POV Poseidon

Depois de quase morrer em um final de semana sem ninguém para me ajudar com o Tyson, saí para dar uma volta e o deixei com o Percy. Fui andando pela rua, observando a paisagem de Nova York. Apesar de gostar do meu país natal, a Grécia, acho que não tem outra cidade que se compare à Nova York. Essa agitação. As luzes...

Meu celular tocou.

– Alô? – atendi.

– Pai? – gritou Percy. – Pelo amor dos deuses! Eu preciso de ajuda. O Tyson vai pôr a casa a baixo!

– Desculpa filho, mas agora descasque o seu pepino.

– Mas... O pepino é seu!

– Ei, eu não sou um pepino – ouvi Tyson gritar.

Distraído enquanto falava com Percy, tombei em alguém.

– Ah, eu mereço mesmo isso? – perguntou a moça de olhos cinzentos à minha frente.

– Percy, eu tenho que desligar.

– Pai?! – Percy gritou, mas eu desliguei o celular.

Athena me olhava com seus intensos olhos cinza. Ela não havia mudado muito desde a faculdade. Continuava a mesma mandona, metia à sabichona, chata e rabugenta de sempre. Seus cabelos castanhos estavam soltos, caídos no seu ombro esquerdo. Ela usava uma calça jeans, bata branca de manga comprida e botas pretas. Mas que mulherzinha insuportável, acho que não conseguiria passar nem um minuto perto dela sem tentar me matar.

– Você está me seguindo? – Athena perguntou me olhando nem um pouco feliz.

– Ah, sim, estou, para te matar e termos uma peste a menos no mundo! – respondi irritado.

– Então acho que no caso, você deveria se matar, não? Livraríamos a humanidade de uma praga como você.

– Arrogante.

– Grosso!

– Rabugenta!

– Mal-educado.

POV Thalia

Eu não consigo entender o Nico. Primeiro ele me beija, e age como se... Como se quisesse algo comigo e diz que não vai desistir, depois do nada fala que eu já fiz a minha escolha e nem olha mais na minha cara. Eu realmente não entendo esse idiota!

– Boa tarde! – disse uma voz conhecida, afastando-me dos meus pensamentos. Nico se sentou ao lado da Annabeth, sem nem mesmo olhar para mim. Estávamos no shopping, Silena nos arrastou até lá, mas acabou sumindo, e nós fomos fazer algo que fazemos muito bem: comer. Eu estava sentada ao lado do Luke.

– Nico, eu vi que aqui tem uma loja bem legal que vende camisas de bandas muito maneiras – comentei.

– Legal... – ele respondeu olhando para o seu sanduíche, sem me dar muita atenção. Quem esse emozinho metido à besta pensa que é para me ignorar?

– Se quiser podemos passar na tal loja, Tha. – disse Luke, e me beijou. Depois de me separar dele, olhei para o Nico, que parecia não se importar muito.

– Eu vou ao banheiro, já volto. – Disse o esquisito do meu primo. Levantei também.

– Ahn... Já volto gente.

Fui atrás do Nico, e o puxei pela camisa, fazendo com que ele virasse em minha direção.

– O que você quer?

– O que eu quero? Você não acha que deve me explicar alguma coisa? Do nada ficou todo esquisito, digo, mais esquisito do que você já é. Achei que você sentia algo por mim... Quer dizer... Não que eu me importe.

Nico deu um leve sorriso de lado, para depois voltar a fechar a cara.

– Eu só... Cansei! Cansei dessa sua indecisão. De você brincar com nós dois. Thalia, você acha que o mundo gira apenas em torno de si, não é? Você não entende que... Que nem sempre as coisas são como você quer. Você esperava que eu fosse ficar atrás de você feito um cachorrinho, para depois você me dar um chute para ficar com o Luke? É dele que você gosta, não é? Então... Vai lá!

Depois disso ele virou e saiu andando. Eu estava com raiva dele. Esse idiota! Voltei para onde os outros estavam.

– Thalia, que tal sairmos daqui? – Luke sussurrou em meu ouvido.

– Ah, graças aos deuses! Eu quero sair daqui!

Os outros estavam tão distraídos em suas conversas idiotas que nem nos viram sair. Luke me levou para sua casa. Não havia ninguém lá.

