Muse escrita por AloeGreen


Capítulo 18
Capítulo XVIII - Por Trás De Uma Figura Embaçada


Notas iniciais do capítulo

Me! *o*
Caralho de capítulo tenso. Demorei mó tempão pra escrever, mas nesse tempo que eu demorei, só tava escrevendo a fic u.u é sério (Mentira, eu ficava vendo Supernatural)
Resolvi dois mistérios u_u HUEHEUHEUE' mas óbvio, resolvi um e comecei outro :v puta merda.
Espero que vocês curtam! c;
Beijos e quero comentário viu? Tô tendo pouquíssimos comentários. Alguns leitores simplesmente sumiram,poxa :c Voltem please, a fic ta ficando legal agora u.u
Ah vai,coloquei momentinho SasuSaku,leitores fantasmas! u.u Vcs me devem uma!! E sabe como? Comentando,humph. Please *o*



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Muse

“A máquina lenta do desamor, as engrenagens do refluxo, os corpos que abandonam as almofadas, os lençóis, os beijos, e de pé diante do espelho interrogando-se cada um a si, já não se olhando entre eles, já não nus para o outro, já não te amo, meu amor”

Julio Cortazar

Capitulo XVIII:

Por Trás De Uma Figura Embaçada

Turno: Sakura Haruno

– Ele está bem. Mas por um milagre, com certeza..- Disse o médico, ao pé da cama do estranho que eu atropelara.

– Por que?- Perguntei curiosa.

– A batida foi grave, senhorita. Deveria estar morto.- Suas sobrancelhas estavam altas á testa. Os olhos esbugalhados me acusavam de um atropelamento não acidental.

– Mas eu não fiz nada...

– Diga isso para os policiais.- Assim, saiu da sala, me deixando sem palavra.

Eu ainda estava muito abalada. E a tremedeira das mãos deixava nítido isso. Ou era apenas o ar condicionado.

O garoto dormia na maca á sono profundo. Seu rosto estava todo dilacerado, cheio de arranhões pequenos, hematomas e alguns pontos que os médicos cuidaram.

Já era tarde, avisei pras meninas que não iria treinar hoje.

– Eu preciso de descanso.- Sussurrei, arrumando meus cabelos que precisavam de um trato. Deixei que um suspiro fosse extinguido dos meus pulmões e inundasse a sala. Antes de ir embora, afaguei a cabeça do estranho de cabelos ruivos e enunciei um, Melhore logo.

Retirei-me da sala, seguindo pelos corredores gélidos do hospital. Meus olhos estavam caindo de sono. O relógio batia ás 21h, ou seja, teria que correr para não ferrar com o toque de recolher.

Cheguei em casa. Tsunade tirava um cochilo na poltrona vermelha, segurando um copo de conhaque, obviamente. Subi degrau por degrau da escada, com as mãos pesando ao lado do corpo. E ao passar pelo quarto de hóspedes, que momentaneamente era de Itachi, meu pulso é agarrado.

– Droga, Itachi!

– Por que chegou tão tarde assim?- Eu pude ver em sua expressão faminta, como se dissesse claramente, Me alimente.

– Eu chego á hora que eu bem entender, ok?- Forcei meu pulso para baixo, soltando-o de sua mão feroz.

– Sakura, eu preciso de você.

– Não, não precisa. Olha...- Me afastei um passo, segurando-me na parede por causa da forte dor de cabeça.- Foi um erro ter deixado você ficar aqui em casa. A Tsunade pensa que você vai pra floresta comer animaizinhos, enquanto você tem se alimentado de mim!

– Acalme-se, Sakura...

– Não, porra!- Meu corpo ficou descontrolado, estava elétrica.- Olha, eu quero que você saia daqui pela manhã. Desculpa.

Itachi abaixou o olhar por um curto momento.

– Eu já imaginava que isso iria acontecer.- Sorriu de canto, dando de ombros.- Tudo o que eu menos queria era desapontar vocês todos. Amanhã quando você acordar, não me verá mais.- Itachi aproximou-se com seus pés descalças e me selou um beijo na bochecha. Um beijo de adeus.

[...]

Despertei com Gold Fields tocando no último volume. Não me recordava de ter atualizado o alarme com Meet My Friends.

Segunda-feira “chegou chegando”. Tive que dar um murro no despertador pra ele parar de tocar. Saí da cama e quase escorreguei nas meias de Naruto que, muito provavelmente, ele retirara no meio da noite. Segui até Naruto; dei-lhe um belo peteleco no ombro para que acordasse e o mesmo virou-se preguiçoso, baforeijando na minha cara. Tampei o nariz rapidamente, expulsando um “eca” e me retirando daquela área.

Tomei um banho revigorante. Escolhi uma roupa confortável mas quentinha pois, o dia estava frio á julgar pela corrente de vento gelada que vinha das porta-janelas. Dei uma boa passada de escova em meus cabelos molhados e já estava pronta.

