Ao Seu Lado escrita por Anne


Capítulo 3
Capítulo 3 Um quase incêndio


Notas iniciais do capítulo

Oie!Não sei o que dizer, então vão ler, vão, rs. ;)



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P.O.V. Mônica Souza.

Parecia que a Magali iria apresentar suas amigas para mim, mas eu temia que elas fossem como as primeiras garotas que tentei me relacionar.

Ouvi um grito de um rapaz como um aviso de que alguém estava chegando. Com certeza era a diretora. Tentei me virar para ver quem vinha, mas Magali pegou em meu braço e me empurrou para de baixo da mesa.

Cai de joelhos quase que meus óculos caiam também.

– Xiu. – Magali apareceu com o rosto de baixo da mesa sobre o tecido com um sinal de silêncio.

Eu não entendia, mas não queria contradizê-la. O que quer que fosse ela tinha uma razão para agir tão desesperada assim.

P.O.V. Cebola Menezes.

Passei por um corredor com meus amigos que falavam das garotas que estavam chegando à escola.

– Se liga só, Cebola! Ouvi a Denise dizer que tá chegando mina nova por aqui. – Disse Timóteo piscando o olho.

– Há, como será que ela é, hein? – Disse pensando.

– Deve ser mó gata. – Diz Cascão esfregando as mãos uma na outra.

Viramos um corredor quando um garoto loiro me viu e correu até o refeitório. Cara estranho.

Adentramos o refeitório com sucesso.

Preparei o meu humor. Já entrei com uma cara emburrada pegando um cigarro e o acendendo. Dobrei as mangas para deixar à mostra minhas tatuagens.

Todos se silenciaram.

Fomos para nossa mesa, e me sentei despojado com os pés sobre a mesa.

– Quem trouxe a cerveja? – Perguntei dando uma tragada no cigarro.

– O Jeremias. – Disse Cascão contado sua grana na carteira.

– Por que ele não chegou? – Soltei a fumaça do cigarro.

– Deve tá dormindo com a garçonete do bar. – Respondeu Titi.

– Humpf, irresponsável. – Resmunguei.

– Como se você não fosse, também, né, Cebola? - Perguntou Timóteo.

– Comigo é diferente. – Falou apontando o dedo para si mesmo.

– Diferente porque é pior. – Ele rebateu.

– Exatamente. –- Sorriu mostrando os dentes com superioridade e orgulhosamente.

Observei o refeitório, todos calados como sempre, ou sussurrando.

Avistei a mesa das minhas gatas.

– Vai aonde, Cebola? – Perguntou Franja.

– Me divertir. – Respondi bagunçando o cabelo e colocando a mão nos bolsos.

Cheguei na mesa.

– Hum, senti os perfumes de vocês de longe. – Cheirei o pescoço de Marina a arrodeando com os braços enquanto olhava para as outras com um piscar.

P.O.V. Autora.

Mônica ainda estava um pouco assustada com tudo, principalmente depois de um estrondo de porta sendo aberta.

A mesma permaneceu de baixo da mesa tentando não fazer barulho, e logo ouviu as vozes das amigas de Magali e de um garoto.

– Bler! Que cheiro de cigarro horrível. – Diz Marina tentando afastá-lo com um abano de mão.

– Ou você realmente costuma poluir o planeta ou já é doente dos pulmões. Aposto no último. – Magali rebateu com um sorriso sarcástico.

– Você ofendeu meu coração. – Cebola disse em seu ouvido repetindo lentamente as palavras e fazendo bico.

– Me avise quando você tiver um. – Magali debochou afastando o rosto.

– Me obrigue. – Novamente falou em seu ouvido com uma voz rouca.

– Vem cá! Você não tem nada melhor pra fazer não? – Perguntou Ana irritada.

– Ah, não fica com ciúmes, linda! – Ele sorriu mostrando suas covinhas e se aproximando de sua cadeira.

– Por que você não some de uma vez da terra? – Perguntou batendo a mão na mesa.

– Por que você não diz ‘’oh, Cebola, seu gostoso vem ni mim’’? – Perguntou acariciando seu rosto.

– Sua sorte eu não ter um repelente. – Respondeu irônica tirando a mão dele de seu cabelo.

– Vai por mim, não é desse jeito que você vai me afastar. – Respondeu puxando uma cadeira de outra mesa e colocando-a perto da mesa das meninas. Virou a cadeira e sentou dando uma tragada em seu cigarro.

– E então, do que vamos falar, meninas? – Perguntou naturalmente soltando a fumaça pela boca.

– De uma forma para fazer você engolir isso. – Disse Cascuda revirando os olhos.

– Ótimo. – Sorriu irônico.

P.O.V. Mônica.

Realmente não era uma diretora, e gostaria de saber ainda.

