Ao Seu Lado escrita por Anne


Capítulo 2
Capítulo 2 Quem está chegando?


Notas iniciais do capítulo

Aqui o segundo capítulo. o/ Espero que gostem! :D



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POV. Mônica Souza.

– Na última reunião eu falei sobre o meu salário e a dificuldade de sustentar todos. E com tudo cheguei a uma conclusão. Quero mandar Mônica para outra cidade com a avó.

Eu fiquei um pouco surpresa.

Só não entendia por quê.

– Estou gastando bastante com os remédios da Mônica todos os meses. E aqui é muito frio o problema de saúde dela pode piorar com o clima. Ontem falei com a Srta. Vanessa sua professora! E ela me contou que você está sofrendo bullying e não me disse nada. Isso é verdade, Mônica?

– B-bom, sim, mas... – Falei baixo encolhida.

– Mônica, porque não me contou? – Ela perguntou incrédula.

– Não sei. – Senti um pouco de vontade de chorar.

– Se me contasse eu teria resolvido isso. Mas agora não posso simplesmente mudá-la de escola. Falei com seu pai e ele vai pagar sua viagem, sua avó já sabe também. Ele comprou um apartamento pra vocês, sua saúde vai melhorar o clima é litorâneo. – Ela disse.

– Mas mãe a gente nunca, mas vai ver a Nica? – Diz Lucas.

– Claro que não. Vamos sempre lhe visitá-la no mês, e até vou deixar de vez enquanto alguns de seus irmãos com você, Mônica. – Diz mamãe.

A saudade e a alegria ao mesmo tempo são estranhas...

– Ah, tá bom! Quando eu vou? – Perguntei cabisbaixa.

– Amanhã bem cedinho! – Mamãe estava triste como meus irmãos.

– Mãe... – Disse baixo.

– O que foi, querida? – Ela perguntou.

– Não quero jantar, vou logo arrumar minhas malas. – Disse.

– Tem certeza? – Perguntou.

– Sim. - Respondi subindo as escadas. Sei que iria ficar sem saber que jantar surpresa era esse da vovó, mas eu estava com a cabeça muito cheia.

Meus irmãos estavam tristes e cabisbaixos.

Cheguei ao quarto e vi Patrícia de pijama se penteando na frente do espelho.

– Oi. E a espinha? – Perguntei subindo na cama para conseguir alcançar minhas malas em cima do guarda roupa.

– A Sara mentiu, aquela garota vai ver só! – Ela disse fechando o punho em frente ao rosto.

Levei meu pé mais para frente enquanto o outro estava na pontinha dos dedos.

– Ai, não alcanço. – Disse esticando o braço.

– Haha, você ainda continua baixinha mana. – Ela subiu na cama ao meu lado e com um mínimo de esforço alcançou as malas.

– Poxa... – Resmunguei.

– Haha, mas e aí? Pra que as malas? Vai dormir na casa de uma amiga? Achei que só eu exagerava assim, haha. – Ela disse.

– Não tenho amigas. E eu vou me mudar. – Disse abrindo o guarda roupa.

– Tipo, como assim? – Ela perguntou surpresa.

– Você sabe que eu tenho saúde ruim por causa daqui e mamãe descobriu que sofro bullying, agora vou ter que me mudar com a vovó. – Respondi tirando as roupas dos cabides e pondo na mala.

– Ai, não! Quem vai me proteger da bruta da Sara? – Paty agarrou meu pescoço fazendo drama.

Todos dessa família são dramáticos, fim.

– Você vai pode me visitar, menina! E nessa cidade tem shopping com promoções! – As últimas palavras a fizeram dar pulinhos.

– Eba!! – Bateu palmas como criança.

– Haha. – Ri de seu jeito.

– Vê se arranja um namorado, hein? – Ela piscou o olho dando um tapinha nas minhas costas.

Tava faltando essa.

– Nem falo nada! – Disse, me concentrando agora em arrumar a mala.

– Assim é difícil te convencer. – Se jogou na cama em rendimento.

Ela não vai conseguir.

Me dirigi à minha cama e peguei o Teddy de trás do travesseiro e o coloquei na mala.

– Você não quer me ajudar?

– Não, acabei de pintar as unhas. – Diz ela mostrando os dedos.

– Ah, claro. – Revirei os olhos.

Depois que guardei tudo na mala fui dormir sem nem dar boa noite para os outros. O clima era ruim.

Logo, era umas 5:00 da manhã! Mamãe veio me acordar.

– Mônica!

– Hum. – Murmurei de olhos fechados.

