Volte Para Mim Irmão escrita por AngelSPN


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Então, penúltimo capítulo meus amados leitores. Dedico esse capitulo ao Lucas, que tem me ajudado e muito com suas teorias e apontamentos em seus reviews. Valeu Lucas!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/399930/chapter/9

Sam olhava o lugar assombrado com a carga negativa que ali habitava. Estava feliz por estar com Bobby e sentia-se ainda mais preocupado por todo esse tempo em que Dean estava ali.

— Aquele anjo filho da mãe, realmente conseguiu nos trazer aqui — dizia Bobby com um sorriso sarcástico.

— É, ele usou quase todo seu poder. Ficando muito debilitado, temos pouco tempo Bobby, até o portal se abrir novamente. Ou ficaremos presos para sempre — o moreno passou os dedos pelos fios de seus cabelos.

— Me sentiria melhor se ele viesse junto. Caramba, quem diria — Bobby coçou a cabeça por cima do boné surrado.

—O quê? — Sam franziu o cenho e comprimiu os lábios em uma linha quase reta.

— Anjos, garoto. Anjos! As coisas devem estar ficando pretas lá no céu — Bobby moveu a cabeça mais para a esquerda.

—Talvez Bobby. O que me preocupa agora é meu irmão. Aquele cabeça dura carrega tanta culpa em seus ombros, que é bem capaz de deixar-se influenciar-se pelas coisas horríveis deste lugar — Sam chegou próximo aos degraus do hospital — É aqui. Castiel foi bem claro.

— É, claro até demais. Esse lugar só tem neblina? — Bobby esperou o moreno abrir a porta.

Ambos pegaram suas armas, não estavam a fim de deixarem a guarda baixa e serem surpreendidos por algo sobrenatural ou qualquer que fosse a situação.

— Bobby, que lugar é esse? Olhe as salas, estão todas abandonadas.

O velho caçador aproximou-se de um quadro negro, haviam algumas anotações e desenhos bizarros.

— Sam, veja isso!

O moreno deu a volta por uma cadeira de rodas caída, e focou o olhar no que Bobby lhe mostrava.

—Mas que diabos é isso? — Sam procurou a lanterna em sua mochila, estava ficando cada vez mais escuro e sombrio.

— Acredito ser uma espécie de procedimento cirúrgico, para ser mais preciso...

— Lobotomia — Sam completou a frase do caçador.

— É, veja um livro de visitantes — Bobby dirigiu-se até a recepção folheando as páginas amareladas e empoeiradas.

— O relógio parou à 1h e 33 minutos.

— Sinto cheiro de ceifeiros por todo o lugar — O caçador disse fechando o velho livro empoeirado.

— Aquele culto ao qual Castiel nos falou, será que ainda existe? E como eles fazem para conseguir tantos idiotas a seguirem com eles? Cara, mexer com essas coisas, nada de bom sai disso — Sam passou a mão na calça jeans, livrando-se das teias de aranhas.

— Vai saber. Os humanos fazem coisas malucas. Talvez até mexessem na cabeça dos pacientes, por isso toda essa aparelhagem ultrapassada.

—É, acho que você tem razão — Sam abaixou-se pegando o papel atirado ao chão —Humm, leia isso.

O caçador mais velho acompanhou com o olhar os movimentos do amigo, e aceitou o papel rasgado que lhe era oferecido.

A transferência de pensamentos através da lobotomia está prestes a tornar-se aceita pelos cientistas e médicos.

— O que você acha?

— Que estamos cercados por humanos doentes, por criaturas loucas e insanas. Castiel disse que o culto queria despertar um Deus, ou melhor, o Diabo.

— Não entendo porque arrastaram Dean, para cá. O que temos com esse lugar?

Bobby sacudiu a cabeça, também não sabia. Porém, sua experiência de vida lhe alertava para grandes revelações. Talvez, jamais as descobrissem.

— Bobby! —a voz de alerta do moreno, tirou o caçador de seus devaneios.

— O que foi, garoto? — a passos largos o velho abaixou-se ao lado do amigo — Mas que merda é essa?

