Presos na Liberdade escrita por The GreenArth


Capítulo 6
Nervos aflorados


Notas iniciais do capítulo

CONTINUANDO DO EPISÓDIO ANTERIOR...



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No lado de baixo, dentro do pequeno penhasco, estão os Besouros andando, preparados para qualquer coisa. Já se passavam uma hora desde quando Beetle e Robert aceitaram o acordo de Bruno, e o primeiro já estava convicto que não estavam sendo seguidos, já que permaneciam intactos desde quando fugiram do acampamento há já uma bela quantidade de tempo, porém, ainda estava atento para não ser surpreendido, como o resto do grupo. Bluebeetle por incrível que pareça era o que menos estava preocupado com tal ameaça, apenas observando a paisagem e notando a estranha presença de esculturas barro que pareciam ter o formado de um homem, mas não qualquer homem, uma figura familiar, mas por conta do desgaste do tempo somado com o passar dele, Blue não conseguia distinguir o que elas representavam. Os outros três estavam mais estranhando a mudança no estilo do solo, e isso chamava maior atenção em Robert, que estava só esperando o primeiro comentário para comentar em seguida. E eis que o primeiro comentário é dito, feito por ninguém menos do que Bruno.
– Bruno Torres: Estas estátuas me são familiar... alguém mais as reconhece?
– Robert Sonson: Como assim familiar?
– Bruno Torres: Sinto como se já tivesse as visto em algum lugar.
– Robert Sonson: O que me chamou mesmo a atenção foi o fato do solo agora ser formado por areia, e não mais por terra. É curioso esta mudança...
– Beetleleader: Blue, realmente essas estátuas me intrigam. Parece que todas representam a mesma coisa, e por existirem, estou suspeitando que há mais de um nativo por estas terras onde andamos. Podemos estar perto da aldeia, e com isso... mais próximos deles.
– Bruno Torres: Se aquele homem capturou a Stephanie... pode ser que ele a tenha deixado em sua aldeia, e se estamos nos aproximando dela...
– Beetleleader: Sim, podemos estar próximos da Stephanie, porém, mais próximos da luta. Pois bem... estão todos prontos para esse tal confronto eminente? Pois, com toda a certeza... este deve ser nosso campo de batalha.
– Bruno Torres: Com toda a certeza. Já sabem o que fazer?
– Robert Sonson: Sim. Felizmente esse lugar está cheio de pedras, podem ser úteis. Mas, algo que me chamou a atenção foi a mudança da geologia desta região em relação ao ponto em que estávamos. Tipo... agora o chão está formado por areia.
– Beetleleader: Sim, já andamos um bom tanto. Algo que me veio a cabeça é que, caso não formos atacados, podíamos seguir reto até sairmos destas matas. Pelo visto, este lugar tem um fim, e como não fomos atacados por nenhum animal...
– Robert Sonson: É verdade. Sabia que não tinha muitos animais perigosos aqui.
– Beetleleader: Estou começando a rever se nosso medo quanto aquele homem e este lugar. Parece que não era tão preocupante quanto havia imaginado.
– Bruno Torres: Eu já sabia disto. Principalmente do fato de você estar com medo. Mas foi uma boa aventura.
– Beetleleader: Sim. Mas o prejuízo dos itens que foram perdidos foi também em um bom tamanho, não acha? Mas... fico feliz que sinto que isto já está acabando, ou esteja próximo de acabar.
– Bruno Torres: Igualmente.
– Robert Sonson: Caso não conseguirmos sair daqui hoje, o que acham que nossos pais vão fazer?
– Beetleleader: Ficar apavorados, e ligar para polícia rodoviária. Ou para a política talvez. Mas não quero apavorar meus pais com isso, então ainda pretendo resolver tudo ainda hoje.
– Robert Sonson: Está bem convencido que sairemos daqui hoje, Beetleleader. Mas... se isso não ocorrer?
– Beetleleader: É bem provável que ocorra. Talvez, o homem nos tenha perdido de vista, já que não fomos atacados desde aquela intimidação. Não sei. Só não digo que devemos abaixar a guarda. Ainda estou preocupado com a segurança de todos, uma vez que nada ainda é garantido. Mas algo que diz que vai dar tudo certo.

Ouvindo tudo, o homem em cima de uma árvore estava pronto para atirar, com seu arco-e-flecha, levando em conta que as flechas não estavam com nenhum líquido inflamável ou algo que possa as adulterar, apenas com sua ponta de metal, esculpida de modo artesanal, que a deixava ainda mais cortantes.
– Homem: Se acham que não devem ter medo de mim, e que poderão sair de Liberdade sem eu saber. Estão muito enganados.

A primeira flecha é atirada, e vai em direção a Beetleleader que logo a percebe, e se desvia pulando para trás e caindo, fazendo a mesma se cravar no solo onde pisava, revelando que estavam sendo atiradas com muita força.
– Beetleleader: ELE ESTÁ AQUI!
– Bruno Torres: ESPERO QUE ESTEJA PRONTO PARA CAIR SEU INDIOZINHO BARATO!

Blue olha para o céu para ver de onde veio o ataque, e logo vê outra flecha vindo em sua direção, a desviando. Beetleleader fica de início apenas observando atento, e ao ter mira se levanta e pega uma pedra, atirando-a contra o homem. Acertando seu alvo, ele quebra o galho onde o ser estava apoiado, o fazendo pular usando de uma vinha para chegar até outro.
– Bruno Torres: BELEZA! BOA MIRA BEETLE!
– Beetleleader: OK. TODOS... SE DIVIDAM E FAÇAM O MESMO. JÁ!

