Presos na Liberdade escrita por The GreenArth


Capítulo 5
Complicações


Notas iniciais do capítulo

CONTINUANDO DO EPISÓDIO ANTERIOR...



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Minutos se passavam desde o último evento onde os quatro entraram em uma espécie de floresta de árvores médias, parecendo ser macieiras, deixando o local onde era o acampamento para trás. Mal eles sabiam que o caminho que eles adentraram era o caminho que levava a parte mais distante da saída de Liberdade, algo que poderia ser até calculado, mas todos com medo apenas corriam sem pensar nas consequências. O homem que os perseguia até parecia saber como encontrá-los, mas ele para em cima de um galho próximo ao acampamento, e se delicia com uma laranja vendo as cinzas dos pertences dos jovens, enquanto pensará profundamente em algo, e tira seu arco-e-flecha de seu arsenal e os olha, como se tivesse arrependido de ter feito tal guerra, mas logo após, segura com força sua arma e olha para o alto destemido e apenas diz uma frase, aparentemente para si mesmo.
– Homem: É isso que tem que ser feito. É você, ou eles.

Voltando para os Besouros-Negros. Já se passaram mais de meia-hora de correria, e toda vez que Beetle era questionado por algum dos três sobre o motivo de estarem fugindo rumo às matas, apenas uma frase era dita, "ainda não é a hora". O tempo foi se passando, e cada segundo sob total adrenalina e pavor, apenas correndo pelas macieiras até não sobrar mais uma na paisagem, mudando agora para árvores mais cheias mostrando que já haviam andado pelo menos seis quilômetros, e Beetleleader nem sequer nota. Foi um momento fora do tempo, e do espaço para ele, preenchido pelo medo de estarem sendo seguidos, e de nunca mais saírem daquelas matas. Robert Sonson era o único que já estava se cansando, enquanto os outros ainda tinham bastante fôlego. Finalmente quando Beetle olha para trás depois de milhares de vezes, ele se convence de que não tinha ninguém, e então começa a diminuir a velocidade gradualmente e nisso passava mais calma aos demais, e após cerca de um minuto eis que eles enfim param, querendo logo saber o porquê daquela corrida movimentação desenfreada. Beetle e Blue são os primeiros a se sentar, cada um em uma pedra a beira de um lago que era alimentado pelas águas de uma cachoeira, e ao seu redor várias pedras de diversas formas, e muitas árvores cobertas por vinhas faziam uma agradável paisagem, e uma parede de pedra servia quase como uma parede, e acima dela mais árvores e pedras mostravam que lá se dava ao um novo lugar, um novo território pronto para ser explorado. Infelizmente, os Besouros não pareciam estar ligando muito para o panorama. Iluminados pelo único ponto onde o sol não estava coberto pelas copas das águas, ouvindo o doce som da água correndo, eis que Bruno olha para o rosto de Beetle, que estava totalmente atordoado com a situação, e o garoto exige com seu olhar uma resposta, e eis que em resposta o rapaz o dá uma expressão de fúria. Ao redor dos dois, sentando na grama, Rangoo e Robert aguardam ansiosos por um debate, e obrado a dar satisfações, Beetle pisca e olha para todos com um rosto extremamente sério, e desconfortado e rapidamente olhando para baixo e depois voltando a sua posição, ele decide passar ao seu grupo o que tinha que falar. Antes de começar, é interrompido por Blue, que pela demora já estava levemente irritado.
– Bruno Torres: E então. Agora, pode falar?

Beetle demora um pouco para responder, colocando as mãos na cabeça.
– Robert Sonson: É complicado...
– Beetleleader: Não é complicado, é bem simples de entender. Aquele homem que nos perseguia foi bem claro.
– Bruno Torres: Como assim foi claro? O que está havendo?

Beetle suspira. Fale!
– Beetleleader: Sabe o nome desde lugar? Não o apelido, mas o nome? Então... este lugar se chama Liberdade, e ninguém pode saber de sua existência.
– Marcelo: Liberdade?
– Beetleleader: Que má sorte nós pisarmos aqui, e ainda mais má sorte ter sido por teimosia, não é mesmo Bruno?

Bruno mostra-se desgostoso com o que acabará de ouvir.
– Bruno Torres: Como assim? Vai voltar ao velho sarcasmo? Achei que tivéssemos resolvido isso!
– Beetleleader: Não pode tapar o sol com uma peneira, Bruno. E é exatamente isto que está querendo.
– Bruno Torres: Mas...
– Beetleleader: Você nos motivou a vir aqui, e sob sua ideia, sua força de vontade, é que todo o nosso grupo veio até aqui. Porquê? Para fugir da rotina! Mas não podia ser em lugares comuns, tinha que ser nas tão TEMIDAS matas de Wikaner, que agora pelo que vi, se chamam Liberdade. E não podia prever isto? É claro que não. Por que... só me pergunto... porque ninguém nunca saiu com vida desse lugar? Motivo de tanta lenda. Por que? Porque ele é um lugar amistoso, confortável, receptivo? Me responda! Por que?