Sam pegou um pedaço da perna de uma cadeira e cutucou o amontoado de gosma inerte.

— Seja o que tenha sido, está morto. Só pode ter sido Dean.

— Que negócio asqueroso. Um cão? Ou um resquício de humano?

— Vamos Bobby. Temos que nos apressar. Estou pressentindo algo muito maléfico por aqui.

—Bom, não precisa ser vidente para sentir isso — Bobby curvou a cabeça para o lado, seus olhos encontrando os de Sam.

Sam revira os olhos e segue adiante. E em seguida apontou para outra extremidade do corredor. Havia tantas bizarrices que estava ficando mais irado do que deixava transparecer. Respirou fundo tentando lidar com a sensação maligna, uma sensação que Castiel havia alertado antes de os enviarem a Silent Hill. As palavras do anjo ainda estavam frescas em sua mente.

Haja o que houver, controle a sensação de ódio, medo e angústia. Aquela cidade deixa essas emoções centenas de vezes mais fortes. E coisas macabras podem acontecer. Tenha foco, e liberte-se dessa sensação

Sam não pensou que essa sensação pudesse ser tão forte, tão traiçoeira. No entanto, sabendo disso era um pouco mais fácil lidar com as emoções. Pena que Dean não pudesse saber disso.

—Bobby, você acha que... bem, você acha que muitas coisas que encontramos aqui, foram criadas pelo subconsciente de Dean? — resmungou o moreno, com aquele olhar perdido.

—Sam, a preocupação não vai nos levar a lugar nenhum. Mantenha a serenidade, lembra? Nós temos a vantagem de sabermos como esse lugar age sobre nossas emoções, e se Dean acabou caindo nessa atmosfera maligna... estamos aqui para resgatá-lo, ok? — Bobby pressionou a têmpora, a dor de cabeça estava lhe irritando.

— Tudo bem Bobby? — Sam aproximou-se.

—É, tudo bem. Saudades do meu whisky e de quando as caçadas eram bem mais simples— disse o caçador sorrindo.

Sam sorriu, deixando suas covinhas a amostra.

— Sam, olhe essa porta. Isso foi arrombado por um...por algo enorme e afiado e...droga! —Bobby passou o dedo na parte metálica da porta — Sangue, e é de pouco tempo.

Sam sentiu o mal estar voltar, certamente seu irmão estava ferido. Envolto das trevas. Só Sam e Bobby saberiam como aquela cabecinha do irmão funcionava. Talvez Bobby soubesse ler as entrelinhas de Dean, melhor do que Sam as compreendia.

O corredor a seguir parecia ainda mais escuro, Bobby também segurava uma lanterna com sua arma abaixo dela. A cada passo, a cada avanço se deparavam com todas formas mais estranhas e bizarras. Um sussurro chamou a atenção dos dois. Parecia uma conversa, os dois homens se entreolharam e avançaram para dentro da sala.

— Parados aí! — gritou Sam com a arma empunho, seguido por Bobby Singer.

— Merda, não há nada aqui, garoto. Realmente esse lugar é amaldiçoado.

Sam abaixou a arma, e com esse movimento a porta atrás deles batera violentamente, trancando-os para o lado de dentro.

— E essa agora — o moreno encostou-se nas costas do amigo — Temos que sair daqui.

— É claro que temos que sair daqui, gênio. O problema é como? — disse o caçador um pouco irritado.

Ambos estavam atentos, e mesmo assim foram surpreendidos com um monstro grudado em cima do teto.

— Mas o que é isso! — disse Bobby atirando-se no chão antes que um dos tentáculos da criatura o atingisse.

— Atire, Bobby! — a saraivada de balas parecia surtir pouco efeito naquele ser.

—A cabeça, mire na cabeça! — Bobby alertou o amigo.

— Está funcionando! — Sam sentiu a sorte voltar novamente.

A “coisa” caiu gritando e se esperneando, e mais algumas balas o fizeram ficar imóvel para sempre. Nesse momento uma luz acendeu-se acima da porta e os caçadores viraram-se atentos ao que poderia vir.

