Presos na Liberdade escrita por The GreenArth


Capítulo 2
A beleza silvestre


Notas iniciais do capítulo

CONTINUANDO DO EPISÓDIO ANTERIOR...



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Com um sorriso no rosto, os dois vão até os outros Besouros e dão a novidade de que Beetleleader irá sim junto a grupo a excursão nas temidas matas próximas à cidade de Wikaner, e todos ficam contentes com isso. Cada um com sua bicicleta, tirando o próprio Beetle que estará na carupa da de Robert Sonson, os Besouros saem dos limites do município e se aventuram, cada um com sua mochila nas costas, pela estrada WP-18, uma das mais movimentadas e a única com acesso à mata. O horário de partida era pensado para que não ter muitos carros na estrada, deixando-a mais segura. Além disto, a pista em si já era ampla possibilitando o circular pacífico entre automóveis e ciclistas, mais um ponto favorável para o tráfego seguro. A viagem é maravilhosa, com uma conversa simpática que agradava os humores dos Besouros até a entrada para a mata fechada, que além de tudo era à pelo menos vinte metros de profundidade do nível de relevo da pista, ou seja, ia ter mais uma aventura para chegar lá. Chegando ao acesso à mata pesquisado por Bluebeetle pela internet, Beetleleader nota uma coisa estranha em uma camionete preta que em um segundo passará por eles, como se o motorista e o passageiro estivera de olho neles, os vigiando; já é o suficiente para um olhar amargo vindo do rapaz para o passeio que iriam fazer, como se fosse mais uma prova para sua intuição de que algo iria dar errado. Depois de meia-hora de viagem, eis que o grupo chega em seu objetivo: um pedaço de mata aberta com uma espécie de trilha que levava o visitante para o interior do local, e lá tinha uma placa escrita: "Cuidado! Morte afrente." Eles logo estacionam suas bicicletas e param para um merecido descanso, tomando obviamente água após o aviso dado pelo líder antes de embarcarem na missão de passeio. Blue é o primeiro a notar a placa e dá uma risada, paralelamente a isso, a mesma camionete decide mudar de curso e voltar, provavelmente para encontrar os Besouros.
– Bruno Torres: Olha só isso aqui, que piada.

Todos se aproximam para ler o que era.
– Beetleleader: "Cuidado". Mais um ponto negativo para este passeio.
– Bruno Torres: Não começa cara, é só uma placa para botar medo em amadores, pessoas que tem medo até da própria sombra, mas nós somos profissionais.
– Stephanie: Pior que eu tenho que concordar, "morte afrente", é mesmo piada de mal-gosto.
– Bruno Torres: É isso ai. Não tem nada pra ter medo aqui, só pura diversão pela frente. Além de uma baita caminhada.
– Beetleleader: E se não for. Já pararam para pensar nisto?
– Bruno Torres: Se veio aqui só para achar defeito, pega minha bicicleta e pode ir embora. Cara, acho que viemos, temos que curtir!

Beetle não gosta da atitude de Blue; Robert o puxa para o canto.
– Robert Sonson: Homem, entenda, todos estão aqui para se divertir. Sei que não queria vir, mas todos queriam que viesse e está aqui, mas agora que está por favor não banque o cético e não fique desdenhando do passeio. Isso não vai acabar bem. E quanto ao Bruno; ele gosta de você, mas do jeito que está agindo; pode pegar uma inimizade atoa.
– Beetleleader: Olha. Só estou dizendo que acho que pode não ter sido uma boa ideia nós...
– Robert Sonson: Pare de imitar!
– Beetleleader: Como é?
– Robert Sonson: Seria normal caso eu fizesse isso, mas você? Um homem tão centrado e organizado, ficar agindo desse jeito. Pare, cara. Como o Bruno disse, se já veio então agora é hora de curtir.
– Beetleleader: O Bruno disse: "agora que viemos, temos que curtir"; mas... ok. Mas admito que eu estou estranhando uma atitude, de incentivar esse passeio. O que está lhe acontecendo?
– Robert Sonson: Ok... eu pesquisei sobre essas matas. São milagrosas, esses mitos são só boatos. Eu super-interessados em adentrá-las, para vê-las por dentro. Além da flora abundante, a mata é virgem! E em relação a fauna, exuberante. Pretendo tirar fotos, escrever sobre, e sair daqui com muito conteúdo nas mãos. Aproveitar este passeio. E sugiro que faça o mesmo. Pela primeira vez EU concordei com o Bruno, e você...

Beetle fica pensativo; enquanto isso...
– Bruno Torres: Por mim a gente já entrava é agora.
– Stephanie: Vamos esperar o Beetle e o Robert terminarem de conversar.
– Bruno Torres: Esse Beetleleader... estou estranhando muito ele hoje. Amanheceu do lado errado da cama. Não quero ele estragando esse passeio.
– Stephanie: Deixa ele, ele é muito cauteloso. Mas e você... porque que quer tanto entrar nessas matas? O que vê de tão interessante nelas?
– Bruno Torres: Eu vejo tudo. Enfrentar a selva, os animais selvagens. Já pensou. Somos os primeiros a entrar e sair das tão temidas e tão famosas matas de Wikaner!
– Stephanie: Entendi.
– Bruno Torres: Isso ia ser tipo assim, algo incrível para os Besouros. Íamos ser o grupo the best da escola, talvez da cidade. Essa fama ia ajudar muito o grupo, mas o Beetleleader tá nem ai. To até suspeitando que ele e o Robert trocaram de corpo, sei lá...