Bruno começa a se irritar, e os outros dois ficam mudos apenas observando a discussão atentos.
– Bruno Torres: E dai! Isso não passa de uma insistência em me jogar culpa, como se fosse totalmente minha! E nem respondeu ainda o que todos nós queremos ouvir: o que está acontecendo aqui?
– Beetleleader: Como se não estivesse claro! O porquê de tanta correria: estamos sendo perseguidos Bruno! E é tudo culpa sua!

Bruno para alguns segundos para pensar em uma resposta, abominado com o que acabará de ouvir.
– Bruno Torres: Que quer ouvir: "ohhh... Beetleleader, você tinha razão. EU ERREI!" Pronto! Agora fale! O que está havendo! O que está acontecendo? Queremos respostas!
– Beetleleader: Aquele homem... ele não nos quer aqui...
– Bruno Torres: Quem é aquele homem?
– Beetleleader: Eu não sei! Mas tenho certeza que é um nativo, ou o responsável por estas terras. Claramente ele é perturbado, mas também é perigoso.
– Robert Sonson: Ele nos derrubou facilmente enquanto se apresentava, e dizia para sairmos de sua Liberdade.
– Beetleleader: Exatamente. Íamos fazer um acordo: nós íamos sair daqui, e nunca contaríamos daqui para ninguém. Mas ele queria uma prova, e depois começou a enlouquecer, e desfez o acordo.
– Robert Sonson: Na realidade... eu acho que ele dizia apenas para você sair? Ele não contava com a Stephanie, nem com o Leonardo em nossa conta.
– Bruno Torres: Como assim? O que ele tem haver com eles?
– Beetleleader: Não percebe! Ele é quem está por trás de tudo! Ele quem sumiu com a Stephanie. Por motivos os quais ninguém sabe.

Ao ouvir isto, Blue se mostra raivoso, com ira agora voltada àquele homem.
– Bruno Torres: Por que que aquele homem iria fazer isto? Por que ele atacou a Stephanie!
– Beetleleader: Não sabemos dos detalhes... ele não revelou mais nada. Depois disto, a única maneira de fugir foi nos submeter a um novo acordo, mais cruel e ilógico. Que pode custar as nossas vidas.

Ao ouvir isto, Blue demostra curiosidade e Rangoo se assusta.
– Bruno Torres: Que tipo de acordo? Diga!
– Beetleleader: Uma perseguição.

Ao ouvir isto, Bruno começa a mostrar melhor entendimento sobre o assunto, embora levado pela emoção de ira contra a situação em que se encontravam.
– Bruno Torres: Uma perseguição? Por isso que estamos fugindo? Que tipo de acordo é esse?
– Beetleleader: Ele nos persegue, tenta nos matar, e se nós conseguirmos o derrotar, derrubando-o, matando-o ou seja lá como for... ele nos deixa ir. Mas, caso contrário...

Por pelo menos um minuto, ninguém se atreve a dizer nada. Bruno fica pensativo quanto ao caso, enquanto Beetle e Robert acabam por fazer o mesmo.
– Marcelo: E o que vamo fazer? Qual é a ideia de vocês?
– Beetleleader: O plano mais sólido é tentar driblar os olhares daquele homem, e fugir das matas seguindo o relevo presente neste solo, pois já notei que mais para dentro das matas, mais se diminui o relevo, e assim chegamos as pistas. Depois, pegaremos carona, e dali o plano volta ao antigo. Eu e o Bruno vamos a polícia rodoviária, passamos o caso, e deixamos nas mãos deles.
– Bruno Torres: Mas se este ser está nos perseguindo, ele deve saber praticamente tudo sobre nossos passos, ou sempre se empenhar em saber. São muito poucas as chances de sairmos invisíveis daqui, não acham?
– Robert Sonson: Na realidade...
– Beetleleader: Esta é a melhor ideia que temos. Tem outra ideia?

Bruno fica apreensivo, pensativo, buscando uma ideia alternativa. Já Beetle e Robert, ficam calados, aguardando uma resposta. E então?
– Bruno Torres: Se formos seguir pelo caminho que vimos, só para voltar ao acampamento de lá seguir ao caminho que viemos apenas para sair, tenho certeza que bateremos de frente com ele.
– Beetleleader: Não vamos pelo mesmo caminho, só vamos por um que não sege tão distante deste, e que dê ao mesmo resultado, ou outra rota que chegue a pista.
– Bruno Torres: Mas... então, porque saímos de perto da saída, para depois voltarmos? Não há lógica nisto.

