Muse escrita por AloeGreen


Capítulo 17
Capítulo XVII - Horas, Minutos, Segundos


Notas iniciais do capítulo

Oulá!
Esse capítulo tá pequenininho pois, se passaram alguns meses e eu apenas queria contar como as coisas estavam rolando e talz. Eu queria ter desvendado alguns segredos neste cáp de hoje, mas não rolou. Mudei de idéia,rs.
Estou de férias,cara, finalmente



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Muse

Antes, a questão era descobrir se a vida precisava ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado

Albert Camus

Capítulo XVII:

Horas, Minutos, Segundos

Turno: Autora

Dois meses passaram-se como o vento.

Ao lado de um vilarejo pouco conhecido, Shisui sentou-se ao gramado com o celular na mão. Subiu os olhos uma única vez para o imenso e azulado céu e ligou para o amigo. Tocou. Tocou. Tocou. Ninguém atendeu, como sempre.

Mais uma mensagem era deixada na caixa postal.

– Itachi... Devo admitir que você faz falta. Encontraram o Nagato morto não faz nem uma semana. Sei que aconteceu algo naquela noite. Na sua primeira missão com os BOONDOCK, lembra? Seu pai cancelou as buscas por você. Disse que você está bem, só está querendo ficar um tempo sozinho.- Soltou um riso abafado e irônico.- Parece que eu fui o único que não caiu nessa. Eu conheço você, Itachi. Você não sairia assim dos BUNKER tão repentinamente. Sem nem ao menos falar comigo.- Um momento de silêncio foi presenciado. Shisui remexia os próprios pés, espalhando o barro. Estava nervoso.- Fora que você nem atende minhas ligações. Algo está errado...- Shisui pensou em desligar, não sabia mais o que falar. Seu estoque de implorações já havia se esgotado. Entretanto, no último segundo, Itachi resolve atender.

Nada está errado.– Shisui levantou-se rapidamente com o celular na mão.

– Itachi!- Falou ao celular, surpreso por finalmente saber que o amigo está realmente vivo.- Você... V-Você, por que não atendeu minhas ligações?!

Desculpe, Shisui.- A ligação cai e Shisui fica por um bom tempo com o celular ainda grudado á orelha. Fechou os olhos, com aquela expressão de desapontamento e enfim, desligou.

[...]

Casa da Sakura, 12h30min

– ... A cidade é mais linda do que eu imaginava, Naruto! Não faz nem uma semana que eu cheguei e já estou amando-a.

– Ei poderíamos almoçar juntos no final de semana que vem, não?- Naruto estava sentado á um tempo na mesa da cozinha. Todos já haviam acabado de almoçar, mas apenas ele permanecia ali sentado, falando com sua única família: Karin Uzumaki, filha de Jiraya, o recente falecido tio de Naruto.

Sim, é claro. Eu ainda estou desempacotando os móveis e o loft está uma bagunça. Você conhece algum lugar onde podemos almoçar?

– Eu conheço um lugar, deixa quieto.- Naruto sorriu enquanto falava com a prima. Estava feliz em ouvir sua voz e a ter por perto agora.

Ei, Naruto, vou ter que desligar agora. Foi muito bom falar com você, primo. Estou contando as horas para te ver! Até!

– Beijos, até.- Naruto ficou por alguns poucos instantes com o celular na orelha, olhando para seu prato já vazio. Desligou e o colocou acima da mesa, massageando a cabeleira cada dia mais loura e reluzente.

[...]

Casa da árvore, 13h20min

– O que você acha do Shikamaru, Sakura?- Soltou Temari, roendo uma unha enquanto batia o pé, ao som de Green Day.- É que sabe, você tem andado bastante com os meninos ultimamente...

– Pensei que já conhecia bastante ele.- Falou Sakura, torcendo os lábios por a amiga ter entrado naquele assunto novamente, mas logo voltou a atenção á bela paisagem que a casa da árvore proporcionava. Estava pensando o quanto ela e a amiga haviam ficado tão próximas nos últimos meses, desde que passou a ter Literatura, Matemática e Educação Física com ela. Havia contado sobre suas visões para Temari. De certa forma, a loira ajudava a controla-las.

– Ta ta, a gente ficou umas vezes e tal, mas...- Temari bateu o pé uma vez mais forte, lembrando das brigas que ela e o hacker tinham.- Ele me irrita. Tão...- Sakura a cortou.

