Believe - Heiress of Death escrita por a n a k l u s m u s


Capítulo 8
Capítulo Sete - O tempo faz bem ou mal?


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Só quero pedir desculpas a demora, novamente. Ando precisando melhorar isso. Mas aqui está, um novo capítulo. Espero que vocês gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538112/chapter/8

Os dias pareciam passar cada vez mais lentos conforme a volta às aulas se aproximava. As tardes na biblioteca não pareciam mais suficientes para acalmar minha ansiedade, era bem difícil mergulhar nas histórias dos livros quando fantasmas apareciam para assombrar. As longas conversas com Mandy me deixavam ainda mais nervosa, vendo Chuck sorrir descontraído para mim. Os momentos quem ficava sozinha eram os piores, quando os pensamentos podiam voar livres. Dormir não era a melhor saída: sonhos cada vez mais confusos, cheios de fantasmas, sombras ou um garoto com boné – sem nome – me atormentavam o sono.

Eu ainda não entendi o que estava acontecendo. Quando conseguia ficar a sós com meu irmão, não recebia nenhuma resposta direta. Foram dias longe da escola, sendo assim, nada de conversas com Nathan. Não que eu estivesse pensando muito nisso...

Foram terríveis 18 dias.

A festa de apresentação parecia ter sido há séculos e as aulas há anos luz de distância. Ainda assim, meus pensamentos, sentimentos e temores não estavam em ordem quando o dia chegou. Não podia deixar de pensas nos últimos momentos que passei com Nathan e nossa conversa direta, tão aberta, ainda que rápida. Outra coisa quase inesquecível era o toque de nossas mãos. Eu precisava me sacudir para acordar quando tais lembranças me levavam para longe.

Acorde Angelique.

Eu tentava pela terceira vez prender meu cabelo em um perfeito rabo de cavalo, mas o rebelde teimava em sair do lugar.

– Inútil seguir com isso.

– Está realmente falando do cabelo, irmãzinha?

Dessa vez nem mesmo me assustei. Depois de tanto deparar com seu irmão morto no seu quarto, você acostuma, acredite. De uns dias para cá, ele vivia aparecendo para uma conversinha.

– É claro! Do que eu estaria falando? – Perguntei, sem acreditar na petulância de Chuck. Que direito tinha um irmão morto de se meter em meus pensamentos?

– Foi uma pergunta inocente, anjo. – Sua risada descontraída preencheu o ar, a risada tão amada por todos quando ele estava presente – e vivo.

Larguei o cabelo solto, desistindo irritada de arrumá-lo e agarrei a mochila jogada na cama.

– Vá para o inferno, Charles.

Depois de um rápido e solitário café da manhã, fui esperar Mandy na varanda. Exatamente no horário marcado, o que era uma surpresa, ela encostou o carro na calçada.

– É sério que você vai assim para o primeiro dia de aula? – Sua cara de decepção era desconcertante, até para mim.

– Qual o problema? – Olhei para baixo. O que havia de errado com minha querida calça jeans e a blusa de ombro caído do Capitão América? Seria o tênis? Qual é! Eu estava bem normal.

– Definitivamente você precisa de um banho de loja. – Sacudia a cabeça, abrindo finalmente a porta do carona.

– Bom dia para você também, Mandy.

– Querida, como ter um bom dia se você não aprendeu a mostrar o que tem de belo?

Não pude conter o riso, tão sincero e quase escandaloso demais.

– Olha o drama! Vamos logo, antes que chegue atrasada para sua entrada triunfal justo no primeiro dia.

Usei as palavras certas, logo estávamos saindo com o carro.

Mandy estava com um vestido bonito, mas não muito estilo escolar em um tom laranja delicado. Pelo menos não era curto demais e nem de uma cor muito viva, já que o laranja já era relativamente chamativo. E claro um belo par de saltos.

Chegamos cedo, devido à pressa sempre desnecessária de Mandy no transito, o que acabou sendo bom por nos dar tempo de sobra para passar na secretária e pegar os horários.

– Que maravilha! Desistiram de nos separar.

Tive que concordar. Quase todas as minhas aulas eram no mesmo horário das de Mandy. Entrelacei meu braço ao dela, puxando-a em direção aos nossos armários.

– Pelo menos passaremos pela tortura juntas, não é, Walker?

– Isso aí, Davis. Esse ano que nos aguarde.

Sorri divertida e a soltei para destrancar o mesmo armário com a antiga combinação. Pelo menos isso não havia mudado nos últimos tempos. Fotos e adesivos ainda estavam colados por todo o interior da porta. Chuck e Mandy ocupavam a maioria ao meu lado. No fundo do armário, alguns papéis esquecidos no último ano que eu teria que jogar fora. Quando fui guardar alguns livros que não precisaria para as primeiras aulas, um papel me chamou a atenção. Era muito branco, novo e nada amassado para ser lixo. Parecia ter sido colocado ali recentemente. Peguei-o e antes que pudesse começar a ler, Mandy o viu por cima do meu ombro.

– O que é isso?

– Nada! – Me apressei a escondê-lo dentro do livro que levaria para a aula de biologia. – Só umas anotações antigas, pode ter algo útil.

– Nossa, algo útil ai dentro? Que bagunça, Angelique! Vamos dar um jeito nisso antes de ir embora.

– Tudo bem, mas vamos logo para a aula. – Bati a porta do armário com um pouco de exagero.