Ele me puxou pela cintura, dando-me um beijo de tirar o fôlego. Puxei-o pela camisa para o sofá. O beijo foi ficando cada vez mais intenso. Luke tirou o casaco, ficando só com uma camiseta branca.

Começou a chover. Nosso beijo foi interrompido pela campainha.

Luke sussurrou alguma coisa, e foi atender a porta.

– Nico? – ele abriu a porta. O emo estava lá, parado feito um dois de paus. Ele olhou para mim, e eu posso jurar que notei um olhar de raiva em seus olhos. – Nico?! – Luke gritou. O garoto piscou e olhou para ele. – o que você quer?

– Nada! Não quero atrapalhar os pombinhos – ele então deu as costas e saiu. Estava chovendo forte, mas mesmo assim ele foi. Luke fechou a porta e voltou para o sofá. Ele começou a me beijar de nove e, mais uma vez o beijo foi ficando urgente, mas...

– Thalia, eu te amo... – Luke sussurrou em meu ouvido.

POV Percy

Eu não sei qual é o meu problema? Eu... Eu sou tão idiota! Porque que eu sempre tenho que estragar tudo? Quando... Eu achei que finalmente estava começando a dar certo, eu piso na bola dessa forma. Como eu posso ter sido tão imbecil? Acho que vou ter que concordar com a Thalia, eu sou mesmo um estúpido! Burro, idiota!

Peguei o meu celular e digitei o número da Annabeth, pela milésima vez, e pela milésima vez, caixa postal. Ela não quer me ver, não quer falar comigo, acho que nem mesmo ouvir o meu nome, mas... Se eu pelo menos pudesse explicar para ela que eu não sabia sobre o Lee. Ou... Será que ela inda gosta dele mesmo? Eu... Eu acho que não. Ou será que sim? É como alguns dizem, sempre nos apaixonamos pela pessoa errada. Pela pessoa que nem liga para nós. No caso ela... Ah, esquece! Eu tenho que arranjar um jeito de falar com ela, mas não adiante, eu já fui até lá, mas ela nem mesmo abre a porta.

Levantei da cama. Assim como eu, Tyson graças aos deuses havia pegado no sono. Desci as escadas, meu pai ainda não havia chegado, eu acho. Fui até a geladeira e peguei uma coca.

Sentei-me no sofá e fiquei pensando em várias maneiras de conseguir falar com a Annie. Não posso viver sem aquela garota. Será que eu estou exagerando? O telefone tocou.

– Alô – atendi.

– Percy? Que saudade que estou sentindo de você, cadê o seu pai e o seu irmão? Como estão todos por aí? Novidades? Alguma namorada nova? E os estudos, como vão?

– Calma tia Héstia. Uma pergunta por vez. – respondi. Héstia é a minha tia. Ela é irmã do meu pai e dos meus tios, Hades e Zeus. Ela mora na Grécia assim como os meus avós. – estão todos bem por aqui, sim. E com você?

– Ah, eu estou bem meu amor, mas, você sabe, morando sozinha não tem muita graça. Quando você e os seus primos pretendem vir me fazer companhia?

– Eu não sei, mas quem sabe, não é? Olha, se quer falar com o meu pai, é melhor ligar depois, ele não está aqui.

Depois de passar quase uma hora no telefone, ela finalmente desligou. A Grécia, eu tenho vontade de voltar lá para ver os meus outros dias. Annabeth diz que visitar a Grécia é um dos seus sonhos. Ela falava muito sobre a arquitetura de lá, e dizia que o primeiro lugar que iria visitar seria o Parthenon. O templo dedicado à deusa Athena, que por coincidência tem o mesmo nome de sua mãe. E mais uma vez, eu dando um jeito de falar na Annabeth.

Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho que vinha do quarto do meu pai. Pareciam passos. Olhei para escada e dei de cara com dois olhos cinza arregalados me olhando.

– Ahn... Oi, Percy.

– Srt°a Chase? – perguntei fazendo uma careta. Isso parecia um pouco... Na verdade, muito estranho. Ela estava com os sapatos na mão. Sua camisa estava mal abotoada, e seus cabelos bagunçados.