Miss dá uma risada.
– Stephanie: Vai ver é isso.
– Bruno Torres: Pois é... mas, mesmo assim. Se ele não quiser, melhor para nós. E você, tem alguma ambição nesse mundo verde?
– Stephanie: Não... tô na indiferença. Só tô aqui para fugir daquela rotina entediante, fugir dos meus pais que são um saco.
– Bruno Torres: E são mesmo, sem querer ofender.
– Stephanie: Não estou ofendida. E você Rangoo, quetinho ai no canto. Por que topou vir até aqui?
– Marcelo: Nada muito importante. Só que sempre tive a curiosidade de conhecer essas matas.
– Stephanie: Ahhh... legal.
– Bruno Torres: E então. Vamos deixar esse casal de lado e nos impor nesse bagulho louco!

Miss olha para o lado e eles já estão vindo.
– Stephanie: Já podemos, eles já estão vindo.
– Beetleleader: E então vamos entrar?
– Bruno Torres: Vamos. Vai ser uma baita caminhada, depois já podemos sei lá, armar a barraca.
– Beetleleader: Sim, podemos.
– Robert Sonson: E então, vamos deixar dessa conversa e vamos meter perna nessa estrada.
– Stephanie: Só como pergunta. Por que que você e o Blue estão falando feito fazendeiros?
– Bruno Torres: Vai ver trocamos de corpo com o Rangoo.

Os quatro dão risadas.
– Marcelo: Eu vim da fazenda, mas eu falo certinho ouviu.

Antes de realizarem a ação, uma buzina pode ser escultada, era personalizada e passava a impressão de vitória.
– Beetleleader: Da onde está vindo isso?
– Bruno Torres: Deve ser mais um desses carros na estrada. E então vamos, peguem suas bicicletas.
– Robert Sonson: Eu acho que as bicicletas...

A buzina se aumentava, cada vez mais próxima.
– Robert Sonson: De onde é isso?

Logo a camionete preta pode ser vista.
– Passageiro da Camionete: Eles estão ali, pode parar.
– Motorista: Como quiser.

A camionete para. Todos estranham.
– Bruno Torres: Mas o que...
– Beetleleader: Droga!

O motorista sai vestido como um mordomo, e com aparência de tal e abre a porta do passageiro. Ao ele sair, uma surpresa...
– Beetleleader / Bruno Torres / Robert Sonson: Burro!
– Leonardo: Hola los dos! Sol Burro! Mucho prazer.
– Stephanie: "Burro do Shrek", o que aqui?
– Beetleleader: Não o chamem de seu apelido no grupo, pode o chamar de seu nome verdadeiro: Leonardo.
– Leonardo: Por que? Sou Burro.
– Bruno Torres: Disso ninguém dúvida. O que faz aqui?
– Leonardo: Vim acampar com vocês. Jarbas...

Burro dá duas palmas. pegue minha mochila.
– Mordomo: Como quiser, e meu nome não é Jarbas.
– Leonardo: Trabalha para mim e eu o chamo do que eu quiser!

O mordomo suspira.
– Beetleleader: Como soube que iriamos acampar?
– Leonardo: Internet.
– Robert Sonson: Fale sério.
– Leonardo: Ok, mas só por que são meus amigos.
– Bruno Torres: Não somos seus amigos.
– Leonardo: Então nada feito.
– Beetleleader: Fale. Como soube que íamos acampar? Andou nos seguindo, é isso?
– Leonardo: Sendo sincero... sim. É legal seguir vocês, é ótimo para matar o tédio.

Blue suspira.
– Bruno Torres: Que tal levar uma surra, é ótimo para matar o tédio.
– Leonardo: Não, obrigado. Estou de dieta.
– Robert Sonson: Você não irá conosco Burro, pode dar meia-volta e partir.
– Leonardo: Eu gosto de você.
– Bruno Torres: Eu não gosto de você, e não te quero ver aqui. Vai correr nu em outro lugar.
– Leonardo: O que... aquilo. Já faz tannnnnnto tempo.
– Stephanie: Foi ontem Burro.
– Leonardo: Então. Hoje é hoje, e hoje eu vou passear com vocês.

Blue vai em cima de Burro que se assusta.
– Bruno Torres: Não vai.
– Leonardo: SE ENCOSTAR EM MIM UM DEDO QUE SEGE EU TE PRENDO! MEU PAI É POLICIAL! MELHOR AINDA O PREFEITO! SE EU NÃO FOR, VOU PRENDER TODOS VOCÊS POR SEQUESTRO! O QUE ACHAM!
– Marcelo: "Se eu não for, vou prender todos vocês por sequestro." Frase interessante.
– Beetleleader: Mas uma prova de sua loucura, e por isso não vai. É perigoso demais e você só serve como atrapalho, e nem faz parte de nosso grupo.
– Leonardo: Eu sou Besouro sim! Moro até num formigueiro.

Rangoo demonstra descontentamento com o que ouviu, batendo a mão no rosto; Beetleleader suspira.
– Beetleleader: Não é um Besouro-Negro, foi deposto ontem depois de seu último ato de loucura. Não merece ser membro de nosso grupo, e a muito tempo para sua informação, ensaiamos para fazer isso.
– Bruno Torres: Isso mesmo. Não somos seus amigos, CAIA FORA!