E assim, os quatro se dividem correndo cada um para um lado, com uma pedra nas mãos, buscando ter a mira do homem que agora estava começando a perceber que foi atraído para uma armadilha, e ficando nervoso com isso.
– Homem: Crianças... se acham expertas.

Beetleleader atira mais uma pedra contra ele, mas o homem contra-ataca com uma flecha tão forte que a quebra, e vai em direção a ele. Desatento, o ser é pego de surpresa por um ataque de Bluebeetle, que quebra seu apoio o assustando, e após uma pequena queda se apoia em outra vinha e sobre de volta a uma árvore, agora em um ponto mais alto pretendendo não ser acertado. Pois bem. Minha única pretensão aqui é apenas me divertir, mas agora, hora de encerrar este assunto.

Do alto, o homem atira duas flechas contra Beetleleader e Marcelo, dois que estavam em sua visão. Beetle escapa da flecha e contra-ataca com uma pedra, mas o outro é atingido de raspão por ela, rasgando sua camisa. A pedra de Beetle não alcança o homem, porém outra é atirada por parte de Robert Sonson, que consegue além de tudo acertar sua nuca, fazendo-o cair.
– Bruno Torres: BOA!

O homem cai de costas no chão em uma dolorosa queda, mas ele parecia não ter graves lesões. Os Besouros vão em sua direção, preparados, e de longe olham o homem imóvel deitado no chão, acordado. Bruno arrisca chegar mais perto, e o homem se levanta pegando seu arco-e-flecha. Bruno o olha, e vê que ele se parecia com as estátuas.
– Bruno Torres: POIS BEM... QUERO RESPOSTAS AGORA.
– Homem: Muitos tentaram, mas nenhum conseguiu. Eu já disse...
– Bruno Torres: SE TENTAR ME INTIMIDAR, EU TE MANDO DAQUI ATÉ A CASA DA SUA AVÓ. ENTENDEU. O QUE EU QUERO SABER É...
– Homem: Quero ver você tentar, hein Romeu. Eu tenho o que você quer.

Bruno começa a ficar intrigado.
– Bruno Torres: ME DIGA! QUEM E VOCÊ? E POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO!?

O homem cai na gargalhada, irritando Bruno. De repente, ele pega sua faca na sua mochila e vai em direção a Bruno com muita fúria, mas ele consegue se desviar e o contra-ataca com um soco no rosto. Beetle e Robert se aproximam da luta, e o homem furioso mais uma vez o ataca, mais uma vez tendo seu ataque desviado. Na terceira vez, o jovem o dá uma rasteira fazendo-o cair, e nesta Bruno chuta a faca para longe o olhando nos olhos. O ser tenta segurar o garoto, mas ele dá um passo para trás, e assim o homem chuta sua perna o jogando contra o chão. O nativo se levanta, mas Bruno o joga para trás com um empurrão e se levanta se afastando do homem.
– Beetleleader: NÃO ACREDITAVA EM MIM? ELE É PERIGOSO! E AGORA?
– Bruno Torres: NOS ESPALHAMOS!
– Beetleleader: VOCÊ QUASE MORREU AGORA!

Enquanto isso, Rangoo pega a faca caída entre a areia e foge, e o homem olha para os três, se levanta, parte para cima de todos com muita violência.
– Bruno Torres: VÃO!

Os três se espalham, e o ser pega seu arco e escala uma árvore chegando até um galho, obtendo visão dos três, e atira três flechas com muita precisão. Felizmente, nenhuma o acerta seu alvo, e ele salta apoiando-se em uma vinha, atira de maneira frenética contra todos enquanto estava em movimento. Marcelo, observando o que estava acontecendo, vê que em suas mãos estava a faca usada pelo homem, e vendo que conseguia ter mira, decide atirá-la. Mesmo que o tiro tenha sido oscilante, a faca atinge o cipó o cortando, e fazendo o homem que estava em movimento cair de onde estava e se dirigir bruscamente em cima de uma grande e sólida rocha, e com a queda, ele a quebra junto com seu arco, e suas armas são espalhadas pelo local, deixando-o não só desarmado, como também ferido. Robert pega o "arsenal" do ser, e todos vão vê-lo, sendo que ele estava no momento desacordado. Poucos segundos depois ele se levanta, assustando os três em sua volta, mas estava mancando mostrando-se ferido, e ao olhá-los, vê a situação que chegou.
– Homem: Não acredito. Não pode ser verdade!

Ele vê suas flechas caídas no chão, e algumas quebradas.
– Homem: Não posso deixá-los ganhar. Não estou pronto para este momento. O mundo não pode conhecer Liberdade!

Os três pegam três flechas para ainda estavam boas, e as apontam contra o homem, como s fossem lanças.
– Bruno Torres: ACABOU SEU PIRADO! NÃO TEM MAIS ARMAS, E NADA QUE POSSA AJUDÁ-LO A SAIR DISTO! NÓS VENCEMOS! PARECE QUE ESTE LUGAR MESMO ERA DO NOSSO LADO, SEU CRETINO!

Insatisfeito com sua derrota, o ser se levanta e corre como pode buscando não ser vencido. Os Besouros não reagem, facilitando uma fuga.
– Bruno Torres: DEIXAMOS ELE IR?
– Beetleleader: NÃO. TEMOS QUE TER CERTEZA QUE ISTO FOI UMA VITÓRIA!