– 8h20min.- Um longo suspiro escapuliu dos meus lábios, ao seguir despercebidamente para a sacada.- É muito cedo ainda pra sair de casa.- Sentei-me nas poltronas relaxantes da sacada e procurei tirar um cochilo antes da escola, entretanto, um som misterioso é proferido no largo da floresta, impedindo o meu denscanso. Forcei os pés na tabuas de madeira da sacada, obrigando-me a levantar. Segurei firmemente no parapeito de ferro da sacada, preparando minha mão como viseira para poder enxergar o dono do suposto som. Mesmo apertando os olhos, tudo o que eu podia ver eram vultos muito ágeis.

Umedeci os lábios, retirando a katana e o cinto de equipamentos debaixo da cama. Apertei o cinto rodando-o pela cintura e saltei sacada abaixo, com a katana de madeira nas mãos. Fui seguindo pelo campo, chegando á floresta. Até parece um dejá vu, pensei ironicamente, lembrando do dia em que o Kiba roubou o ouro dos Leprechauns e eu o vi exatamente dessa sacada.

Ao adentrar a imensa floresta, o vulto negro passa por mim rapidamente. Tentei inutilmente o seguir; o mesmo já havia desaparecido. Deixei uns segundos passarem, por trás de uma árvore, acreditando na possibilidade de o vulto reaparecer pela falta de temor o rondando.

Poucos instantes depois, surpreendo-me com as pegadas abaixo da árvore. Uma, duas, três, agora uma quarta pegada, as contei de maneira que surgiam outras. O inimigo é invisível então..., foi o que eu consegui imaginar, antes das pegadas pararem de repente. Franzi o cenho curiosa com o súbito desaparecimento das pegadas. Até que sinto algo gelado raspar por minha orelha e cair pelo meu ombro. Direciono meus olhos ao ombro e meu semblante transforma-se em uma expressão de nojo e mistério.

– Que porra é essa...?- Murmuro, tocando a gosma azul escura. E de certo distraída, meus ouvidos captam um grunhido amedrontador. Olho para os dois lados em busca do inimigo mas nada. O barulho vem de cima, estreitei os olhos pensando e quando juntei coragem para olhar, quase sou abocanhada por uma boca gigante.- Merda...!- Preparo uma aterrissagem calma ao cair da árvore, mas o inimigo não foi piedoso. E antes de ser chicoteada e bater as costas em uma árvore ao longe, pude ver sua enorme calda em um milésimo de segundos. Sinto uma dor angustiante percorrer a minha espinha, recostada a árvore. Vejo o inimigo agora visível, enquanto tento levantar-me.- Salamandra Gigante, não?- Suponho abertamente, cambaleando com um ombro mais caído que o outro. Relembro automaticamente da conversa das meninas no fim de semana, sobre haver uma Salamandra Gigante pelas redondezas.- Filha da mãe.- Sinto um filete amargo de sangue escorrer pelo canto da boca, mas procuro ignorar. A salamandra entrou em posição de ataque, parecendo pronta para o bote a qualquer momento. A filha da mãe tinha até um sorriso nos lábios roxos estufados, botando a língua azul igualmente estufada para fora da boca em vez ou outra. Suas escamas esverdeadas agitavam-se pelo derredor das longas costas. Estava excitada para o bote, a maldita.

Em um movimento brusco, retiro a espada antes guardada atrás das costas na minha do cinto e preparo as pernas para a correria. No caminho, faço um selo rapidamente e entrego meu corpo ao chakra que me dominaria de poder. A salamandra não pensou numa estratégia de ataque e eu assim, seguro a katana com as duas mãos na altura do ombro, sentindo a lâmina percorrer a garganta da salamandra que vinha com a boca aberta para me devorar. E após se debater desesperadamente, a salamandra cerra os olhos chamativos e um processo de inflação é iniciado. Aí que eu lembrei da palavras de Ino, Depois que a Salamandra Gigante falece, seu corpo infla até não conseguir mais e explode. Mordo os lábios apreensiva, forçando a espada para fora, mas nada desse mundo poderia fazer aquela maldita espada sair dali. Foi então que a Salamandra Gigante parou de estufar. Fechei os olhos esperando pela explosão, mas não acontecera nada. Erro meu. Fui jogada para longe, junto da gosma azul nojenta da Salamandra, pedaços de pele e outros coisas que mesmo se eu soubesse o que era, não gostaria de comentar. Enfim caio no chão com um belo baque, porém logo necessito desviar, para a minha espada assassina não me acertar. Rolo para o outro lado e assisto pelo canto dos olhos a espada fincar brutalmente no chão.

– Acho que acabou.- Deixo minha cabeça descansar no chão. Fecho os olhos por uns instantes, absolutamente cansada e com alguns picos de dor em certos pontos.

[...]