– Problemático? É, eu sei.- Disse Sakura, sorrindo de lado. Já tinha um tempo em que ela estava mais próxima dos meninos. Ela e Hinata acabaram por ser transferidas para a sala deles, juntando-se á Naruto e Sasuke também, o que decepcionou a rosada. Ficar uma aula de Química com ele já a deixava nos nervos, agora aturar todas...- Ei, onde está a Hinata?- Perguntou Sakura, percebendo só agora a falta da amiga na casa da árvore. As duas levantaram-se e se apóiam a janela da casa, onde ao olharem para baixo encontram a amiga brincando no balanço.

– Oe, Hinata.- Temari á chamou. Hinata olhou para cima com aqueles serenos orbes perolados.- Pensando em quem, em?- Hinata sorriu de forma simples, estreitando os olhos serenamente. Estava feliz que conseguira se aproximar mais das pessoas e ter feito novas amizades.

[...]

Sakura treinava mais arduamente agora nos fins de semana.

Suas visões voltaram com toda a potência e o único jeito que ela encontrou para se afastar delas, era treinando com sua katana.

– Vai com calma, Kiba!- Implorou Sakura, ofegante, pulando de galho em galho. O amigo, transmutado em um enorme cão grisalho de duas cabeças, não foi piedoso, atacou a árvore em que Sakura estava repousando. A rosada caiu no cão, sentindo uma forte pressão nas costas. Reclamou baixinho, mas logo esquivou-se da rabada do feroz cão. Deu uma cambalhota chegando á sua katana, segurou-a como uma lança a jogando com força total na direção do cão, que distraiu-se seguindo a espada. Assim, Sakura se apressa e sobe ligeiramente em uma árvore; onde cai com os olhos presos ao alvo: as costas do cerberus de duas cabeças.- SHANNARO!- Sua batata da perna choca-se com as costas do animal, causando um enorme atrito. O cão solta um ganido agudo, voltando á sua forma original.

– Poxa Sakura, eu estava ganhando!- Reclamou Kiba com certa dificuldade.

– Sorte sua não ter enfrentado meus insetos.- Riu, Shino, apreciando seus pequenos besouros que caminhavam por suas mãos.

– Vence quem é o melhor, meu amigo.- Debochou, a rosada, apertando os punhos e apreciando-os. Esses árduos meses haviam trazido belos resultados.

– Venceu só por que a Tsunade e a Matsuri ativaram seu chakra.- Shikamaru saiu da árvore onde se protegia, colocando as mãos nos bolsos. Sakura revirou os olhos, o ignorando e caminhando para debaixo da sombra de uma árvore.

Sentou-se, exausta. Fechou os olhos por alguns segundos, recuperando toda a energia que havia gastado nesse treinamento. A rosada ainda estava se acostumando com a energia que seu chakra a obrigava á usar.

Resvalou os dedos pela sua ferida no pescoço.

Desde que Itachi passou a morar na casa de Tsunade, o moreno tem se alimentado da rosada. O veneno que ainda circula no corpo do Uchiha, passara a fazer um efeito ainda mais brutal no mesmo; o obrigando a se alimentar do mais puro sangue humano.

Sakura deixou seus olhos caírem para o chão; o sorriso desabrochou. Sua rotina passara a se tornar ainda mais desagradável depois que Itachi entrou na casa.

Acordar, café, escola, estrada, trabalho, casa, sangue, sangue, sangue...

Seus fins de semana eram mais conturbados ainda.

Acordar, café, treinamento, estrada, monstros, monstros, monstros, treinamento, casa, sangue, sangue, sangue...

Horas, minutos e segundos.

Exausta.

[...]

Gazebo, 13h00

– Como ele está?- Sakura continuou recostada ao pilar do gazebo, fora do mesmo e de costas ao moreno. Ela continuou a apreciar o sol em seu mais lindo brilhar.

– Bem.- Disse a rosada, naturalmente.

– Por que ele não volta para casa?- Sasuke apoiou os cotovelos no parapeito do gazebo. Seus olhos estavam estreitos pelos fortes raios solares, refletindo na imensidão do lago que observava.

– Está com medo.- Confessou Sakura, abruptamente. Sasuke a encarou.

– Ele te disse isso?

– Não.- Continuou, agora caminhando para dentro do gazebo mais arejado.- Mas eu sinto.

– Como?