—O que é isso Bobby? — Sam cutucou a “coisa” com a ponta do sapato — é um ser pregado ou melhor grudado por membranas ou sua própria pele nessa espécie de cama.

—Veja, tem algo escrito... “ Abstract Daddy”? Pai Abstrato? Mas que merda é essa?

—Venha, vamos sair daqui antes que venham mais dessas coisas — Sam seguiu em direção a porta, e esbarrou em algo atirado no chão — O que é isso? — disse abaixando-se — Uma fita? — Sam entregou-a ao caçador, sem muito interesse e seguiu para a porta.

—É, parece que gravaram alguma coisa aqui. Não temos tempo para isso — disse Bobby colocando a fita sob a mesa enferrujada.

Sam deteve-se ao perceber que a porta não tinha maçaneta.

—Estamos ferrados — o moreno chutou a porta de ferro com raiva.

— Sam veja! — Sam seguiu o olhar do velho — Parece haver uma abertura, uma espécie de mecanismo. E ao lado... — o caçador passou a mão limpando a espessa poeira de um dispositivo com números.

— Precisamos de uma senha? — Sam passou a mão nervosamente pelos cabelos.

— É o que parece.

— Bobby, como vamos saber o qual a senha...

Sam interrompeu as palavras, chegou ainda mais próximo da porta, antes de concluir sua tese:

—Acho que teremos que assistir a fita.

— O que? —Bobby aproximou-se —Ah, essa porta é uma espécie de vídeo cassete com micro TV na janela? Que loucura!

— Nem me fale. Vamos me dê a fita.

Bobby pegou a fita e estendeu para o amigo. Eles não tinham ideia se iria dar certo ou não, porém não havia outra escolha. A porta era de puro ferro, e apenas uma chance de sair possuía, o mecanismo que ali estava. Que ao matar a “coisa” a energia da sala voltou a funcionar.

Sam olhou para o amigo antes de inserir a fita, e quando a abertura a engoliu e o som de engrenagem começou a funcionar a imagem borrada e com chuviscos apareceu na abertura da janela da porta.

“Não, não. Pai por favor!”

“ Cale a boca, Ângela! Faça o papai sorrir”

As cenas a seguir estavam distorcendo-se a jovem agora era adulta, e estava no quarto com uma faca na mão, seus olhos negros estavam perdidos em algum ponto do quarto, enquanto arranhava a faca no chão. A imagem deu foco a um velho retalho de jornal.

“Thomas Orosco, pai de Ângela Orosco, foi encontrado morto a facadas em sua casa”

A fita acaba com a mulher debruço no chão escrevendo ou arranhando freneticamente com a faca.

—E agora. A porta não abriu. E nenhuma pista sobre como sairmos daqui — Bobby tirou o boné batendo-o sobre a coxa.

—Pobre moça. O pai provavelmente a violentava, e essa criatura que acabamos de matar... deveria ser o que ela criou nesse mundo, a representação do pai na cama. Deve ser isso que Castiel estava querendo dizer, coisas ruins que lhe aconteceram no passando, são revividas de formas bem piores aqui — Sam continuava divagando suas teorias, e Bobby tentava achar alguma pista, e começou a digitar números aleatórios no dispositivo, e a cada erro o interruptor acendia uma luz vermelha.

— Isso não vai ser fácil. Se continuarmos aqui, estaremos perdidos!

— É isso! — Sam gritou fazendo o caçador ter toda sua atenção.

— O que você descobriu, garoto?

—Na fita, a moça, a tal Ângela... esse era o mesmo quarto, não é?

— É parece que sim, o espelho ainda continua ali, cheio de limbo, mas... o espelho? Você acha que quebrando-o haverá uma saída? — Bobby pegou a primeira cadeira e atirou contra o espelho enorme na parede, os estilhaços caíram ao chão revelando a sólida parede.

Sam sacudiu a cabeça, não era essa a sua ideia. Mas era uma boa tentativa também.