Beetle fica mudo por alguns segundos.
– Beetleleader: Não sei! Minha cabeça não estava no lugar! Como acha que eu estava pensando depois deste acontecimento! A única coisa que penso é uma maneira de sair daqui!
– Bruno Torres: E a Stephanie? Aquele homem deve saber aonde ela está! Não podemos deixá-la aqui! E mesmo se conseguirmos sair daqui, sem aquele homem ver... ele pode querer se vingar, e descontar nela! Por que? Pois nós deixamos ela para trás!
– Robert Sonson: Ela não é tão indefesa...
– Bruno Torres: Para um homem que conseguiu te domar? Levando em conta que foi você e o Beetleleader juntos.

Robert se cala, e fica pensativo junto ao Beetle. E então?
– Beetleleader: Qual é a sua ideia então? Conte-nos, qual é sua sugestão?

Bruno por alguns segundos, e logo lhe veem uma ideia.
– Bruno Torres: Temos que dançar conforme a música. Jogar o jogo que nos foi proposto. Eu tive uma ideia para acabarmos com isto, mas creio que não vai gostar em nada.
– Beetleleader: Que ideia?
– Bruno Torres: Vamos enfrentá-lo!

Beetle e Robert não acreditam no que ouvem.
– Robert Sonson: Como assim! O que! Ficou maluco!
– Beetleleader: A chance de sobrevivermos indo de frente com ele é muito menor... e além do que, como vamos ir assim sem um plano. Ele pode ser só um, mas é perigoso e conhece isto aqui melhor que a gente. Por quê acha que levaríamos a melhor contra ele?
– Bruno Torres: Por que está é a melhor ideia que temos! Se ele está nos perseguindo, não deve estar muito longe, e não vai descansar até nos encontrar.
– Beetleleader: Quanto a isto eu já pensei, e vamos pegar um caminho diferente, despistá-lo.
– Bruno Torres: E é exatamente assim que penso em derrotá-lo. Usando a inteligência.
– Beetleleader: Então diga-nos, qual é o seu plano?
– Bruno Torres: Vamos enganá-lo. Vamos nos separar, um serve de isca, os outros servem de apoio. Não vamos ficar um longe do outro, apenas o levar até um lugar onde ele se revela, e os outros o atacam de surpresa. Assim, usamos as matas a nosso favor.
– Robert Sonson: O que!?
– Beetleleader: Este plano não é nem um pingo sólido, Bruno. Arriscar nossas vidas assim! E se der errado?
– Bruno Torres: Ele não pode seguir a todos. Somos quatro, e ele apenas um. Vamos usar isto a nosso favor.
– Beetleleader: Ele ataca pelas árvores.
– Bruno Torres: E dai, eu sou bom de mira.
– Robert Sonson: E quem pretende ser a isca?
– Bruno Torres: Eu não teria medo de enfrentá-lo. Mas parece que quem ele quer é você, Beetleleader.
– Beetleleader: Como assim?
– Bruno Torres: Ele seguiu você ao invés de mim e do Rangoo, quando estava nos atacando. Ele quer a você, não nós.
– Marcelo: Eita! É verdade.
– Robert Sonson: Ele não me deu atenção quando estávamos próximos, apenas olhava para Beetle.
– Beetleleader: E mostrou saber sobre os Besouros-Negros.
– Bruno Torres: Então... dos quatro, é você que ele seguiria.
– Beetleleader: Mesmo assim... este plano não é sólido. Para onde iremos? Nem conhecemos estas matas direito!
– Bruno Torres: Seguimos reto. Se bem que... podemos esquecer essa de nos separar. Nos separamos quando ele nos atacar. Nos fazemos de fáceis até lá.
– Beetleleader: Assim só estará nos levando para um guerra. O que o faz garantir que nós iriamos vencer?
– Bruno Torres: Simples. Não temos opção. Ele de qualquer forma iria atacar. Pelo menos estamos preparados. O que você acha? Vamos dar tudo de si para vencê-lo e sair daqui com vida, ou então... vamos torcer por piedade.

Beetle e Robert viram para trás, pensativos e após um olhar para o outro, Beetle olha com seriedade para Bruno, com uma resposta pronta para sair.
– Beetleleader: Ok. Seguimos o seu plano.
– Bruno Torres: Excelente. Seguimos reto, e esperamos o ataque.
– Beetleleader: Mas saiba que o que acontecer lá, estará por sua responsabilidade. Se alguém morrer, a culpa será sua.
– Bruno Torres: Sem problemas. Tenho certeza que nada vai dar errado.