Após ter chegado em casa, nem pensei na desculpa que daria para Tsunade estando naquele estado deplorável. Pelo bem da minha pele, ela e Naruto já haviam ido para escola. Provavelmente acreditavam que eu saíra mais cedo para ir para a escola. Subi as escadas retirando o casaco para não sujar mais ainda a casa. Passo pela porta do quarto de Itachi, e paro dois passos a frente. Cerro os dentes e giro os calcanhares, adentrando á escuridão do quarto. Tateio a parede, em busca do interruptor e a luz se apresenta. O quarto estava arrumado, com as colchas por cima do travesseiro. As janelas fechadas e não havia nada no armário. Sua medalha não estava acima da cama, nem em nenhum lugar. E isso me fez viajar até um dia...Se algum dia, você acordar, e não encontrar a minha medalha em cima da cama, isso significará que eu fui embora de vez. Suspirei continuamente, Foi o certo, e repetia em meus pensamentos. Com os olhos ao chão e recostada á porta, lembro-me de que preciso me apressar. Saio do dormitório e fecho a porta. Adentro o meu quarto e o de Naruto e começo a me despir, jogando as roupas no chão. Puxo uma camiseta listrada do armário e um shorts de malha, vestindo-o de forma apressada. Joguei os sapatos em um canto, calçando um all star preto de cano alto. Juntei o bolo de roupas da cama, e um papel cai das mesmas. Deveria estar em cima da cama, penso. Agacho no chão, sentando-me recostada na cama e leio os escritos do papel:

Sakura...

Passei no seu quarto, mas você já havia ido para escola antes de Tsunade e Naruto. Então eu mudei de idéia, e decidi ir sem avisar aos dois mesmo. Sakura, obrigado por encobrir-me dos caçadores. Isso foi muito importante para mim.

Infelizmente não pude controlar meu desejo por sangue enquanto estive aqui. Abusei de sua vontade e de seu corpo, deixando-a fraca, acredito. Isso foi errado e eu já imaginava que alguma hora você não suportaria mais. Sua ordem de despejo foi de grande agrado para mim.

Agora peço, por favor, que impeça Sasuke de me achar. Ficarei um tempo fora, um longo tempo. Talvez sempre. Preciso ficar afastado da cidade, longe dos caçadores, senão serei pego. Ainda não sei para onde vou. Talvez ficar na casa de amigos. Estarei seguro, não se preocupe.

Mais uma vez, obrigada por tudo.

Cuide de Sasuke.

Até mais.

Itachi Uchiha”

Ao lado de seu nome, uma rubrica.

Contive uma lágrima, engolindo o choro. Arrastei o cinto e a katana para debaixo da cama e dobrei a carta com cuidado, a colocando no bolso do shorts. Juntei as roupas novamente e desci até a lavanderia lá fora. A brisa arrepiante abraçou minhas costas ao sair de casa. Já estava de mochila vestida, quando joguei as roupas na máquina de lavar e depositei os sapatos no tanque.

Adentrei a curta estrada de barro e logo cruzo a rua, seguindo em frente em direção a escola. Meus olhos baixos seguiam meus pés pela calçada em todo o trajeto. Minha cabeça estava em outro lugar, pensando em Itachi, Sasori, no garoto que eu atropelei. Tenho de visitá-lo ainda hoje, planejo. Preciso saber se está bem, ou acordado, pelo menos.

A entrada do colégio estava vazia, naturalmente. Ninguém iria matar aula na entrada do colégio, com seguranças nos portões e etc. Eles não são tão burros quanto parecem. Muito pelo contrário, o pessoal da escola é bem esperto. São especialistas. Como Shikamaru; invadiu facilmente o sistema de uma corporação importante. Não pensou que seria pego tão rapidamente. Ficou preso por um tempo por isso e a mãe, advogada, conseguiu batalhar para o filho continuar seus estudos em Spring Head, como eu. Shino, igualmente. Passou por várias portas com apenas um grampo, para entrar na sala de arquivos do pai milionário. Acabou sendo surpreendido por um alarme e a policio chegou em poucos instantes. Kiba entra no grupo também. Entrou como voluntário em uma patrulha de mineiros em Illinois. Encontrou ouro e o escondeu entre o dedão e o indicador do pé. Passou pela vistoria sem ser pego. Conseguiu surpreendentemente ganhar uma grana. Mas ao tentar o mesmo esquema novamente, foi pego e entregue a polícia.

Agora estão todos aqui. Inclusive eu.

[...]

– Pensei que tinha ido para a escola mais cedo.- Enganou-se, Naruto, com uma expressão curiosa, enquanto caminhava junto á mim para uma mesa no refeitório, após duas aulas de Matemática com Kakashi.

– Tive que resolver uma coisa.- Joguei ao ar as palavras e pareceu que ele não as pegou. Estava distraído, não era o forte dele.- Você não vai perguntar com o quê?

– Por que eu perguntaria?- Disse após sentarmos em uma mesa, dando de ombros. Enviesei as sobrancelhas, estranhando.- Se quer esconder coisas de mim, tudo bem.- Então deu uma enorme abocanhada em seu hambúrguer, o que me fez lembrar automaticamente da maldita Salamandra Gigante. Olhei para a minha comida, agora sem apetite.

– Chega pra lá, moça.- Senti um empurrãozinho e logo Shikamaru já vai tomando espaço na mesa, junto de Kiba e Shino.

Pouco tempo depois, Hinata junta-se a mesa sentando-se ao lado de Naruto. E juro que, o loiro a olhou pela canto dos olhos com um olhar...que tipo de olhar era aquele? Fiquei um bom tempo tentando captar a palavra. E tudo que eu pude pensar foi: apreensivo. Ele estava...com medo? Tentei tirar aquele pensamento da cabeça. Afinal a Hinata é inofensiva e quem diabos tem medo dela, não? Deve ser a minha cabeça pregando-me mais uma peça.