Os dois o perseguem, sendo mais rápidos que seu inimigo inclusive. O homem se depara com uma parede rochosa, as naturais de uma montanha, e vê que estava sendo perseguido por seus "invasores". Ele corre para não ser pego, e adentra entre arbustos, mas é ainda seguido. Os Besouros estavam valentes, correndo como se os valesse a vida. Porém, quando eles pensam que iam pegá-lo, atrás de um arbusto onde pareciam ter visto ele entrar, eles se deparam com o nada. Haviam o perdido de vista. Minutos depois, depois que os Besouros procuram e não encontram nada, voltando para onde Marcelo deveria estar para discutirem sobre o feito. Eis que do outro lado da montanha, o homem estava cansado, sentado beira a uma paisagem de árvores e folhagens, pensando enquanto com uma erva tratava de suas feridas nas costas.
– Homem: Ahhhrr... eles parecem ser mais fortes do que você pensava. Como pude deixar isto acontecer. Como você pode? Mas, não fui vencido. Só preciso de uma nova tática de impedi-los de...

O ser tem uma forte dor de cabeça, o provocando raiva, com sigo mesmo.
– Homem: NÃO AGUENTO MAIS VOCÊ! QUERIA VÊ-LO VENCER ESTA LUTA! VOCÊ A FEZ! Quer saber, não ligo para o que diz, agora eu agirei por conta própria.

Nestas condições, o homem se levanta com fúria e olha para os céus, que já ficavam escuros pelo fim do por-do-sol, e pouco tempo depois recua objetivado, e após segundos de caminhada se depara com um túnel de pedra coberto por vinhas escuro, que por ventura cortava a montanha. E assim, uma novo plano, agora de vingança, se inicia, mostrando-se mais perigoso que todos os antecessores. Em clima de desfecho, cada Besouro-Negro estava convicto que todo o episódio tenebroso de Liberdade estava passando, próximo de acabar. De um lado distante, Miss Martie ainda caminhava pelo angustiante e escuro túnel rumo à uma saída. Burro havia seguido um novo caminho pelas árvores o qual seria seguido pela garota e se alojava e um bosque onde muitas folhas caiam como se fossem outono, e nelas ao sereno da noite que se formava, era onde ele pretendia dormir. De alguma forma, ele estava contente. O único de todos que não estava tão crente era Beetleleader, que com seu pensamento lógico não descartava as possibilidades de uma retaliação, e estava super-aflito com isto. Os outros três que com ele acompanhavam estavam mais quietos, alguns em estado de choque, porém Bluebeetle, não. Estava extremamente confiante, achando que sua presença foi crucial para a vitória dos Besouros sob o nativo, e de certa forma foi. Sua única preocupação era com Stephanie, que para ele estava realmente presa em condições desumanas em alguma aldeia, de até uma população inteira de índios como o que enfrentaram. Trágico. Ainda assim não se desiludia de que tudo estava bem, e sua maior vontade era de resgatá-la e dar fim a tal loucura. Todos formavam pensamentos, e ao longo do tempo os quatro vitoriosos montaram um acampamento visto que não poderiam nem se quisessem sair das matas no mesmo dia, tendo o desafio de passaram a noite naquela selva. Ninguém ainda havia conversado sobre o que o grupo ia fazer com suas questões pendente, todos estavam quietos, contidos em seus pensamentos, mas nem por isso deixavam de ter dúvidas sobre o que o grupo decidiria sobre o que seria feito. Depois de meia-hora desde que o sol se pôs, frente a uma fogueira, eis que era a hora da verdade.
– Beetleleader: Gostaria de um minuto de atenção a todos os presentes. Robert, Marcelo, Bruno. Tenho um discurso para fazer, e creio que estarei falando por todos que estão apreensivos desde àquela luta que tivemos hoje.
– Bruno Torres: Diga.
– Beetleleader: Pois bem... como todos viram, ganhamos uma batalha hoje. O homem que mais cedo nos intimidou agora está subjugado por nossas mãos. Cada um teve significativa participação no que pode ser encarrado com uma vitória, uma vez cumprido o acordo daquele duelo proposto entre nós e o homem que apesar das inúmeras perdas materiais, teve um resultado. Eu pessoalmente não acho que nossa vitória seja mesmo uma vitória, uma vez que não conseguimos derrotar nosso rival por completo, permitindo-lhe sua fuga. Mas... isto é um enorme passo para nós hoje, pois isto nos garante a... ao menos a esperança de podermos sair deste lugar que deve agora ser desprezado por muitos de nós, depois dos eventos estranhos que passamos aqui, somados as perdas. Uns sabem mais sobre isto do que outros.

Beetle olha para Bruno, dando a impressão que era para ele o que estaria prestes a falar.
– Beetleleader: Mas... vencemos a batalha. Mas a guerra? A guerra contra Liberdade? Será possível derrotar este lugar? Eu digo que não. Há possibilidades de estarmos cercados agora mesmo por uma tribo. Mas, juntos somos fortes, mas separados? Bruno deve ser o que mais pensou neste fator, e com ele nos deu a brilhante estratégia de derrotarmos aquele que mais nos desejou mal aqui. Mas... por que tanto segredo sobre este lugar? Não sabemos. E nem pretendemos. O que acontece em Liberdade, fica em Liberdade.

Estranhado, Blue se posiciona para esclarecer suas dúvidas.
– Bruno Torres: Pode ir direto ao ponto?

Beetle não gosta da indelicadeza.
– Beetleleader: Posso; claro. Enfim. Perdemos dois membros aqui. Um por conta de um tropeço, e outro por uma discussão. Stephanie e Leonardo. Não sabemos como estão, e nem o que iremos fazer. Dedicar nossas vidas a sua busca, ou preservar nossas vidas para as deles serem lembradas? Pergunta difícil. Podemos sair Liberdade. Mas temos uma só chance. E então. Sei que decidir o futuro sobre vidas é difícil...
– Bruno Torres: Cara...
– Beetleleader: ...mas é o pior papel de um líder. A vinda para cá não foi ideia minha, fui neutro no início, e contra no fim. Mesmo assim estou aqui. Mas não é está a questão. Não quero provocar indiretas, Bruno. Mas quero expor minha opinião antes da discussão geral. E então. O que acham que devemos fazer de hoje, agora em diante?