Burro vai para perto da camionete, e sentando em posição fetal começa a chorar.
– Leonardo: Não me deixar ir com vocês... são maus. Meu pai vai prende todos vocês...
– Bruno Torres: Aff. Deixem esse bebê chorão e vamos.

Eles partem para a mata, mas antes o mordomo os para.
– Mordomo: Por favor, levem o mestre Leonardo com vocês. Depois de ser expulso da escola, está abalado; mesmo que tenha o direito de voltar, está triste. Os Besouros-Negros são a única coisa que o estabiliza, ele acha que é amigo de vocês. Por favor, coloquem a mão no coração e permitam.

Blue demonstra desprezo pelo que ouviu; Beetle fica pensativo; Robert olha para Burro e vê o escândalo que estava fazendo.
– Leonardo: POR QUE! POR QUE! MUNDO CRUEL! A CONTA POR FAVOR!
– Robert Sonson: Desculpe, mas... não tem como levá-lo. Estamos aqui para nos divertir, não para sermos babás.
– Bruno Torres: Exatamente.
– Mordomo: É somente para levá-lo e suportá-lo um pouco. Eu serei a babá dele, por favor, nem se não for por ele, mas por mim e pelos pais deles. Ele pior em casa do que na rua.
– Beetleleader: Ele aumentará os riscos de todos. É desastrado, e creio que não valerá a pena.
– Mordomo: Faço questão de pagar pelo serviço. Que tal cinco mil reais.

Blue se interessa.
– Bruno Torres: Cinco mil reais?
– Mordomo: Para cada.
– Bruno Torres: Então nesse caso...

Blue olha para Burro.
– Leonardo: POR QUE NÃO PASSA MAIS BANANAS DE PIJAMA NA TELEVISIÓN! ISSO É UM ABSURDO!
– Bruno Torres: ...não. Acho que não há preço que pague esse cara.
– Mordomo: Pensem pela faculdade. Podemos bancar os custos, só permitam que neste dia...
– Beetleleader: Uma coisa que me chamou atenção. O pai do Burro é rico?
– Mordomo: Sim, o sr. Platino é...
– Beetleleader: ...o prefeito, não é mesmo?
– Mordomo: Sim. Mas...
– Beetleleader: Então esse dinheiro que está nos oferecendo é da população de Wikaner, não é?

Os Besouros acabam concordando entre si.
– Mordomo: Não. É do salário do...
– Beetleleader: Vamos embora.

Os Besouros dão as costas e adentram nas matas.
– Mordomo: ESPEREM! POR FAVOR VOLTEM!
– Bruno Torres: Boa sorte em ser babá de Burro.
– Mordomo: POR FAVOR, PAREM!

Os Besouros saem de vista; Burro para de gritar e vai para perto do mordomo.
– Leonardo: E então funcionou?
– Mordomo: Receio que não mestre Leonardo.
– Leonardo: Eu quero passear com os Besouros.
– Mordomo: E irá. Talvez não oficialmente, mas podemos adentrar com eles nestas matas. Embora pessoalmente falando, não é muito seguro. Quer mesmo fazer isto?
– Leonardo: Muuuuhhh!
– Mordomo: Então fazemos isto. Esperamos um pouco e os seguimos, pode ser então mestre Leonardo?
– Leonardo: Sim.
– Mordomo: Então está certo.

Dentro da estrada, os Besouros comentam o acontecido.
– Bruno Torres: Aff. O que o Burro tinha que fazer aqui.
– Robert Sonson: Estou mesmo é indignado com o prefeito. Poxa, tirando o dinheiro da população para nos pagar para aguentar aquele filho chato dele. Mandou é muito bem Beetleleader!
– Beetleleader: Obrigado. Mas essa família do Burro devem ser todos doentes, devemos é somente manter distância. Só temo que não foram embora.
– Stephanie: Já devem ter ido.
– Beetleleader: Bom. Agora cuidado, essa estrada é perigosa. Atenção redobrada, para não nos perdermos um dos outros. O desafio começa agora.
– Bruno Torres: Pode ficar tranquilo, eu sei o que eu faço.