Eu continuava encharcada e suja de mato. Era melhor ficar ali, mesmo.

Meu medo de sair de baixo da mesa só ganhava vida, aliás. Não queria ver esse garoto com quem falava com as meninas.

Ele falava tudo terrivelmente sexy e com voz de controlador. O que me fazia arrepiar.

Eu já podia sentir o cheiro de confusão desde que ele havia chegado. Ou era de cigarro?

Oh, não! A fumaça do cigarro havia adentrado de baixo da mesa, e com aquele abafo me deu uma enorme vontade de tossir.

Tentei prender a respiração, não funcionou.

– Cof, cof, cof!

Tampei a boca vendo a besteira que fiz, falei.

– Quem tossiu aqui? – Ele perguntou com uma voz interrogatória.

– Hã... Fui eu cof, cof. – Ouvi a voz de Magali.

– Não foi não. Parecia uma voz abafada, vindo de baixo da mesa. – O garoto disse.

Ele iria me descobrir.

O ar com aquela fumaça estava pouco. Talvez eu não aguentasse ficar ali mais tempo.

Com certeza não.

Abri espaço entre as pernas das garotas desesperada. Sai de baixo da mesa surpreendendo todos.

Corri o mais rápido dali até me esbarrar com uma mulher com roupa de garçonete, fazendo assim ela derrubar os refrigerantes em copos que estavam na bandeja para cima da mesa que ela estava servindo. Um jovem estava nessa mesa tragando seu cigarro que após tudo o que tinha na bandeja da mulher cair sobre a mesa, ele automaticamente deixou o cigarro cair.

Foi tudo rápido e o fogo do cigarro se alastrou junto com os refrigerantes derramados, o pano da mesa também havia sido queimado. Os meninos da mesa logo saíram correndo com medo daquela enorme labareda que se formou no local.

– Ai não! – Disse em lamúria.

Logo todo o refeitório entrou em desespero e aos gritos.

Nunca na vida presenciei algo daquele jeito.

Não conseguia me mexer do lugar.

Enquanto todos corriam e eu ainda estava ali parada sem pestanejar, senti uma mão me puxar no exato momento.

– Ei, não sabia que fogo queima? – Perguntou um garoto brincalhão que havia me puxado.

Senti vários respingos d’água cair sobre a gente. Alguém ligou o extintor de fumaça. Logo, o refeitório com os alunos estavam todos molhados.

– Eca, que nojo! Não acredito que molharam minha roupa nova. Eu vou denunciar essa escola. – Disse uma loira correndo para fora do refeitório igual os outros para não se molhar.

Ao menos agora todos estão como eu, não preciso mais me esconder.

Corri junto com o garoto para fora do refeitório.

Com toda aquela correria me encostei na parede cansada.

– Er... Obrigada por me tirar de transe. – Disse constrangida.

Ele riu.

– Não foi nada. – Ele piscou o olho e seguiu andando pelos corredores.

Que cara misterioso.

Vi os alunos correndo e tentei desviar involuntariamente, pois não sou boa em coordenação. Também nunca fui boa em aulas de física, mesmo.

– Mônica! – Disse uma voz feminina.

Me virei para ver quem me chamou.

Magali vinha correndo junto às outras.

– A gente te procurou por todos os lados. – Ela diz jogando os braços para cima.

– Ah, é que depois que vocês correram eu fiquei lá dentro. – Disse, elas me olharam assustadas. – Não me olhem assim, meninas. Er... Ao menos vocês se livraram daquele garoto.

– Você quis dizer que EU te livrei daquele garoto. – Magali me corrigiu.

– Como assim? – Perguntei sem entender.

– Deixa pra lá! Vamos a aula vai começar. – Segui as meninas e pegamos alguns matérias nos armários depois fomos para a sala.

Muitas coisas me deixaram indignada no momento. Primeiro, tudo isso acontece comigo no meu primeiro dia de aula em uma escola nova. Segundo, com certeza vou ser culpada por essa confusão e agradeço por a escola não ter pegado fogo, se não eu passaria a vida juntando dinheiro para pagar os prejuízos. E terceiro, que escola tão rígida foi essa que eu vim estudar onde quando todos os alunos estão molhados não suspendem as aulas?

Chegamos à sala de aula estava a maior bagunça e gritaria. Sabe, acho que vou perdoar meu despertador! Eles superaram.

Um garoto loiro foi até a porta para ver se o professor vinha.

– Gente, silêncio, silêncio! É ele. – O garoto fez sinal com as mãos e sentou em sua cadeira rapidamente.

A sala que minutos antes estava a maior baderna calou-se imediatamente.

Eles têm tanto medo do professor assim?

Quando vi quem entrou tive certeza de que estava enganada.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor. :) Beijinhos.