Estava quase acabando de comer quando Temari chega no refeitório, suada e ofegante. Havia acabado de voltar de um jogo de futebol e precisava encher a barriga. Sua bandeja tinha de tudo um pouco, das coisas mais calóricas á uma maçã bem vermelha e saudável.

– Vocês viram o Uchiha?- Lembrei de Sasuke, ao tocar sem querer o meu bolso do shorts e sentir o papel de carta.

– Hm, eu vi ele debaixo da cerejeira.- Falou Shino, após jogar uma batata na boca e a mastigar com vontade.

– Obrigada.- Agradeci, saindo do banco e indo em direção aos portões traseiros do colégio, onde havia uma cerejeira antiga e já bem desgastada. Não entendo por que Sasuke prefere ficar lá, onde quase não bate sol e é frio. Também não entendo a burrice de plantarem uma cerejeira naquela área do colégio.

– Sasuke.- Ele estava distraído, olhando para mais além do que os portões da escola permitiam.

– Sakura.- Seus olhos baixos reluziram á luz ao virar o rosto. As obsidianas nutriram um contraste intenso. Engoli em seco, semicerrando os lábios num arfar. Sentei-me frente ao mesmo no gramado, passando as mãos pelo bolso da calça. Fiquei alguns segundos imóvel, apreensiva em lhe mostrar a carta. Seus olhos estavam em mim, esperando um ato de minha parte. Ainda hesitante, retirei do bolso o papel de carta e a desdobrei para o mesmo. Antes de eu entrega-la e ele a tomar, olhou para mim de modo intenso; receoso e amuado. Provavelmente já sabia do assunto.

As ônix oculares percorriam cada linha até seu ponto final. Resvala pelas vírgulas e quase não percebia os parágrafos. Está demorando demais, pensei nervosa. Então, uma ruga formou-se entre suas sobrancelhas. Os olhos se estreitaram e Sasuke mastigava os beiços. Estava desnorteado.

– Eu nunca mais vou ver o meu irmão?- Abaixei a cabeça, sem saber o que fazer. Era horrível ver Sasuke assim, ainda mais quando eu fui a culpada. Mas, inacreditavelmente, eu não sentia a sua fúria em relação á mim.

– Me desculpe...

– E o mais engraçado...- Ele fungou duas, três vezes, balançando a cabeça positivamente.- é que eu não consigo sentir raiva de você. Simplesmente.- Voltei meus olhos á ele, sentindo-me mais aliviada.- Talvez pelo fato de você ter acolhido ele...eu sei lá.- Sasuke desdobrou uma perna, pousando o pé no gramado.

– Obrigado por não ficar bravo comigo. É que...eu já estava ficando loca! Foram quase três meses suportando aquilo. E com os treinos ainda. Estava ficando tão cansada e sem vida...

– Ele estava tão mau assim, não?- Soltou um riso abafado.

– Eu queria tê-lo ajudado. Mas o jeito que as coisas aconteceram...

– Ninguém poderia ajuda-lo naquele momento.- Sasuke voltou a se recostar áquela cerejeira, suspirando.

– De qualquer jeito, eu só vinha te entregar a carta. Achei que deveria saber.- Sorri gentilmente, ele apenas concordou com a cabeça. Levantei-me e então escuto-o dizer:

– Obrigada, Sakura.- Ainda de costas para ele, mordo levemente o lábio. Giro os calcanhares, detendo-me com ele de pé e próximo a mim.- Obrigado mesmo.- Sasuke abaixou para ficar da minha altura, fiz uma careta engraçada para ele. Assim, sinto os lábios dele em minha bochecha. E antes de seguir para dentro da escola, um tapinha amigável no ombro soara como um “A gente se vê”.

[...]

Turno: Naruto Uzumaki

– Antes de irem, por favor, anotem seus deveres!- Ordenou Iruka, o professor de Geografia.Não preciso anotar, eu consigo me lembrar, pensei com preguiça de retirar a agenda – já guardada – da mochila.

Após guardar todo o material, visto uma alça da mochila e deixo a outra caída. Olho pela sala e Sakura já havia saído, rumo ao trabalho. Sigo então, com os meninos pelos corredores, conversando sobre coisas triviais junto dos mesmos. A verdade era que minha cabeça não estava ali no momento. Para ser mais sincero, desde o começo do dia eu venho pensado nas palavras que Hinata me dissera quando me dirigia á escola. Você corre perigo, foram essas as suas exatas palavras. Por que eu estou em perigo? O que irá acontecer comigo? E como diabos ela pode ter certeza disso?!

– Tchau, Naruto, até mais!- Disseram os garotos, desviando do meu trajeto até em casa. Acenei e continuei no meu caminho.

Desde aquela dia, em que Sakura teve a visão e Hinata lhe beijou, venho tendo um certo receio sobre aquela garota. O mais impressionante fora o bem estar de Sakura após aquele gesto. Ela realmente parecia sofrer antes de sua chegada, mas depois... como se tivesse a curado. Deve ser só coisa da minha cabeça, penso chacoalhando-a.