Beetle olha para Blue com certo medo de não ser verdade. Eles prosseguem a trilha e o ar ficava cada vez mais úmido e a sensação de estarem sendo observados era cada vez mais constante, se não por seres humanos, sim por animais. Bluebeetle com astúcia no espirito se aventura na frente e corre em direção ao desconhecido, e sua bicicleta é levada por Rangoo que prossegue calado. As vinhas e ramos junto a magnificas árvores tornam-se cada vez mais presentes no cenário o enfeitando de uma maneira encantadora, e Robert não hesita em tirar uma foto e com Miss se encanta com a paisagem. Em uma significativa distância; Burro e seu mordomo seguiam os Besouros e o primeiro comia um sanduíche de peito de peru e ouvia em um IPhone músicas para se distrair, e seu mordomo o conduzia fazendo todo o papel; não demora muito para desastradamente Burro escorregar na terra e cair de madura no chão fazendo um grande estrondo que faz os pássaros pularem e partirem pelos céus fazendo diversos sons que assustam alguns, dentre eles Beetleleader que é satirizado por Blue, mas ele o ignora com pensamento frio e objetivo em apenas seguir em frente. O mordomo presta socorro com seu mestre que responde aos choros e gritos que queria ir para casa, e obedecendo os dois voltam até Burro levantar a cabeça e reordenar que deviam seguir em frente, irritando seu lacaio que obedece. Eles infelizmente haviam se perdido dos Besouros, mas decidem seguir em frente confiantes que ainda os achariam. O grupo desce praticamente calado, com apenas comentários recorrentes sobre a teoria da selva ser assombrada, e todos quebrados pelo Beetleleader que demonstra seriedade e ceticismo quanto as lendas. Enfim eles chegam ao fim da descida e se deparam com uma floresta cheia de flores e lagos, e estruturas de madeiras dadas por Robert como primitivas, algo que assusta Miss que comenta do lugar estar sendo habitado, teoria ignorada por Blue. Haviam três direções, uma com menos verde e céu visível, outra com mata fechada, e outra que parecia ser uma ladeira com terra molhada. Beetleleader decide ir pelo caminho seguro, mas Blue o contraria querendo ir pelo caminho perigoso. Um segundo se passa, e uma queda de braço entre olhares é enfim vista entre os dois, e o último cede permitindo que o grupo vá em segurança, porém estava insatisfeito. Cinco minutos de diferença o "time Burro" chega ao local e notam dois locais e pegadas que levavam ao local seguro e o mordomo sugere segui-los por lá, mas Burro o ignora dizendo que era "uma artimanha dos índios" e manda irem pelo caminho mais improvável, a ladeira; por seu serviço, o mordomo é obrigado a aceitar e os dois descem ladeira abaixo. Enquanto isso os Besouros continuam andando por uma trilha aberta recheada de verde em vinhas e caules que junto aos arbustos se tornam o cenário do local e claramente Miss Martie já estava cansada, enquanto Blue estava tão energizado que não ligava de já tinham percorrido cerca de cinquenta minutos no trajeto, e ainda levando suas bicicletas. Robert Sonson estava também cansado, mas nem tanto como Miss, e em suas mãos havia uma câmara a qual usava para tirar fotos. Rangoo estava andando valente sem qualquer sinal de cansaço, mas estava calado e ao seu lado também mudo estava Beetleleader, com rosto de sério. Os dois levavam bicicletas para ajudar os outros, mesmo Beetle não tendo levado a sua. Eles seguem até o término da trilha e se depara com um solo rochoso e um panorama espantoso mostrando que tal trilha era apenas a ponta do iceberg, levando em conta que o coração da selva era bem mais fundo do que pensavam. Mesmo assim o que viam era bem bonito e animador, e a noção do céu junto ao brilho solar tornava a paisagem ainda mais encantadora, com um som fundo de cachoeira dando a impressão do paraíso. Uma trilha de rochas levava até a mata, a qual estava em um solo bem mais profundo do que estavam.
– Robert Sonson: É lindo.
– Beetleleader: Pelo visto isto aqui é só a ponta do iceberg, tem muito mais estrada pela frente.
– Bruno Torres: Isso mesmo. Mas encarramos com força e coragem! Sugiro que bebemos um pouco de água e seguimos em frente!