E neste instante, os Besouros se levantam e seguem reto, prontos para um ataque, com Bruno agora liderando-os, confiante de que seu plano iria dar certo. Em outro lugar totalmente distante de onde os quatro estavam, do lado oposto de onde partiram quando foram atacados, ou seja, do acampamento, uma silhueta pisa com os pés descansos uma grama verde, e próxima dela há um córrego iluminado pelo brilho do sol de águas que desciam de uma montanha por meio de uma cachoeira, sendo esta o ponto mais destacável da paisagem, formando um lindo lago repleto de peixes e estrelas do mar, que ocupava mais de setenta porcento do cenário da região. Haviam várias bananeiras, rochas cobertas por musco e cavernas cobertas por vinhas, além de é claro, muitas árvores maiores que cobriam como sempre o sol com suas copas. Mais um ponto extremamente belo, e muito agradável de ver. Tal pessoa se acacha para tomar um pouco de água e com a mão a leva até sua boca, e logo e levanta olhando para os dois lados, e prossegue seu rumo, indo em direção a uma entrada que levava a uma trilha em uma mata completamente fechada, mas tal ser estava decidido em prossegue. Antes, coloca a mão em seu estomago mostrando estar com fome, e decide tentar subir na árvore para comer algumas bananas, típicas da região. Ao sol iluminar seus cabelos castanhos, eis que o obvio é revelado, se tratava de Stephanie, também conhecida como Miss Martie. Ela estava com rosto mais sério, objetivada, mais concentrada no que estava fazendo. Sua camiseta branca estava ainda mais rasgada, e seu estado comparado aos outros Besouros era com certeza o pior, com inclusive a mão direita enrolada por folhas de bananeira, mostrando-se quebradas, embora em estado melhor comparado ao dia anterior. Com seu braço esquerdo cortado, ela alcança pelo menos cinco bananas e logo desce para ingeri-las. No meio da refeição, a garota olha para o alto desconfiada, e logo volta a comer. Minutos depois, um som de galho se quebrando é ouvido, e a garota rapidamente pega uma pedra que lhe estava próxima e atira contra o autor de tal deslize, acerto em cheio um macaco que estava passando por um galho de uma das árvores, que consigo levava uma banana. Vendo o que fez, ela vai logo acudi-lo, mas o animal ao vê-la foge, deixando a banana, e a garota descontente com o que fez, ainda mais que foi medo de rever tal homem que para ela já havia se tornado assombração.
– Stephanie: Calma... ele não vai mais aparecer... calma garota. Agora é só achar a saída, ou encontrar os outros Besouros que devem estar te procurando. Relaxa.

Claramente ela estava certa, porém não tinha nenhuma menção do que estava acontecendo. O macaco que foi acertado corre dolorido pela grama, até alcançar uma vinha e subi-la, onde em solo rochoso se encontra com muitos de seus iguais, que estão fazendo montes de banana mostrando que faziam parte da mesma tribo. De repente um homem descalço pisa no mesmo solo rochoso sendo temido pelos primatas presentes, e vai em direção ao monte de bananas, porém nota o macaco que foi acertado, levemente machucado, e vai em direção a ele com passos mais grosseiros mostrando estar irritado.
– Homem: Como ousa não me trazer alimento seu primata egoísta! Como!?

O macaco o olha com submissão.
– Homem: Já falei que eu exijo respeito! Sou um homem importante nesta sociedade e posso te processar quando bem entender por não servir aos seus deveres. Pois todos sabem que são os deveres que geram os direitos, e você, claro símio, tem o direito de ser um macaco, então tem o dever de me servir como dever a ser isto o que é. Fui claro?

O macaco o olha com medo e abaixa a cabeça tremulo.
– Homem: Isso mesmo! Agora... volte e me traga uma banana imediatamente! Macaco burro!

O homem vira-se indo em direção às muitas bananas, e os macacos se afastam do monte com medo, pois estavam lidando com um animal maior, sendo que tais macacos eram pequenos e frágeis. Quando ele enfim ia comer sua primeira banana, ele repara que o macaco que gritará estava ferido, e se dirige de volta à ele.
– Homem: O que aconteceu com você, caro símio?

O macaco aparentemente responde, em seus limites de expressão como um macaco.
– Macaco: Uhhahahahahahaha!
– Homem: Como assim? Pensei que estivessem todos mortos.