Robert e Marcelo ficam quietos, acostumados com a clara interversão de Bruno.
– Bruno Torres: Me chame de louco. Mas devíamos procurar a toca dos lobos para saber aonde eles guardam a Stephanie.
– Beetleleader: Enfrentar milhões dos que quase nos tirou a vida. Uma missão suicida, eu presumo.
– Bruno Torres: É a melhor que temos. Pode ser que conseguamos...
– Beetleleader: Acho que um plano é melhor que um impulso, Bruno.
– Marcelo: É estranho o jeito que ela sumiu. Tipo... assim do nada. Esse lugar é bem esquisito.
– Robert Sonson: Concordo. Primeiro, o misterioso tigre que sumiu com nossa presença. Depois...
– Beetleleader: Para mim é mais que óbvio que todos estes eventos são só obras de nosso amado mascarado.
– Bruno Torres: Então... devemos achar a Stephanie. Temos que dar um jeito. Se sairmos, a vingança caíra sobre ela.
– Beetleleader: Se ficarmos, a vingança se caíra contra nós.
– Bruno Torres: Temos que ajudá-la a lidar com isto! Não sabemos onde ela está.
– Beetleleader: Não sabemos de nada aqui. Somente o caminho de volta, e só. A identidade daquele homem. Seus motivos. Suas habilidades. Seus cúmplices. Seus feitos. Nada. É tudo incerto aqui, e o melhor a fazer é fugir enquanto é tempo. Ao menos para termos alguém ao nosso lado, para voltarmos com mais força.
– Bruno Torres: Mas...
– Beetleleader: Respeito você, provou sua inteligência hoje. Mas, isto é uma questão de lógica. Sinto muito. Mas, prometo que darei meu melhor amanhã nas buscas por ela, e o Leonardo. Só espero que seu pai não sinta sua ausência, pois pode recair sobre nossos ombros.
– Bruno Torres: O Leonardo só sabe andar nos ombros alheios. Mas... ainda assim...
– Beetleleader: Não tem o que discutir quanto a isto. O que quero é uma ideia que ainda não sege dita. Algo que me surpreenda. Ou ao menos ouvir as opiniões de todos quanto minha ideia.
– Robert Sonson: Eu acho mesmo que é a melhor. Ainda assim correremos riscos. Nesta noite, e amanhã.
– Beetleleader: Dormiremos em turnos. Sempre algum acordado para proteger os demais.
– Bruno Torres: Não acho isto muito legal, principalmente pelo fato de...

Beetle o olha com olhar de reprovação. Mas... se amanhã dermos um jeito.
– Beetleleader: Ótimo. Marcelo. Alguma opinião a declarar?
– Marcelo: Não.
– Bruno Torres: Ainda assim...
– Beetleleader: Não podemos correr riscos... infelizmente. Aquele homem voltará, e teremos que estar preparados. Entendeu? Quanto antes partirmos... melhor para nós.

Bruno suspira.
– Bruno Torres: Entendi.
– Beetleleader: Ótimo. Então seguiremos minha ideia. Mesmo porquê, a Stephanie sabe se virar.
– Bruno Torres: Está bem...
– Robert Sonson: E quanto a janta?
– Beetleleader: Sairei para procurar comida. Usarei alguns destes gravetos na fogueira para fazer uma tocha, e conseguirei neste local alguns frutos suficientes para nosso mantimento. O que resta a decidir é em relação aos turnos da noite. Como iremos dormir.

Ao ouvir isto, Blue tem uma ideia.
– Bruno Torres: Eu ficarei acordado.
– Beetleleader: Sim. Dividiremos entre eu, você e o...
– Bruno Torres: Não... ficarei acordado sozinho. Podem dormir, eu zelo por vocês.

Todos se admiram pela astúcia, menos Beetle que estranha e se enche de suspeitas.
– Beetleleader: Não. Se é assim, dividiremos entre eu e você. Metade da noite eu fico acordado, e a outra metade até o amanhecer, você. Aceita?

Blue se decepciona, mas aceita.
– Bruno Torres: Tudo bem...

Após segundos pensados, Beetle...
– Beetleleader: Ótimo. Que tenhamos uma boa noite, e irei começar a preparar uma tocha e irei atrás de alimento. Este assunto está encerrado.
– Robert Sonson: Ok. Boa sorte.
– Beetleleader: Obrigado, e igualmente. Liberdade mostrou-se ser um lugar perigoso, cheio de surpresas. Algo me diz que as confusões não acabam por aqui, e para um futuro evento pior que o que vivemos, protejam-se. Podem ser lobos, podem ser tigres, até seres humanos... tudo o que não conhecem é uma ameaça.
– Bruno Torres: Fica tranquilo, Beetle. Já vencemos, agora aquele infeliz tem que correr para saia da mãe e nos deixar em paz, senão vai levar mais.

Todos o olham passivos, alguns como Robert e Beetle o contrariando. Parecia que ele era o único que continha este pensamento.
– Bruno Torres: É verdade. Poxa...
– Beetleleader: Bruno... Enfim. Tomem cuidado. E ainda redobrado para não perderem nosso "troféu" da nossa vitória. A bolsa que o homem usará como guarda armas em seus ataques. É muito perigosa, e contém muitas armas que foram confeccionadas pelo selvagem, e aposto que com elas ele não terá nenhuma dificuldade em realizar um mortal contra-ataque. A proteja e se ele reaparecer, façam de tudo para retirar este utensílio da jogada. Fui claro?