– Acho que vou comprar um milk-shake.- Paro pela calçada, sentindo uma vontade das grandes de tomar um milk-shake de morango. Olho para trás para ver se ninguém ouviu eu falando sozinho, achando que sou louco e então pude continuar minha caminhada. Havia uma lanchonete aqui perto, eu convidaria Karin para um almoço lá, no sábado. Eles devem ter milk-shake.

Atravesso a rua facilmente e puxo minha mochila para frente, onde acho alguns trocados. Adentro a lanchonete, abrindo um sorriso convidativo para uma mulher de toquinha que permanecia atrás do balcão. Ela continuou com seu semblante entediado e levemente irritado. Então continuei com o sorriso, revirando os olhos para o cardápio em forma de quadro. Contente, achei o milk-shake que queria e paguei a moça de toquinha, que me seguiu com os olhos caídos e enfadonhos para fora do estabelecimento. É por isso que eu nunca vou trabalhar. Não quero ficar com cara de bunda.

– Uau, isso daqui é bom demais.- Disse novamente em voz alta, o que fez um homem de terno passar com um semblante estranho por mim. Parei uns instantes, concordando que aquele hábito de falar comigo deveria acabar logo. Continuei andando com o sorriso mais lindo do mundo, contente com o milk-shake. Foi então que, por desventura, me vejo em uma área desconhecida. Não sabia como voltar para casa.- Merda!- Xingo irritado, olhando para todos os lados, tentando saber onde estava. A rua parecia não ter fim, era extensa e a floresta ficava logo ao lado. Me perguntava como diabos eu havia parado ali. Havia algumas casas um pouco distantes, mas mesmo assim eu não me recordava de nenhuma para que eu pudasse me orientar. Atravesso a rua, andando pelo contorno da floresta na calçada. Vou andando, na esperança de conseguir achar alguma placa ou algo do tipo. Ando, ando, ando, mas parecia mesmo era que eu estava andando em círculos. Nada de novo vinha e nenhuma placa sequer surgia.- Onde diabos eu estou?!- Levanto os braços, urrando aos céus, e foi então que eu fui absolutamente surpreendido por ferozes garras que me puxaram e tiraram-me do chão. Demorei um tempo para entender o que estava acontecendo, mas quando me dei conta, fiquei abismado com a criatura que me carregava. Era uma ave enorme, de penas castanhas e cauda amarela. Seu focinho possuía cores exóticas como o roxo, o anil, o branco e o fúcsia. As garras apertaram meus pulsos. Grunhi de dor, na tentativa de conseguir me soltar. A ave desviava com facilidade das árvores que surgiam pela floresta. Agora eu, era chicoteado por um galho surpresa toda hora.

Como estávamos á poucos palmos do chão, tentei me soltar das garras, mas a ave só pareceu apertar-me mais ainda. Grunhi de dor, sentindo as unhas absurdamente grandes arranharem meu pulso. Esquece, procurei tirar a idéia de pular da minha cabeça, vendo que a ave subira mais uns dois palmos do chão. Entretanto, uma voz conhecida lá de baixo chama a minha atenção. Com esforço, voltei meus olhos para baixo e identifiquei Hinata correndo rapidamente na direção que a ave seguia. Assim, fui obrigado a me lembrar novamente de suas palavras, Você corre perigo. Cerrei os dentes, deixando um palavrão escapulir semicortado. Deveria ter acreditado nela.

A ave, inteligente, percebeu a presença de Hinata á seguindo, então desviou. Novamente, meu corpo é atingido por um galho de surpresa. Minha cara já deveria estar toda ralada. Não consegui mais ver Hinata. Já estava achando que não sairia dessa, porém consegui perceber pelo canto dos olhos Hinata saltar de uma árvore á frente e atacar a ave pela garganta comprida. Minha felicidade era enorme, sorria de orelha a orelha. Mas toda essa alegria foi embora quando percebi que a ave estava caindo rapidamente e eu com certeza não iria sobreviver ao baque. Fecho os olhos, na esperança de não sentir a dor. E não sinto mesmo. Apenas consigo sentir braços rondando meu corpo e uma aterrissagem aparentemente calma.

– Naruto?- Abro os olhos, detendo-me com o rosto angelical de Hinata Hyuuga.

– Eu estou no céu?

– Não...- Sua expressão fora confortável para mim. Ela riu e talvez essa seja a primeira vez que eu tenha a visto sorrir. Logo já estando embaraçado demais, retiro-me de seu colo e encontro a ave monstruosa no chão, sangrando aos montes.

– Que coisa era aquela, Hinata?- Perguntei, ainda observando a ave, abismado.

– Era um Dafu-ya. Aves monstruosas que confundem e desordenam suas presas, as levam para o ninho e a escalpelando. Aí logo depois as comem.- Finalizou e eu fiquei aterrorizado com sua naturalidade.

– Foi por isso que eu não sabia onde estava...- Disse, voltando ás minhas memórias.- Ei, como você apareceu na floresta?

