POV Nico

Eu não sei dizer o que está acontecendo comigo. Eu não consigo tirar a Thalia da minha cabeça, mas ela é minha prima. Não sei mais o que fazer, e depois daquele beijo é que eu não consigo parar de pensar nela mesmo. E ela não me atirou na frente de um caminhão. O que é uma coisa boa, mas também tenho algumas dúvidas quanto a ela gostar de mim, eu acho que quem ela realmente gota é o Luke.

Mas ela é tudo que eu vejo. E quando ela está com ele, sei lá, só não parece certo, sabe? Parece que eu posso amá-la mais que isso. Sempre que ela o beija, parece que uma parte de mim se despedaça. Não sei o que fazer, acho que tenho que correr atrás, ou vou acabar perdendo-a, e isso eu não vou aceitar, a não ser que seja por vontade dela, se for isso, eu vou querer apenas que ela seja feliz com quem quer que seja que ela escolha.

No dia seguinte acordei com a Consuelo me gritando aquelas palavras estranhas em espanhol. Tomei coragem e desci. Meu pai estava sentado na mesa da cozinha lendo o jornal.

– Bom dia- disse sentando-me. – então, conseguiu de terminar as compras?

– Com aquela maluca? Que mulher chata! Não é difícil imaginar o porquê de o Frederick ter se separado dela.

– Sei... – disse com um sorriso malicioso.

– O que você está insinuando? – ele perguntou.

– Nada...

– Hum! Pensei!

– Só que tem um clima aí! – meu pai me fuzilou com os olhos.

– Não tem clima nenhum, você está ficando maluco, menino? Aquela mulher é descontrolada – ele disse nervoso. Eu estava pedindo para morrer. – ela louca, você viu! AH! Sai daqui moleque, você já encheu muito!

Meu pai jogou um pão em mim. Fui para sala antes que ele jogasse outra coisa. Comendo o pão que ele me jogou, fui para sala. Jason estava sentado no sofá, com os dentes abertos.

– Por que você está com essa cara de idiota? – perguntei sentando-me ao seu lado. É assustador.

– Eu e a Piper estamos meio – ele respondeu, ainda com aquele sorriso estranho no rosto. Esperei ele terminar a frase.

– Meio o que? – perguntei depois de constatar que ele não continuaria a frase.

– Sei lá cara, mas acho que agora vai dar certo.

– Depois eu é que sou lerdo.

Ficamos assistindo um filme que estava passando. Depois de o Jason receber uma ligação que o fez pular, sim ele pulou! Depois foi encontrar a Piper. Eu achei que ela estava namorando o Leo, pois no dia da festa Jason disse que os viu se beijando. Não entendo esse pessoal maluco.

Mas como eu estava sozinho, resolvi sair também. Cheguei na casa de Annabeth e bati na porta.

Sabidi... – comecei, mas mudei o que ia falar, ao ver que foi Thalia quem abriu a porta. – Thalia, o que você está fazendo aqui?

– Eu é que te pergunto. O que é que você está fazendo aqui?

– Eu? É... Hãm... A... É...Eu né?...

– É! Você mesmo idiota!

– Eu... Eu...

– Ele veio pegar um livro, que ele me pediu emprestado, não é Percy?

Thalia começou a gargalhar.

– Percy, lendo? Tá, essa é nova! – Certo... Quem vai acreditar nisso? – tanto faz! Depois eu te ligo Annie.

Thalia foi embora. Entrei na casa dela e fechei a porta.

– Essa foi por pouco – disse Annabeth. – o que você quer, afinal?

Puxei-a para um beijo. O beijo foi ficando mais intenso. A minha mão passava pelas costas de Annabeth.

– Vem, o Malcom, está aí – ainda me beijando, e puxando pela camisa ela me levou até o seu quarto. Annabeth passou a tranca na porta.

Joguei-a na cama e caí por cima. Annabeth começou a descer os beijos para o meu pescoço. Emaranhei os meus dedos em seus cabelos. Puxei-a mais para mim. Ela voltou os seus lábios aos meus. Mas então faltou ar e nós nos separamos.

– O que você disse ontem, nós estamos...

– Não! – Annabeth respondeu antes mesmo que eu pudesse terminar a minha pergunta.

– Tá! Ei, por que quando eu te perguntei se você tinha irmão, você respondeu que não?

– Porque eu não queria que você soubesse muito sobre mim, eu te conhecia a apenas um dia.

Nós ficamos conversando, mas eu notei que Annabeth estava um pouco longe, ela não prestava atenção no que eu estava falando. E eu notei que ela parecia um pouco... Triste?

– Sabidinha, aconteceu alguma coisa?

– Não, é só o... Nada Percy! Então, o que você estava falando mesmo?

– Annabeth, eu acho que você guarda muitas coisas para si mesma.

– Foi só o meu pai, mas está tudo bem! – ela respondeu. Mas eu vi em seus olhos que não tinha nada bem. Annabeth tem muitos problemas com o pai, eu acho! Ela comentou algo uma vez, mas não muito, então não sei de tudo. Na verdade, eu não sei quase nada. E a mãe dela está sempre trabalhando. Ela parece ser uma daquelas pessoas que prefere guardar as coisas para si, do que dividir a sua dor, mas acho que tem muita coisa nela, muita coisa que precisa ser liberada.

Seus olhos estavam marejados, e ela se segurava para não chorar.

– Annie, nem todas as lágrimas são um mal, às vezes é bom para liberar algumas dores. – eu disse. Annabeth encarava o chão. – se você quiser falar sobre isso, ou chorar, pode contar comigo. Eu sou seu amigo.

– Eu sei, Percy. É só que... É complicado. Eu recebi uma ligação do meu pai. Ele disse que viria ver a mim e ao meu irmão.

– E isso não é bom? – perguntei franzindo a testa.

– Eu não o vejo tem cinco anos, Percy. E então, respondendo a sua pergunta: não, não é bom. Que tipo de pai fica cinco anos sem dar noticia aos próprios filhos?

– Eu não sei o que te dizer – respondi. – Mas veja pelo lado bom, tem gente que tem umas histórias piores que a sua.

Annabeth riu.

- Você sempre faz com que eu me sinta melhor, Cabeça de Alga – disse. Sorri para ela também. – obrigada por ser meu amigo.