O animal se encolhe com medo E o que mais?
– Macaco: Uhahahahahahhh!
– Homem: Mas o que isto tem haver com alguma coisa? Até onde vi, a conversa não chegou a isto. Por favor...
– Macaco: Uhahahahahahahhh!

O homem dá um chute no pobre primata irritado com o que deduziu.
– Homem: Ousa tirar as pulgas da sua mãe com esta boca? Quanta mediocridade. Saia daqui seu ignorante! Não é digno de minha presença.

O primata se mostra desagradado, e bravo sai de perto do homem. Todos os demais fazem a mesma expressão.
– Homem: É isto mesmo! Mas antes, volte... quero sua última banana.

Com uma mudança repentina de opinião, o homem corre atrás do macaco que foge dele querendo que ele volte. Ele desce do ponto onde estava e segue o caminho que o macaco trilhava, aparentemente indo para onde estava.
– Homem: Volte aqui. Eu ordeno! Não é permitido desacato a minha autoridade! Isto gera muitas a cadeia seu garoto peralta!

Pouco tempo demora para o homem cair totalmente suado e cansado, e nessa, os macacos fogem de local com todas as bananas que haviam o trazido, decepcionando seu aparente mestre.
– Homem: Traidores! Seus CORRUPTOS, APROVEITADORES! APROVEITADORES! APROVEITADORES!

O homem se levanta e ao ser irradiado pelo sol, sua cor de pele caucasiana e seus olhos negros são logo distinguidos pelo brilhar, revelando que se tratava de ninguém menos do que "Burro do Shrek" / Leonardo Platino, que estava sumido desde sua fuga do acampamento dos Besouros-Negros.
– Leonardo: PODEM IR! NÃO PRECISO DE VOCÊS! SEI ME VIRAR MUITO BEM SOZINHO! Não é atoa que macacos tem uma imagem tão mal-vista pela sociedade. Sinceramente.

Então Burro continua o trajeto que andava quando perseguia o macaco, agora com o objetivo de coletar algumas bananas para seu consumo. No mesmo espaço de tempo, Stephanie continuava próxima ao lago, agora refletindo sobre seu comportamento e seu temor ao homem que a atacou durante a noite passada, desapontada. Sentada em cima de uma rocha, de pernas cruzadas, ela tenta em sua mente de todas as formas se passar esperanças, se passar coragem para re-encarrar àquele que a atacou, e ainda faz esforço para entender sobre os porquês de tais atos, sem resultado. Assim ela enfim assume que estava perdida dentro daquelas matas, e deixa nas mãos do universo em retirá-la de lá, convicta de isso seria a única coisa que poderia tirá-la de lá. De repente, algo a chama atenção, e ao olhar nota uma espécie de túnel de pedra posto em uma espécie de montanha não muito longe dali, coberto por vinhas e flores, e toda a decisão de ir para lá. Enquanto isso, Burro continua andando se distraindo fácil com esquilos e borboletas, e enfim chega perto de uma bananeira e assim, perto ao lago onde Miss estava meditando. O encontro entre os dois era inevitável. Leonardo chega até a primeira bananeira que ainda estava escondida entre os arbustos e árvores maiores, e ao não gostar das bananas que vê, Burro prossegue até estar plenamente no campo de visão da garota. Ao vê-la, Burro foge antes de ser percebido, já que a garota estava olhando ainda para o túnel. Escondido, Burro fica perplexo em saber que agora havia uma nova companhia presente em sua região.
– Leonardo (em voz baixa): Não acredito. Não pode ser. Não é provável. Não é possível. Será ilusão?

Leonardo espia de novo e nota a garota lá, agora já não distraída com tal túnel que a chamou atenção.
– Leonardo (em voz baixa): É verdade. Tem uma nova pessoa aqui no pedaço, e pelo que vejo... é fêmea. Só pode ser duas pessoas: uma garota que jamais conheci, ou... mamãe. Só pode ser a mamãe. Ela soube do meu desaparecimento e veio me buscar, só pode.

Burro espiona a garota de novo para vê-la melhor e nota que não se tratava de sua mãe, mas a garota lhe era familiar.
– Leonardo (em voz baixa): Esta garota me é familiar. Será que pode ser considera uma ameaça, ou um interesse romântico. Será que ela trás consigo uma barrinha de chocolate para minha enorme fome? Como descobrir isso sem saber descoberto? Como? Somente se eu fazer um intimado. Ou mandar um SMS perguntando. Mas como não estou com meu celular aqui, prefiro a primeira opção.

Burro a espiona de novo, e nota que a garota se levanta pronta para partir.
– Leonardo (em voz baixa): Ela já está indo. Tenho que agir antes que seja tarde.