– Ah, me desculpa, eu estav- Esbugalhei meus olhos, apontando para o céu, onde vinha mais duas daquelas aves. Hinata olhou para trás rapidamente e as aves já vinham com seus focinhos escancarados.- Cuidado!- Hinata me obriga a abaixar, agarrada ao meu corpo. Escuto um gemido agonizante de dor vindo da parte dela. Aperto meus olhos esperando tudo acabar e temendo desesperadamente abri-los. Mas minha curiosidade foi maior e acabei abrindo-os. E o que eu vi foi inacreditável: Das costas de Hinata, ossos cresciam em formato de imensas asas. O ato criou um efeito de desintegração nas aves e logo elas viraram pó. Simplesmente.

A agitação parou de súbito e Hinata cai totalmente sobre o meu corpo. Respiro ofegante, extremamente exausto pelos momentos atrás. Aos poucos, consigo sair debaixo do corpo de Hinata, que acabara desmaiando. Seguro seu corpo por baixo, impedindo que caísse no chão, e então pude ver de perto as feridas em suas costas. Os ossos haviam voltado ao normal e agora só havia dois profundos buracos pela extensão. Desesperado em ajuda-la, Retiro minha jaqueta, cobrindo e estancando o sangramento. Então retirei a jaqueta, para ver se havia ajudado e surpreendo-me por não haver mais os ferimentos, apenas a cicatrizes.

– Isso é impossível... estava sangrando até agora...- Passei a mão pelas cicatrizes e já pareciam bem velhas. Fiquei abismado.

Para meu alívio, sinto Hinata remexendo-se. Ela acorda e vira-se do meu colo, com os olhos semi-cerrados. Os lábios repartidos expeliam ar com dificuldade.

– Desculpe Naruto...- Grossas lágrimas formaram-se de seus perolados orbes, resvalando por suas bochechas coradas. Soluços constantes foram soltados pela mesma e até eu podia sentir sua dor suprindo-me.- Desculpe por você ter visto isso...- As rugas em seu queixo denunciavam o quanto ela almejava segurar o pranto. Eu já não entendia mais nada, mas não poderia deixa-la na mão. Demonstrei meu famoso sorriso torto a ela e a reconfortei nos meus braços, enquanto ela soluçava ainda chorando.

Então, poucos instantes depois, quando o sol já ia dando lugar a lua, senti que deveria ir para casa. Hinata pareceu perceber meu desconforto e levantou-se, atrapalhada.

– Desculpe por fazer você perder o seu tempo.- Recuou alguns passos, limpando o forro das calças distraidamente.

– Vamos, eu te acompanho até em casa...- Ofereci a ela, já me preparando para voltar para a estrada. Ela concordou com a cabeça, ainda meio desajeitada e foi me seguindo. Saímos da floresta facilmente e adentramos a avenida Old Mill novamente. Parte do caminho não falamos absolutamente nada, mas aí eu senti que deveria abrir a boca.- Ei Hinata, me desculpe por não ter acreditado em você na entrada...

– Não tem problema...

– Mas agora, por favor, você precisa me explicar algumas coisas...- A parei, segurando-a pelo braço. Fiquei bobo de ter soltado aquelas palavras. Elas saíram automaticamente, como num soluço trôpego. Talvez eu esteja tão desesperado e amedrontado que minha cabeça organizou um jeito de acalmar-se. Como? Respostas.

– Está certo.- Enfim concordou, suspirando.

O céu chegara maravilhoso com uma mescla de anil e um forte rosado, quase alaranjado. Por toda a imensidão, pontos brilhantes iam aparecendo, como o esperado. As estrelas davam as boas vidas aos seus entes queridos na terra. Detive os olhos por um bom tempo nelas, pensando em minha família. Até que Hinata começa a falar.

– Você não acha que é muito egoísmo da parte dos humanos acharem que eles são os únicos seres da Terra?- Fiquei pensando em sua pergunta por um bom tempo. Nunca pensei seriamente a respeito, mas creio que existem sim marcianos. Mas de qualquer jeito, acho que isso não vem muito ao caso. Estava buscando rapidamente uma resposta, mas ela me continuou a falar, para o meu alivio.- Meu primo dizia isso. Diz até hoje, aliás. Ele nunca gostou dos humanos.- Ela virou o rosto para mim, referindo-se a minha espécie. Engoli em seco.- Naruto, éramos uma raça inocente e branca.

– O que você quer dizer com isso?- Paramos pelo caminho, ela ficou algum tempo com os lábios semicerrados, olhando para as próprias mãos, aparentemente avoada.

– Sempre fomos muito leais ao nosso pai, o nosso bom Deus. Nosso Pai nos deus as asas da liberdade, nos deu a mais densa pureza e o dom da bondade. Ele nos apelidou como... Anjos, os mensageiros.- Esbugalhei meus olhos, arfando pela surpresa. Ela era... um anjo?

–V-Você..?- Eu ainda não poderia acreditar. Aquela galinha voadora até tudo bem, mas um anjo? Não, isso é impossível! Apesar que...

– Deixe-me prosseguir.- Concordei com a cabeça.- Depois de um tempo, infelizmente Neji, meu primo,virou-se para o lado negro. O dos seguidores de Lúcifer. Ele não podia aceitar que Deus, o nosso próprio criador, amava mais aos seres humanos do que a nós próprios. Então Neji seguiu para o mau caminho.- Ela decidiu continuar a caminhar ao meu lado.

– Que terrível...

