Believe - Heiress of Death escrita por a n a k l u s m u s


Capítulo 7
Capítulo Seis - Respostas ou mais perguntas?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Então, primeiro eu quero pedir desculpas por não ter postado na sexta-feira, como deixei combinado. Alguns probleminhas pessoais me impediram disso, mas aqui estou... Prometo tentar não repetir isso, quem sabe deixar o poste programado. Mas enfim, espero que gostem do que vem por ai...



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Nem mesmo sabia para onde estava indo até que me deparei com as portas que dariam na piscina. Ou talvez eu soubesse desde muito antes enquanto as lágrimas mal deixavam o caminho a minha frente visível. Ainda dava para ouvir a música dali, mesmo que fosse baixa. Com um suspiro abri atravessei a porta, deixando-a bater atrás de mim.

Meu coração pareceu parar de bater por alguns breves segundos enquanto eu vasculhava o local. Estava vazio. O que eu esperava? Não podia parecer tão desapontada quando me sentia ao caminhar em direção a borda da piscina. A dor das palavras de Ian ainda era forte e me deixava enjoada.

Arrumei a parte de trás do vestido e sentei. Amaldiçoei mentalmente as botas e mais ainda as meias por ser impossível molhar os pés. Como consolo, mergulhei a mão direita na água morna, percorrendo a água com os dedos fazendo desenhos aleatórios que desapareciam no segundo seguinte.

Eu não sabia o que se passava em minha cabeça. Foram tantos os acontecimentos dos últimos meses... Mais do que eu poderia esperar por toda a minha vida. E o pior de tudo era o fato de nada parecer ter sentido ou explicação. Quanto mais eu procurava, menos encontrava. Para completar, pessoas como Ian gostavam de me lembrar de tudo da pior forma possível.

– Parece pensativa.

Só não pulei de susto porque estava sentada. Meu coração batia acelerado – eu só não sabia se pelo susto ou por outra razão. Nathan sentava ao meu lado, cruzando as pernas da mesma forma que as minhas se encontravam.

– Tenho tido muito no que pensar. – Respondi em um tom baixo para manter algum controle sobre a minha voz, enquanto sacodia as mãos e secava o rosto em seguida, agradecida pela pouca luminosidade do local.

– Posso imaginar. – Aquele riso sarcastico dele era tão irritante. – E como foi a dança?

Foi a minha vez de rir.

– Surpreendentemente boa. Fred é um cara legal, vai estudar aqui agora.

Nathan pareceu bufar e revirar os olhos debaixo daquele boné.

– Que divertido! – Mas seu tom deixava bem claro o desgosto que sentia, me fazendo rir mais abertamente.

– Mandy pareceu gostar muito da ideia. Parece que eles se entenderam bem.

Seu olhar dessa vez foi curioso, divertido, eu diria que quase aliviado, se pudesse imaginar alguma razão para isso. Mas ele limitou-se a sorrir e voltar a olhar para a água.

– Tenho uma curiosidade.

Depois de alguns minutos de silencio, o comentário dele me surpreendeu e logo perguntei.

– Qual?

Nathan girou o corpo ao mesmo tempo em que virava o boné para trás, ficando de frente para mim. Seu sorriso era um tanto desconcertante, uma mistura de inocência de criança quando busca descobrir alguma coisa nova e de um garoto que sabe que fará uma arte, enquanto ele estendia a mão em minha direção, com a palma virada para cima.

– Coloque sua mão na minha.

– Hum... Como? – Eu podia sentir minha mão tremer levemente. O que estava acontecendo comigo?

– Anda, vamos.

Seu olhar era profundo e não desviavam dos meus. Parecia ter muito mais dentro dele do que eu conseguia entender. O sorriso torto em seus lábios era tranquilo e reconfortante. Parecia impossível não confiar em Nathan, o que só aumentava a sensação de já conhecê-lo.

Respirei fundo, controlando o temor e finalmente fiz o que ele pedia. Não sei o que eu esperava. Ele era alguma espécie de fantasma, alucinação... Devia passar direto por mim, como se fosse feito de ar, como acontecia nos filmes. Ainda não havia descartado a ideia de ser apenas fruto da minha imaginação. Até aquele momento.

O toque foi delicado, mas real, bem real. Sua pele – se é que posso chamar de pele – era apenas uma pouco mais fria que a minha, mais aveludada, mas completamente palpável. Eu não conseguia desviar os olhos de nossas mãos e, pelo que eu sentia, nem ele. Nathan começou a deslizar os dedos pela minha pele provocando cócegas.

– Interessante. – Sussurrou ele.

Puxei minha mão.

Uma parte de mim deseja não ter feito isso. Ainda podia sentir a textura de seu toque enquanto o coração batia acelerado em meu peito. Mantive a cabeça baixa, evitando olhá-lo enquanto sentia que seus olhos buscavam os meus.

– Nathan... O que você está fazendo? Quero dizer, porque você está aqui, na escola? – Permaneci de olhos baixos, envergonhada por perguntar tão abertamente. Ele provavelmente me acharia uma intrometida.

– Eu não sei. – A resposta não era grossa, como eu poderia esperar, estava mais para confusa. – Angelique, eu não sei! – Ele virou para me olhar, deixando-me surpresa com seu desespero. – Um dia simplesmente estava aqui, exatamente nesse lugar, e ninguém mais podia me ver.