– Ah... Percy, eu... Eu pensei que estivesse dormindo – disse o meu pai, atrás de Athena. – acho que você lembra da... Athena.

– É... Eu lembro, sim! A mãe da Annabeth, não é? - ela assentiu com a cabeça, um pouco constrangida. – por falar nisso, como ela está?

– Não quer te ver nem pintado de ouro.

– O que? – perguntei. Não entendi. Ela revirou os olhos.

– Tinha que ser filho do barbas de alga. Olha Percy, a Annabeth está magoada, e eu te aconselho a não ir atrás dela agora, você pode apenas piorar as coisas. Acho que o melhor que você faz é esquecer a minha filha.

O que? Esquecer a Annabeth? Bem que eu queria, mas não consigo. Eu... A amo! Meu pai levou Athena até a porta.

– Eu achava que vocês se odiavam! – eu disse rindo. Meu pai me atirou uma almofada.

– Por que você pensou isso? – ele disse com a cara mais sínica do mundo. – Nós não nos odiamos.

– Ah, claro! Vocês só querem se matar toda vez que se encontram, isso é amor, não é?

– Sai daqui moleque, antes que eu te deixe com doze denta a menos. – meu pai ameaçou. Continuei a pirraçá-lo, mas ele realmente iria arrancar os meus dentes, então subi correndo as escadas e fui para o meu quarto.

Sentei em minha cama. Olhei uma foto da Annabeth em meu celular, uma lágrima solitária escorreu pela minha bochecha. Acho que isso é o melhor a ser feito, vou sentir sua falta, mas... Se eu ficar vai ser mais difícil.

Olhei na agenda do meu celular e achei o número...

POV Nico

Depois que Thalia e Luke saíram achando que ninguém havia os visto, continuei lá com a Annabeth. Ela estava mal pelo Percy. Eu já deveria imaginar que ele ia fazer uma burrada. Ele sempre faz.

Depois de deixar a loira em casa, fui caminhando de volta para a minha quando começa a chover. Eu estava por sorte, perto do prédio em que o Luke mora. O porteiro que já me conhecia me deixou subir. Toquei a campainha, depois de alguns segundo Luke abriu a porta.

A primeira coisa que eu notei foi a garota de cabelos pretos, camisa do Green Day, mechas azuis e os olhos da mesma cor das mechas, deitada no sofá. Seus cabelos mais despenteados que o normal, sua jaqueta de couro estava jogada no chão. Na mesma hora me subiu uma imensa raiva.

– Nico? –Luke disse ao abrir a porta. – Nico?! – ele gritou. Pisquei e olhei para ele tentando controlar a minha raiva. – o que você quer?

– Nada! Não quero atrapalhar os pombinhos – então dei as costas e sai. Estava chovendo forte, mas mesmo assim eu fui embora.

A chuva caia na minha cabeça, mas eu não me importava muito com isso no momento. A garota que eu amava estava agora lá em cima, com outro cara, enquanto eu estou aqui, feito um imbecil andando debaixo de chuva.

Eu não acredito que ela estava... Ela... Acho que eu vou ter que me acostumar com os dois. Agora eu sei que ela realmente o escolheu.

– Nico! – posso jurar que escutei Thalia me chamar, mas não pode ser, pois ela está muito “ocupada” agora. Achei que estava começando a ouvir coisas, mas escutei outra vez. – Nico!

Virei-me na direção da voz e lá estava ela, a punk. Com sua roupa encharcada por conta da chuva.

– Thalia, me deixa em paz! – gritei. – Será que você não consegue entender que eu não quero saber dos seus joguinhos? Você não consegue se contentar com apenas um? Aquele que você escolheu. O que está lá em cima te esperando?

– Nico, você é um imbecil, idiota, insuportável, um dos meus primos mais chatos, estranho

– Você veio aqui só para me ofender?

– Nico, eu nunca disse que havia escolhido o Luke.

– Você nem precisava dizer, qualquer um... – fui interrompido por um beijo. Thalia colocou suas mães na minha nuca, eu a puxei mais para mim. E nós nos beijamos no meio da rua, debaixo de chuva, feito dois idiotas.

– Eu te amo gasparzinho – Thalia sorriu. – beijo debaixo de chuva, tem coisa mais brega?

Sorri também.

– Eu também te amo punk!