– Eu tentei convence-lo de que sua escolha era errada. Mas o seu ódio pelos humanos era tão tão tão grande...- Pude ouvir a saliva seca percorrer a garganta de Hinata, naquele momento. Novamente, as rugas em seu queixo se expunham.- Ele foi descoberto, seu pecado como seguidor de Lucíferes não fora perdoado por nossa própria raça. Então os anjos superiores se rebelaram contra Neji, ameaçando-o empurra-lo para a Terra. Mas eu não podia deixar, não, não poderia...- Seus olhos se apertaram.- Assim, o dia de nossa queda chegara. Entretanto, antes de cairmos, Gabriel queimou os olhos de meu primo. Caímos na Terra, enfim. Estávamos fracos, quase não podíamos nos mexer... foi terrível...

– Seu ato de coragem fora impressionante, Hinata.- Concordei, levando em conta o seu “suicídio” junto do irmão.- Entenderei se não quiser continuar...- Avisei, amparando-a pelo seu estado.

– Não, você precisa saber.- Ela concordou consigo mesma, recobrando coragem, até continuar a história.- Nossas asas foram carbonizadas até a raiz durante á viagem do céu á Terra. As cicatrizes permanecerão para sempre.- Hinata abraçou os próprios braços, parecia assombrada.- E Neji e eu acabamos tornando-se o que, ele, a tanto tempo tanto repugnara. Sua vingança contra Gabriel cresce a cada dia... Bom, eu acabei tendo uma mísera sorte... Meus poderes de cura instantânea permaneceram junto a mim.

– Você salvou Sakura, aquele dia.- Abri um sorriso de agradecimento para a morena, que parecia orgulhosa do dom grandioso.

Pouco tempo depois, viramos a esquina em uma hora que havia uma enorme igreja toda iluminada. Hinata, então, parou no portão da capela, pousando os dedos em seu parapeito de ferro.

– Você mora aí?- Perguntei, curioso.

– Sim. Depois que caímos, chegamos aqui e fomos bem recebidos. Aparentemente uma das freiras tinha um senso poderoso e nos viu como anjos caídos do Senhor. Neji ficou apenas um ano e depois decidiu construir sua própria vida.- A morena ergueu o rosto ás estrelas e murmurou novas palavras.- Sentia-se inútil sendo cuidado por outras pessoas, sendo que antes era um dos mais poderosos dos céus. Sempre tão egoísta...

– Hinata...- Me aproximei da mesma, com as mãos nos bolsos. Estava relutando desde o começo da caminhada em lhe perguntar isso. Talvez o meu medo fosse muito grande comparado a curiosidade.- Aquela coisa, a ave... existem mais delas por aí?- Seus olhos perolados reluziram com a questão. Então, percebi ela dar um passo á mim e suas palavras foram proferidas direto em meu ouvido:

– Pergunte á Sakura. Ela sabe de tudo.- Fora num sussurro. A morena ficou alguns instantes perante a minha figura, parecia cheia de pensamentos. Então ergueu o rosto mais uma vez para mim e me acariciou a face, sussurrando palavras do qual eu não consegui identificar. Assim, ela atravessou o portão de ferro, subindo com pressa pelos degraus. Lançou-me um último olhar misterioso, cerrando as portas da capela. A minha deixa foi lançada.

Novamente botei meus olhos no céu, que se transformaram em pouco tempo na imensidão mais simples da noite. Algumas estrelas se escondiam por baixo das nuvens que flutuavam pelo céu. As luzes da cidade incandesciam o vibrante azul marinho, desbotando-o num roxo feio.

Minha insanidade e consciência transformaram-se em um bolo de lã que fora agredido por um gato, cujo o mesmo só queria diversão.

E agora?

Onde eu entro nessa história?

[...]

Turno: Sakura Haruno

Trabalhei com as meninas até as 19h.

Me encaminhava para o hospital de ônibus. Estava com tempo de sobra, portanto não chegaria na hora do toque de recolher.

Cheguei ao ponto, deixando o transporte enquanto todos tentavam entrar no mesmo. Passei com dificuldade pela horda de pessoas, atravessando a rua. Juntei mais o meu casaco, sentindo o frio da noite enunciando-se.

Quando passei pela recepção do hospital, a mulher por trás da bancada reconheceu o meu rosto e me deixou passar. Segui pelos corredores, apertando a alça da mochila no ombro. Estou nervosa, era um fato. Estou mais nervosa do que o normal, fora o que pensei rangendo os dentes a procura da sala do garoto.

E quando detive-me com a porta de número 214, encontrei com o garoto que atropelei. Ele estava sentado na cama do hospital, sendo alimentado pela enfermeira ao lado. Quando notaram minha presença ao pé da porta, o garoto virou-se e então uma batida do meu coração cessou-se. Em um arfar, penso, Só pode ser coincidência. O rosto do mesmo, antes todo ferido e machucado, agora era moldado e escondido por faixas e esparadrapos. Não pode ser, neguei visivelmente abalada.