– A viagem. – Com essas palavras dei um pulo da cama.

– Vou me arrumar. – Fui ao banheiro fazer minha higiene. Mamãe logo voltou com meu lanche e eu já havia voltado do banheiro.

Não falei nada e apenas comi rápido. Mamãe foi acordar todos da casa que por sinal gostavam mesmo de dormir!

– Paty!

– Ah, não! Me deixa dormir. – Virou-se para o lado.

Não nego, foi difícil acordá-la. Mas no final acabamos com uma guerra de travesseiros.

Todos já estavam na frente de casa tristes.

– Não se vá, Mô!! – Diz Paty me abraçando.

– Nica! – Jony e os outros vieram me abraçar.

– Se cuida, baixinha! – Diz Lucas.

– Pode deixar. – Eu disse.

– Vou sentir sua falta, miúda! – Diz Carlos.

Eu era tão pequena assim?

Sara não disse nada, mas a abracei com ela fazendo careta e me despedi de todos. Dei um forte abraço na mamãe, e ela toda chorosa me fez uma lista de cuidados.

Minha tia e meu tio dorminhoco me abraçaram e claro, titia falou algo que eu já esperava dela.

– Ouça, mocinha! Nem pense em vir ficar pra titia não viu? Já é muito difícil me sustentar. – Todos riram menos minha irmã rabugenta.

Vovô me abraçou e deu um beijo em minha testa.

– Vou sentir falta de te contar histórias à noite. – Vovô disse e sorri.

Alguns minutos depois já tinha me despedido de todos.

É... O papai não vinha, mesmo.

Entrei no carro e sentei ao lado da vovó. Ela também se despediu da mamãe e dos outros. E quem estava nós levando era um velho amigo da vovó. Ainda bem que a cidade não era tão longe assim, não me atreveria a andar de avião.

Algumas horas depois eu acordei era noite e com a luz de vários postes acessos. Parece que estávamos chegando.

O senhor parou o carro em frente a um apartamento que segundo a mamãe era mobiliado.

– Chegamos, Mônica! O Bairro do Limoeiro. – Ela disse.

Sai do carro e retirei as malas do porta-malas.

Minha avó agradeceu o velho amigo. E ao que ouvi ele visitaria sua filha por essas bandas.

– Entre, Mônica. – Vovó disse e entrei.

O apartamento era bonito e grande. E aquele clima era tão agradável.

Tinha um terraço e vários cômodos.

– Vó, faz algo pra comer! Vou ali guardar minhas coisas. – Disse.

– Claro, querida. – Respondeu.

Procurei o meu quarto e era bem espaçoso, tinha um armário, um criado-mudo, cômoda, cama, um banheiro e uma vista linda do terraço.

O espaço era arejado, teto forrado um piso de cerâmica.

Logo, fui guardando minhas peças de roupa no guarda roupa e não demorou muito para sentir o cheiro da sopa deliciosa da vovó.

Fui para a cozinha e ela já estava servindo.

– Que delícia. – Experimentei e logo comi tudo.

– Beijo, vó! Vou dormir. – Disse.

– Beijos, querida! – Ela disse lavando a louça.

É... A noite foi tranquila. Vamos ver amanhã de manhã como é essa nova escola que minha mãe tanto falou.

TIRIRIRIN.

Ouvi o som irritante do despertador, e bocejei. Ainda embargada de sono fui até o banheiro fazer minha higienes.

Quando sai, fui até minha bolsa pegar o fardamento da escola. Papai foi quem pagou a escola e, contudo essas roupas completamente caras.

Será que ele não entende o quanto é da presença dele que eu preciso?

Engoli um seco com esse pensamento.

Fui para a cozinha e vovó estava fazendo panquecas.

– Bom dia. – Disse.

– Bom dia, meu amor. – Disse sorrindo.

Comi um pouco apressada meu relógio estava quase marcando a hora exata.

– Vó, porque logo 4 quarteirões? – Disse com som exasperada.

– Haha, é uma ótima escola! Você vai gostar. – Ela disse sorrindo.

Dei um beijo nela e sai.

Mal virei à primeira esquina e vi um cachorro com uma cara nada amigável.

Olhei para os meus tênis meios detonados e me imaginei correndo.

– Por que isso só acontece comigo? – Sai correndo e o cachorro aos berros, eu iria ser devorada por uma vera, era meu fim.

Segurei meus óculos no rosto por causa da adrenalina.

Na esquina que virei, vi um jardim com uma moita. Era minha chance de despistá-lo.

Me escondi, rapidamente.

Apenas ouvi latidos e patas correndo em outra direção. Com aquele mato todo não tinha nem por onde olhar.