O garoto adentra o arbusto e sai para o outro lado, onde ele não se dava de frente com ela. Encorajado para e mostrar, Burro respira bem fundo.
– Leonardo: Hora das respostas.

Burro neste estante corre em direção à Miss que estava distraída com seus pensamentos, porém Burro decide chamar sua atenção com um grito de guerra, se fazendo de índio ou uma pessoa hostil para lhe dar autoridade, já que seu objetivo era ter informações sobre a garota a força, sem saber que ela era a Miss Martie. Neste instante, a garota olha assustada para Burro e o confundindo com seu temor, ela corre para atacá-lo, lhe aplicando um forte golpe e o subjugado no chão, com sua mão prensando sua cabeça sobre o solo, com fúria nos olhos e ar de selvagem, como se a natureza já a tivesse dominado. Isso o faz gemer de dor.
– Stephanie: ME DEIXE EM PAZ SEU MALUCO!

A garota nota que bateu em Leonardo.
– Stephanie: Burro?
– Leonardo: Quem mais seria! Hein! ME SOLTE... ME SOLTE!

A garota o deixa solto, e então ele logo se levanta, e Miss esbanja um enorme sorriso no rosto, enquanto Burro mostra-se irritado.
– Stephanie: Burro!? É você mesmo. Não sabe como estou feliz em te ver.
– Leonardo: Todos ficam feliz em me ver. SUA MALUCA! O QUE FEZ COMIGO! POR QUE FEZ ISTO?
– Stephanie: Ora... me assusta ainda gritando feito um lunático e esperava o que?
– Leonardo: Eu que faço as perguntas. Quem é você? O que faz aqui? O que trás com você? Para quem você trabalha? Você está solteira?
– Stephanie: Ahhhnnn?
– Leonardo: Responda já.
– Stephanie: Aff, Burro. Onde estão os outros?
– Leonardo: Como assim outros? Já disse. Eu que faço as perguntas!
– Stephanie: Se não me responder, eu te derrubo e te prenso de novo.

Burro fica mudo.
– Stephanie: E então? Onde estão os Besouros? Eles estavam me procurando?
– Leonardo: Como sabe dos Besouros-Negros?
– Stephanie: Que isso, Burro. Não está me reconhecendo.

Burro balança a cabeça respondendo que não.
– Stephanie: Sou a Miss Martie. Stephanie Liccon. Agora lembrou?

Olhando-a melhor, Burro enfim a reconhece.
– Leonardo: Stephanie? É você? O que aconteceu com você? Virou mendiga?
– Stephanie: Não. Só passei por algumas desventuras enquanto estive aqui.
– Leonardo: E qual é dessa braçadeira ai no teu braço. Caiu bem em você, combina com seus olhos.
– Stephanie: Ahhhhnn... obrigado por notar. E então, onde estão os outros?
– Leonardo: Não sei. Seu namoradinho me expulsou do acampamento ontem. Tive que dormir nas matas no frio, e com lobos assassinos. Me abriguei em uma caverna, e de manhã eu apareci aqui.
– Stephanie: Como assim, "namoradinho"?
– Leonardo: O Bruno. Não estão de namorico?
– Stephanie: Não. Da onde tirou isto?
– Leonardo: Ele vivia falando de você lá no acampamento.

Miss fica surpresa com a notícia.
– Leonardo: Mas, então... quais são as novidades. Por que sumiu de repente?
– Stephanie: É uma longa história. Mas... pode me levar até o acampamento dos Besouros? Precisamos sair daqui imediatamente.
– Leonardo: Não posso. Fui expulso do grupo, infelizmente.
– Stephanie: Se aparecer comigo, creio que Beetleleader possa re-pensar sobre sua expulsão. O que acha?

Burro para por alguns segundos, pensando se deveria aceitar.
– Leonardo: Eu até poderia.

Miss se anima, e ao ver-se com fome e ver a garota sorridente, feliz com a ajuda que ele iria a dar; Burro decide se aproveitar da situação.
– Leonardo: Mas, antes... preciso de alguns favores.
– Stephanie: Que tipo de favores?
– Leonardo: Estou com fome, sede, e muitas outras necessidades básicas pendentes as quais não consigo realizar. Não posso fazer isto de graça.
– Stephanie: Então quer que eu faça o que?

Burro fica sorridente.
– Leonardo: Quero que me ajude com três favores simples. Então, eu te mostro de onde eu vim, e você segue de lá até os Besouros-Negros.
– Stephanie: E você?
– Leonardo: Eu não ligo. Posso me virar sozinho. Agora... já que parece ter maior disposição, poderia me arrumar um punhado de frutas.
– Stephanie: Tipo essas bananas das bananeiras?
– Leonardo: Estava pensando em variedade. Tipo laranjas, mangas, uvas, maças... Se não for muito incomodo, é claro.

