Volte Para Mim Irmão escrita por AngelSPN


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Boa Tarde Pessoal, segue mais um capítulo. E em determinada parte da fic, pedirei para lerem com essa música tocando ao fundo, se quiserem é claro. Beijos!

Link da música: http://www.youtube.com/watch?v=1mpGwecE8dI



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Alice compadeceu-se da situação do rapaz, queria poder ser útil de alguma forma. Porém, sentia-se tão perdida quanto ele. Por quanto tempo ela continuaria naquele inferno? Não havia como saber se ao menos sairia viva dali. Suas lágrimas começaram a brotar, era um vazio tão profundo, que seu peito estava sendo dilacerado pouco a pouco. Talvez a voz em sua mente, dizia a verdade. Talvez não houvesse salvação. A moça nem reparou quando o caçador colocou sua mão em seu ombro, ambos estavam em uma situação delicada e fora do normal. Era o momento de se unirem e resolverem toda essa loucura.

— Desculpe se a assustei Alice. Acabei me deixando levar pelos sentimentos obscuros que me assombram. Venha. Na carta aqueles números que você se referia eram coordenadas. Meu pai costumava nos enviá-las — o jovem pareceu outra pessoa. Mais sereno, tomado por uma determinação inabalável. Uma determinação que ela mesma começou a sentir uma ponta de inveja.

Alice apenas o acompanhou, sem dizer uma palavra sequer. E a tranqüilidade que apossou seu peito desapareceu no minuto seguinte. No mesmo instante que aquela ensurdecedora sirene começou a ser ouvida.

— E lá vamos nós novamente, mudar de ares — Dean disse sarcasticamente, com um sorriso de canto.

No entanto, o terror estampado no rosto de Alice, o deixou em alerta. A jovem parecia que iria surtar a qualquer instante. Sendo assim, ele aproximou-se abraçando-a.

— Está tudo bem Alice. Está tudo bem — o rapaz alisava os cabelos da mulher, na tentativa de acalmá-la.

— Não, não está! Não está tudo bem! — Alice livrou-se dos braços de Dean. Empurrando-o violentamente para longe de si. — Preciso voltar, antes que ele me ache de novo! — E antes que o rapaz pudesse argumentar, a mulher entrou em uma das portas que desaparecia aos poucos, com a sirene ainda tocando tudo modificou-se. E o loiro tentava inutilmente abrir a porta a sua frente.

— Mas que raios está acontecendo aqui! ALICE! Se estiveres me ouvindo, vou entrar aí de qualquer jeito. Prometi salvá-la, lembra? Confie em mim! — Dean parou de bater na porta, as manchas que deixara de sangue, não lhe importava. Não sentia a dor. Dor era para os fracos. E ele tinha que ser forte, por ele, por Sam e a todos que lhe cercavam.

O rapaz analisou o lugar a sua volta, estava na recepção do hospital, na parede havia um aviso:

“Durante a consulta desligue o celular”

A sua frente um balcão branco contornado por mármore. E acima dele uma ficha. Dean aproximou-se, voltando o olhar de vez em quando para a porta, onde Alice havia se trancafiado. Um relógio na parede marcava 1 hora e 33 minutos, estava parado.

“É noite?” — Dean se questionou. Mas não havia como saber.

O loiro chegou até o balcão, pegou a ficha empoeirada. Havia entradas de pacientes, tudo registrado. Bem como, a entrada de visitantes. Eram inúmeros os nomes.

“O nome de Alice não consta nos mais recentes. Nem o meu. É claro. Caramba, há registros antigos aqui”

O rapaz folheava passando os olhos rapidamente pelas linhas escritas. Um barulho alto no quarto de onde estava Alice, chamou sua atenção. Largou o fichário no chão, e correu até a porta. Olhando ao redor havia um machado protegido por um vidro, uma cotovelada e os vidros estilhaçaram. O rapaz não perdeu tempo, com o machado em mãos estava decidido a colocar a porta no chão.

— Alice! Afaste-se da porta. AGORA!

Dean deu o primeiro golpe da porta com o número 133, era mais resistente do que ele imaginava. E após várias tentativas, a porta cedeu. O loiro chutou-a terminando por abri-la completamente.

— Alice? Você está bem? — Dean largou o machado, não havia perigo naquele ambiente. Respirou um pouco mais aliviado, analisando a jovem a sua frente.

A garota estava encolhida no canto mais escuro do quarto. Ela segurava os joelhos e chorava baixinho.

— Vem Alice. Vamos sair daqui — Dean estendeu a mão, esperando a retribuição.

