma idéia brilhante me veio à cabeça: Isabelle! Bingo! Você sabia que Catherine a odiava, sabia do que ela era capaz de fazer por você... Foi só preciso de um empurrãozinho para tudo desandar. Você precisava de um ombro amigo, Matthew. Eu lhe dei tudo que precisava. – Thomas falara, explicando tudo, detalhe por detalhe. A confusão e o arrependimento na cabeça de Matthew se pudessem matá-lo, arrancariam seu fígado no instante. Catherine só olhava para Thomas seriamente. Com sua expressão habitual, fria. – Eu lhe ajudei com seus problemas. Eu era o que você queria no momento. Um amigo predador. O mesmo ser noturno e demoníaco que você. De perto foi mais fácil agir com tudo. Com sua confiança, tudo decorreu muito bem. – Thomas parara de falar e quebrara um galho que estava no chão, pisando-o fortemente, logo, voltando seus olhos para o casal. – A idéia da conversa foi ótima para mim, também. Obrigada Catherine, você como todos dizem, é muito inteligente. – Thomas falara e sorrira.

- Porque tudo isso? – Matthew falara, encarando-o agora sério.

- Matthew, Matthew... Estava entediado. Vocês me pareceram um joguinho e tanto muito divertido. Catherine, a anciã demoníaca que todos possuíam medo e julgavam-na cruel. Quem diria que por trás do monstrinho havia uma mulher birrenta, que só queria seu parceiro só para si? Não é tão durona quanto dizem... E Matthew... O humano que não se conformou com sua nova vida das trevas. Ainda preso ao mundo humano, não queria aceitar quem é... Vocês me chamaram a atenção. E claro que, Catherine por ser uma anciã, me traria muitos benefícios como pular de geração rapidamente. – Thomas falara, aproximando-se dos dois com cautela. Catherine mostrou-lhe as presas e o encarara como uma predadora preste a atacar. – E posso dizer que você Matthew, é uma gracinha. Simplesmente atraente demais... Agora sei porque todas caem aos seus pés. É um imã natural. – Thomas falara sorrindo.

- E o que te faz pensar que eu não iria acabar com você antes? – Catherine falara, sorrindo debochadamente.

- Bom, pensei nisso também. – Thomas falara e em um gesto rápido, puxara Matthew para perto de si, fazendo com que Catherine se jogasse em sua direção, tentando atacá-lo. Dois homens, os amigos de Matthew que freqüentavam o ninho de Kurt, apareceram e seguraram-na fortemente. Era difícil, pois ela se debatia tanto. Mas em segundos ligeiros, os homens prenderam-na com uma corrente de prata. Matthew tentara se soltar de Thomas, mas não conseguira, Catherine tentara se soltar e em um movimento brusco, jogara um dos homens em direção ao chão. O outro a enfiara em um enorme saco que parecia ser feito de pano. Como era pequena, coube perfeitamente alí.

- Vamos, Matthew. Vamos todos fazer uma visita a uma de minhas casas. Aposto que adorarão! – Thomas falara sorrindo irônico e friamente.


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