Rangoo e Robert balançam a cabeça concordando. Blue, rebelde, não faz nada. Bruno. Sabe que eu estou falando o que precisa ser feito.
– Bruno Torres: Sim. Mas, cara. Admita que está exagerando.
– Beetleleader: Isto, meu caro amigo, se chama cautela.

Blue se cala, e Beetleleader prossegue com a tocha, e ao terminá-la com gravetos e fogo da fogueira, ele parte para buscar o alimento dos Besouros, deixando Bruno aflito com a liderança cautelosa de seu amigo. De um lado sabia que estava certa, mas de outro, algo o instigava a questionar. Dez minutos atrás, uma estranha silhueta cruzava os arbustos se aproximando ao cenário da guerra crucial entre o ser nativo e os Besouros. Nitidamente não se tratava nem nenhuma pessoa citada antes, e este segue seu rumo com uma direção deixando apenas um mistério, um mistério em seus passos. Voltando a linha do tempo original, é exibido logo um labirinto, um labirinto escuro e úmido onde gemidos seguidos de passos em poças da água são feitos. Uma respiração ofegante resultado da falta de oxigênio é ouvido, e uma certa pessoa corre em direção a uma luz proveniente ao luar. Depois de horas percorrendo pelo angustiante obstáculo, eis que Miss Martie entra enfim o fim do túnel. Com aspecto cansada e rosto de apavoramento, ela logo se deita na doce grama levemente molhada e já descalça sente a sensação pura de terra, que no local era pura rocha. Ela se vê rodeada de árvores familiares e logo as associa com sua esperança de ser o acampamento, e algo confirma suas expectativas: fumaça. Esta queima não poderia ser de nada menos do que uma fogueira, e onde há fogo, há pessoas, e onde há pessoas, há Besouros-Negros. Um pensamento nítido que deixa a jovem moça com uma sensação de satisfação tão grande que ela ergue as mãos e dá um grito de vitória, espantando aves. Isto seria o fim do episódio mais traumático de sua vida, mesmo que já estava face-a-face com verdadeiros terroristas e não tinha nada mais que nove anos, impressionante. Mesmo que o seu físico não estivesse mais em plena capacidade de continuar, sua força interior de liberdade era tão forte que a deu forças de correr como uma atleta indo rumo a fumaça, somente para poder se jogar no acampamento e se rechear de alegrias enquanto contava seus sufocos perdida rumo as matas, e seu encontro com o temido homem selvagem, que a sufocou pedindo que vá embora. Ela continuava, continuava, continuava. Cruzando com arbustos, e cada vez mais perto do fogo. Ela vê logo um lago, reconhece com o do acampamento, e ao ter certeza que estava lá cruza seu último arbusto e se surpreende com o que vê.
– Stephanie: Não... não....

Para o desanimar da moça, era verdade o que ela mais temia. Ela havia se enganado, não estava no acampamento Besouro. Ao chegar ao fim de seu percurso, se dá de frente com um penhasco e embaixo dele, a origem da fumaça. Uma aldeia composta por casas de madeira, e construções diversas com o mesmo elemento. Para piorar, a geologia e esquema de arquitetura ainda lhe eram familiares, vindas de um trauma de sua noite anterior que a fez quase perder o ar quando relacionou suas memórias com o que via. Era nada pior do que o interior das matas, a cidade artesanal de onde foi expulsa; Liberdade. Suas forças internas logo se transformam em confusão, e diante do cenário aterrorizador tudo o que faz é se ajoelhar, e quase desmaiada pensar em como foi parar naquele lugar.
– Stephanie: Como eu cheguei até aqui? Não faz sentido. Não faz sentido. Eu... o túnel... Burro... O Burro. Ele, me enganou. Só pode, só pode. Por que? Aff! Só pode ser por que eu não fiz aqueles favores para ele. Mas, por isto, ele manda justamente de onde eu fujo. E depois de tanto trabalho, tanta esperança, é aqui onde eu vou parar? Sem volta, ou forças para voltar? Não pode ser... não... não... NÃO! E. Se aquele homem me encontrar aqui? O que vai ser de mim? Eu não posso ceder assim tão fácil, mas... presa aqui, sem ninguém. Com não só um homem, quanto uma tribo agindo assim contra mim. Isto não pode ser real... não pode...

