Volte Para Mim Irmão escrita por AngelSPN


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Hoje me sinto estranha, um vazio tomou conta de meu espirito. E só escrevendo essa sensação desaparece. Então obrigada por motivarem-me a escrever.



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Dean abriu os olhos, era incrível o poder daquele lugar, a ponto de fazer o loiro desmaiar. Lembrou imediatamente do irmão sendo levado por aquela mulher. Dean fechou os olhos. Estava cansado e frustrado demais, mas não era de se entregar. Só o fato de ter conseguido sobreviver por tantas provações comprovavam sua vontade de vencer.

“Merda. Odeio tudo isso. Vou acabar com todos esses demônios patéticos.”

O loiro agora caminhava conforme as instruções do mapa amassado em suas mãos. Um barulho de metal contra a parede ou o chão lhe chamou a atenção. E instintivamente procurou um esconderijo. Para sua sorte um dos armários do corredor estava vazio e ele entrou sem muitas dificuldades. Sua respiração estava acelerada, sentia até a raiz do seu cabelo que o perigo de aproximava. O som aumentava, denunciado a chegada do autor do barulho horripilante.

Dean fixou os olhos pelas frestas de ar do armário. A “coisa” arrastava um enorme facão ou espada muito larga e pesada. A “coisa” também segurava pelas pernas uma espécie de boneco. Dean não saberia dizer quão bizarra era a visão. A “coisa” tinha mais de dois metros de altura, no lugar de sua cabeça, uma espécie de ferro em forma de pirâmide, cobrindo o que deveria ser um rosto. Vestia algo semelhante a uma bata, porém, muito mais resistente. Deveria ser essa a criatura de que Alice falara, o tal “homem da máscara de ferro”.

O “cabeça de pirâmide” puxava o boneco para próximo de si e com apenas um golpe dividiu-o ao meio. O boneco embora tivesse no lugar da cabeça dois pés, se retorcia. Depois do golpe os movimentos cessaram. E o “cabeça de pirâmide”, segurou a outra metade do corpo e atirou-o de encontro ao armário, onde Dean estava escondido.

Com o impacto a porta abriu-se deixando Dean a mercê da criatura. O caçador continuou imóvel, analisando a péssima situação em que se encontrava. Para sua surpresa o “cabeça de pirâmide” pareceu não ter percebido sua presença e seguiu o corredor, arrastando sua enorme arma.

Dean esperou o som diminuir e saiu de dentro do armário galvanizado de cor cinza, ao sair acabou batendo a cabeça e a parte interna de cima caiu. Logo o som se propagou e o “cabeça de pirâmide” pareceu ter percebido que não estava sozinho.

“Mas que droga. Aquela “coisa” está voltando.”

Dean não esperou que a criatura lhe encontrasse, correu pelos corredores e acabou caindo ao chão quando uma porta abriu acertando-o em cheio.

— Dean? Oh, meu Deus! Você está vivo! — Alice corria de encontro a ele.

—É, por pouco você não acaba comigo — o caçador falou massageando o nariz e sentindo o liquido quente sair dele.

—Me desculpe — a jovem mulher estendeu um lenço branco.

Dean aceitou e no mesmo instante se pôs de pé. O som ainda continuava a aproximar-se, e sem muitas explicações segurou a mão da jovem, arrastando-a consigo para longe daquele ser infernal. Alice então lembrou do som, e flash’s em sua cabeça se formaram, os seus olhos aumentaram e estava em choque. Dean percebendo o tremor da mulher segurou-a contra seu peito, sentindo as lágrimas molharem sua camisa. Ambos estavam escondidos em um dos quartos, e esperaram o som passar e desaparecer por completo. O “cabeça de pirâmide” passou sem perceber a presença dos dois. Alice sentiu a respiração e o calor do peito do jovem.

“Como é acolhedor e seguro, aqui” pensava a jovem. Dean então se mexeu, olhou os olhos assustados da jovem e sorriu, limpando com os dedos as lágrimas que brotavam daquele olhar tão sofrido.

— Prometo que nada vai lhe acontecer, tudo bem? — as palavras sinceras do rapaz, balançaram o coração de Alice, que apenas esboçou um sorriso fraco e concordou com um balançar de cabeça.

O desejo de tocar o rosto do loiro e comprovar que ele estava ali, tornou-se tão intenso que a deixou constrangida e sua mão se retraiu antes mesmo de tocá-lo.

Dean percebeu, porém não deixou notar. Alice estava tão sem graça, que só iria piorar sua situação. E não era hora para galanteios, suas vidas corriam perigo. Depois quem sabe aceitaria de bom grado o carinho. O loiro não pôde deixar de sorrir, afinal era um Winchester!

— Dean?

— Hã? Oh, arghh. Foi mal. Estava pensando em... como sair daqui — foi a vez de Alice sorrir e “acreditar” nas palavras dele.

— Então, você encontrou seu irmão? — o brilho no olhar do loiro anuviou-se instantaneamente.

—Há algo nesse lugar, não sei bem o que fizeram com meu irmão. Mas ele era aquele garoto que te falei.

— O que se escondia de você? Pensei que seu irmão fosse mais velho e...

—Sim ele é. Quero dizer é só uns quatro anos mais novo que eu. Só que fizeram alguma magia para aprisioná-lo em um corpo de criança. Droga, não sei o que pensar. Aquela mulher horrível o levou. E eu não pude fazer nada.

— Mulher? Que mulher? —Alice estava compadecida da atual situação de seu salvador.

— Dhália. Deve ser a mentora deste inferno todo.