Miss suspira profundamente.
– Bruno Torres: O que foi? Está cansada?
– Stephanie: Estou. Já estamos andando há um bom tempo, e o calor...
– Robert Sonson: Em baixo é mata ainda mais fechada e pelo vento que essa cachoeira está fazendo, deve ser mais fresco.
– Beetleleader: Uma coisa que me intriga é essas bicicletas. Foram úteis para chegar até aqui, mas agora... foi besteira ter trazido.
– Marcelo: Concordo.
– Robert Sonson: Receio concordar. Meu pai podia ter nos trazido e...
– Bruno Torres: E depender de nossos pais... mais uma vez! Poxa. Não somos mais crianças de três anos, somos adultos. Adultos que não necessitam de pais para nada!
– Stephanie: Dá pelo menos uns dez minutinhos para descansar e pensar melhor, depois a gente faz alguma coisa.
– Beetleleader: Essas bicicletas são um tremendo atrapalho. Devíamos deixá-las em algum lugar seguro e...
– Bruno Torres: Perder minha bike. Não. Se não quiser levar eu levo, vai ser legal andar de bike na floresta mais temida do mundo.
– Robert Sonson: Essa aqui não é a floresta mais temida do mundo, só da região. E de dia pelo menos, aqui é incrível. Olhem esse panorama. É de arrasar.
– Beetleleader: É bonito... mas temos que pensar no agora. E outra, sabem o caminho de volta?
– Robert Sonson: Seguir reto para trás. Não fizemos muita aventura.
– Beetleleader: Sugiro focarmos em saber como voltarmos. E todos trouxeram os celulares? Eu trouxe o meu.
– Stephanie: Eu também.
– Bruno Torres: Falando assim até parece inspetor de acampamento.
– Beetleleader: Só falo o que precisa ser dito. Somos adultos, agimos com responsabilidade. E o que faremos com as bicicletas, deixamos aqui? O que todos acham
– Stephanie: Fazem o que quiserem.
– Robert Sonson: Podemos deixar aqui nessa parede rochosa. É seguro e bem visível. Essa montanha é um ponto que pode ser visível em praticamente tudo. Mesmo em mata fechada.
– Bruno Torres: Eu vou com minha bike. Vou encarrar a aventura.
– Beetleleader: Rangoo...
– Marcelo: Bom, eu...
– Bruno Torres: Aff Beetle, pare de agir feito mulherzinha. Não tem perigo nenhum poxa vida. Riscos... viver é estar em risco.
– Beetleleader: Um homem inteligente sabe evitar que riscos existam e possa causar danos.
– Bruno Torres: Não vai ser menos inteligente se deixar de ser tão responsável. Poxa. Qual é o próximo conselho responsável; deixar migalhas de pão para não se perder? Aqui é a selva, baby!
– Beetleleader: Eu não estou aqui para ser devorado por algum urso, e até onde saiba ninguém está aqui para isso. Isso é apenas para, pelo menos pelo o que eu entendi, "fugir do cotidiano".
– Bruno Torres: Fugir? Não. Detonar. Se podemos encarrar uma mata fechada em um fim de semana, não podemos encarrar o professor de Física? E outra. Essas aulas são uma merda, estamos aqui para fazer algo de verdade que vale a pena de verdade.
– Robert Sonson: As aulas não são uma merda, o problema é do aluno. Espero que esse passeio dê para puxar interesse em você sobre Física por exemplo. Veja só essa pedra, se eu jogasse desse penhasco ela ia sofrer pressão causada pelo peço do ar e a força da gravidade causando um impacto no chão pela energia cinética distribuída no corpo. Isso é a Física da vida, e esse campo é o melhor para aprender sobre esses meios. Além de fazer energia térmica e principalmente sonora com o impacto desse corpo no solo. É demais!
– Bruno Torres: Eu dormi depois de "pedra", qual é a moral da história?
– Robert Sonson: Que depois dessa experiência no campo selvagem, você com certeza vai puxar mais interesse pelas disciplinas do colégio.
– Bruno Torres: Desde que não faça um comentário chato sobre cada coisa como fez agora por mim tá na boa.
– Beetleleader: Irreverência não nos ajuda a lutar contra os problemas da vida, mas sim, a inteligência. Por mim a gente nem vinha aqui, mas já que vimos, vamos ser coerentes e pensar na segurança antes de qualquer coisa. Principalmente já que a cautela mesmo foi-se para o espaço.
– Bruno Torres: Aff. Beetle, para não estragar nossa amizade cale a boca. Miss, tá pronta?
– Stephanie: Espera mais um pouquinho, está tão gostoso...
– Bruno Torres: Ok...
– Beetleleader: Cale a boca? Como assim; alguém ter que passar a real aqui. Poxa. Isso é uma aventura perigosa e desnecessária...
– Bruno Torres: Sério? Vai passar mais uma semana assistindo a bunda do Valdecir. Toda a vez que ele se acacha dá para ver onde o Judas perdeu as botas, e é horrível. Tem sorte de não estar no primeiro ano, é muito tenso. Isso aqui é muito legal, olhe só isso. Em Wikaner não tem isso.
– Beetleleader: Tem um ou dois bosques só na nossa região. Podíamos ter feito alguma coisa mais segura.
– Bruno Torres: E agora já fizemos. O que nos sugere agora?
– Robert Sonson: Rapazes...
– Beetleleader: Voltar.

Blue se cala com um olhar tenso.
– Robert Sonson: Parem. Estamos aqui, agora é só aproveitar o que aqui tem a oferecer. Cedemos um pouco para os dois. Seguimos em frente, e temos cautela. O que acham?
– Stephanie: Eu achei uma boa ideia.
– Bruno Torres: O que? O que está acontecendo com você? Encorporou o Douglas da sétima série? Hoje tá agindo como se tivesse uns sessenta anos. Poxa vida. Cautela aqui, responsabilidade ali, problema axi... Qualé a tua? Para de ficar desdenhando de nosso passeio, já encheu, falô? Miss tá pronta, podemos ir?
– Stephanie: Bom... eu...
– Beetleleader: Só estou sendo coerente. Alguém tem que ser o cérebro desse grupo, ao menos por hoje.
– Robert Sonson: Man... se abra. Se tem alguma coisa para falar, fale agora. Está sendo muito esquisito agindo sempre contra essa aventura. Eu que sou eu não estou fazendo isso. Se é por medo, pode ficar seguro; as lendas são falsas. Eu pesquisei sobre aqui e só tem flores, grama e animais mansos. Nada com o que se preocupar. E esses mortos das matas de Wikaner é lenda urbana, história para boi dormir, não é real. Só pare de ser inconveniente. Seja mais otimista. Onde está o líder dos Besouros-Negros que conheci?

Beetle cruza os braços e olha para baixo, logo ergue a cabeça.
– Beetleleader: Só tenho a má impressão de que algo está errado, só isso. Poxa, somente que algo de errado está prestes a acontecer. Só estou tendo me proteger, nos proteger disto. Jovens da nossa idade vão em shoppings nos finais de semana, em parques aquáticos, fliperamas, alguma coisa mais normal. Mas sair da cidade para cair de boca numa floresta desconhecida... admita, é super-diferente. Me entende.
– Bruno Torres: Por isso que eu quis vir, é super-diferente. Uma boa maneira de cortar o tédio pela raiz.
– Beetleleader: O problema é que quando eu analiso os meus argumentos e analiso os meus, vejo logo que isso é pura incoerência.
– Robert Sonson: Bom... seus argumentos são mais bem elaborados. Mas... às vezes, errar se divertindo é melhor do que acertar por sacrifícios e tristezas.
– Beetleleader: Acertar é o meu motivo de felicidade.
– Bruno Torres: Poxa vida... é medo isso. Pare de agir feito um velho gagá e venha embargar com jovens da sua idade. Pare de resmungar. Venha. Deixamos nossas bikes aqui então e seguimos em frente, onde o sol levar.
– Stephanie: Eu topo!
– Robert Sonson: Vamos...