Uma mistura de sentimentos começou a me invadir: medo, preocupação, pena, um desejo quase incontrolável de descobrir uma forma de ajudá-lo. A sensação de já conhecê-lo se intensificava, mas nada me fazia lembrar.

Eu não entendi bem o porquê, mas sentia certa ligação com Nathan e sabia que podia confiar nele. Quando dei por mim, já estava desabafando.

– Alguns meses atrás eu fui escondida a uma festa, meu pai me proibira de ir por não gostar do garoto aniversariante. Eu sabia que seria uma festa cheia de barulho, farra e bebidas, o que confesso, não faz meu estilo. Mas Mandy e eu nos dizíamos que seria importante para o jornal. – Estava acelerando o ritmo da fala, mas temia que pudesse perder a coragem, por isso continuei. – Meu irmão foi me buscar, queria me proteger da festa e da bronca que levaria do meu pai... Ele sempre fez isso, sempre cuidou de mim. Quando voltávamos para casa, eu briguei com ele... Eu gritei, reclamei, eu... – Respirei fundo antes de continuar. – Um caminhão perdeu o controle e meu irmão Charles não conseguiu desviar. – Eu não aguentava, não podia aguentar. Escondi o rosto entre as mãos, sem conseguir conter as lagrimas. – Foi minha culpa! Por minha culpa ele morreu!

Era a primeira vez que eu falava tão abertamente do assunto. Nem mesmo com Mandy comentava e recebia o respeito dela de não perguntar. Era doloroso demais recordar o acidente. Por mais que tentassem me fazer mudar de pensamento, eu sabia que a culpa era toda minha. A minha raiva fizera com que Chuck perdesse a concentração na estrada. A minha idiotice tirara a vida do meu irmão.

Meu corpo estava encolhido enquanto as lágrimas molhavam meu rosto e mãos. Para minha surpresa, senti um leve toque em meu ombro, ao mesmo tempo desajeitado e reconfortante.

– Não foi sua culpa, Angie. Não devia pensar assim.

Prendi um soluço, enquanto enxugava o rosto com as mãos, envergonhada do momento de fraqueza. Eu não era assim, sempre soubera me conter. Quem era aquele garoto capaz de tirar minhas armaduras? Abracei meu próprio corpo e continuei, ainda sem olhar para ele.

– Quando acordei no hospital, depois do acidente, podia ver pessoas que ninguém mais via. Muitas pessoas. Elas apareciam e sumiam com a mesma rapidez. Nunca falavam nada. – Franzi o rosto que estava vermelho depois do choro. – No dia que cheguei a minha casa, comecei a ver o Charles – Criando coragem virei o rosto para olhá-lo. Nathan tinha uma preocupação visível o que me deixou ao mesmo tempo feliz e culpada. – Antes de você, foi o primeiro a falar comigo.

Nathan levantou, começando a andar de um lado para o outro.

– Então foi depois do acidente que quase te matou e em que perdeu seu irmão...? Desculpa. – Ele virou para me olhar, temendo ter falado demais. Fiz um gesto com a mão para que continuasse. – Foi depois disso que passou a ver... Pessoas como eu? – Ele realmente parecia não gostar da palavra fantasma.

– Foi.

– Tenho uma teoria... – Seus passos silenciosos começavam a me deixar nervosa, então levantei. – Talvez a experiência de quase morte tenha mudado algo em você. Uma passagem não completa pelo caminho entre os mundos, talvez... – Sua voz foi diminuindo até um sussurro.

Ergui uma das sobrancelhas, sem entender quase nada do que dizia. Parece uma espécie de nerd com teorias alucinantes. Foi a minha vez de tocá-lo. Segurei-o pelo braço – ainda surpresa de poder fazê-lo – quando estava prestes a fazer uma volta para continuar andando.

– Você está me deixando tonta.

Nathan sorriu. Um sorriso simples, mas sincero, sem ironia e bem, de tirar o fôlego.

– Sinto muito.

– Tudo bem. – Hey, Angelique, acorda. – Mas... E você? Por que você está aqui? Não lembra de nada do que aconteceu com você ou sobre sua vida?

Os olhos claros se tornaram escuros. Temi ter tocado em um assunto delicado quando realmente me dei conta de algo: eu podia ver Charles, que estava morto. No hospital muitas pessoas morriam. Nathan... Não, eu não podia pensar nisso.

Wake Me Up começou a tocar alto vindo de algum lugar bem perto e eu mal conseguia prestar atenção nisso, com a cabeça tão acelerada como naquele momento. A música continuava. Droga! Retirei o celular do bolso quase invisível na lateral do vestido, sabendo exatamente de quem era a ligação. Atendi, virando de costas para Nathan.

– Mandy, eu não...

– Onde você está? A festa já está acabando, preciso de você aqui.

Já? Eu havia perdido completamente a noção do tempo.

– Estou indo. – Desliguei sem esperar resposta.

Minha melhor amiga provavelmente iria querer me matar depois disso, mas eu tinha coisas mais urgentes para tratar no momento. Virei novamente esperando ver Nathan, mas só encontrei o vazio onde antes ele estivera.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Não deixem de comentar, a opinião de vocês é sempre importante para mim... E logo, logo teremos mais. Boa semana!



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