Desolada, a garota reúne suas forças e vai até uma árvore, onde senta e descansa meditando em estado de choque. Seu maior problema não era só o fato de estar cercada em território perigoso, onde sabia e sentia que podia ser morta a qualquer momento. O que mais a afligia era justamente ter medo deste fato, uma vez que se julgava até entrar em Liberdade uma moça destemida. Isto a causava maior rancor, a decepção consigo mesma. Um pouco afastado do local, um animal vassalo do responsável pela tamanhos estragos, precisamente um tigre, a olha chorar lágrimas de desconforto. Isto parecia até ser sinal de perigo, porém por incrível que pareça, o felino não demonstra nenhuma reação ao ver a invasora, como se não fosse uma ameaça, e não hesita em continuar seu rumo a deixando só. Ao quebrar um galho o animal chama a atenção da moça, que para de chorar ao ver que animais passavam por todo o local, volta a razão transformando toda a sua tristeza de volta em temor, temor por sua vida. Ela se levanta silenciosamente e olha para todos os ângulos, e todos estavam vazios. Ela então tem o impulso de contornar Liberdade por cima, indo atrás de comida, e um abrigo que serviria para repouso até a manhã seguinte. Está missão era arriscada, uma vez que a moça não conhecia nada sobre tal região, ou sobre a cultura da aldeia de onde passava. Podia ser vista, caçada, morta, mas isto a pressão do momento impedia que chegasse a sua cabeça. Só sabia que era o que tinha para ser feito. Minutos foram se passando... ela continuava contornado... sempre olhando para baixo. Ela via muitas construções de madeira que pareciam muito com uma cidade de meio urbano, uma vez que identificou uma biblioteca, uma espécie de hotel e até mesmo algo parecido com uma exposição de peixes. Isto só o que conseguia ver de tão longe. O cenário de Liberdade era espantoso, e surreal demais para ter sido feito por um indígena ou uma tribo deles. Este fato só afligia ainda mais a moça, que continuará seu percurso. Felizmente depois de quatorze minutos de caminhada na defensiva, fugindo dos olhares de tudo o que tinha olhos, a moça enfim se depara com muitas macieiras e laranjeiras e, por sorte, lhe serviram perfeitamente como uma janta. Após deliciar-se com os frutos ela continua, agora mais calma após se alimentar, e mais curiosa em entender mais sobre aquele lugar tão estranho o qual redondava. Uma construção de bambu foi o que mais alimentou a chama deste interesse: uma espécie de tocha com uma enorme chama no coração da cidade. O propósito de tal tocha era inexplicável. Uma construção de marco histórico, talvez. Forçando a vista ela vê que a lado da tocha havia uma espécie de pedra com um texto escrita nela. Não dava para ler o que estava escrito, mas dava para ver que eram letras pois quanto mais caminhava, mais a "depressão geológica" em que Liberdade se fundava deixava de existir, se igualando a altitude de onde estava. Mais um fato curioso da geologia daquelas matas. Isto a deixava ainda mais curiosa. Mais minutos se passavam, e eis que ela se encontra em um ponto conhecido: o primeiro túnel que adentrou, e o meio em que conheceu tal cidade, além do mesmo ter sido onde sofreu seu primeiro ataque do homem selvagem, e que recebeu um de seus inúmeros cortes. Mais calma, ela se aproxima e logo entrando, nota uma gota de seu sangue impregnada nas rochas. Mesmo que isto lhe traga más lembranças, a garota enfim achou saída para a cidade pavorosa que tinha tanto medo. No entanto, estranhamente, não se alegrava. Como se seu nojo pelo medo que estava tendo de reencontrar aquele homem tivesse ultrapassado o seu temor pelo mesmo caso; e apoiado com sua enorme curiosidade de descobrir mais sobre a estranha cidade artesanal construídas as moldes da sociedade atual, ela contraria todos os seus pensamentos anteriores e decide fazer algo de tremenda astúcia.
– Stephanie: Este lugar, este medo tosco não podia me dominar! Quer saber. Eu vou entrar nesta cidadezinha, e descobrir tudo sobre ela.

E assim, é feito, motivada pela raiva de um dia ter temido algo, que podia ser denominado como um enorme surto de coragem. Seu primeiro objetivo naquele lugar já estava traçado, claramente escolhido a dedo para ainda testar sua coragem: ir até a cabana do homem, e nela ler o diário o qual poderia lhe explicar tudo, tudo sobre Liberdade. Em outro lugar, "Burro do Shrek" estava dormindo sobre as folhas, relaxado e com um sono que parecia ser mais forte do que uma pedra. Três lobos surgem em cima de um morro, o vendo eles uivam para lua. Logo eles saem, e Burro continua lá, dormindo. De repente, um ser humano anda próximo a ele, e muitos outros fazem o mesmo. Poderia ser obra do ser selvagem. Seu primeiro passo de vingança: convocar sua tribo. Eles o espiam, prontos para atacar, e Leonardo estava lá, quieto, inocente. Um homem acena para outro, todos com pele pintada, e eles se aproximam cada um com uma arma rústica. De repente, ao notar os movimentos, Burro acorda, desesperado. Um grito é ouvido, e muitos outros surgem cada vez mais fortes e partem para o ataque. O jovem tenta se defender, mas é levado para uma tribo. Depois de minutos, ele está frente a um cacique, em uma espécie de santuário de madeira. Todas as esculturas tinham o mesmo rosto, muito familiar por sinal. Ao menos para o garoto.
– Leonardo: Me solta! Me solta!

Burro é deixado preso em um tronco, beira a uma fogueira.
– Leonardo: Aff! (o jovem enfim nota sua situação.) Por um acaso vocês pretendem me cozinhar neste tronco?

Ninguém responde.
– Leonardo: Olha... eu não tenho gosto de frango. Mas acho que no meu caso, com um bom caldo de galinha, eu daria uma ótima sopa.

Todos o olham secos, como se quisessem matá-lo.
– Leonardo: Bom... se tiverem um computador, eu lhes cozinho uma ótima receita de Burro. Eu pesquisarei os temperos certos, e vocês terão que obtê-los. Tipo em um mercado. Então, me soltam para depois de algumas horas fossemos saborear um autentico e delicioso Burro. O que acham?

O cacique logo avança, calando Burro com o medo. Ao encarrá-lo rosto no rosto, ele fala com sua voz muito parecida com os caciques de televisão.
– Cacique: Eu não gosto de engraçadinhos.
– Leonardo: Eu também não. Na escola eles vivem pegando no meu pé.
– Cacique: Chega! Sua voz me enche o saco.
– Leonardo: Acredite, todo mundo diz isto.
– Cacique: Insolente. Chamem o carrasco. Cortem-lhe a língua.