Beetle pensa em seu íntimo e após significativo tempo descruza os braços.
– Beetleleader: Certo. Vamos em frente.
– Bruno Torres: Não foi tão difícil assim não é? Agora vamos, que sege a última vez.
– Beetleleader: Certo.

Miss se levanta e deixando as bicicletas nas rochas eles prosseguem.
– Stephanie: Tchau bicicletas, fiquem comportadas até nós voltarmos...
– Bruno Torres: Falar com objetos inanimados. Sintoma de doença isso hein... acho que ar puro não te faz muito bem.
– Stephanie: Aff.
– Bruno Torres: Tô zoando. E então. Agora só vou falar com todas as garotas de nosso passeio presentes. E então Miss, descansou?
– Stephanie: Todas as garotas... sei...
– Bruno Torres: Você não é a única garota desse passeio, devia é me agradecer por ser a primeira com quem falo.
– Stephanie: E quem é a segunda? Sua bicicleta?
– Bruno Torres: Sim. Bike minha é fêmea. Mas ela eu sei que se eu precisasse dela ia dar conta do recado.
– Stephanie: E eu não dou.
– Bruno Torres: Não sei... quem sabe...

Blue tropeça em uma rocha e quase cai; Miss tenta fazer acudi-lo, mas nada consegue fazer. Não deu conta do recado.
– Stephanie: Seu tonto...
– Beetleleader: Não brinquem aqui. É perigoso. Há significativa distância entre onde estamos e o solo, e uma queda seria bem dolorosa.
– Bruno Torres: Já ia me esquecendo. Olha a terceira garota aqui... reclama como uma, de sessenta anos ou mais.
– Beetleleader: Eu já disse que...
– Robert Sonson: Também não provoca.
– Bruno Torres: Aff. Que falta de senso de humor.

Beetle se cala.
– Stephanie: Não mandou muito bem agora não.
– Bruno Torres: Eu sei...
– Marcelo: Aquilo ali é uma cachoeira?
– Robert Sonson: É. Muito bonita, vou tirar uma foto.
Ele tira uma.
– Marcelo: Eu tirei uma foto com meu olho e só. Pra que isso?
– Robert Sonson: Para o meu blog.
– Bruno Torres: Aos que não sabem. O blog de Robert é uma espécie de Facebook para nerds. Ele posta tudo sobre anatomia do dia-a-dia, Teve uma vez que li uma matéria sobre o coco que ele fez numa Quinta. A melhor parte foi quando ele explicou sobre o processo digestivo presente nas fezes do ser humano. Parecia bosta de cavalo.
– Stephanie: Eu achei o blog do Robert legal.
– Robert Sonson: Muito obrigado pela preferência. Pelo visto minha matéria sobre fezes é bem mais benquista que essa sua tirada.
– Bruno Torres: Eu não disse que não achei, só disse que achei engraçado.
– Robert Sonson: "Facebook de nerds", ok...
– Bruno Torres: Aff. Só estou tentando puxar assunto. Vamos continuar calados da Silva até o fim dessa trilha?
– Robert Sonson: Sim.
– Beetleleader: É o que eu pretendo.
– Bruno Torres: Ok então.

Eles continuam calados.
– Stephanie: Quando a gente chegar lá em baixo vamos preparar o acampamento?
– Bruno Torres: Eu to pensando em só pararmos para comer, descansar, mexer na internet, e depois continuar.
– Beetleleader: Pode ser.
– Bruno Torres: Ok. Alguma objeção?
– Robert Sonson: Não.
– Stephanie: Naum.
– Bruno Torres: Rangoo, gostaria de compartilhar opiniões?
– Marcelo: Não, só to aqui vendo a paisagem mesmo.

Blue se silencia pensativo.
– Bruno Torres: Ok...

Por mais vinte minutos de caminhada eles continuam, e depois deste tempo eles chegam exaustos com a exceção de Blue ao solo da floresta e veem de perto a beleza da selva.
– Robert Sonson: Uau. A mãe natureza se superou desta vez, hein.
– Stephanie: Nossa que lindo. Olhe só essas flores, são tão bonitas.
– Bruno Torres: Uma beleza. E então... podemos continuar?
– Miss Martie, Rangoo e Robert Sonson: NÃO!
– Bruno Torres: Aff. Vocês são muito moles.
– Stephanie: Moles? Cara, eu que faço tudo a pé não estou mais aguentando.
– Robert Sonson: Com toda a certeza. Nenhum ser humano consegue ficar caminhando por mais de duas horas, isso é loucura.
– Bruno Torres: Então é oficial, não sou humano, sou um extraterrestre.
– Beetleleader: E como é em outro planeta então.
– Bruno Torres: Muita mata, muita trilha, sem buzão pra quebra o galho. A gente aprende tudo na raça. Vocês humanos são muito molengas.
– Robert Sonson: Então. Eu esqueci meu notebook em casa. Já que gosta tanto de andar e está tão acostumado, pode ir lá buscar para mim.
– Bruno Torres: Posso fazer melhor. Já que estamos na Terra, toma um bilhete de circular e vai sozinho. Além tudo estou lhe ensinando uma lição; o poder da independência.
– Robert Sonson: Obrigado; mas não era você que dizia que era incansável
– Bruno Torres: Ainda sou incansável.
– Robert Sonson: Então... já que é tão apto...
– Bruno Torres: EU ATÉ POSSO FAZER...