– Ele está bem alimentado.- Soltou uma risada abafada, pelo próprio comentário cômico.- E tem medo de voltar pra casa e acabar atacando seus pais.- Sakura subiu seus orbes ao moreno.- Ou você.- Já fazia tempo que o irmão caçula havia descoberto o paradeiro do irmão mais velho. Têm se encontrado constantemente com a rosada no gazebo para receber notícias do irmão. E eles não falavam nada mais e nada menos que isso.

– Ele não faria isso.- Meneou a cabeça, achando aquilo impossível.

– Eu não sei, Sasuke.- Um gole de ar seco fez eco pela garganta.- Eu realmente não sei.

Alguns instantes silenciosamente cruciais se passaram, deixando aquela última frase de Sakura, solta no ar.

– Você é incompreensível, Sasuke.- O moreno deixou escapar uma risada abafada pelo comentário.

– Olha quem fala.- Sakura levou as sobrancelhas as alturas pelo comentário de Sasuke, concordando. Sabia que era misteriosa para as pessoas ao seu redor.

– Pelo menos você não é curioso.

– Eu já tenho muitos problemas pra querer saber dos outros.- Suspirou profundamente, o moreno. Sakura a olhou pelo canto dos olhos, hesitando em continuar a conversa.

– Conversamos como se não estivéssemos brigados.

– Falando assim, até parece que somos um casal.- Sasuke estreitou os olhos maliciosos para a pequena rosada. Ela riu, mas logo voltou a seu semblante sério.

– Desculpe.

– Pelo o quê?

– Ter agido sem pensar á dois meses atrás, na floresta.

– Não se culpe.- Falou o moreno logo em seguida, com os olhos no teto enfeitado do gazebo.- Só não seja curiosa.- O moreno lançou um olhar profundo a rosada, o que a acelerou.

– Não lance esse olhar que você joga ás meninas que quer comer.- Sakura cruzou os braços, neurótica.

– Eu não “como” nenhuma menina.- Fez as aspas com os dedos.

– Sei. Os garotos me falaram que você sai todo dia de noite.- Ela revirou os olhos enquanto proferia a frase. Pensava, “ele é como todos os outros babacas”.

– E como você pode ter certeza que é pra sair com garotas?- Novamente, suas obsidianas oculares lhe pegaram de surpresa. Ficou sem resposta, abrindo e fechando a boca. Estava pasma.

– Então o que você...?- Ela parou no instante em que ele levantou uma sobrancelha repreensiva, a lembrando de suas palavras de antes, “não seja curiosa”. Mordeu os lábios. Estava encabulada.- Não instigue a minha curiosidade, Uchiha.- Bufou irritada. Olhou para o relógio. Iria se atrasar para o treinamento com Tsunade e Matsuri.

– Têm que ir, não?- Falou Sasuke, seguindo os movimentos óbvios da rosada. Ela remexeu positivamente a cabeça e virou-se para fora do gazebo, sem qualquer tipo de despedida.- Ei!- Sakura gira os tornozelos para a voz do Uchiha. Ele sorriu simplesmente e a rosada amou ver aquela curva, mesmo que pequena, de felicidade nele. O moreno fez um gesto com as mãos, apontando para o próprio cabelo.- Seu cabelo... está diferente.- Sakura puxou uma mecha de seu cabelo e a observou. Suas madeixas haviam crescido bastante, quase na metade das costas agora.

– Sim!- Disse empolgada.

– Está bonito.- A elogiou e aquilo á fez lembrar de algo. Um fino sorriso brotou nos lábios da Haruno, entretantoo gesto era forçado. Então acenou e virou-se para a sua estrada, com os olhos no chão e os lábios uniformes. Entrou em sua

Turno: Sakura Haruno

O sol já estava se pondo quando eu entrei na BMW.

Minha cabeça estava nas últimas palavras que o Uchiha me disse, “Está bonito”. Parei de roer as unhas, apertando as duas mãos no volante. Aquelas palavras me fizeram ir até uma lembrança já muito antiga...

Flash Back On

– Sasori, você vai com a Sakura.- Pronunciou a professora na frente da sala, sorteando as duplas. Sasori esboçou um sorriso meio torto, gostaria de ter ido com um dos amigos. Reclamei baixinho, odiava os garotos da classe.

Estávamos no fundamental ainda.

Eu nem o conhecia direito. Era apenas “oi” e “tchau”.