Miss não gosta muito, mas como era sua única esperança, não hesita em aceitar.
– Stephanie: Está bem. Vou procurar o quem ali naqueles campos, mas não há tanta variedade assim nesta selva.
– Leonardo: Sem problemas, faça o seu melhor. E depois, quero que me arranje um bom gole de água, em um copo bem feito que dê um gosto especial ao líquido, de modo que me incentive a beber mais. Se não for muito incomodo.

Stephanie começa a ficar mais desgostosa com os pedidos de Burro, mas aceita novamente.
– Stephanie: Não sei se há um copo aqui nestas matas, mas vou ver o que consigo.
– Leonardo: Excelente. E a última coisa, e a mais importante... preciso que me ajude a fazer uma coisa que não consigo fazer há tempos. Quero ajuda para fazer coco.

A garota tem um susto, seguido de estranhamento quando ao pedido do Burro.
– Stephanie: Como assim? Eu te ajudando a fazer coco?
– Leonardo: Eu até conseguiria fazer sozinho, se tivesse um banheiro ou uma privada, mas... não tem. Então, preciso de ajuda com isso. No caso do papel higiênico, também precisava, mas caso não encontre pode ser sua brussa mesmo.

Ao escutar o último pedido, Miss sente um forte repúdio em aceitar, que era confrontado com sua vontade de sair das matas pelo medo de reencontrar tal homem que tanto temia. Isto a deixava em conflito.
– Leonardo: E então?
– Stephanie: Burro. Não vou te ajudar a fazer coco, é muito nojento.
– Leonardo: Trato é trato. Agora é o seu dever, e deve cumpri-lo. Agora.
– Stephanie: Burro. Não acha que esta pedindo muito só para me mostrar onde estão os Besouros-Negros? Não reconhece que não só eu, mas nós dois precisamos nos reunir com os demais para sairmos destas matas. É esse o nosso objetivo. Ou quer ficar aqui?
– Leonardo: Bruno disse que não quer sair daqui por sua causa, e além do que, eu fui expulso... por sua causa!
– Stephanie: Como assim, por minha causa? O Bruno estava me procurando, devia estar preocupado comigo, e por isso não quis sair dessas matas até me encontrar. E eu estou aqui, se nos reunirmos de novo, já podemos ir. E então?
– Leonardo: Para mim, essa teoria não passa de manipulação barata para você não realizar meus favores. Que veio de sua parte Stephanie.

Stephanie começa a se irritar.
– Stephanie: Como assim manipulação, Burro? Só digo que...
– Leonardo: Então me prove que não é manipulação. Não tenho tempo a esperar, não quero sujar minhas mãos com tarefas suas. Você aceitou, então agora é seu dever.
– Stephanie: Burro...
– Leonardo: AGORA!

Eis que a garota agora começa a ter o desejo de deixar seu colega para trás, aceitando o fato de que ele não estava disposto a ajudar.
– Stephanie: Bom... se não quer me ajudar, ok.
– Leonardo: Não é que não quero te ajudar. É que você precisa a apreender a cumprir suas promessas, e só poderei te ajudar se me ajudar antes.
– Stephanie: Se é de tanta importância sua, eu dou um jeito de fazer seus dois primeiros pedidos. Mas... te ajudar a fazer coco... isso eu não posso fazer. Nem nenhum nexo, e não é nenhuma criança para eu precisar fazer isto.
– Leonardo: Ou é tudo, ou não é nada Stephanie. Trato é trato. Se não me ajudar a fazer coco, pode partir já.

Miss para por alguns segundos, já estando com repúdio de fazer tais tarefas, e uma certa irritação para com Burro, que a encarrava com um olhar de arrogância. Por um lado, ela teria a chance de rever os Besouros, por outro, estaria se sujeitando a uma situação humilhante, nojenta e totalmente desnecessária visto que Burro já tinha dezesseis anos. E então?
– Stephanie: Burro. Se se acha mais importante que a oportunidade de sairmos todos juntos desta mata, e acabar com este episódio, então, pode ficar aqui e se virar por você mesmo, que eu dou um jeito de me virar sozinha.
– Leonardo: Quanta preguiça...

A garota o olha, o vendo como é, e decepcionada vira-se para trás e segue rumo a seu primeiro objetivo. Insatisfeito, Burro começa a gritar não se dando como vencido.
– Leonardo: VENHA CÁ AGORA! NÃO VIRE AS COSTAS QUANDO FALO COM VOCÊ! EU EXIJO RESPEITO, JÁ! EU MANDO EM VOCÊ, E NÃO PODE FAZER NADA! OU VOCÊ ME OBEDECE, OU FICARÁ AQUI PARA SEMPRE. ISSO... PARA SEMPRE!
– Stephanie: Então está bem, fique como achar melhor.