– Sa-Ku-Ra.- Assim, eu pude ter certeza de que aquele era o garoto de minhas visões. O jovem enfaixado, que enunciava o meu nome de modo dificultoso. Cerrei os lábios, mastigando a bochecha, temerosa.- É... o seu... nome, não?- Era nítida a sua complicação de fala. Estava bem debilitado pelo atropelamento. Ainda surpresa, tentei me recompor e concordei com a sua afirmação, balançando a cabeça positivamente. O garoto pareceu dar um sinal a enfermeira, que tocara o seu ombro. Então a mesma deixou a sala, carregando a bandeja de alimentação consigo.

Tive a chance de me aproximar, mesmo que lentamente. Puxei uma cadeira para próximo do mesmo e me sentei, abraçando a mochila frente ao corpo. Eu esperei por esse momento a tanto tempo, disse para mim mesma, todo encolhida.

– Por que têm tanto medo?- Completou a frase, dando carregadas tossidas ao ponto final. Umedeci os lábios, pensando em uma resposta.- Você está tão curiosa...- Enviesei as sobrancelhas perante o mesmo. Por que ele está dizendo essas coisas sem nexo?, pensei.

– O que você quer dizer com isso?- Mesmo hesitando, achei melhor que eu me enuncia-se logo.

– Você está surpresa por eu não ter morrido e por eu ser a figura de suas visões.- Suas aquarelas esverdeadas oculares franziram-se e estreitaram-se. Os lábios fizeram parte do papel, tornando-se finos e sabichões. Enquanto eu moldara o mais perfeito semblante paralisado e abismado. Com certeza, metediço e eriçado pela sua resposta tão formuladamente assídua.

Turno: Hinata Hyuuga

Orfanato Católico do Maine, 19h20min

Eu deveria ter contado para ele, insistia, querendo voltar atrás. Não, é melhor eu esperar pela resposta de Neji, novamente mudei de idéia, temendo que meu primo fosse o segundo a saber.

Andava de um lado para o outro pela capela da entrada. Liguei para Neji no momento em que Naruto seguiu pela rua. Ele precisa saber, foi exatamente o que eu disse á instantes atrás com o celular nas mãos.

Olhei pela porta entreaberta para ver se chegava, mas nem sinal dele.

Torcendo com certo nervosismo a bainha da blusa, andei até o pedestal e ajoelhei perante o enorme crucifixo de madeira. Juntei as mãos, rezando por sussurros. Pedia o louvor do Senhor por Naruto e implorava mais do que nunca de que não fosse ele o escolhido. E em meio de súplicas, uma voz é enunciada:

– Você não deveria rezar em voz alta, Hinata.- Levanto-me bruscamente, girando os calcanhares. Neji estava ao pé das portas da capela, com a mão na maçaneta. Acompanhei o mesmo seguir até mim, passando a mão sem a muleta pelos bancos da igreja, orientando-se. Após a muleta bater de leve em minha canela, Neji parou perante a mim. Lhe toquei o peito, dirigindo-a até o seu rosto, onde acariciei-lhe a face brevemente. Ele logo entendeu o recado. Suas sobrancelhas enviesaram-se.- Então é ele o menino que irá leva-la de volta aos céus?

– Sim...- Enunciei e ele concordou com a cabeça, bem paciente.- As asas de ossos cresceram quando eu o protegia.

– A evolução de suas asas deu início então.- Neji roeu os beiços.- Quando as penas aparecerem, Hinata, será chegada a hora.- Suas mãos rijas mãos ampararam meus ombros. Era possível sentir sua seriedade em seu timbre, de longe.

– Mas e você, Neji? Eu não poderei deixa-lo aqui na Terra!- Insisti.

– Não, Hinata, não. Foi um erro não impedir você de ter ido para a Terra junto de mim. Agora que tens uma oportunidade para voltar, você e nem ninguém irá me impedir. Não cometerei o mesmo erro duas vezes, Hina.- As lágrimas vieram junto do cessar da frase. Eu estou com tanto medo, pensei absolutamente aterrorizada. Neji pareceu percebeu, pela rápida mudança em seu semblante. Sua mão fora de encontro ao meu queixo, onde sorriu, coisa que eu não o via fazer a muito tempo.- Eu queria tanto poder vê-la...

–Neji...- Sussurrei seu nome demoradamente. E assim, em um curto movimento, senti seus polpudos lábios no canto de minha boca. Fechei por curtos segundos os meus olhos, deixando o ar sair tranqüilamente por meu lábios semicerrados. Logo após, Neji retira sua mão de meu queixo e vira as costas indo em direção a saída. Mas antes de desaparecer pelas ruas, ele lançou-me um olhar íntimo. Do qual pareceu ver através de minha própria alma.

* * *

Here I am

Will you send me an angel

Here I am

In the land of the morning star

Scorpions – Trecho de Send Me An Angel


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Notas finais do capítulo

Puta merda,como demorou pra editar essa bagaça -.-
E aí curtiram? Momento SasuSaku,NaruHina e NejiHina hueheuheuhe. Acho que fiz esse cáp durante 5 dias,pqp. Comentarei mais sobre o estranho que a Sakura atropelara e sobre o caso da Hinata. Talvez no próximo cáp mesmo,mas ainda não sei.
Se tiverem qualquer dúvida,por favor,comentem!
Agora que eu estou resolvendo os mistérios, é normal ficar sempre uma dúvida.
Não tenham medo c;
Flw Vlw :p



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