Olha para Stephanie.
– Bruno Torres: Mas só se minha parceira "extraterrestre" for comigo.
– Stephanie: Olhem só como sou importante.
– Bruno Torres: Estava falando da minha bicicleta, mas já que se habilita pode vir junto...
– Stephanie: Idiota.
– Bruno Torres: É por isso que me adora.

Miss responde com um sorriso sarcástico que notavelmente revela que a garota gostou do que ouviu. Blue responde com um olhar malandro e um sorriso interesseiro que passava a imagem de confiante.
– Beetleleader: Se os dois terminarem de se comer com os olhos, poderiam ingerir seu alimento e continuarmos com nossa expedição.

Robert, Rangoo e a própria Miss Martie riem.
– Bruno Torres: Olha. Não entendi uma palavra que disse, mas é assim que se fala! É nóis!

Blue faz um coração com suas mãos claramente brincando com seu líder.
– Beetleleader: Só precisava responder "tá", ok.

Robert e Miss riem de Besouro.
– Bruno Torres: Aff. Até ele me zoa gente. Olha como sofro Bullying...

Miss, Robert e Rangoo terminam de pegar seus lanches.
– Stephanie: Nossa. Que dó...
– Robert Sonson: Desculpe caso eu esteja incomodando, mas... me permitem fazer uma pergunta boba?
– Stephanie: Não. Pode falar.
– Bruno Torres: Pronto, já fez uma. To zoando, fala.
– Robert Sonson: É que estou analisando e... o Blue chamou a gente tão eufórico para vir aqui na mata fechada, e pelo visto ele fez questão que você Miss, viesse, e ainda ele fica mexendo com você desde que a gente chegou... aí eu fico pensando... sei que essa pergunta é digno de um retardado, mas... você só quis vir para tentar uma chance de ficar com a Stephanie no mato?
– Stephanie: O que? Tai uma pergunta BEM idiota mesmo...
– Robert Sonson: Concordo.
– Bruno Torres: Para de tentar fazer graça, não é muito sua praia.
– Beetleleader: Besouros. Tempo é dinheiro. Vamos...
– Bruno Torres: Aqui não é o exercito não...
– Stephanie: Ele tem razão, essa conversa não vai levar a nada. Agora, rapazes; me deixe descansar e vão fazer outra coisa.
– Robert Sonson: Ok...
– Bruno Torres: Convencida, hein...
– Stephanie: Sou e muito.
– Bruno Torres: Ok então... descanse em paz comendo seu sanduíche de peito de peru e seu suco de laranja, enquanto eu como comida de verdade.
– Stephanie: Espionou minha bolsa?
– Bruno Torres: É que você só pede isso lá no colégio, e tinha certeza que hoje isso não podia ser diferente.

Blue sai convencido de que tinha "ganhado pontos" com a garota, que prova com seu sorriso ao ver seu "colega" saindo. Ele vai em direção ao Beetleleader para falar a sóis com ele.
– Bruno Torres: Eae, deixou seu lado reclamão de lado?
– Beetleleader: Blue; nunca reclamei de algo, apenas passei os fatos de modo...
– Bruno Torres: Tá, tá... ok... Ouviu a conversa que eu tive com a Miss Martie?
– Beetleleader: Eram os únicos que estavam conversando, então... não deu como não ouvir, principalmente por conta ainda do eco que fez.
– Bruno Torres: Perfeito. E o que que você me diz?
– Beetleleader: Não sei... sobre o que mesmo?
– Bruno Torres: Sobre a visita do Papa ao Brasil... É claro que sobre a Miss Martie!
– Beetleleader: Uma garota boa... tira boas notas, é muito prestativa...
– Bruno Torres: E então... acha que ela caiu na minha lábia masculina?
– Beetleleader: Ahhh... se ela se interessou pelo seu papinho mole. Para mim você estava só de zoando...
– Bruno Torres: Eu tava, mas... sabe como é. Eu sei que sabe como é. O que me diz sobre ela? O que acha que ela sentiu?
– Beetleleader: Sei lá... vontade de rir da sua cara, talvez...
– Bruno Torres: Aff, cara...
– Beetleleader: Sendo sincero Bruno. Bancar o idiota por causa de uma garota não é meio humilhante?
– Bruno Torres: Não, porque seria?
– Beetleleader: Passar a imagem de carente, sei lá...
– Bruno Torres: Poxa vida cara, precisa aprender a viver.
– Beetleleader: Bom... essa é minha opinião. Faça bom uso dela.

Blue estranha a reação de Beetle e desistindo dele, vai em direção aos outros Besouros decepcionado. Em outro lugar... Burro e seu mordomo andavam já dentro do coração da selva, onde era recheado de árvores e arbustos, inúmeras folhas que caiam formando uma camada em cima da terra. O ar era puro e o sol coberto pelas copas das árvores deixando um pequeno brilho entrar, deixando o lugar com um panorama que ninguém poderia questionar. Notavelmente o mordomo já estava exausto e muito nervoso, principalmente por não ter comido ou descansado nada desde que começou a adentrar nas matas, e ainda seu mestre comia, dormia e relaxava em suas costas a mais de uma hora. Burro estava lambuzado de chocolate, deixando o terno de seu mordomo no mesmo estado. Ele estava apressado, queria chegar dentro da selva primeiro, mesmo sem notar que já estava lá, e o mordomo que sofria com este erro. Eles não sabiam, mas estavam muito próximos de onde os Besouros pararam.
– Leonardo: Mais rápido! Mais rápido! Vamos ande mais rápido meu criado!
– Mordomo: Se pronuncia mordomo. Senhor.
– Leonardo: Senhor está no céu! Me chame de Senhorita, e até onde eu saiba criado é mudo.
– Mordomo: Certo, senhorita.
– Leonardo: É assim que eu gosto. Estamos indo bem, logo logo vamos chegar primeiro que os Besouros-Negros na selva.