Escapei.

Senti uma leve molhada de água na minha cabeça.

– Tá chovendo? – Olhei pro céu e antes de constatar ouvi cantaroladas de mulher, me virei e vi uma dona de casa molhando suas plantas.

Ótimo, eu estava encharcada. Tinha invadido um quintal, será que vão me prender agora?

Pulei a cerquinha sem ela ver, nem me lembro direito de ter pulado isso antes.

Com o cabelo cheio de mato e melequenta lá estava eu indo para a nova escola.

Quando finalmente cheguei me espantei.

A escola era enorme, pareciam vários prédios em uma só, nunca na vida vi uma escola tão grande assim. Não é a toa que dizem ser a melhor da região.

Wlist Moon.

Atravessei a porta enorme com vários alunos andando para lá e para cá. Acho que com tanta gente eu poderia ser pisada. Meus livros estavam em estado deplorável, ou era eu?

Todos esbanjavam joias e riqueza. As garotas tinha cabelos cuidados, unhas perfeitas, roupas que não estavam no fardamento e que eram chiquérrimas.

Meninos com relógios de ouro, roupas modernas.

POV. Magali Medeiros.

Meu pai veio me deixar na escola, desci e fechei a porta do carro.

Atrás de uma árvore vi Denise com seu celular tirando fotos dos alunos. Porque essa criatura não aceitou logo ser jornalista da escola?

Hoje estava lotado de alunos. Visto eu me perder.

Andando para a minha sala vejo uma garota desnorteada, perguntando qual sua sala para as jovens mais patricinhas.

Peguei meu celular para gravar.

Vamos sair daqui, meninas! Essa pobre coitada parece uma mendiga de tão suja, hahaha. – A loira a olhou de cima a baixo e foi seguida por risada com suas amigas.

Mas eu... – Ela foi trombada por alguns garotos e caiu no chão junto ao seus livros. Seu óculo havia caído.

– Ora, essa! Carmem, dessa vez eu tenho provas contra você. – Pensei comigo, após guardar o celular.

– Quer ajuda? – Ela olho para o outro lado enquanto eu estava na frente dela.

– Hã? Quem é você? – Ela ainda tentava me achar perdida no chão. Com os olhos quase fechados.

– Magali Medeiros prazer. – Estendi a mão. Logo, entendi o problema era seus óculos! Peguei-os do chão e coloquei em seu rosto.

– Muito brigada, me chamo Mônica Souza! Desculpa mas é que eu não enxergava nada sem eles. – Eu apenas ri.

– Tudo bem. Quer que eu diga onde é sua sala? – Perguntei.

– Ah, sim, por favor. Sou do 1° A. – Ela disse.

– Eu também sou. Vem. – Puxei ela e desviamos de mil pessoas.

A jovem realmente era bem lerda.

– Chegamos! – Entramos na sala.

– Muito obrigada. Mas onde fica os armários? – Perguntou.

– Por aqui. – Fiz sinal para ela me seguir e chegamos.

Ela abriu e guardou seus pertences. Parece que ela gosta bastante de ler.

– Vamos tirar onda no refeitório, vem! Minhas amigas tão lá. – A puxei de novo, isso ficava divertido.

Quando chegamos olhei para os lados, cadê elas?

– Ali estão elas! – Apontei para a nossa mesa reservada.

A aparelhada parecia assustada em vermos minhas amigas.

Se aproximamos da mesa.

– Oi meninas. – Disse com um sorriso simpático.

– Oi, Magá– Disse Marina.

– Senta aí! – Disse Aninha puxando uma cadeira.

– Quem é ela? – Perguntou Cascuda.

– Essa é Mônique, Moline, Mô... Mônica, isso. – Disse meio enrolada, não sou boa com nomes.

– Oiee. – Disseram.

– Tudo bom? – Perguntou Ma.

– O-oi, b-om e você? – Ela disse travando.

As meninas todas riram.

– Senta com a gente não vamos te morder. – Disse Ana.

Afastei uma cadeira para ela, e sentei na do lado.

– Bom, essa é a... – Fui apresentar as garotas, mas ouvi um garoto entrar no refeitório gritando.

– GALERA, ELE TÁ CHEGANDO. – Disse o sujeito loiro quase se estabanando no chão.

Todos ficaram em silêncio, e olhavam para o chão. Alguns tremiam.

Peguei no braço de Mônica e a empurrei para de baixo da mesa rapidamente.

– O que vo...– Mônica não completou.


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Notas finais do capítulo

Comente, tá bom? :3