— Dean? — ela levantou o olhar.

O loiro ligou a lanterna, o feixe de luz iluminou o lugar. As mesas estavam todas viradas, havia sangue por toda a extensão do lugar. Imediatamente levou a mão ao machado.

— Alice fique perto de mim. Você está machucada? — as mãos dele no cabelo da jovem, a deixaram confortante e protegida.

— Dean? — Ela perguntou novamente.

— Alice, o que foi? — Dean viu tanto sofrimento estampados nos olhos da jovem.

— Agora eu entendo... porque ainda continuo viva. Quando todos ao meu redor estão mortos. Não sou a única que ainda está vagando por aí. Eu sou igual á eles, todos eles. Só não havia percebido isso antes — a jovem levantou-se meio trôpega*.

— Alice? —Dean franziu o cenho, e nesse momento uma música tão triste quanto o rosto da jovem, começou a tocar — E essa agora!?

— Dean, fica comigo. Por favor! Eu estou com tanto medo. Me ajuda.

Alice estendeu a mão, tocando suavemente os dedos do caçador. E, a moça sentindo o contato, recuou contra a parede, seu choro misturado com o clima da melancólica melodia, era desolador.

¥ Dar play na música acima ¥

— Alice, o que está acontecendo? — Dean reparou na mancha vermelha que se formava na blusa das costas da garota — Você está ferida? Droga, você se feriu? — o loiro aproximou-se para ajudá-la.

— Eu te avisei, que não era para abrir a porta. Que era para me deixar, aqui. Que era para me salvar deles — os soluços misturavam-se com os gritos da mulher.

Dean deu um passou para trás, sentia que o que veria pela frente, não seria nada reconfortante. Ele focou a lanterna mais próximo do rosto da garota e, como um filme de terror, algo acontecia com Alice. De sua testa um filete de sangue escorreu, e ao próximo passo da jovem, o sangue vertia agora de seu nariz, boca e ouvidos. Seus olhos perderam o brilho, dando lugar a uma completa escutidão.

— Por favor...Dean... — ela caminhava cambaleante com os braços estendidos, esperando os braços do loiro.

— Alice... — Dean deixou os ombros caírem. Estava cansado, esgotado e atormentado demais para suportar toda essa gama de monstruosidade.

— Agora, lembro de tudo... meu medo por aquele monstro de “ferro”. Lembra quando você me protegeu daquela espécie de cão gosmento? Naquele momento me senti protegida por você. Diferente do que foi a minha realidade. Meu namorado, o homem que dizia me amar... me empurrou na frente do “cabeça de pirâmide”, senti a lâmina perfurar minha carne. Senti minhas lágrimas virarem sangue... Oh...quanto tempo se passou? Anos? Séculos? E agora, descubro que sou um deles. Fica comigo Dean? Não me deixe sozinha — Alice se modificava, seu corpo estava tomado por sangue, e sua voz agora rouca e sua boca sangrenta desfiguravam toda aquela beleza de outrora.

Dean caiu de joelhos, não negava suas lágrimas. Odiou tudo ao seu redor. Sentiu raiva e ódio de tudo que aprendera. Queria ter sido um homem normal, com uma família normal. A música melancólica deu lugar ao velho e conhecido som de sirene.

— DESGRAÇADOS! APAREÇAM! APAREÇAM!

Havia tanta raiva nas palavras, tanta angústia, e novamente a escuridão levou Dean Winchester para o mundo sombrio das trevas.


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Notas finais do capítulo

Bom amigos, não sei se gostaram do capítulo. E se está muito confuso, mas o universo de Silent Hill é complicado mesmo. Porém vou explicar o meu ponto de vista, as lacunas que ficaram em aberto nos próximos capítulos. Esse é o antepenúltimo, e é bem provável que os outros serão um pouco mais longos. Não sei se perceberam, mas a hora em que Dean vê no relógio parado 1:33 é o número do quarto de Alice nº133, e é o tempo da música que postei no youtube, assim como será...opa...spoiler...kkkkk

*Nesse trecho onde Alice se revela ser mais uma vítima, é tirada do jogo Silent Hill 1, onde Harry descobre que a enfermeira Lisa (alterada para o meu universo como Alice, por causa de uma amiga em especial, Alice Harvey, que acabou saindo do mundo Nyah e para minha felicidade voltou), faz parte daquele universo.
A música também é da parte do jogo. Certamente, vou ter muitas brechas a serem preenchidas e outras ficarão para análise e interpretação de cada leitor.
Obrigada e aguardo pelas interpretações e comentários que poderão vir. Beijos!