Obviamente apontando durante a última frase para o Burro.
– Leonardo: Não estou gostando nada disto.

Os índios seguem as ordens do cacique, e chamam o carrasco. Ele pisa onde sua tribo estava, com uma máscara de madeira e uma lança na mão. A máscara era muito familiar, pintada de branco e verde, de uma pessoa que já era temida por todos por todo o território de Liberdade. Burro ao vê-lo, engole sua saliva simbolizando medo.
– Leonardo: Com isto que irá me cortar? Isto me faz ver o quanto a medicina evoluiu nos tempos modernos.
– Cacique: Basta! Carrasco. Mate-o.

O homem obedece, seco, andando em direção a Leonardo, que estará assustado, enquanto o cacique olha admirando o que via.
– Cacique: Ele irá pagar por invadido as terras de Liberdade.

Antes do primeiro corte. Uma luz branca surge do alto, chamando a atenção de todos. Sua sombra era dourada e todos temem sua presença.
– Índio: Olhem lá no céu!

Eles fogem assustados, todos menos o homem de máscara e Burro, sendo que o último estava preso.
– Leonardo: O que ser isto?

A luz para, criando uma forma astral. Era brilhosa, como se fosse um anjo. Burro na hora se libertará, e ao cair pisará na terra, sendo que a fogueira havia sumido. O homem ficará congelado, imóvel, apenas olhando. A luz desce e chega próximo aos três, com uma voz profunda fala com a alma do rapaz.
– Leonardo: Quem é você!?
– Áurea dos Solos: Prazer, Leonardo. Meu nome é Áurea dos Solos. Sou zeladora e protetora de todo o território de Liberdade.
– Leonardo: Deve ganhar uma boa quantia com isso, hein... Este lugar é gigante! Mas... como sabe meu nome?
– Áurea dos Solos: Sei o nome de todos, Leonardo. Agora, preciso que me escute com bastante atenção. Vidas estão correndo perigo neste exato momento, e somente você pode ajudá-las.
– Leonardo: Uiiii! Sou um super-herói!
– Áurea dos Solos: Por favor, Leonardo. Me escute. Este homem que está ai ao seu lado é muito perigoso. Temos que detê-lo antes que...
– Leonardo: Perai. Você não disse que eu era o bom da vez. Por que está se incluindo? Isto é hipocrisia, sabia!

O ser de luz suspira, vendo que Burro não era nem um pouco paciente a ponto de escutar o que tinha a dizer. Logo, o ser vira as costas e parte deixando Burro solitário. Nada mais era que uma estratégia de fazê-lo ouvir de um outro jeito. O garoto sai da local e adentra as matas um pouco irritado, pois acreditava que a criatura havia somente tentado o enganar. Típico de sua infantilidade. Logo ele chega e se depara com um abismo profundo, e do céu uma ponte colorida se aproximava cada vez mais próxima do rapaz. Curioso o rapaz olha para ver quem era, e se depara estranhamente com um personagem de televisão famoso, de um programa infantil. Por loucura que pareça, se tratava de Pinkie Pie.
– Leonardo: Pinkie... Pie?

A falta de lógica da situação era perfeita para tornar Burro audível para uma mensagem. Obviamente uma armação de tal espirito. O pônei se aproxima.
– Pinkie Pie: Oie, eu sou a Pinkie Pie.
– Leonardo: Muito prazer, sou Burro.
– Pinkie Pie: Você me parece legal. Quer sentar nas minhas costas e voar para explorar a região?
– Leonardo: Calma. Vou checar meus compromissos.

Burro para por um instante, pensativo. O pônei espera impaciente.
– Leonardo: Pode ser.

E assim. Os dois voam por Liberdade, indo em direção a cidade artesanal. Burro estava muito feliz, e o pônei nem tanto, mas mesmo assim continuava doce e amigável.
– Pinkie Pie: Hey! Você já viu aquilo ali?
– Leonardo: Não.

O jovem olha para baixo, e vê a cidade de madeira, sem saber do que se trata.
– Leonardo: É um parque de diversões?
– Pinkie Pie: Não. É uma cidade de madeira, construída por um cara com uma máscara má.
– Leonardo: Legal.
– Pinkie Pie: Há muito tempo, lá não era nada. Era mata virgem, intocada, obra da natureza. Sempre tinha muitas árvores, até que ele chegou. À principio construiu sua casa, depois...
– Leonardo: Vamos tomar sorvete?
– Pinkie Pie: Burro. Me escute. Seus amigos correm grave perigo se não me escutar. Somente você pode salvá-los, mas para isto tem que me escutar.
– Leonardo: Sou todo ouvidos!
– Pinkie Pie: Muito bem. Desconfie da razão, e confie somente em seus instintos. Siga seu coração que as angústias se desfazem. Tome cuidado com o que nunca viu. Não alimente mais nada que não seja a esperança. Estes são os melhores conselhos para sair deste lugar. Até o amanhecer encontre os Besouros-Negros. Sua presença é crucial para...
– Leonardo: Besouros-Negros? Pensei que falássemos do velho Mc'Donolts. Eles não são meus amigos!

O pônei e todo o cenário se torna um imenso branco. Burro estava diante de um corpo cor de ouro, com medo.
– Áurea dos Solos: Me escute! Vá até os Besouros-Negros e os dirija primordialmente para a saída. Siga seus instintos para chegar até lá, e sustente seus ideais. É uma ordem!
– Leonardo: Se não o que?
– Áurea dos Solos: Senão um erro acabará com outro.