— Não Bobby, admito que foi uma boa ideia. Mas no vídeo ela escrevia no chão alguma coisa com a faca, quem sabe seja a nossa chance?

—Moleque, se você estiver certo... pago uma rodada cerveja.

Sam sorriu, pegou a lanterna e começaram arredar o pequeno carpete da porta. Seus dedos passaram pelo chão, revelando que ali havia algo escrito.

— Bobby, ilumine aqui — Sam pediu empurrando uma mecha de seus cabelos para trás.

— É você tem razão tem algo escrito aí.

— Sim... hã... “Eu sei o que você quer! Você está atrás de somente uma coisa!" e "Você poderia simplesmente me forçar, como ele (pai) sempre fez por 133 vezes."

—Que horror, bastardo!

—Venha Bobby, vamos testar minha teoria.

E assim, Sam digitou os três números, e um som diferente seguido da cor verde foi ouvido.

— Garoto, você é um gênio!

¥¥¥

Dean Winchester sentia seu corpo sendo arrastado, sentia algo puxando-lhe pela jaqueta, seus olhos abriam e fechavam. Estava difícil de focalizar a visão, as nuvens negras ainda pairavam sobre seus olhos. Os flashes momentâneos que lhe eram visíveis eram assustadores, portas antes fechada agora estavam escancaradas, e nelas pessoas sendo submetidas a algum tipo de cirurgia. Gritos, muitos gritos. O choro de uma criança, um coelho caído ao chão, banhado em sangue. Tantas atrocidades, maldades e enquanto era arrastado pôde ver Dhália com as duas mãos sobre os ombros do garoto que soluçava. O Winchester mais velho, tentou centralizar suas forças para sair do domínio daquele ser que continuava arrastando-o.

—Venha pequeno Sam. Está na hora — e com essas palavras a mulher sorriu para o loiro, que infantilmente tentava alcançar o irmão com uma das mãos.

—Porque isso está acontecendo? — foram as palavras do loiro, eram mais como murmúrios lamentadores.

—Eu trouxe você aqui, para saber a verdade. A verdade nua e crua — Dean sentiu o corpo tombar ao chão.

O que quer que fosse que o estava arrastando parou subitamente. Dean arrastou-se até a parede, o local parecia muito mais vivo. Vivo no sentido de que parecia estar dentro de algo, ou alguma coisa, que respirava. Veias negras tomavam toda a extensão da parede vermelha, coberta por algum tipo de pele.

—O que você quer de nós, seu desgraçado? — o gosto metálico do próprio sangue descia pela garganta do jovem.

— Já era de se esperar que você fosse me afrontar com palavras tão baixas. Eu sou um anjo, cara. Eu estou aqui para abrir seus olhos, para te mostrar o quanto seu pai estava certo.

— Anjo? Anjo merda nenhuma. Como um anjo pode nos trazer a um lugar como esse? Me explica? — Dean agora se levantava lentamente. Sua face contorcida com marcas profundas de ódio e desapontamento.

— Meu nome é Zacharias, te trouxe aqui para te mostrar a verdade dos fatos. E assim tomar a decisão correta, assim como Alice, você a conheceu não é? Pois bem, assim como ela, seu irmão é um deles.

— O quê? Seu maldito! Acha que pode me enganar com palavras? Terá que fazer mais que isso seu crápula! — Dean avançou ensandecido, estava farto de ser manipulado.

— É, eu esperava por isso — dizendo essas palavras um clarão tão forte e intenso, fez com que Dean apertasse os olhos, fechando-os, para logo em seguida estar diante de um altar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, como os adoradores de Silent Hill podem terem percebido, tirei trechos da história de Ângela com James. E as coisas horríveis pelas quais ela passou. Confesso que o enigma da porta imaginei enquanto lembrava da cena dela com James e acabei adaptando o ocorrido da minha maneira.
Espero que tenham gostado e talvez já tenham entendido qual será a revelação no capítulo final, então£o sem spoiler eu espero seus reviews. Beijos a todos os amados leitores! Bom final de domingo, com o horário de verão...acordar mais cedo!