– Parece que vamos ter que fazer o trabalho juntos, não?- Se aproximou, o ruivo. O olhei de soslaio guardando o material na mochila. Bufei pelas narinas, concordando com a cabeça.- Tem como estudarmos juntos hoje, depois da aula?- Rodei os olhos, pensando se poderia ficar até mais tarde. Eu queria dizer não, mas eu realmente precisava da nota daquele trabalho.

Concordei com a cabeça novamente. Eu era calada, não apenas com os meninos, mas com as meninas também. Só falava quando era necessário.

Como era a última aula, nos dirigimos para a biblioteca nos andares inferiores. Raramente eu ia lá, mas existia tudo que era material de artes então, ajudaria.

Ele era um garoto doce e inteligente, não era igual os outros meninos. Era atencioso mas as vezes sabichão demais, igual eu. Fomos preparando o trabalho com risadas e conversas triviais. Minha voz parecia se soltar para ele. Eu queria falar com ele.

Então, quase lá pelas 18h, havíamos terminado. Tinha ficado perfeito e ambos de nós sabíamos disso.

Poucos dias depois, chega a entrega do trabalho. Acordei mais cedo, com medo de chegar atrasada na escola. Fiquei frente ao espelho, mexendo no meu cabelo. Queria arruma-lo diferente hoje. Assim, fiz um rabo de cavalo alto, deixando alguns fios soltos propositalmente. Sorri, animada e feliz com a figura no espelho. Escovei meus dentes, vesti o uniforme e coloquei a mochila nas costas. Nem dei bola para o almoço e saí apenas dizendo um “tchau” para minha mãe.

O ônibus chegou no ponto e logo eu já estava na escola. Fomos os primeiros a ser chamados para apresentar o trabalho na frente da classe. Estávamos muito nervosos, mas tudo rolou bem. A explicação do conteúdo fora alta e clara. No fim, a classe bateu palma e á caminho das carteiras, Sasori falou ao pé do meu ouvido:

– Seu cabelo... está bonito.- Aquilo me tocou o coração. Então, naquele dia, eu percebi que meu caminho e o dele estavam cruzados. Eu teria alguma coisa com ele.

Flash Back Off

As memórias voltavam para o seu poço escuro.

Meus olhos regressaram á estrada e de repente, surge uma silhueta atravessando a rua despercebidamente. Tudo fora muito rápido. Seus olhos verdes iluminaram-se com os faróis do carro, vi uma expressão de medo tomar o seu rosto e então imagens deslocadas aparecem ligeiramente sobre minha visão. Eu estava tendo as visões novamente. As cenas passavam-se depressa, o homem enfaixado; "Sa-Ku-Ra"; e tornavam-se cada vez mais nítidas, novamente, novamente e novamente, até que eu piso no freio com os olhos apertados e o coração na garganta.

Quando os abro, o homem havia sumido.

Desço do carro e para na frente do meu automóvel, onde o encontro caído. Levo minhas mãos á boca, desesperada. Seu rosto estava desfigurado e um filete de sangue escapulia de seus lábios entreabertos.

Andei de um lado para o outro, por uns instantes. Minha mão na testa dedurava meu nervosismo. Ajoelho á seu lado e sinto seu pulso. Ainda estava vivo.

– Graças á Deus...- Toquei meu coração, voltando a respirar normalmente. Passo a língua pelos lábios e vejo se há algum carro vindo. Seguro o homem pelos pulsos, o arrastando para o banco traseiro. Entro no banco do motorista e piso no acelerador, seguindo para o hospital mais próximo que haveria pelas redondezas. Olho para trás por poucos instantes, vendo se o homem estava bem. Seus olhos permaneciam fechados e os lábios continuavam entreabertos. A mão caia para fora do banco do carro, pesando.- Via ficar tudo bem, vai ficar tudo bem...- Retorno minha atenção a estrada, encontrando o mais denso êxtase circulando pelo meu corpo.

* * *

Confusion that never stops

Closing walls and ticking clocks

Cold Play – Trecho de Clocks


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Notas finais do capítulo

Os comentários no AnimeSpirit estão muito mais fortes do que aqui no Nyah :c
Por favor, leitores fantasminhas, deixem seu comentário aqui. Eu respondo tudo, tuuuuudo. Adoro saber como vocês tão curtindo a fic, sobre o que acharam do caps e tal. Tirem suas dúvidas também. É sempre muito para o autor os comentários de seus leitores. Eles incentivam a gente



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