O mordomo demonstra tremenda insatisfação com sua face.
– Leonardo: Mal posso esperar.

Logo um barulho de uma cachoeira pode ser ouvido.
– Leonardo: Criado mudo, o que é isso?
– Mordomo: Se chama água.
– Leonardo: Água... uma ligação covalente microscópica entre duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio. Nunca ouvi falar, mas vou adorar conhecer.

O mordomo suspira.
– Leonardo: Criado...

Burro dá um soco em suas costas.
– Leonardo: ...haya! Vamos a água!
– Mordomo: Grrrrrrrrrrr... Porque vossa majestade não anda com as próprias pernas?
– Leonardo: Porque ESTOU CANSADO, COM FOME E UMA ESPINHA! Isso é demais para mim.

O mordomo joga Burro no chão, bem em cima da lama.
– Leonardo: POLÍTICO! ISSO É MOTIM!
– Mordomo: JÁ CHEGA! EU NÃO SOU PAGO PARA IR AO MEIO DO NADA, PRESO COM UM LUNÁTICO ATÉ MORRER DE FOME. William Platino, me perdoe, mas seu filho é um tremendo de um asno e merece ser deixado onde não pode causar nenhum mal!
– Leonardo: Asno é seu tataratarataratatrataratrartatratarataravô seu filho de uma égua!
– Mordomo: CHEGA! Esse loucura acabou, divirta-se sozinho Leonardo, viva o resto de sua vida finalmente com independência!

O mordomo deixa Burro sozinho e sai correndo de perto dele, pulando de alegria.
– Leonardo: CORRUPCÍON! TIRANIA! CÂNCER DE PRIVADO! Volte aqui! Quem vai me dar comida e ficar em olhando para não me sentir sozinho! Quem vai lustrar meu sapato quando eu estiver com sono! Quem vai me limpar quando eu cair na lama! Quem vai me ajudar a fazer coco! É SÉRIO! Eu quero fazer coco! Volte aqui! Merda. Eu acho que já fiz na cueca. É ASSIM QUE A HISTÓRIA TERMINA!? PRESO NA FLORESTA TOTALMENTE CAGADO POR CULPA DE INDIGÊNCIAS ALHEIAS! Ainda bem que eu trouxe uma cueca reserva, não sou bobo.
Burro vai até sua mochila e nota que em vez de uma cueca pegou o sutiã de sua mãe.
– Leonardo: Deve servir. Mas agora! CORRUPCÍON!

Burro tenta vestir o sutiã como se fosse uma cueca, mas em cima da causa, e ao se ver e achar que estava bom continua gemendo e vai até a cachoeira que escutará.
– Leonardo: EBÁ! Uma privada! BURRO UM, NATUREZA ZERO! TOMA ESSA BRASIL!

Burro tira suas causas e começa a urinar, mas notavelmente ele estará sendo observado por alguém, que não gostará do que via.
– Leonardo: Eu acho que vou ligar para meu pai e demitir aquele criado duas caras, me deixou sozinho no deserto e nem me avisou.

Burro pega seu celular luxuoso e nota que estava sem torre, mas mesmo assim tenta e nada consegue.
– Leonardo: Deve estar ocupado, meu pai tem tanta coisa para fazer. Se ele foi ver minha madrasta eu vou querer um presente. Minha mãe nunca dá nada mesmo. Bom, agora é só fazer coco e ir para casa. Mas... eu acho que posso me virar sozinho! Sou homem! Homem formado, jamais será casado! YES! Hora de arrebentar a boca do balão, isso mesmo. Vou botar para quebrar. Não botar ovos, vai ser do jeito antigo mesmo. Mas e agora... o que faço. Devo comer uma banana? Isso me deu uma ideia. Vou escrever mais um episódio de "As Crônicas de Burro", perfeito!

Burro pega seu notebook de sua mochila, senta em uma pedra e começa a escrever. O mesmo que o espiona observa calmamente, com fúria nos olhos, esperando para dar o bote. Passasse alguns minutos.
– Leonardo: ...um macaco pega uma banana e atira no policial. Muito bom...

O computador dá sinal de bateria fraca.
– Leonardo: Droga. Sem bateria. Será que tem uma tomada por aqui?

Burro sai para procurar uma tomada, e a criatura se posiciona para sair.
– Leonardo: Não..., não..., não..., não..., não..., com toda a certeza não..., EBÁ ACHEI!

Burro posiciona os cabos e quando ia conectar seu notebook à tomada, descobre que era um ninho de passarinho que havia caído.
– Leonardo: Droga, não está funcionando. Ô casinha de gente pobre. Só tem uma tomada e ainda não funciona, o que que é isso...

Ele volta para onde estava, e senta triste.
– Leonardo: Queria ter um sorvete...

De repente o monstro se revela ao Burro, sendo um tigre muito feroz que rapidamente avança para matá-lo.
– Leonardo: QUE ISSO!


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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