Apressei-me em seguir para a sala de aula com Mandy atrás de mim, desviando a atenção dela do papel. Perguntei quem seria o nosso professor esse ano, mas Mandy também não sabia, já que para nossa sorte, Sr. Gerard, um velho asmático com a voz mais sonolenta que a dos atletas na primeira aula, havia se aposentado. Meu desejo era de um bom professor, já que biologia era uma das matérias mais complicadas para mim, perdendo apenas para cálculo. Já minha amiga preferia um professor que fosse gato, é claro.

Sentamos em uma das carteiras ainda vagas para esperar o início da aula, mas logo Mandy levantou para cumprimentar alguns colegas. Um tempo sozinha, era o que eu precisava, por isso apenas acenei e permaneci sentada. Abri o livro sobre a mesa na página que estava o pedaço de papel que havia encontrado no armário, podendo finalmente dar atenção a ele.

– Oh! – Quase fiquei sem ar enquanto lia. Tratava-se de uma frase de um dos meus livros preferidos: O Pequeno Príncipe.

“Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fossem música...”

Junto com a frase, havia um desenho quase infantil do Pequeno Príncipe. Deixei o papel sobre a mesa enquanto tateava dentro da mochila. Retirei de lá, meu exemplar já um tanto surrado do livro O Pequeno Príncipe. Quem enviara a mensagem? Seria coincidência demais uma frase justamente daquele livro.

Mandy se aproximava rapidamente. Guardei o bilhete dentro do exemplar de origem da frase, deixando-o na mesa junto com o de biologia.

– Hum, até que ele não é dos piores.

Levantei os olhos para ver do que Mandy falava. Um homem, ainda novo, entrava na sala, muito bem vestido e com uma mochila nos ombros. Não usava terno nem gravata, mas uma espécie de blazer com a calça jeans escura. Tinha uma beleza diferente, na verdade, era mais para charme do que beleza. Apresentou-se como Sr. Scott, novo professor de biologia.

A aula foi uma apresentação da matéria que seria dada no decorrer do ano letivo. Minhas anotações, pela primeira vez, ficaram confusas. Meu pensamento ainda estava no bilhete, em quem o teria mandado e de quem eu queria que fosse.

Logo depois da festa de apresentação, acreditei que um tempo longe fosse o grande remédio para tirar Nathan da minha cabeça, mas as constantes aparições de fantasmas na minha frente não ajudavam em nada, mesmo que a maioria nem falasse comigo. A verdade é que todos os dias longe da escola, só aumentavam ainda mais a minha necessidade de entender tudo o que estava acontecendo.

As aulas seguintes não foram muito diferentes. Precisei de um esforço sem tamanho para me manter concentrada e diversas vezes Mandy me chamava de volta à realidade que, depois da terceira vez, desistiu de perguntar o que eu tinha. A novidade foi a presença de Fred. A partir da segunda aula, faríamos todas no mesmo horário. Na única aula que tinha separada de Mandy, foi a vez de Fred ter o trabalho de manter ligada.

– Vamos lá, Angelique. Álgebra não é assim tão ruim.

Ainda estávamos na metade de aula e eu já não entendia nada.

– Isso não faz sentido! – Comentei, quase em desespero. – Se já estou assim, no meio do ano estarei reprovada.

– Fique tranquila, eu vou te ajudar com as exatas e você me ajuda com literatura, fechado? – O sorriso de Fred era tão amigável e reconfortante, suas feições possuíam um toque quase infantil, o que o tornava fofo. Não pude negar a oferta, só precisa manter Amanda ao nosso lado, caso contrário era me mataria.

– Está bem, fechado.

Jamais poderia esperar fazer uma amizade tão incrível em tão pouco tempo.

No horário do intervalo me despedi de Friedrich a caminho da sala destinada ao jornal do colégio para encontrar com Mandy. Teríamos muito trabalho pela frente para organizar tudo para a primeira edição do ano.

– Sortuda! Terá todas as aulas ao lado do Fred. – Fui recebida com um bico e a cara de tristeza de Mandy.

– Você tem a maioria também... E veja pelo lado bom, posso falar coisas boas a seu respeito. – Depois da falta de atenção dedicada a ela nos últimos dias, era mais do que merecido. Destranquei a porta, entrando em seguida.

– Fará isso por mim, Angie? Ai, eu sabia que podia contar com você! – Quase sufoquei com o abraço de urso que recebi.

– É claro, se eu sobreviver... Tossi, quase sem ar quando Mandy me soltou.

Depois de uma rápida organização da sala, que ainda precisava de uma limpeza, sentamos para decidir as matérias do jornal. Separávamos algumas ideias sobre os eventos do ano, quando Mandy surgiu com outra.

– Seria uma boa dar alguma notícia sobre o aluno que sofreu o acidente, não acha? Até agora ele não voltou para o colégio.

– Hum, que garoto? Não me lembro dessa história.

– Você merece um prêmio da péssima memória, gata. – Mandy dirigia-se para o armário de arquivo, com as edições passadas do jornal. – Foi no começo das aulas passadas, ele sofreu algum acidente e não pode mais vir... Como é mesmo o nome dele? Onde está... – Esperei enquanto procurava a edição. – Aqui! Ele se chama Beckman, Nathan Beckman.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso. Não deixem de comentar, é bom ter a opinião de vocês.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Believe - Heiress of Death" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.