—Dhália... não me é desconhecido esse nome. O que ela quer com seu irmão? — a jovem continuava ao lado do loiro, atenta aos movimentos dele.

— Eu não sei. Ela o queria. Mas não sei o motivo. Venha vamos sair desse quarto, antes que o desgraçado volte.

Alice estremeceu em só de imaginar essa possibilidade. Aquele ser a deixava com muito medo.

Dean olhou o mapa novamente, e sentiu seu braço esbarrar em alguma coisa. Tateando acabou encontrando uma lanterna, bem melhor que a anterior.

— Humm, nada mal — ele sorriu para a jovem.

— Nada mal mesmo, andar no semi-escuro é horripilante.

— Bom, eu não me referia à lanterna. Mas é tem razão — o sorriso maroto do rapaz deixou a jovem embaraçada e ao mesmo tempo muito feliz.

— Obrigada, por não me abandonar.

Dizendo essas palavras ela deixou o quarto, e Dean a alcançou com alguns passos largos. Estavam seguindo as informações do mapa, quando o loiro avistou um vulto. Alguém se aproximava. Parecia um humano.

— Alice, fique aqui. Vou interceptá-lo. Se algo der errado fuja para aquele quarto.

A mulher assentiu. Esperando um pouco mais atrás o desenrolar dos acontecimentos. Dean esgueirou-se até o canto do outro corredor e quando o homem passou, ele aplicou uma chave de braço. Imobilizando o desconhecido.

— Sr. Win...Winchester? — o homem dizia com dificuldade de respirar.

Dean aliviou um pouco o braço do pescoço do desconhecido.

— Quem quer saber? Vamos fale, ou quebro seu pescoço — o loiro tencionou os músculos, fazendo o homem engasgar e assentir com a cabeça em obediência.

—Sr. Winchester, tenho uma...arghh...carta para...o senhor.

Dean largou o homem, que caiu de joelhos tossindo levando a mão ao pescoço vermelho.

— Uma carta? Para mim? — o loiro aguardava respostas.

O homem levantou-se vagarosamente, era alto com uma baixa e rouca voz. Pedia que lhe ouvisse. Aparentando uns cinqüenta e poucos anos, magro, de pele negra e olhos profundos. Carregava uma espécie de bolsa sobre a capa amarela que cobria seu corpo. Dean ficou em alerta, o homem colocou a mão dentro da bolsa em lentidão, não queria que seu gesto fosse confundindo por algum tipo de violência.

— Não banque o espertinho comigo, homem! — Dean estava pronto para imobilizá-lo e nocauteá-lo se necessário fosse.

— Juro, quero apenas lhe entregar isso — o homem negro lhe estendeu a carta.

— Deve haver algum engano. Eu não sou daqui e ... — o caçador estendeu a mão para pegar a tal carta.

— Dean Winchester, é você? — o homem perguntou levantando-se lentamente.

— Sim, mas...

— Então é para você. Agora devo ir. Adeus senhor Winchester.

Dean não questionou, viu o homem sair e seguir pela esquerda do corredor. O rapaz baixou o olhar e analisou o envelope.

— Como é possível? Eu nem mesmo sou daqui? — o loiro passava os dedos pelo seu nome escrito com letra de forma em vermelho.

Alice que até então estava escondida, ouvindo a conversa, foi de encontro ao rapaz que parecia totalmente confuso.

—Você não vai abrir? — ela perguntou tirando-o do transe momentâneo.

— Hã, sim. Claro que vou.

Dean rasgou o canto do envelope, retirou a carta de dentro. Seus olhos ganharam um verde tão vívido e cheio de terror, que o jovem teve que ser amparado por Alice.

— Dean, você está bem? Está branco como um papel. De quem é a carta? O que diz nela? — Alice estava ficando assustada.

— É... é do meu pai — Dean agora começava a transpirar.

— Ok, e o que tem isso de tão ruim? — a jovem sentia a pulsação do rapaz bater forte.

— Meu pai está morto!

— Mor...morto? Então, bem... talvez ele escreveu antes de morrer, ou alguém está fazendo uma brincadeira de mau gosto com você — Alice tentava trazer o jovem á realidade.

— É a letra dele — Dean escorou as costas contra a parede, deixando-se deslizar por ela.

— Tudo bem, Dean. Certamente ele deixou essa carta em vida para você. O que diz nela? — não obtendo resposta, a jovem pegou a carta das mãos caídas do jovem. E leu a em voz alta.

— Dean, você deve salvar seu irmão. Se você não conseguir salvá-lo... você terá que matá-lo — Alice sentiu a dor daquelas palavras, mais abaixo estava assinado por John Winchester.

A moça se agachou ao lado do rapaz, passou sua mão muito branca pela testa ensopada de Dean.

— Não entendo. O que ele quis dizer com isso? E o que são esses números?

Dean lembrava das malditas palavras que seu pai dissera antes de morrer. Aquilo o atormentava dia após dia, noite após noite. Preferia mil vezes que seu pai não tivesse despejado essa “merda” toda sobre ele. O loiro pegou a carta das mãos da jovem, leu o mais uma vez e rasgou com violência exagerada toda a extensão da carta e do envelope.

— Malditos! Malditos! Jamais, ouviram? JAMAIS matarei meu irmão! Vou salvá-lo, eu juro por Deus! Vou salvá-lo seus desgraçados! — Alice recuou alguns passos, os socos que Dean desferia contra a parede eram tão fortes, que a estrutura começava a cair, só então ela reparou no sangue coagulado nos punhos do loiro, e agora ganhavam uma nova cor vívida.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando. E que a história não esteja cansativa, Beijos!