Enfim, Leonardo não consegue segurar mais tal informação.
– Leonardo: SE QUER TANTO SABER, ENTÃO, ESTÁ BEM! FIQUE COMO ACHAR MELHOR! EU CHEGUEI ATÉ AQUI POR MEIO DE UMA CAVERNA! EU DORMI NELA A NOITE, E QUANDO EU ACORDEI SEGUI A LUZ E CHEGUEI ATÉ AQUI! SATISFEITA!

Miss fica contente, ao ver que aquele túnel que viu enquanto estava pensando provavelmente era o lugar por onde ela poderia sair.
– Leonardo: MAS PARA EU TE INFORMAR AONDE É, SOMENTE ME SERVINDO SUA ESCRAVA! ESCRAVA!
– Stephanie: Obrigada pela informação, Burro. Eu me viro daqui.

E assim, Miss deixa Burro sozinho e prossegue rumo ao túnel que viu, na esperança de assim que o passar encontrar os Besouros e conseguir enfim sair daquele lugar, deixando aquele episódio como apenas história, que seria esquecida beirando sua vida. O que ela não sabia, é que essa informação foi tida tarde demais, uma vez que os Besouros não estavam mais lá, e sim sendo caçados pelo homem o qual mais temia, lutando para garantir suas vidas, e descobrir onde por ventura ela estava, algo que nem o homem selvagem sabia exatamente. Enquanto isso, durante o por-do-sol do dia, uma pata felina negra pisa em cima de uma rocha, de modo seco e impetuoso. Pertencia a um animal perigoso e feroz, que se localizava em cima de uma montanha, olhando para baixo com uma extrema atenção, e vendo apenas um espaço de terra posto em uma espécie de penhasco ainda no território de Liberdade, sendo um dos poucos pontos onde nenhuma árvore ou folhagem conseguia segurar brilho do sol, graças ao fato de estarem em pouca quantidade. Por baixo, o solo, diferente de muitos outros lugares onde a terra era marrom e com aspectos que indicavam que era grandemente produtiva, era seco e formado por uma vasta quantidade de areia, seguida por muitas pedras pequenas ou não, e estranhas esculturas de barro que indicavam que algum homem já havia passado por ali. De tudo, enormes segmentos de rochas era o que mais se destacava por ali, sendo que eles por ventura dividiam o território em vários campos dando a impressão de se tratar de um labirinto, e nas árvores que embora se diferenciavam pelo tamanho, sendo a maioria pequenas e mais magricelas sem nenhum fruto, todas continham algumas vinhas, úteis para de escalada para transporte. Também havia uma enorme mudança de relevo que ocorria em toda a região, que com um pequeno grau de frequência entre os metros, fazia com que o solo não fosse plano, facilitando a possibilidade de quedas para quaisquer ser que sege desatento. Passava minutos, e o animal continuava lá olhando firmemente, e ao ser visto detalhes de sua face, é logo visto que se tratava de uma espécie de tigre, e ao seu lado, um homem. Este por sua vez, irradiado completamente pela luz do sol, mostrava ter pele morena levemente puxada para o caucasiano, e usava uma máscara de madeira pintada com as cores branca e verde, sendo que a primeira abrangia maior território no item do que o segundo, que estava presente apenas em três listras, duas em cima de cada olho, e outra onde deveria ser a boca; servindo apenas para proteger a identidade de quem a usa. Ao seu lado, uma bolsa de bambu cheio de flechas de madeira e um arco. Claramente se tratava do homem por trás de todo aquela situação, o ser que habitava em tais terras, e o ser mais temido daquela região. Ele olhava para tal paisagem com orgulho, mas algo o afligia, fazendo parar de acariciar o animal por alguns segundos e colocar a mão na cabeça, como se tivesse com uma dor forte em sua nuca. O tigre que estava ao seu lado logo percebe, e o homem continua, por mais alguns segundos, mas depois volta a acariciar o animal, e continua a olhar para o cenário, apenas pensando. De repente, duas pessoas se aproximam em seu campo de visão. Eram Beetleleader e Bruno Torres, e os seguindo, Robert Sonson e Marcelo Aticato. Ao vê-los, o homem fica contente, e olha para sua bolsa e faz um sorriso em seu rosto, pegando seu arco, e levantando sua bolsa, fazendo seu tigre, que notará o movimento, se preparar para o ataque.
– Homem: Hora da diversão.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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