O ser desaparece, e tudo o que Burro enxerga é a máscara de madeira com um olhar sombrio por trás, olhando para ele com expressão pura de morte. Isto e o suficiente para fazer Burro acordar. Sim; claramente tudo isto não passava de um sonho.
– Leonardo: Tenho que achá-los.

E assim, Burro deixa o sono de lado para realizar o que o espírito havia lhe dito, mesmo não acreditando que fosse real. Podia até mesmo não ser, ser só um pesadelo, mas algo em seu âmago dizia o contrário, e foi isto que o fez prosseguir. A noite prossegue com sua beleza. O luar refletido pelas águas ou iluminando as lindas copas verdes era um cenário único, não importando em que lugar de Liberdade ocorria. Após hora sumido, Beetleleader chegará com algumas laranjas trazidas em suas vestes, e distribuídas entre os quatro para servirem de janta. Eles se alimentam, ficam mais alguns minutos beira a fogueira, desta vez conversando, e daí enfim o sistemas de turno elaborado por Beetleleader é posto em prática. Tudo ocorria conforme planejado, porém algo chamava a atenção do líder que não só estranhava o que ocorria, quanto suspeitava que ocorria algo por trás. Bluebeetle - o mais faladeiro dentre os presentes - estava quieto, na sua, guardado dentre os seus pensamentos. Em muitos casos, olhava fixo para as matas, e dava a impressão que estava planejando algo. Quando Robert e Marcelo vão dormir, ele continua lá na fogueira pensando, mesmo que sege no tempo de Beetle cuidar do acampamento. Blue parecia estar esperando algo, e Beetle queria saber o que era.
– Beetleleader: Não vai dormir, Bruno?
– Bruno Torres: Não. Estou sem sono.
– Beetleleader: Tudo bem, então.

O silêncio volta, e Blue volta a ficar quieto.
– Beetleleader: Em o que está pensando, está tão pensativo nestes últimos tempos, estou até mesmo estranhando vindo esta atitude de você.
– Bruno Torres: O mesmo de sempre.

Isto faz calar Beetle por alguns instantes.
– Beetleleader: Hmm... então deve estar pensando novamente na Stephanie. Sabe que assim que sairmos daqui, e dermos notificações a nossos pais a primeira coisa que pretendo fazer é...
– Bruno Torres: Sim, sei.

Segundos depois...
– Beetleleader: Então está bem. Mas então, por que tanto foco para esta questão? Está realmente me estranhando...
– Bruno Torres: Só estive re-pensando. Eu estou também muito estranhado. Com o seu comportamento.
– Beetleleader: Meu comportamento? Estranhado com o que?
– Bruno Torres: Você sabe...
– Beetleleader: Bruno. Você reconhece a situação em que nós estamos. Tem muitos talentos, não deixo de vê-los, mas para este momento o que precisamos usar mais é o que justamente não valoriza: a razão, e a cautela.
– Bruno Torres: Mas. Se isso não for o bastante. Sabe que nós não somos os únicos aqui desta mata que estão sob a mira de um Tarzan problemático.
– Beetleleader: Está subestimando demais a Stephanie. Eu acredito que esteja tudo bem. Tudo bem que nem temos notícias dela, mas duvido que tenha acontecido algo de grave. Senão aquele homem já teria nos revelado de alguma forma, para tentar nos assustar. É lógico.
– Bruno Torres: Mas, pense. Ela sumiu do nada, e não foi por conta dela isso, mas sim por um terceiro. O que este terceiro pode ter feito neste tempo onde a pegou, me diz?
– Beetleleader: Matar é o que não foi. Senão veríamos sangue aonde vimos que ela possa ter escorregado. O objetivo dele é, ou melhor, era nos expulsar daqui, não...
– Bruno Torres: Então porque ele desintegrou nosso grupo? Para manter-nos aqui. E por que?
– Beetleleader: É...
– Bruno Torres: Então concorda que a Stephanie pode ou podia estar correndo um grande risco sozinha nestas matas?
– Beetleleader: Assim como nós. Como disse, se ela tivesse sofrido algo estaríamos sabendo. Mas, concorda que antes de mais nada teríamos que sair daqui para voltar com reforço para não corrermos mais grandes riscos?
– Bruno Torres: Sim. Mas...
– Beetleleader: Então, Bruno. Caso encerrado. Pare de se preocupar tanto. Vá dormir e guarde forças para seu turno.
– Bruno Torres: Você não entende...
– Beetleleader: Entendo bem, de tudo aqui. Temos que ir no que é lógico. Sei que seus desejos e vontades são por uma boa causa, mas, não são exatamente o melhor que tem que ser feito.
– Bruno Torres: Mas...
– Beetleleader: Fim da discussão.

Blue fica desgostoso, ele queria fazer algo mais, e viu que não podia contar com "seu líder".
– Bruno Torres: Está bem. Se achas que não há utilidade em procurar a Stephanie, tudo bem. Mas eu não acho. Quero descobrir o que há aqui na frente, e farei isto você concordando ou não.
– Beetleleader: Bruno. Não pode ir sozinho, é muito perigoso.
– Bruno Torres: Não tenho medo de correr riscos.

O jovem levanta-se, pega alguns gravetos anteriormente usados como tocha por Beetle, e ao ter o mesmo, vira as costas e parte.
– Bruno Torres: Voltarei antes do amanhecer.
– Beetleleader: Bruno! Pare com esta loucura. Não podemos perder mais um homem!
– Bruno Torres: Tarde demais.

O jovem prossegue até ser perdido de vista por Beetleleader, que desaprova o que acontecia, mas acaba permitindo achando que isto pelo menos iria sossegar Blue que estava há dia aflito com esta situação.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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